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CONTROLE DO ORÇAMENTO PÚBLICO FINANCEIRO (1)

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INTRODUÇÃO 
A regra básica do estado de direito é que a Administração se subordina á lei. Esse princípio amplo de legalidade que informa toda a Administração restaria letra morta se não houvesse um sistema destinado a garantir a eficácia. Dai surgir a necessidade do desempenho de uma função fiscalizadora.
Ao estabelecer que o estado deve uma prestação a alguém preveu serviços públicos que tem que ser desempenhado. Não pode dar-se ao luxo de deixar de prestar a atividade que pela constituição lhe foi imposta. Deste modo é que se pode falar em controle do orçamento público financeiro.
Neste trabalho será utilizada a obra dos autores, Celso Ribeiro, Regis Fernandes de Oliveira, Kiyoshei Harada, mas a pesquisa será embasada na obra de Harrison Ferreira Leite que também faz citação de cita Carlos Ayres Britto, onde será abordado o que de fato se trata o Orçamento Público Financeiro, seu conceito, tipos e princípios, assim como abordar a competência do Tribunal de Contas da União nesta seara.
1-Conceito
	Como toda a atividade humana o Orçamento Público também precisa ser fiscalizado, a fim de se verificar o exato cumprimento das normas jurídicas. A sua fiscalização é ampla e não se adstringe a um exercício financeiro.Ela perpassa pelas discussões envolvendo os projetos das leis orçamentárias, sua consolidação , execução e posterior fiscalização,a fim de saber se a aplicação dos recursos se deu conforme o previsto em lei .Há, por tanto ,fiscalização de todo o ciclo orçamentário.
 Para Harada Kiyoschi pag. 91 controlar a execução orçamentária significa acompanhar e obter condições para, se for o caso, aperfeiçoar os meios de arrecadação da receita pública, de um todo, e adotar medida de contenção dos gastos, de outro todo, ainda no decorrer do exercício. Ainda afirma o autor que se trata de verificar a compatibilidade entre o planejado e o que está sendo executado. Dai porque as metas anuais de receitas são desdobradas em metas bimestrais de arrecadação, como determina o art.13 da LRF, para possibilitar á elaboração da programação financeira com o respectivo cronograma de execução mensal de desembolso. 
Se é assim, o estado não pode deixar de cumprir as determinações constituídas, sob pena de poder ser acionado em juízo. Tem o dever de prestação positiva. Celso Ribeiro, pag. 449.
O conjunto de normas que tratam do controle visa buscar a melhor aplicação dos recursos públicos, tema de elevada importância no pais em virtude dos reiterados casos envolvendo a malversação desses recursos. Elas se iniciam na Constituição Federal que nos artigos 70 a 75 traçou uma seção especifico para disciplinará matéria alem de estarem presentes na lei de Responsabilidade Fiscal (art.43 e 59) e na Lei n°4.320/64(arts75 e 82).Aludida dispositivas ,muito embora relacionadas á fiscalização em torno do dispêndio realizados pela União, aplicam-se ás demais esferas políticas , O controle do orçamento não pode ficar adstrito apenas á legalidade uma vez que não tem como a alei prever todos os acontecimentos que envolverem a aplicação dos recursos, podendo –se até mesmo dizer que a maioria dos desmandos envolvendo os gastos públicos se dá com observância da previsão do gasto em lei. Logo, o que torna a fiscalização factível é a possibilidade de o seu alcance ultrapassar a simplicidade do gasto previsto em lei (legalidade) para ir ao campo da moralidade, legitimidade, dentre outros, pois só com essa abertura normativa é possível haver fiscalização real dos dispêndios haver fiscalização real dos dispêndios público. A ausência dessa prestação dos gastos públicos no prazo legal poderá ensejar a intervenção da União nos Estados e dos Estados nos Municípios (art.34 e 35 da CF).
A fiscalização não alcança apenas a legalidade, outros aspectos são levados em consideração, conforme reza o art.70 Constituição Federal, sendo esses verdadeiros os princípios da Administração Pública que garantem a defesa do interesse público. Eles são cinco, a saber:
a) Legalidade, relação entre o gasto conformidade com a legislação financeira; 
(b) Legitimidade, relação entre o gasto e sua valorização diante do interesse público; 
c) Economicidade, concretização da eficiência pública, buscando sempre obter o maior aproveitamento com o menor custo possível;
d) Aplicação de subvenções; verificação se lucrativos foram realmente aplicados no quilo que se comprometeram a gastar;
e) Renúncia de receita analisa se as desonerações fiscais (isenções, deduções ou reduções da base de cálculo de alíquota) realizadas atingiram ou não a sua finalidade.
Sobre o assunto, dispõe a Constituição Federal no seu art. 70.
“Art.70”. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo de cada poder.
Parágrafo Único. “Prestará contas qualquer, pessoa física ou entidades, publicas que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros bens e valores públicos ou pelas quais a União responda, ou que em nome desta assuma obrigações de natureza pecuniária”.
Além desses alcances, mais adstrita á analise dos gastos no âmbito da sua finalidade, há ainda outras análises, mais técnicas e igualmente importantes, como formas de se controlar os gastos públicos.
2-Áreas de Controle
Pelo caput do artigo 70 da CF/88, a fiscalização exercida pelo Congresso Nacional, de controle interno de cada poder alcança as áreas, contábil, orçamentária, financeira, operacional patrimonial (COFOP).
2,1-Na área contábil, a fiscalização se preocupa em analisar, os registros contábeis voltados aos lançamentos, balanços, estruturação sintética e á observância das regras de contabilidade pública contidas na Lei n° 4.320/64e na Lei de Responsabilidade Fiscal;
2.2-A fiscalização orçamentária se dá com o fim de alcançar ao máximo, a concretização das normas das previsões Constantes do orçamento;
2.3-Na fiscalização financeira volta-se ao controle de arrecadação das despesas;
2.4-No aspecto operacional, a atenção se volta para o cumprimento das metas, resultados e a eficiência na gestão dos gastos públicos. Aqui também são analisados a moeda, acredito e o endividamento público. E, por fim;
2.5- No aspecto Patrimonial, o foco está na analise do Patrimônio Público, seu crescimento ou sua redução, de acordo com os fatores previstos no orçamento.
3-Espécie de Controle 
O controle do orçamento público se classifica em relação ao momento de sua realização e em relação ao momento de sua realização ao órgão que realiza a fiscalização.
3.1-Quanto ao momento
O controle pode ser concomitante ou posterior ao orçamento, na linha do quanto descrito no artigo 77da Lei n°4.320/64, ou seja, o controle concomitante é realizado ao longo da execução do orçamento. Nesse sentido, diversos são as normas determinando a publicação, em tempo real, dos gastos públicos, com as informações pormenorizadas, a fim de que, seja a população, sejam órgãos de controle, todos possam acompanhara execução do orçamento exercendo a fiscalização. Nesse sentido, reza a Lei de Licitações (n°8.666/93) que o tribunal de contas poderá, por exemplo, após a publicação do edital de licitação,solicitar cópia do mesmo para exame da sua legalidade,bem como determinar á administração que promova eventuais ajustes que se fizerem necessária. Nesse controle, detectada irregularidade na execução do contrato ou do ato, poderá haver a sua sustação.
O controle posterior se verifica após a execução orçamentária, quando se analisam os relatórios e demais documentos obrigatoriamente expedidos, reveladores da realização da despesa e da receita, confrontando-os com os aspectos legais pertinentes. Assim é que, detectada alguma irregularidade, pode haver tomada de contas, prestação de contas ou auditórias, a fim de que seja apurada eventuaisresponsabilidades dos gestores envolvidos.
3.2. Quanto ao órgão ou agente que realiza a fiscalização.
Há duas estruturas de controle do orçamento, tornando possível existir um controle externo e um controle interno, além de agente que poderá fiscaliza-lo qual seja, o cidadão, tornando possível haver um controle privado.
3.2.1Controle interno
O controle interno é o controle exercido internamente pelos poderes Legislativos, Executivo e Judiciário, e seu alcance estar no art.70, combinado com o art.74, ambos da Constituição Federal. Consiste na necessidade de cada poder,possuir uma estrutura que tenha por finalidade analisar e conferir cada processo de pagamento,os registros contábeis,realizados,os relatórios e os seus documentos comprobatórios.O cumprimento das metas previstas no PPA, a execução do programas estabelecidos,dentre outras atribuições,a fim de que haja eventuais correções dentro da própria estruturado poder,antes de serem conferidos pelo controle externo ,ou para auxiliar o próprio controle externo.É uma atividade de fiscalização prévia feita pelo próprio poder em relação aos agentes e órgãos e instituições.
Seu alcance é amplo, com atribuições em determinados termos, semelhantes ao controle externo sendo, porém, exercida de modo distinto. É dizer, o art.70da Constituição Federal determinou que alguns critérios de fiscalização fossem observados,seja pelo controle interno,seja pelo controle externo.Logo,a análise dos gastos á luz da legalidade,legitimidade,economicidade,aplicação de subvenções e renúncia de receitas está dentro da competência do controle interno e externo .O mesmo se da com a fiscalização contábil,orçamentária,financeira,operacional e patrimonial(COFOP),são o objeto do controle interno e do controle externo,sendo claro no art.70,há termo de exclusividade do controle interno,conforme a redação do art.74 da Constituição Federal:
Art.74 Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
 I -Avaliar o cumprimento das meras previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e do orçamento da União;
 II- Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos das entidades de direito privado;
 III- exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
 IV- Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional
 §1°-os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer, irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Sendo assim, a finalidade do controle interno é:
(I) O cumprimento das leis orçamentárias;
(II). Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto á eficácia e eficiência, dos gastos públicos;
(III). Controlar as operações do crédito, avais e garantias;
(IV). Auxiliar o controle externo no exercício da sua missão institucional.
O controle interno é também baseado no critério hierárquico, uma vez que apura irregularidade ou ilegalidades ocorridas dentro de cada esfera do poder, cumprindo ao hierarquicamente superior da ciência ao Tribunal de Contas do que foi apurada sob pena de responsabilidade solidaria na linha do previsto no 1° do art.74 da Constituição Federal.
Dai se afirmar que a característica desse sistema é o principio da hierarquia, que impõem ás autoridades superiores o dever de exercer controle sobre os seus subalternos, analisando e revendo os atos por eles realizados, se for o caso.
Da mesma forma entende Regis Fernandes de Oliveira, pag.89.
“A característica marcante deste sistema e que ele se dá no âmbito da própria atividade administrativa e em cada e um dos poderes o Legislativo, Executivo e o Judiciário. Deflui na prática do próprio vinculo hierárquico que impõem as autoridades superiores exercerem um controle sobre os seus subalternos. Os atos destes são sempre passíveis de revisão pelos superiores hierárquicos, sobre tudo em matéria e da execução dos programas orçamentária e da aplicação dos dinheiros públicos”.
3.3-Controle externo
O controle externo é o controle exercido exclusivamente pelo poder Legislativo de todos os entes com o auxilio do tribunal de Contas, consoantes descritas nos art.79 da Constituição Federal. É,na verdade,um controle político,na medida em que o Legislativo é quem o faz tomando como análise o interesse público ou questões mais amplos em torno do gasto realizado,quando se está diante das contas do governo.Quanto aos demais cessa,aqui envolvendo representações, denuncias,ou auditorias ,tomada de conta especial,fiscalização de atos pessoal, dentre outros,o controle técnico, na medida em que o mesmo é feito por um órgão especializado, chamado Tribunal de Contas, que tanto tem poderes para iniciar fiscalizações,auditorias e representações,quanto para aperfeiçoar a atividade fiscaliza tória já realizada pelo controle interno. 
Logo o controle externo é função do poder Legislativo, conforme determinado no art.49 X da Constituição, que atribui ao Congresso Nacional a função de “fiscalizar controlar, diretamente atos do Poder Executivo, incluídos, os da administração indireta”.
Igualmente, o art.49 IX, atribui ao Legislativo à função de Julgar anualmente as contas prestadas pele Executivo e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo. Esta função é exercida com o auxilio do Tribunal de contas, nos termos do art.71 da Constituição. Dai a importância de se conhecer as atribuições do Tribunal de Contas.
Sobre este lembra Harada Kiyoshe pag. 95 e 96 que:
 “Esclareça-se, entretanto, que o controle da legalidade não pode ir ao ponto de aprisionar o agente público, subtraindo-lhe o poder discricionário de que se cada investido, como representante da Administração Pública”. Nem séria possível à lei prescrever todas as minúcias concernentes á realização de despesas, sendo inafastável conferir á Administração o poder discricionário de apreciar determinadas matérias e decidir segundo o critério que melhor atenda á vontade da lei, mas tendo por limite a lei, em quaisquer circunstâncias. ”
Muito embora o Tribunal de Contas possua competências próprias, a titularidade da função do controle externo, segundo a Constituição Federal, é:
•Na União-do Congresso Nacional (arts. 49, V, 58, §3°DA CF).
•Nos Estados - da Assembleia Legislativa
•No Distrito Federal- da Câmara Legislativa
•Nos Municípios- na câmera de vereadores
3.4 Controle popular ou privado
Reza a Constituição (art.74, §2°) que “qualquer cidadão, partido político, associação sindicato é legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades perante o tribunal de Contas da união”. Trata-se de medida interessante, pois confere ao povo a possibilidade de denunciar irregularidade ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas.
Já Harada, pag. 97 afirma que: Isso é fruto das conquistas democráticas dos últimos tempos, conferindo aos cidadãos instrumentos cada vez mais poderosos para pleno exercício de seus direitos políticos.
Muito embora não haja uma lei específica, que trate a da matéria, a sua ausência não é impedimento para o oferecimento da denúncia, uma vez que os Tribunais de Contas não deixarão de conhecer as denúncias sob o argumento da inexistência da aludida norma. Caberá á Lei Orgânica de cada Tribunal de Contas disciplinar a matéria. 
4- Objeto do controle
Ampliando o objeto do controle a constituição de 1988, alargou o objeto do controle financeiro, estendendo O PARA A Administração Indireta, entidades de direito privado, que manipulem bens ou fundos do Governo, pessoas jurídicas que recebem as contribuiçõespara fiscais (CREA, CRM, CRA) ou qualquer empresa em que haja investimento público. Para além disso,a fiscalização alcança também as pessoas físicas que,por qualquer título,utilizem,arrecadem,guardem,gerenciem ou administrem dinheiro,bens ou valores públicos,nos termos do parágrafo único do art.70 da CF/88.
Logo, não apenas os órgãos se sujeitam ao controle, mas igualmente as pessoas que, de modo geral, manipulam bens ou valores públicos.
Os recursos que os Municípios e Estados recebem dos Fundos entram como receita corrente desses entes, incorporam-se ao seu patrimônio e são fiscalizados pelo Tribunal que fiscaliza o próprio ente público.
5-Dos Tribunais de Contas
O Tribunal de Contas da União tem sua origem no Decreto n°96 A, de 7-9-1890.
Todo Estado de Direito pressupõe a submissão do próprio Estado ás leis que ele edita. Dai uma necessidade de um órgão controlador da atividade estatal a fim de evitar que se comentam ilegalidades.
5.1-Conceito e função
São órgãos colegiados, prepostos ou auxiliares dos poderes Legislativos, encarregados de fiscalização e controle do orçamento. Tem a função precípua de auxiliar o Legislativo,mas não estão a ele subordinado. 
5.2- Naturezas Jurídicas do Tribunal de Contas 
O Tribunal de Contas é um órgão técnico, com diversas funções previstas na Constituição Federal, possuindo autonomia administrativa e financeira, sem subordinação aos poderes.
O fato de exercer o controle das contas e auxiliar o Congresso Nacional não o torna submisso a este Poder, até porque o Tribunal de Contas pode realizar auditorias e inspeções a pedido dos outros poderes. Possui assim, competência própria e auxilia o Legislativo.
Conforme afirma Carlos Ayres Britto
O TCU se posta como órgão da pessoa jurídica da União, diretamente, sem pertencer a nenhum dos três poderes. Exatamente como sucede o Ministério Público. (...) De outra banda ,não opera essa mesma corte de contas como órgão meramente auxiliar do Congresso Nacional. Sua atuação jurídica se dá a latere do Congresso, junto dele, mas não do lado de dentro.
Nesse sentido, cumprem afirmar que o Tribunal de Contas auxilia os três poderes, na linha do quanto visto sobre o controle popular, auxilia também a comunidade e os órgãos de participação política. Trata-se, portanto, de órgão situado entre os Poderes e de cooperação funcional com eles, mantendo o independente.
Insta lembrar que o Tribunal de Contas não possui personalidade jurídica, mas apenas capacidade processual ou postulatória.
5.3- Composição
O Tribunal de contas da União, que tem sua sede no Distrito Federal, com jurisdição em todo o território nacional, é composto de nove Ministros e tem quadro de pessoal próprio (art.73 da CF).
Os Ministros são nomeados entre os brasileiros com mais de trinta e cinco anos menos de sessenta anos de idade, que tenha idoneidade moral e reputação ilibada e que sejam portadores de notórios conhecimentos jurídicos contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública, comprovados com mais de dez anos de exercício de função ou efetiva atividade profissional que exija esses conhecimentos (§1°).
Esses Ministros são escolhidos da seguinte forma:
Um terço pelo Presidente da República, com aprovação do senado Federal, sendo dois alternadamente entre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo o critério de antiguidade e merecimento;
Dois terços pelo Congresso Nacional (§2°)
5.4- Atribuições 
Dispõe a constituição federal em seu art.71:
“O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxilio do Tribunal de Contas da União, ao qual competes:
I- Apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II- Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indiretos incluídos as fundações e sociedades instruídas e mantidas pelo Poder Pública irregularidade de que resulte prejuízos ao erário público;
III-Apreciar, para fins de registros, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alteram o fundamento legal do ato concessório;
IV-Idealizar, por iniciativa própria, da câmera dos DEPUTADOS, DO Senado Federal, de Comissão técnica ou inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V-Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União, participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI-Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Decreto Federal ou a Município;
VII-Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de sua casa, ou por qualquer das respectivas comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII-Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesas ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comunicações, muito proporcional ao dano causado ao erário;
IX-Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X-Suatar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão á Câmara dos Deputados e ao Senado Federa;
XI- Representar ao poder competente sobre irregularidade ou abusos apurados.
6 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO MUNICÍPIO.
Pela redação da Constituição Federal (art.75), as regras aplicáveis ao Tribunal de Contas da União são extensíveis aos demais Tribunais de Contas, dos Estados e do Distrito Federal, observando assim, o princípio da simetria. Logo não pode haver qualquer atribuição de função a algum outro Tribunal de Contas previsto em Constituição Estadual, diferentemente do disposto na Constituição Federal.
Por outro lado, cumpre lembrar que não há qualquer hierarquia, subordinação ou vinculo entre o Tribunal de Contas da União Estaduais ou Municipais. Cada um a	tua nos limites das suas competências é definida pelo critério da origem do recurso. Ou seja, o Tribunal de Contas da União (TCU) fiscaliza os recursos federais, utilizados pela União ou repassados a qualquer outra pessoa ou ente; o Tribunal de Contas DO Estado (TCE) fiscaliza os recursos estaduais e eventuais repasses, e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), onde houver, fiscaliza os recursos arrecadados e administrados pelos Municípios. 
Dúvida poderia surgir afirma o Harrison Leite, quanto ao eventual conflito de atribuição entre o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE) para apurar irregularidade na gestão e prestação de contas de recursos federais repassados aos Estados e Municípios.
Deste modo o com relação de competência para processar e julgar a matéria atinente á transferência de recursos, autor cita resumidamente, as regras a qual deve-se atentar-se:
(A) quando há repasse de recursos federais para o Estado ou Município, a competência é da justiça federal, desde que os recursos sejam sujeitos ã fiscalização de órgãos federais.
(B) Quando a verba repassada, embora federa,incorporou-se ao patrimônio do Município, a competência é da justiça Estadual.
(C) Quando a verba repassada, independente de sua origem, incorpora-se ao patrimônio do Estado ou Município,mas persiste o interesse federal na matéria a competência é da justiça Federal. 
Em se tratando de verbas do FUNDEB, por exemplo, independentemente de ter havido ou não complementação por parte da União, a competência para julgar os o crimes decorrentes de desvio de verba da FUNDEB é da Justiça Federal e não da Justiça Estadual.
(d) Quanto à competência para julgar as ações de improbidade administrativa, em se tratando de FUNDEB, importante é verificar se houve ou não complementação do FUNDEB pela União. Logo,se não há complementação do FUNDEB pela União,eventual desvio de verbas terá a ação penal proposta pelo MPF e julgada pela Justiça Federal, enquanto a ação de improbidade administrativa será proposta pelo MPF e julgada pela Justiça Estadual.Quando há a complementação ,não há mudança na área penal,mas quanto á improbidade administrativa,esta passa a ser proposta pelo MPF e julgada pela Justiça Federal.
Sendo assim, o Tribunal de Contas pratica atos de natureza formalmente administrativa. Suas decisões e julgamentos na têm força jurisdicional.
Por fim, cumpre lembrar que a sua decisão vincula a Administração, que deverá cumprir as deliberações do Tribunal de Contas ou ingressar com ação própria no judiciário, caso discorde.
6.1 Emissão do Parecer Prévio
O parecer do Tribunal de Contas é meramente opinativo. Não vinculante da decisão de julgamento,que será feito pelo Legislativo,mas serve como importante subsídio.Esse dever de julgar foi atribuído ao Congresso Nacional pelo art.49,IX da Constituição Federal. 
Conforme o entendimento jurisprudencial, o Legislativo apenas julga contas de governo, pois sobre elas o Tribunal de Contas emite parecer prévio, que não vincula aquele poder. Quanto ás contas de gestão, vinculadas á realização das despesas e ás especificidades,o Tribunal de Contas teria o papel de julgá-LAS(ART.71,ii da CF),de modo técnico,não podendo,nesse ponto,o Legislativo realizar o julgamento político,pautado na conveniência. 
7 PRINCÍPIOS (REGRAS) JURIDICOS TRIBUTÁRIOS DAS RECEITAS E PRINCÍPIOS (REGRAS) FINANCEIROS DOS GASTOS
Os tributaristas arrolam um plexo de princípios (tidos como regras) que orientam o sistema tributário, a saber, princípios (regras) que limitam a atividade do Estado no que tange ao abastecimento dos cofres públicos.
O Estado como titular dos interesses públicos tem o dever de cuidar deles. Ele é o protagonista da atividade financeira e a captação de recursos deve atender ,não apenas a manutenção da malha estatal,em seu Macro conjunto de bens, instalações,serviços,pessoal,instrumentos etc.,mas também deve ter em vista os interesses sob sua responsabilidade.
O Estado não deve estar reboque da estrutura financeira. Sua atividade econômica é um subsistema econômico.
O direito tributário vem amparado por inúmeros princípios que os autores rotulam de: legalidade, tipicidade, isonomia, capacidade econômica, progressividade, não confisco etc.(sem nenhuma pretensão de esgotar o rol). De seu turno, da mesma forma,o gasto público vem acompanhando a evolução dos mesmos princípios proporcionalidade,legalidade,isonomia,anualidade,capacidade econômica,eficiência etc. 
.todo gasto tem previsão constitucional. Porque está imbricado com a receita. Arrecada-se para gastar,para dar cumprimento ás necessidades públicas.Tributa-se para que o Estado cumpra seus fins.
O principio da legalidade é aquele que dá garantia ao contribuinte de apenas ser tributado em decorrência da representação política (inciso I do art.150 da CF) é o que assegura o individuo a postular a justa distribuição das receitas. O gasto público decorre exclusivamente da lei(art.165).
Ainda que não exclusivo do direito financeiro, o princípio da legalidade e da verdade, regra- vetor de todo o sistema jurídico. Como decorrência, aplica-se ao gasto publico, ou seja,somente por lei é que se gasta.
O princípio da anualidade é o princípio que orienta a elaboração orçamentária, estabelecendo que a lei anual não conterá dispositivo estranho á previsão da receita e á fixação da despesa (§8°do art.165). Qualquer aumento a servidores apenas pode ser feito se houver prévia dotação orçamentária(inciso I do § 1/ do art.169).
 O princípio da isonomia visto da ótica tributária tem o condão de impedir que o contribuinte em situações iguais possa ter tratamento desigual (inciso II do art.150).
No campo da despesa, o princípio é de extrema aplicação, uma vez que obedecido o tratamento isonômico em relação aos contribuintes, deve guardar a mesma fina sintonia com os contribuintes, a luz da distribuição dos recursos. Se todos não são iguais perante a lei ,significa que o gasto deve privilegiar aqueles que estão distantes dos bens da vida .O s recursos devem atender aos valores encampados no sistema normativo,privilegiando as classes menos favorecidas,para que se caminhe a sociedade justa e solidária prevista no inciso I do art.3° da CF e para que se inicie a erradicação da pobreza e a marginalização,co redução das desigualdades sociais e regionais(inciso III do art.3°).
O princípio da capacidade receptiva, em relação ao contribuinte o vem estampado no § 1° do art.145, rotulado de capacidade contributiva, ao estabelecer que sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Segundo Roque Carrazza tal principio hospeda-se nas dobras do princípio da igualdade e ajuda a realizar no campo tributário,os ideais republicanos.Realmente,e justo e jurídico que,em termos econômicos,quem tem muito pague,proporcionalmente,mais impostos do que quem tem pouco.Quem tem maior riqueza deve,em termos proporcionais,pagar mais para a manutenção da coisa publica. 
O princípio da eficiência reflete a situação de operosidade e da formulação de resultados por parte da Administração Pública. A produtividade passa a ser ideia matriz da ação administrativa.É comportamento a que repugna a negligência a lentidão,a morosidade,o descaso,o desleixo.
Cuida-se de principio relativo á boa gestão da coisa pública: norte da ótima condução dos negócios públicos. A tomada de soluções deve ser sempre a melhor, aquela que atende aos interesses da comunidade, dos diversos segmentos a serem beneficiados etc.
 
 
Bibliografia
CELSO,Ribeiro Bastos,Curso Direito Financeiro E De Direito Tributário,Editora Saraiva 8° Edição,2001.
KIYOSHI ,Harada Direito Financeiro Tributário, 20° Edição, Revista Ampliada SP,Editora Atlas 2011
LEITE ,Harrison,Manual de Direito Financeiro,2°Edição Salvador,Juspodevan, 2013
REGIS,Fernandes De Oliveira,Curso De Direito Financeiro 6° Edição, Revista Atualizada E Ampliada,2014.

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