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6 Dissidio Individual 1 parte

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO (PROF: MARCELO ARAUJO) 06
UNIDADE VII - DISSÍDIO INDIVIDUAL (1ª parte)
1- CONCEITO - Os conflitos individuais de trabalho, ocorridos entre trabalhador e empregador, tendo como base o contrato individual de trabalho, geram os dissídios individuais trabalhistas, que são as ações individuais movidas perante a Justiça do Trabalho, na qual os titulares das ações encontram-se individualizados e visam um pronunciamento jurisdicional sobre interesses concretos.
	O Estado moderno avocou para si o monopólio da jurisdição, que deve ser provocada pela pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, a fim de que o Estado possa solucionar o conflito de interesses existente, mediante a interposição de uma ação.
	Geralmente, temos na Justiça do Trabalho os dissídios comuns regulados pela CLT (além dos dissídios coletivos), classificados da seguinte forma: ações de conhecimento (declaratória, constitutiva, condenatória), executivas (vide artigo 876 da CLT), tutelares e mandamentais; quanto aos ritos procedimentais, temos os seguintes ritos: Ordinário (rito criado juntamente com a CLT e objeto de estudo detalhado de nosso programa), Sumário (Lei 5584/70) e Sumaríssimo (Lei 9957/00 – artigo 852-A e seguintes, CLT) 
2– RITOS NO PROCESSO DO TRABALHO - O processo do trabalho, ao contrário do processo civil e do processo penal, não possui um código específico. A CLT, que foi criada através do Decreto-lei nº 5.452, de 01/05/43, regula, em seus artigos 763/922, o processo judiciário do trabalho (poucos artigos, dada a complexidade da matéria), cujos princípios básicos são o da simplicidade dos atos e celeridade processual.
A princípio, o rito processual adotado pela CLT foi o Rito Ordinário; posteriormente, através da edição da lei nº 5.584, de 26/06/1970, foi criado o Rito Sumário, que é aplicado nas ações cujo valor não ultrapasse o equivalente a 02 salários-mínimos, ficando sujeitas a uma única Instância (art. 2º), com exceção de matéria de natureza constitucional.
Apesar do objetivo principal do processo do trabalho ser a celeridade processual, a verdade é que o Rito Ordinário adotado inicialmente pela CLT, com o passar do tempo, acabou perdendo rapidez e, conseqüentemente, sua eficácia, pois as lides trabalhistas acabaram se arrastando por vários anos, devido principalmente ao grande volume de ações e também devido as problemas diretamente ligados a organização da Justiça do Trabalho (varas insuficientes, poucos Juízes, escassez de funcionários, informatização ineficaz, etc..) e também devido a inexistência de um código de processo do trabalho (aplicação subsidiária do NCPC).
Diante desses fatos, foi adotado, no processo do trabalho, o Rito Sumaríssimo, com o objetivo de dar maior celeridade aos processos trabalhistas, face a simplicidade do procedimento e a menor complexidade da matéria a ser apreciada (aplicado nas ações cujo valor não ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos vigentes na data de propositura da ação).
3- DISSÍDIO DE ALÇADA (RITO SUMÁRIO) – Lei 5584/70 - Corresponde a competência atribuída ao Juiz, em face do valor da causa indicado na inicial ou fixado pelo Juiz. No processo do trabalho, quando o valor da causa é fixado em valor igual ou inferior a 02 salários mínimos vigentes à época da propositura da ação, será adotado o Rito Sumário (art. 2º), sendo certo que nos processos submetidos a esse rito não caberá nenhum recurso, exceto ser for matéria de índole constitucional (art. 2º, § 4º, CLT), da qual caberá recurso ordinário (art. 895, CLT). 
OBS- Para alguns autores, a Lei nº 9957/00 (Rito Sumaríssimo) revogou o Rito Sumário; vide ainda a IN 27 do TST.
4- PROCEDIMENTO (RITO) SUMARÍSSIMO -ARTIGO 852-A E SEGUINTES, CLT - O Rito Sumaríssimo foi criado com o objetivo de dar maior celeridade aos processos trabalhistas, face a simplicidade do procedimento e a menor complexidade da matéria a ser apreciada (aplicado nas ações cujo valor não ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos vigentes na data de propositura da ação).
a) Procedimentos (1ª Instância) – artigo 852-A e seguintes, CLT. O procedimento tem fundamento nos princípios da celeridade, simplicidade e informalidade. A lei excluiu expressamente deste procedimento as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional (artigo 852-A). Dentre as principais particularidades do rito destacam-se as seguintes:
- impossibilidade da citação por edital; note-se que no rito ordinário há a citação por edital conforme artigo 841 § 1º da CLT;
-apreciação em 15 dias contados do ajuizamento;
- única audiência;
- a ata de audiência registra, de forma resumida, os atos essenciais;
-todas as provas produzidas em audiência, mesmo que não requeridas previamente;
-máximo de duas testemunhas por parte ( no rito ordinário, 3); 
- a sentença não precisa de relatório.
b) Recursos - Em relação a 2º Instância, o RO é imediatamente distribuído, sendo suprimido o parecer escrito do MP e abolido o Juiz Revisor, e o prazo para que o Juiz Relator profira seu voto é de 10 dias. A certidão de julgamento do recurso, é resumida (assim como ocorre na sentença de 1º grau) e substitui o acórdão. Em caos de manutenção da sentença recorrida, a certidão de julgamento restringe-se a informar a manutenção do julgado, sendo dispensadas outras formalidades. Quanto ao RR (3ª Instância), somente será cabível em caso de contrariedade a Enunciado do TST ou de violação a CF. Quanto aos ED, a maior alteração está no fato da norma jurídica(CLT) passar a admitir expressamente o efeito modificativo nos ED, o que até então , no âmbito trabalhista, constava apenas no enunciado nº 278 do TST (Vide artigos 895, § 1º e 2º; 896, § 6º e 897-A, da CLT).
5- PROCEDIMENTO (RITO) ORDINÁRIO – ASPECTOS PRINCIPAIS:
A- PETIÇÃO INICIAL - A prestação jurisdicional depende de provocação do interessado, ante o princípio da inércia da jurisdição. Logo, a petição inicial (peça inaugural do processo) é o meio material que o cidadão dispõe para ativar a prestação jurisdicional, expondo a relação jurídica material controvertida e os seus fundamentos jurídicos e legais, além do requerimento da respectiva solução pelo Estado. VIDE ARTIGOS 2º E 312 DO NCPC
- Forma e requisitos da petição inicial - nos dissídios individuais do processo trabalhista, ela pode ser elaborada de duas formas:
I- Verbal (Jus Postulandi - capacidade postulatória da parte - art. 791 e 840 caput e § 2º, CLT) – no processo do trabalho, é o direito que a pessoa tem de estar em juízo, praticando pessoalmente todos os atos autorizados para o exercício do direito de ação, independentemente de patrocínio de advogado, inclusive, a petição inicial (vide art. 786, 787, 788, 837, 838 e 839, todos da CLT).
OBS: não se admite a forma verbal para o inquérito para apuração de falta grave (art. 853, CLT) e dissídio coletivo (art. 856, CLT). 
II- Escrita (art 840, caput e § 1º, CLT) – é a mais usual, subscrita por advogado. Pelo texto da CLT, a petição inicial não exige alguns dos requisitos existentes no processo civil (art. 319 do NCPC), ante o princípio da simplicidade, tais como: fundamentos jurídicos do pedido, especificações do pedido, valor da causa, as provas que o Autor pretende produzir para demonstrar suas alegações e o requerimento de citação do Réu. Desta forma, os requisitos previstos na CLT são os seguintes:
a.1) Endereçamento ao juiz federal do trabalho - indicação do Juiz ou Tribunal competente para processar e julgar a demanda;
a.2) Qualificação das partes - nome completo do Reclamante, nacionalidade, estado civil, profissão, data de nascimento, filiação (nome da mãe), endereço completo (inclusive, CEP), nº da CTP, CPF, RG e PIS (no TRT da 1ª Região, existe o ato 868/05 sobre alguns itens) e do Reclamado (pessoas físicas ou jurídicas):razão social ou nome, CNPJ ou CPF e endereço completo (inclusive, CEP), podendo ser indicado também endereço doadvogado, para fins de intimação dos atos processuais (art. 106, II, NCPC).
a.3) Breve exposição dos fatos – para alguns doutrinadores, não há necessidade de indicação dos fundamentos jurídicos do pedido, visto que o processo laboral admite o Jus postulandi. Para outros, ainda que não se exija o rigor do artigo 319,III do NCPC, é preciso ao menos que haja alguns elementos que tornem possível o exercício das garantias constitucionais consubstanciadas nos princípios do devido processo legal e da ampla defesa. Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, “a petição inicial da ação trabalhista individual, portanto, deve conter os fundamentos fáticos e jurídicos. Não há necessidade de indicação do fundamento legal”, ou seja, a exposição dos fatos deve ser clara (fatos expostos de forma simples) e precisa (narração de todo os fatos de forma objetiva, determinada), sob pena de inépcia da inicial (art. 330, I e § 1º, I, NCPC).
a.4) Pedido - a CLT não contém maiores detalhes sobre o conteúdo e as especificações do pedido, razão pela qual o NCPC é aplicado subsidiariamente, observando-se as adequações exigidas pelo princípio da simplicidade. Vale lembrar que o pedido é considerado o elemento medular da petição inicial, pois ele estabelece os limites da tutela jurisdicional, em função do princípio da congruência entre o pedido e a sentença (VIDE ARTIGO 831 DA CLT E 2º, 141 E 492 DO NCPC). 
	O pedido pode ser imediato ou direto (providência jurisdicional solicitada) ou mediato ou indireto (tutela de um bem jurídico – reparação de um direito violado ou cessação de ameaça a um direito).
	O pedido, segundo os artigos 322 e 324 do NCPC deve ser certo (expresso, inconfundível) e determinado (definido e delimitado, em sua qualidade e quantidade) - Exceção: art. 324, §1º, do NCPC (pedido genérico).
OBS:
1- Classificação dos pedidos:
1- Simples ou cumulados – com uma única postulação na ação ou com uma série de pedidos de forma cumulativa (vide art. 327 do NCPC).
2- Principal e acessório – mesma regra das obrigações principal e acessória (VIDE ARTIGO 322 DO NCPC).
3- Implícito e extrapetição – vide artigos 497 e 536 do NCPC; Súmula 211 do TST (juros de mora e correção monetária) e artigo 496 da CLT c/c Súmula 396 do TST).
4- Alternativo – é aquele em que a obrigação, por força do contrato ou de lei, pode ser cumprida de mais de uma forma (vide art. 325 do NCPC) . Ex: empregador que premia seu empregados por assiduidade, dando-lhes a oportunidade de escolher entre o pagamento de um curso ou pagamento de uma viagem.
5- Sucessivo (art. 326 do NCPC) – neste caso, o primeiro pedido é prejudicial em relação ao segundo, pois se for acolhido o primeiro, o Juiz não poderá apreciar o segundo ou demais existentes. Ex: reintegração ou pagamento de indenização do período estabilitário e Sucessivo eventual (artigo 327 do NCPC) Ex: terceirização – Súmula 31 do TST. 
6- Líquido e ilíquido – com a especificação dos valores que julga ser credor do Reclamado (quantum debeatur) ou somente com a indicação da parcela pleiteada (an debeatur). No Procedimento Sumaríssimo, o pedido deverá ser certo ou determinado e indicar o valor correspondente (art. 852-B, CLT).
7- Cominatórios (art. 497 e 500 do NCPC) – diz respeito as obrigações de fazer, ou não fazer, bem como nas obrigações de entregar coisa, sendo incabível nas ações que tenham por objeto obrigação de dar ou pagar (Súmula nº 500, STF).
a.5) Data – na verdade, o que vale é a data do protocolo
a.6) Assinatura do Reclamante ( quando jus postulandi) ou de seu Advogado – Vide artigo 321 do NCPC – petição inicial apócrifa (sem assinatura – tida como inexistente) e artigo 485, IV, do NCPC (saneamento do vício processual, sem prejuízo para o Réu) .
OBS:
1- Princípio da simplicidade.
2- Nomenclatura correta a ser observada:
. Autor - Reclamante
. Réu – Reclamado
3-Valor da causa (art 319, V, NCPC) – a CLT é omissa, porém, para alguns autores, sua indicação é necessária para que seja definido se a sentença será recorrível ou não (art 2º, Lei nº 5582/70 – Rito Sumário), cálculo do valor de custas (art. 789, CLT) e definição do rito a ser obedecido (Ordinário ou Sumaríssimo – vide art 852-A, CLT). 
4- Provas a serem produzidas (art. 319, VI, NCPC) - a CLT é omissa, e a maioria dos doutrinadores entendem que é desnecessária sua indicação no processo trabalhista (vide art. 852-H, CLT).
5- Requerimento de citação do Réu - a CLT é omissa, e a maioria dos doutrinadores entendem que é desnecessária sua indicação no processo trabalhista (vide art. 841 e parágrafos, CLT – ato processual praticado pelo Diretor de secretaria ou Distribuidor).
6 Documentos – art. 787 CLT c/c 320 do NCPC - devem acompanhar a peça inicial.
7- Opção de realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação – incabível no processo do trabalho (Vide IN 39 do TST)
B- ALTERAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL – Princípio da estabilização da demanda e da preclusão (artigo 329 do NCPC)
B.1- ADITAMENTO (acréscimo ao pedido) – regra geral: artigo 329, I e II, do NCPC. No processo trabalhista, segundo entendimento doutrinário, as emendas à inicial ou os aditamentos poderão ser apresentados até a audiência, porém, antes da apresentação da defesa e independente de consentimento do Réu (princípios da celeridade e economia processual). Após a apresentação da defesa, somente com o consentimento do Réu. OBS: PJE
B.2 – EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL - ocorre quando a petição inicial não preenche os requisitos dos artigos 319 e 320 do NCPC e do artigo 840 da CLT ou quando apresenta defeitos e irregularidades que impedem o exame do mérito da questão (art. 485 do NCPC); nesses casos, o Juiz determinará ao Autor que proceda a emenda da inicial (art. 765 CLT c/c 321 e § 1º do NCPC c/c Súmula nº 263, TST) sob pena de indeferimento da inicial e a conseqüente extinção do processo se resolução de mérito (art. 485, I c/c 321 e § 1º do NCPC) - VIDE ARTIGOS 317 E 488 DO NCPC (oportunidade para a parte sanar o vício antes da sentença e solução da demanda quando a decisão for favorável apenas a parte a quem aproveitaria a irregularidade – parte contrária)
C- INDEFERIMENTO DA INICIAL - ocorre nas hipóteses do artigo 330, I e § 1, I do NCPC. Difere a inépcia da inicial da petição irregular, pois na petição irregular existe a possibilidade de concessão de prazo para regularização, enquanto que na petição inepta não existe a obrigação do Juiz conceder prazo para regularização, podendo ser indeferida imediatamente. Contudo, no processo trabalhista, por medida de economia e celeridade processual, geralmente é concedido prazo para emenda (ou esclarecimentos) da inicial, sob pena de extinção do processo (art. 765 CLT c/c art. 321 e § 1º do NCPC – 15 dias, sob pena de extinção), sendo que a maioria dos juízes aguarda a apresentação de defesa do Reclamado, verificando se esta se manifesta eficazmente sobre o pedido.
D- DESISTÊNCIA – artigo 485, § 4§ e 5º do NCPC (após a contestação, somente com consentimento do Réu , podendo ser apresentada até a sentença). Sobre Renúncia, vide artigo 487, III, c, do NCPC.
E- DISTRIBUIÇÃO – é o ato pelo qual é designado o órgão jurisdicional no qual o processo terá seu desenvolvimento, tendo por finalidade a divisão igual dos processos aos Juízes que são competentes pra examiná-los, além de evitar a possibilidade da escolha do Juízo pelo Autor (vide artigos 783/788 da CLT). Com a distribuição ocorre a determinação de prevenção do Juízo, a indução de litispendência e a interrupção do prazo prescricional.
OBS: 
1- DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA (vide artigo 286 do NCPC)
2- COMUNICAÇÃO AO RECLAMADO (CITAÇÃO) - Art. 841 da CLT c/c artigos 238/259 do NCPC (naquilo que for compatível) – correio, oficial de justiça e edital. A CLT utiliza o termo notificação para se referir não só a citação, como também para a intimação dos demais atos processuais. A citação no processo trabalhista independe de despacho do Juiz, ocorrendo, via de regra, por iniciativado cartório ou do distribuidor. Não necessita ser pessoal, como no processo civil, bastando à entrega da notificação postal no endereço indicado, mediante SEED, com antecedência mínima de 05 dias antes da data da audiência (Vide súmula nº 16 do TST e art. 774, caput, da CLT - intimação dos demais atos processuais). 
3 - IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA - valor da causa é a importância pecuniária que se atribui ao pedido (caso não seja conhecido, deverá ser calculado por estimativa). A CLT é omissa, porém, para alguns autores, sua indicação é necessária para que seja definido se a sentença será recorrível ou não (art 2º, Lei nº 5584/70 – Rito Sumário), cálculo do valor de custas (art. 789, caput, II, III e IV e § 1º, CLT) e definição do rito a ser obedecido (Ordinário ou Sumaríssimo – vide artigos 852-A e 852-B, I, § 1º, CLT e artigo 293 do NCPC - preliminar).
4 - PEDIDO REVISIONAL - quando a petição inicial não contém o valor da causa, após a primeira tentativa de conciliação (frustrada), caberá ao Juiz fixar o valor da causa. A parte que não concordar com o valor fixado, poderá requerer a reconsideração do valor fixado e, no caso de indeferimento, poderá ingressar com pedido de revisão do valor da causa, no prazo de 48 horas, ao Presidente do TRT (vide Lei nº 5584/70, artigo 2º, caput e § 1 º e 2º).
6- CONDIÇÕES DA AÇÃO - são os requisitos para que o Judiciário possa apreciar o mérito , acolhendo ou rejeitando o pedido formulado pelo Autor. Em nosso ordenamento jurídico, atualmente são duas as condições da ação, segundo o artigo 485, VI, do NCPC:
a) Interesse de agir (processual)- emerge do trinômio necessidade-utilidade-adequação, ou seja, quando há necessidade de intercessão do Estado para que este possa tutelar um direito ameaçado ou efetivamente violado, de modo a propiciar algum resultado útil ao Autor. Ex: empregado estável que pleiteia reintegração ou indenização em caso de dispensa imotivada.
b) Legitimidade da parte (ad causam) – é a titularidade ativa ou passiva da ação; logo, deve haver identidade da pessoa que faz o pedido (RTE) com a pessoa a que a lei assegura o direito material (RDO). Ex. o empregado deve mover ação somente em face do efetivo empregador que o contratou, na forma dos artigos 2º e 3º da CLT. VIDE ARTIGO 17 DO NCPC
7- PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS – são os requisitos necessários para a existência e validade da relação processual, sendo classificados da seguinte forma 
- Pressupostos da existência ou constituição do processo:
a) Petição inicial – encaminhada ao Judiciário competente, com o pedido e a exposição do mérito da causa, a fim de que possa ser solucionada pelo Estado.
b) Jurisdição - o órgão ao qual é dirigida a petição inicial deve estar investido do poder de aplicar o Direito, no caso concreto que lhe é submetido, a fim de que possa solucionar o conflito.
c) Citação – antes da citação já existe ação, porém, a relação jurídico-processual se iniciará após a citação. – VIDE ARTIGO 322 DO NCPC (Sentença com dispensa de citação, com aplicação discutida no processo do trabalho)
- Pressupostos positivos de validade regular do processo:
a) Competência do Juízo - referente a matéria que o Juiz pode analisar a questão que lhe é submetida (absoluta, pois a relativa é prorrogável).
b) Imparcialidade do Juiz – ausência de impedimento ou suspeição do Juiz, que deve ser imparcial no julgamento da lide que lhe é imposta.
c) Capacidade postulatória – no processo do trabalho, é permitido o Jus Postulandi (artigo 791 da CLT), para a propositura da ação e para a prática dos atos processuais, independente de advogado. Vide artigos 103/107 do NCPC e artigos 791/793 da CLT. 
d) Regularidade da petição inicial – deverá atender os requisitos estipulados em lei.Vide artigos 319 do NCPC e 840 da CLT (no processo do trabalho, este requisito não é tão rigoroso).
e) Regularidade de citação – a citação deverá ser válida, para que ocorra o regular andamento do processo, sob pena de nulidade absoluta. Vide artigo 841 da CLT e 238/259 do NCPC (no que for compatível com o processo do trabalho). 
f) Capacidade processual – capacidade de estar em Juízo (vide artigos 3º /5º do CC; 17/20 , 70 e e 793 da CLT).
- Pressupostos negativos de validade do processo:
a) Coisa julgada – o Juiz não poderá decidir aquilo que já foi decidido anteriormente por outro Juiz (identidade de partes, mesmo pedido e causa de pedir) - Vide artigo art 337, § 1º, 2º e 4º, NCPC. 
b) Litispendência – o Autor não pode ingressar com duas ações idênticas simultaneamente (art 337, § 1º, 2º e 3º, NCPC). 
c) Convenção de arbitragem – como meio de solução dos conflitos coletivos (CF, art. 114, § º e 2º). 
d) Perempção – impedimento temporário de ajuizar a ação (vide artigo 731/732 da CLT e 486, § 3º, NCPC)
e) Ausência de tentativa de conciliação perante Comissão de Conciliação Prévia (artigo 625-D da CLT). ADIN 2139 E 2160.	
OBS:
1-a ausência dos pressupostos processuais pode implicar a extinção do processo sem resolução do mérito (artigo 485, IV, do NCPC) ou a remessa dos autos do processo a outro órgão jurisdicional (artigo 64, § 1, do NCPC - incompetência absoluta), podendo ser conhecida de ofício (artigos 485, Iv e 337, § 5º, do NCPC). – Vide ainda artigo 494 do NCPC
2- A conexão e a continência (além da prorrogação da competência relativa e artigo 286 do NCPC) são formas de modificação de competência; no âmbito da Justiça do Trabalho, na hipótese duas ou mais ações conexas, o Juízo prevento será aquele cuja ação trabalhista foi protocolada em primeiro lugar, visto que não há despacho citatório pelo Juiz (vide artigo 841 da CLT e artigos 58/59 do NCPC) 
a) CONEXÃO - art. 55, NCPC. – basta a coincidência de um só dos elementos da ação (partes, causa de pedir ou pedido), para que exista a conexão e a modificação da competência, com a conseqüente reunião das causas para um julgamento único, a fim de evitar decisões conflitantes.
b) CONTINÊNCIA – ART. 56, NCPC – é uma espécie de conexão, porém, com diferença quantitativa quanto ao conteúdo, cuja conseqüência processual é a modificação da competência para o julgamento da lide .
8- AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO – segundo Carlos Henrique B. Leite, audiência “é o lugar e o momento em que os Juízes ouvem as partes”. Também significa sessão marcada ou determinada pelo Juiz, na qual as partes devem comparecer e na qual são produzidos atos processuais e decisões. 
No processo do trabalho, as audiências são públicas e realizadas na sede do juízo ou Tribunal, podendo excepcionalmente ser designado outro local para sua realização, mediante edital com antecedência mínima de 24 horas (vide artigo 813 da CLT). É um ato revestido de toda publicidade, sendo facultada, inclusive, que seja presenciada por terceiros (exceção dos segredos de Justiça).
OBS: 
1- Princípio da Publicidade: vide artigos 93, IX, da CF/88, 11 e 189 do NCPC e 770 CLT.
2- Horário das audiências – 08:00 as 18:00 horas (vide art. 813 e 815 da CLT).
3- Poder de Polícia do Juiz (artigo 816 da CLT e 360 do NCPC).
4- Vide artigos 814 (presença do Juiz e dos servidores) e 817 (registro das audiências), ambos da CLT. 
9- COMPARECIMENTO DAS PARTES - A regra geral do processo do trabalho é de que as audiências de julgamento serão contínuas (unas), no entanto, o Juiz poderá adiar essa audiência, por motivo de força maior (regra do artigo 849 da CLT). Nas audiências, a parte poderá ser representada (art. 843 da CLT - possibilidade de representação convencional das partes e Súmula nº 377 do TST)
O costume processual acabou fracionando a audiência em três: audiência de conciliação, audiência de instrução e audiência de julgamento. Porém, nem todos os Juízes fracionam as audiências.
10- ARQUIVAMENTO, REVELIA E PENA DE CONFISSÃO – no processo do trabalho, é obrigatório o comparecimento das partes em todas as audiências (a não ser que o comparecimento seja dispensado pelo Juiz). A ausência da parte na audiência inaugural em quetenha sido devidamente notificada acarreta no arquivamento/extinção sem resolução de mérito – art. 485, VI, do CPC (Autor) e a decretação da revelia/contumácia e pena de confissão ficta (Réu) – regra do artigo 844, CLT (vide Súmulas nº 74 e 122 do TST), extensiva as pessoas jurídicas de direito público (vide OJ nº 152, SDI-1 do TST). 
Quando a audiência é fracionada, e a parte devidamente intimada para prestar depoimento pessoal não comparece, a sua ausência acarretará na aplicação da pena de confissão (art 385, NCPC e súmulas 09 e nº 74 do TST - a parte deverá ser notificada pessoalmente para prestar depoimento; nesse caso, não é válida a intimação feita ao advogado). 
	A revelia no processo do trabalho ocorre por dois motivos: art. 344 do NCPC (ausência de defesa) e artigo 844 da CLT (ausência injustificada do Reclamado ou comparecimento sem apresentação de defesa), sendo seus efeitos os seguintes: 
a- São considerados verdadeiros os fatos alegados pelo Autor, dispensando-se a produção de outras provas sobre tais fatos (presunção relativa – revelia relevante).
b- Se a matéria for de direito, inexiste confissão ficta (presumida) – revelia irrelevante (artigo 345 do NCPC).Ex: insalubridade e periculosidade
OBS:
1- Perempção- art. 731 e 732, CLT- perda do direito de ação, por seis meses, causada pela desídia do Reclamante– controvérsia art. 5º, XXXV, CF (inafastabilidade da jurisdição)
2- Elisão da revelia – vide Súmula nº 122 TST
3- Ausência de ambas as partes – arquivamento ou julgamento do processo, no estado em que ele se encontra.
4- Atraso do Réu – vide OJ nº 245 da SDI-1 do TST.
5- Intimação sentença - art. 852 da CLT e Sumula nº 197 do TST. 
6- Prazos contra o revel – artigo 346 do NCPC
7- Contumácia do Réu- não comparecimento à audiência (aplicável também ao Autor)
8- Comparecimento do preposto sem carta de preposição – vide artigo 76 do NCPC.
9- Ausência do Advogado – o Juiz poderá marcar nova audiência (motivo relevante) ou determinar que a parte exercite o Jus Postulandi (artigo 791 da CLT).
11- PROPOSTA CONCILIATÓRIA E ACORDO JUDICIAL - De acordo com a regra do artigo 764 da CLT (obrigatoriedade de tentativa de conciliação), os Juízes e Tribunais do Trabalho devem tentar a solução conciliatória dos dissídios (individuais e coletivos), onde ambas as partes cedem, a fim de compor amigavelmente a lide. No processo do trabalho (Rito Ordinário) a primeira tentativa de conciliação feita em audiência ocorre antes da apresentação de defesa (regra do artigo 846, caput, da CLT) e renovada após as razões finais (regra do artigo 850 da CLT), podendo ser efetuado ainda em qualquer fase processual (artigo 764 da CLT). Embora sem previsão legal, há o entendimento de que a ausência de uma ou ambas as propostas conciliatórias gera a nulidade absoluta dos atos processuais posteriores. Sendo firmado acordo, deverão constar no termo de acordo o prazo e as demais condições para o seu cumprimento, conforme disposições contidas no artigo 846 da CLT.
Em caso de descumprimento do acordo, geralmente ocorre o vencimento antecipado da dívida, acrescido do pagamento de multa convencionada no acordo, que será imediatamente executado (vide art. 876 da CLT). 	
O acordo judicial, devidamente homologado em Juízo, tem valor de sentença irrecorrível (coisa julgada material), só podendo ser desconstituído através de Ação Rescisória (artigo 831, par. único, CLT e Súmulas nº 100 e 259 do TST).
OBS:
1- Rito Sumaríssimo – vide art. 852-E, CLT.
2- Juiz – não obrigatoriedade de homologação de acordo ajustado entre as partes (Súmula 418 do TST)
3- Contribuições previdenciárias decorrentes do acordo – EC nº 20/98 e Lei nº 10.035/00.
4- Vide artigos 764, § 3º e 832, § 4º e § 6º, da CLT.
5- Segundo a IN 39 do TST, a negociação processual (art. 190 NCPC) e a audiência de conciliação ou de mediação (art. 334 NCPC), são inaplicáveis no processo do trabalho. 
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