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3
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
RAISSA MOREIRA DE OLIVEIRA
GRAVIDES NA ADOLESCÊNCIA 
BANDEIRANTES
2017
RAISSA MOREIRA DE OLIVEIRA
GRAVIDES NA ADOLESCÊNCIA 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Orientadora: Maria Ângela Santini
BANDEIRANTES
2017
RAISSA MOREIRA DE OLIVEIRA
GRAVIDES NA ADOLESCÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, apresentado à UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, com nota final igual a _______, conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores: 
	Prof. Orientador
Universidade Norte do Paraná
	Prof. Membro 2
Universidade Norte do Paraná
	Prof. Membro 3
Universidade Norte do Paraná
Bandeirantes, _____de ___________de 2017.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por estar me abençoando e iluminando minha caminhada;
Quero agradecer aos meus pais Ailton Ferreira de Oliveira e Edmara Augusta MOREIRA de Oliveira por me sustentarem e ter me apoiado tanto. Por ser meu alicerce, o exemplo a ser seguido a cada dia.
Ao amor da minha vida meu amigo e marido Thiago de Lima Bezerra sem ele jamais conseguiria, pois não apenas me sustentou até aqui como também é o meu principal motivador. Para ir mais longe e conquista grandes coisas sem ele parte do que eu sou não existiria.
 A minha fiel amiga Angélica Tamirez Zanin sempre sonhamos em estudar juntas e na primeira faculdade e em sua segunda faculdade isso se tornou possível.
Aos amigos que desde o início fecharam comigo Murylo, Mirela Kelly. Adalberto e Janaína, nosso bonde nesses quatro anos foi chapa quente valeu galera.
E claro que pela oportunidade de aprender junta à brilhante assistente social que faz com muita paixão seu trabalho Sônia.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, aos meus amigos, aos meus colegas de classe e aos meus orientadores que durantes esses anos batalhamos por esta conquista.
. 
“Em algum lugar, bem no fundo de cada um de nós, está à criança que era inocente e livre e que sabia que a dádiva da vida era a dádiva da alegria.” (Alexander Lowen)
“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista”.
(Aldo Novak)
OLIVEIRA. Raissa Moreira de. Gravides na adolescência: 2017. 51 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Bandeirantes, 2017.
RESUMO
A gravidez na adolescência tem ocasionado sérias implicações por ser um período de alterações que acaba atingindo a adolescente e seus projetos sociais como um todo, e se dá como um fenômeno que vem sendo tratado a cada ano no Brasil. Por ser motivo de preocupação, este estudo buscou abranger o significado da gravidez na adolescência e os fatores nela envolvidos, tendo como desígnio analisar as transformações ocorridas no cotidiano familiar e social de adolescentes grávidas, bem como descrever a reação da família e do parceiro na descoberta da gravidez, buscar saber qual o papel da assistente social e da área da saúde para com esses adolescentes; meios de prevenção e riscos decorrentes da gravidez precoce. 
Palavras-chave: Adolescência, gravidez, família, assistente social.
OLIVEIRA. Raissa Moreira de. Teenage gravides: 2017. 51 sheets. Course Completion Work (Undergraduate in Social Work) System of Connected Classroom Teaching, University of Northern Paraná, Bandeirantes, 2017.
.
ABSTRACT
Pregnancy in adolescence has had serious implications because it is a period of changes that end up reaching the adolescent and its social projects as a whole, and it occurs as a phenomenon that is being treated every year in Brazil. As a matter of concern, this study sought to cover the meaning of pregnancy in adolescence and the factors involved in it, with the purpose of analyzing the transformations occurring in the family and social daily lives of pregnant adolescents, as well as describing the family and partner's reaction to the discovery of pregnancy, seek to know the role of the social worker and the health area towards these adolescents; means of prevention and risks arising from early pregnancy.
Keywords: Adolescence, pregnancy, family, social worker
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	meios de prevenção para evitar doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez;	5
3	causas de riscos associados À gravidez na adolescência;	10
3.1	FATORES SOCIAIS	10
3.2	FATORES PSICOLÓGICOS	12
4	AÇÕES E PROMOÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE PARA ESSAS ADOLESCENTES GRAVIDAS	18
5	LIMITES E DESAFIOS DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE	23
6	O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO AS ADOLESCENTES GESTANTES trabalho na área da saúde para esse as adolescentes gravidas	29
7	conclusão	37
INTRODUÇÃO
A adolescência é a etapa de mudança entre a infância e a idade adulta, quando o desenvolvimento da sexualidade reveste-se de fundamental importância para o crescimento do indivíduo em direção à sua identidade adulta, produzindo sua autoestima, relações afetivas e inclusão na estrutura social. Alterações no padrão de comportamento dos adolescentes, no exercício de sua sexualidade, decretam atenção cuidadosa por parte dos profissionais, devido a suas repercussões, entre elas a gravidez precoce. Estima-se que, no Brasil, um milhão de adolescentes dão à luz a cada ano, o que corresponde a 20% do total de nascidos vivos. As estatísticas também demonstram que, a cada década, aumenta o número de partos de meninas cada vez mais jovens em todo o mundo. Essas adolescentes têm sido consideradas cientificamente como um grupo de risco para p fato de problemas de saúdes em si mesmas e em seus conceptos, uma vez que a gravidez precoce pode danificar seu físico ainda imaturo e seu crescimento normal.
 O conceito de que a gravidez indesejada é resultante da falta de informação sobre os métodos contraceptivos e de que quanto mais precoce é a iniciação sexual, mais vulneráveis à concepção estarão as adolescentes parece ser um consenso. Da mesma maneira, percebe-se que quanto maior o grau de escolaridade dos adolescentes que praticam o ato sexual, maiores são as oportunidades de utilização de preservativos tanto na primeira relação quanto nas subsequentes. O grau socioeconômico tem sido repetidamente descrito como um fator pertinente à ocorrência da gravidez na adolescência, no sentido de que as classes econômicas menos favorecidas vêm apresentando elevados índices deste evento. É notório que a gravidez na adolescência gera consequências imediatas no emocional dos jovens envolvidos. Determinado sentimentos conhecidos por estes jovens são: medos, insegurança, desespero, sentimento de solidão, especialmente no momento da descoberta da gravidez. 
Sendo assim, nem toda gravidez adolescente é indesejada. Em outros casos, de adolescentes de classe socioeconômica elevada, pode ser consequência de planejamento prévio, decorrente de vida afetiva estável. De modo geral, a gestação na adolescência é considerada como de risco, pois representa uma condição de risco biológico (tanto para as mães como para os recém-nascidos), e existem ênfases de que este fenômeno repercute negativamente nos índices de evasão escolar (tanto anterior como posterior à gestação), impactando no nível de escolaridade da mãe, diminuindo seus ensejos futuros. Portanto, em virtude deste quadro e do potencialque a gravidez na adolescência tem de repercutir de forma negativa nas oportunidades futuras destas adolescentes, o objetivo geral deste estudo foi identificar e analisar e compreender as consequências objetivas e subjetivas de uma gravidez em adolescentes, considerando-se as diferenças socioeconômicas entre elas.
meios de prevenção para evitar doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez;
Doenças sexualmente transmissíveis são aquelas transportadas de uma pessoa a outra por meio de relações sexuais. A maior parte delas é causada por agentes microscópicos como vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos que comumente se alojam nos órgãos genitais. Se não forem tratadas a tempo podem deixar implicações ou até levar à morte, como por exemplo, a sífilis e a AIDS. 
De acordo com a história as doenças sexualmente transmissíveis foram designadas de doenças venéreas em referência a Vênus, a deusa grega do amor. Há relatos dessas doenças em diversas circunscrições bíblicas (BARRAVIERA & BARRAVIERA, 2003) sendo, que muitos homens e mulheres sofreram em consequência de suas complicações. 
Passar-se dos séculos, e o advento de diversas formas de pesquisa, dentre elas a microscopia e as técnicas genéticas, foram coligados micro-organismos que se associavam a tais doenças. No início dos anos 80, com o aparecimento da AIDS, as doenças sexualmente transmissíveis passaram a ter precedência na esfera da Saúde Pública, em função da difícil relação presente entre estas e a transmissão do HIV (Human Immunodeficiency Virus). (ELEUTÉRIO JÚNIOR, 2002). 
Em desempenho da gravidade de algumas doenças sexualmente transmissíveis, torna-se imprescindível que a população e, em especial, os jovens adolescentes que estão iniciando sua vida sexual incluam conhecimentos básicos sobre essas doenças, tendo como mira a prevenção. Portanto, é fundamental: conhecer as formas de transmissão e de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis; Identificar sintomas que indiquem a presença de uma DST; reconhecer a necessidade da busca precoce de auxílio médico para evitar complicações; evitar comportamentos de risco como grande número de parceiros e demora em procurar tratamento médico. 
“A Organização Mundial de Saúde (OMS) catalogou mais de 25 tipos de doenças sexualmente transmissíveis”. (OLIVEIRA, 1998, p.72). Alguns autores coordenam as DSTs em três grupos:
Doenças primeiramente transmitidas pelo ato sexual: este grupo abarca as doenças em que a sua transmissão acontece através das relações sexuais e outra forma de contágio é praticamente inexistente. São elas: cancro mole, gonorreia, linfogranuloma venéreo, sífilis.
 Doenças repetidamente transmitidas pelo ato sexual: este grupo é formado, por aquelas em que a forma de transmissão mais comum é a sexual mas não é exclusiva e existe a probabilidade de outras vias de contágio serem eficientes. São elas: AIDS, candidíase, condiloma acuminado, doença inflamatória pélvica, donovanose, herpes genital, tricomoníase.
 Doenças possivelmente transmitidas pelo ato sexual: são aquelas em que, a transmissão pelo ato sexual não é a principal para que ocorra a doença. São elas: amebíase, escabiose, hepatite A, hepatite B e pediculose.
Avalia-se gravidez na adolescência aquela que advém na faixa etária entre 10 a 19 anos.
 A OMS - Organização Mundial de Saúde – define este período da vida humana com base no aparecimento inicial das características sexuais secundárias para a maturidade sexual; pelo desenvolvimento de processos psicológicos e de padrões de identificação que evoluem da fase infantil para a adulta, e pela transição de um estado de dependência para outro de relativa autonomia. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000, p.39)
 Um olhar crítico mostra que a concepção de adolescência não está atrelada somente a fatores físicos e psicológicos, mas também a fatores socioeconômicos que definem o modelo de sociedade de cada época. Por exemplo, o Brasil do século passado, quando meninas entre 12 e 14 anos estavam “aptas” para o casamento recebendo a bênção da igreja. Ultimamente, a sociedade inflige à fase da adolescência a atividade escolar e a preparação profissional. Os pais almejam para seus filhos um rumo de vida definido como o ideal, ou seja, formação escolar, trabalho, autonomia financeira e constituição familiar. 
Portanto, a gravidez e a maternidade na adolescência arrombam com essa trajetória apontada como ideal e natural e emergem socialmente como problema e risco a serem evitados. 
Em meio às causas da gravidez precoce comumente destacam-se as condições socioeconômicas das adolescentes, a falta de informação sobre o próprio corpo e sobre os artifícios contraceptivos, além da dificuldade de acesso aos serviços de saúde pública. “Alguns estudos têm explorado a relação entre gravidez na faixa etária de 10 a 14 anos e a ocorrência de violência sexual”. (CAVASIN, 2004 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007b, p.18). 
Deste modo, um olhar crítico sobre a situação desvenda que a violência sexual, a prostituição e até mesmo o anseio de se tornar mãe e de compor uma família contribuem para aumentar o número de adolescentes grávidas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007b). 
Diante do exposto, torna-se indispensável o cuidado com análises simplistas em função da complexidade do tema e de seus múltiplos significados. Segundo CATHERINO & GIFFIN(2002:26) citados por ABRAMOVAY (2004:135), a maternidade para muitas adolescentes pode representar poder, mesmo este sendo ilusório: 
Grande parte das análises que abordam esse fenômeno perde de vista a contextualização da problemática que, a nosso ver, não se reduz a ponderações maniqueístas, tal como: bom/mau; certo/errado; mas que requer uma análise que desvele seus fundamentos históricos, sociais, políticos e psicológicos. Não se trata aqui, de fazer a condenação ou o elogio da gravidez na adolescência, Trata-se, sim, de trazer à cena uma realidade que, sem negligenciar os perfis epidemiológicos, nos remetem a histórias: trajetórias que contêm sonhos, esperanças, dores, desilusões e que permitem às meninas se apropriar das adversidades, para transformar – mesmo que ilusoriamente – o seu cotidiano em algo que valha a pena ser vivido. Ser mãe para estas meninas, talvez seja uma das poucas formas que lhes restam, no sentido de se colocarem no mundo como sujeitos sociais. (ABROMAVAY, 2004, p.135) 
Contudo, o reconhecimento do fato de que a gravidez pode propagar o desejo dos jovens não significa ser dispensável a informação sobre métodos contraceptivos para ambos os sexos. Os métodos contraceptivos garantem a escolha do momento conveniente para a gravidez desejada e planejada.
A bibliografia faz referência a dificuldades obstétricas em adolescentes, enfatizando problemas decorrentes da falta de cuidados pré-natais, complicações no trabalho de parto, anemias, hemorragias, desproporção cefalopélvica, hipertensão, maior incidência de eclampsia, entre outras varias. Tais dificuldades podem derivar em mortalidade infantil e materna.
 Segundo CAMARANO (1998:116) apud ABRAMOVAY (2004:133) em 1987, “a taxa de mortalidade dos filhos de mulheres de 15 a 19 anos era 42,5% mais elevada do que a dos filhos de mulheres situadas em grupo de idade posterior.” Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que entre 1993 de 1997, houve um aumento de 20% no total de partos em mulheres de 10 a 14 anos. Ainda de acordo com dados do SUS apresentados por ABRAMOVAY (2004) o parto é a primeira causa de internação de meninas entre 10 e 14 anos nos sistemas públicos de saúde. O exposto representa um sinal de alerta que pede pronta investigação e implementação de programas de prevenção específicos para adolescentes de ambos os sexos. 
Compete realçar que além dos riscos físicos associados a pouca idade, a gravidez na adolescência suscita problemas de ordem emocional como medo, insegurança, solidão e o risco do aborto provocado. Além disso, há de se considerar os prejuízos sociais na vida das adolescentes. 
Para ABRAMOVAY (2004) é importante o exame dediscriminações e preconceitos suportados por adolescentes grávidas e mães solteiras no ambiente escolar. Estas questões também colaboram para aumentar as taxas de evasão escolar por adolescentes grávidas e jovens mães além da falta de políticas públicas que defendam a permanência na escola destas jovens.
 E uma realidade alarmante é que a maioria das escolas brasileiras não dispõe de estrutura e flexibilidade de horários adequados que permitam à jovem mãe continuar seus estudos. O resultado é que a mãe deixa a escola durante ou após a gestação, trazendo consequências gravíssimas para seu futuro profissional. (GIOPPO, 1999, p.168) 
Nesta situação, o conhecimento dos métodos contraceptivos garante a escolha do momento conveniente para a gravidez desejada e planejada. De acordo com Pesquisa Nacional sobre Violência, AIDS e Drogas nas Escolas realizadas em 2001 pela UNESCO com alunos dos Ensinos Fundamental e Médio das maiores capitais do Brasil, os métodos contraceptivos citados pelos alunos foram: o DIU (dispositivo intrauterino), o preservativo masculino, a camisinha feminina, o diafragma, os espermicidas, a tabelinha, o coito interrompido, a vasectomia e a laqueadura. Nesta própria pesquisa, os métodos citados em ordem de utilização foram: camisinha (48% a 70%), pílula anticoncepcional (17% a 38%), seguidos pela tabelinha e injeção anticoncepcional em terceiro lugar. Os outros métodos anticoncepcionais não são citados em magnitudes significativas. 
Porém, apenas as informações sobre métodos contraceptivos não satisfazem para evitar a gravidez, pois a negociação quanto ao uso destes métodos tropeça nas relações de gênero. Isto se ampara a partir do fato de que a maioria dos métodos contraceptivos é para ser empregado pelas mulheres. Tal procedimento se vincula historicamente à ideia de que a reprodução biológica e o seu controle sejam socialmente compreendidos como encargo das mulheres e ao homem competiria desempenhar o papel de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis.
causas de riscos associados À gravidez na adolescência;
Os estudos apontam que os fatores de risco acompanhados à gravidez na adolescência são vários, desde o convívio familiar, pessoal, a condições dos serviços e oferta de saúde na área de abrangência da residência da adolescente, fazendo parte de um problema de saúde pública. Nesse tópico serão abordados alguns fatores que permeiam possíveis causas de risco na de risco na gravidez precoce.
A maternidade no início da vida reprodutiva antecipa a maturidade biológica, e acelera momentos socialmente institucionalizados para a reprodução, com claras decorrências para a constituição de família e a organização social dominante. As perspectivas sociais diante da idade para o início da reprodução, no entanto, alteram-se cultural e historicamente, e a gravidez, no momento modernamente chamado de adolescência, é abordada de modo diferente de décadas passadas. 
 FATORES SOCIAIS
As maneiras individuais são condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. A sociedade tem lidado por profundas modificações em sua estrutura, até mesmo aceitando melhor a sexualidade na adolescência, sexo antes do casamento e também a gravidez na adolescência. Assim tabus, inibições e estigmas estão diminuindo e a atividade sexual a gravidez aumentando. (FREITAS, 1990). 
BALEERIO (1999) alega que quando se chega à puberdade, ali pelos 12, 13 anos, meninos e meninas estão prontos biologicamente para serem pais e mães, entretanto não se está ainda preparado nem psicologicamente e nem socialmente para enfrentar com a responsabilidade de uma nova família. 
De acordo com Santos Junior (1999), dependendo do contexto social em que está inserida a adolescente, a gravidez pode ser enfrentada como um evento normal, não problemático, aceito dentro de suas normas e costume. 
Socialmente a gravidez satisfeita é vista como um processo no qual há participação efetiva de duas pessoas – um futuro pai e uma futura mãe. As adolescentes grávidas que escolhem, ou não podem contar com a participação do parceiro, podem sofrer, em algumas realidades, discriminação. O próprio termo mãe solteira da forma como é usado, muitas vezes tem uma conotação pejorativa. (DUARTE, 1990).
Para MOREZZO (2003), a gestante adolescente vê-se na contingência de expor sua gestação ao juízo crítico da comunidade a que pertence. A identificação com caráter da religião adotada se relaciona com o comportamento sexual. Alguns trabalhos indicam que a religião tem participação importante como preditora de atitudes sexuais. 
Adolescentes que têm atividades religiosas apresentam um preceito de valores que os encoraja a desenvolverem comportamento sexual responsável. Em nosso meio, nos últimos anos as novas religiões evangélicas têm enflorado, e são de modo geral, bastante severas no que diz respeito à prática sexual pré-marital. Alguns profissionais de saúde têm a impressão de que as adolescentes que frequentam essas igrejas iniciam a prática sexual mais tardiamente, porém, não há pesquisas comprovando essas impressões. (SANTOS, 2000). 
No caso de uma gravidez prematura, a adolescente deve então adotar uma decisão, tendo necessariamente quatro escolhas: casar, fazer um aborto, levar a gestação até o termo e conservar o bebê, ou levar a gestação até o termo e entregá-lo para adoção. 
TAKIUTT (1986) assegura ser a gravidez na adolescência um desafio social e não um problema só da adolescente, que em sua maior parte, além de estar assustada com a gravidez, fica sozinha nessa fase, porque às vezes pai e amigos e familiares se apartam, agridem, desencadeando ainda mais conflitos. 
Para mudar esta situação, segundo DUARTES (1990) as adolescentes devem ser auxiliadas por todas as pessoas que a cercam e também preparadas física e psicologicamente no pré-natal para o parto quanto para o puerpério e a amamentação.
A jovem grávida necessita de oportunidades para retornar e refletir seu papel social, de cidadã, de mulher, de mãe, desenvolvendo assim uma autoestima adequada para que dessa fase em diante possa obter maior equilíbrio apoio e uma melhor perspectiva de futuro para a sua vida e de seu bebê. 
 As novas responsabilidades infligidas às mulheres jovens, como a sua inserção no trabalho fora do lar, lidaram a incumbir com a maternidade. Nota-se na população geral, paralelamente a essas mudanças, que a taxa de fecundidade vem declinando ao longo do tempo. Em 1960, a taxa de fecundidade enquadra de 6,2 filhos por mulher; em 1980, 3, 7, e em 1996, 2,4 filhos por mulher.
 Essa semelhança, porém, não é observada de modo claro entre adolescentes. No período de 1935 a 1995, pode-se notar que a fecundidade precoce, aquela entre 15 e 19 anos, tem aumentado em relação à faixa de 20 aos 24 anos. Nesse grupo, a fecundidade vem diminuindo pouco a pouco, e de forma mais clara e consistente em relação a faixas superiores do período reprodutivo. Em questão domiciliar realizado no Brasil no ano de 1996, cerca de 18% das mulheres entre 15 e 19 anos de idade já haviam iniciado a vida reprodutiva e mencionaram pelo menos uma gravidez (BELO & SILVA, 2004). 
Em meio aos aspectos a serem avaliados estão às condições econômicas e sociais dessas adolescentes. Tomando a escolaridade como exemplo, foi encontrado que mais que 60% das adolescentes já não estudavam e, mesmo entre as que ainda estavam estudando, a maioria tinha baixa escolaridade. Este fator deve seguramente ter contribuído para a primeira gravidez, e não estabeleceu um fator de proteção para uma nova gestação, uma vez que somente 35,8% delas estavam cursando o segundo grau após cinco anos. No entanto, aumentou a percentagem de adolescentes fora da escola após cinco anos, o que tem sido exposto com uma das consequências antagônicas da gravidez na adolescência. 
Relativamente à escolaridade, uma revisão sobre o tema amostra que as mulheres que engravidam na adolescência distendem há ter menos anos de estudo que as outras, e indica que, para a maioria dosinvestigantes, um estado de baixa escolaridade é preditora de reprodução precoce da gravidez. 
Para eles, a maternidade cria por si mesma, dificuldades para o retorno à escola. 
FATORES PSICOLÓGICOS 
Deste modo, a gestação na adolescência sobrevém por falta de informação, por desconhecer os métodos anticoncepcionais, por não crer que realmente pode ficar grávida, por necessidade de agredir a família, por carência afetiva, por ansiar ter algo somente seu ou como penitência (inconsciente) por ter mantido relações proibidas.
O uso de métodos contraceptivos não ocorre de modo eficaz na adolescência e isto está ligado inclusive aos fatores psicológicos intrínsecos ao período, pois a adolescente nega a possibilidade de engravidar. O encontro sexual é mantido de forma eventual, não relevando, conforme acreditam o uso tedioso da contracepção e não admitem perante a família que estão tendo uma vida sexual ativa. (CARVALHO, 2000). 
O risco de engravidar visa estar adjunto à autoestima desorganização familiar e a falta de lazer e ocupação do tempo com atividades prazerosas, conforme afirmação abaixo: 
 “A gravidez e o risco de engravidar podem estar associados a uma menor autoestima, a funcionamento intrafamiliar inadequado ou menor qualidade de seu tempo livre. A falta de apoio e afeto da família, em um adolescente cuja autoestima é baixa, com um mau rendimento escolar grande permissividade familiar e disponibilidade inadequada do seu tempo livre, poderiam induzi-la a buscar na maternidade precoce o meio para conseguir um afeto incondicional, talvez uma família própria, reafirmando assim o seu papel de mulher, ou sentir-se ainda indispensável a alguém. A facilidade de acesso à informação sexual não garante maio proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não desejada”. (SANTOS JUNIOR, 1999, p.120). 
O conflito da gravidez, anunciando mudança no funcionamento psicofisiológico da mulher e em suas relações com os demais, pode conceber um momento crítico na vida das adolescentes, pois, mesmo numa situação de gravidez projetada, sempre existem conflitos a serem resolvidos numa primeira gestação, e neste caso, eles se farão exacerbados. (CARVALHO, 2000).
Conforme AGUIAR (1994), a gravidez tem várias características de uma situação de crise que faz parte do processo normal do desenvolvimento. Conglomera a necessidade de reestruturação e reajustamento em várias dimensões. Em primeiro lugar averiguo na puberdade, mudanças de identidade e uma nova definição de papéis – a mulher passa a se olhar e a ser olhada de uma maneira diferente. Isso significa que a gravidez, assim como a puberdade, é uma fase de grandes transformações no corpo e na vida emocional da mulher. (TAKIUTT, 1986).
A gravidez na juventude, para CARVALHO (2000), incide subitamente, acarretando fatores negativos que interferem no desenvolvimento da jovem, como rejeição familiar, restrições sociais e econômicas. Dessa forma, ela entra numa dupla crise, a da adolescência somada à da gravidez. 
Analisando sobre a adolescente grávida, DUARTE (1990), descreve que essas jovens não estão aptas para assumir uma gravidez, pois a maternidade requer a adaptação tanto individual como familiar. Quando a gestação acontece na puberdade entra em crises por causa das mudanças causadas por essa etapa da vida é também das incluídas ao estabelecimento da sua identidade como pessoa.
Ressalta que a gravidez na adolescência na maioria das vezes vem seguida de angústia, preocupações, medos e transtornos decorrentes de suas perspectivas em relação ao futuro, principalmente se a adolescente for solteira e não pude contar com a participação do pai do bebê. Essa ocasião é capaz de gerar sentimentos aviltantes e sofrimento as adolescentes e seus familiares. 
Ao buscar entender os motivos que levam uma adolescente a engravidar, diferentes explicações podem ser dadas. Santos Junior (1999, p.98) alega que “a gravidez é um sintoma de rebelião da adolescente, que tenta punir os pais por alguma privação emocional, real ou imaginária, sendo que neste processo, a jovem pune ainda mais a si mesma”. Muitas adolescentes alegam que a gravidez aconteceu por acidente, por descuido, mas uma causa não explícita pode estar por trás dessa máscara de acidente. No entanto, a gestação poderia ser vista como uma forma de chamar a atenção da família, falta de noção sobre métodos contraceptivos ou o desejo inconsciente de querer ser mãe com o que apregoa.
Um estudo realizado por TAKIUTT (1986) explicou que grande contingente das parturientes adolescentes não tem uma união estável com o parceiro e que 40% dessas jovens eram casadas ou vieram a casar em virtude da gestação. 
Além disso, segundo este autor, estes estudos advertem o quanto a gravidez na adolescência provoca problemas de ordem psíquica e emocional com risco aumentado de bebês sem a presença do pai. A inter-relação dessas informações parece expor que a juventude atual é fortemente comprometida pelas mudanças que vêm ocorrendo nas relações entre a família, a escola, o mercado de trabalho e demais agentes sociais. Os resultados de se tornar mãe muito cedo são a perda de liberdade, prorrogação ou comprometimento dos projetos de estudos, limitação de perspectivas de entrada no mercado de trabalho, redução do aproveitamento pleno das chances para completo desenvolvimento pessoal. E até mesmo a ter opções de vida e oportunidades para um total desenvolvimento pessoal a que têm direito.
O ambiente familiar tem relação direta com a época que se inicia a atividade sexual. Em todo caso, quanto mais jovens e imaturos os pais, maiores as probabilidade de desajuste e desagregação familiar (DITZ & ROCHA, 2000). 
 A convivência entre irmãos está associada com a atividade sexual: experiências sexuais mais são notadas naqueles adolescentes em cuja família e os irmãos mais velhos têm vida sexual ativa. 
A família é o primeiro grupo de referência e enquanto estrutura primeira na vida de uma pessoa. Permite as relações da criança com objetos externos, assumindo, ao lado com os fatores constitucionais, uma grande importância para o destino do indivíduo. Para que o processo da individuação aconteça, é de derradeira importância que o bebê tenha tido condições de ir constituindo em seu mundo interno, afetividade da mãe e de casal parental seguro e carinhoso. 
Em pesquisas das famílias das adolescentes grávidas, Cassorla (1996, p.4) notou que se trata de famílias desestruturadas onde o pai não existe ou é ausente, e a mãe é a figura predominante, vista como autoritária e as filhas, em estudo cuidadoso, frequentemente não eram desejadas e eram sentidas como uma carga. Essas mães, na maioria das vezes, também engravidaram adolescentes, com conflitos semelhantes aos das filhas. Romera (1985, p.4), em estudos com jovens grávidas, aponta que as mesmas não tiveram ou pelo menos, não lhes ficou apontado, aquilo que Uchôa (1980) denomina de pais equilibrados do ponto de vista psicológico, ou melhor, aqueles que proporcionam ao ser em desenvolvimento, condições satisfatórias para que não passar a existir situações traumáticas. Perseguindo, a autora afirma que uma mãe equilibrada é aquela que permitirá à menina sólidas identificações que a ela permitirão a aceitação sem conflitos marcantes, da posição feminina; e um pai equilibrado é aquele que se imprime no mundo interno da menina sem uma masculinidade violenta, e, assim, traumática.
Para MANDU (2000), a sexualidade do jovem pode ser muito provocadora e causar crises e preocupações tanto para adolescente quanto para sua família. Os jovens, em função da bisbilhotice e do anseio de saber o que é sexo, mantêm relação sexual, muitas vezes, escondidos de seus pais, e uma gravidez nesse período podem causar perturbações familiares. 
A família, sobretudo no esboço dos pais poderia discutir e orientar seus filhos com relação às dúvidas, aflições, tabus e preconceitos tão assíduos, nesta etapa da vida; a maioriados adolescentes coloca que seus pais têm problema de discutir esses temas em casa. 
O presente modo de vida da família não propicia que os pais fiquem muito tempo com os filhos, o que pode levar ao distanciamento nessas relações, desde a infância. A tentativa de resgate, quando acontece, se dá na adolescência, quando aparecem evidências de que algo de errado está ocorrendo com os filhos. Mais um fato que dificulta a convivência familiar é o processo de modernização das sociedades urbanas. Os adolescentes incorporam mais rapidamente as novas tecnologias, os novos valores dos pais, o que favorece o distanciamento e até a separação precoce da família. (AGUIAR, 1994).
O período que vai do atraso menstrual até confirmação da gravidez é comumente muito sofrido. Neste período, as adolescentes falam com os amigos e às vezes, com uma pessoa da família sobre o que fazer sendo raras às vezes em que os pais são consultados. Uma das inquietações é a possibilidade de abandono por parte do namorado. Extremamente levam a possibilidade de interromper a gestação o que e muitas chegam a fazê-lo. (MARTINS, 2000). 
Aguentada a fase inicial e escolhendo por manter a gravidez, a adolescente passa por outra etapa também enrolada: dar a notícia aos pais. Estes principalmente o pai, muitas vezes ficam revoltosos, nervosos, ameaçando expulsar adolescente de casa ou acusando a esposa de ter falhado na orientação de sua filha. (CAVALCANTI, 2000).
A revolta prossegue com mais um período e vai se modificando a medida que a barriga da filha cresce. Modificando-se então, em preocupação e cuidados com alimentação, esforço físico, entre outros, finalizando a partir do nascimento do bebê, quando ela volta a ser a filhinha e o neto adorado. 
A gravidez na adolescência provoca uma desordem, pois a adolescente sente-se muitas vezes envergonhada, culpada quanto ao seu futuro e ao de seu filho (MARTINS, 2000), sendo que necessitam, neste momento, de apoio, atenção e carinho de seus familiares. Uma vez que não pode contar com seus familiares, nem com apoio do pai da criança, pensar no futuro pode tornar-se uma situação quase precária.
O temor do julgamento familiar e da sociedade colabora para que a adolescente esconda sua gravidez. Para a família, essa descoberta comumente é traumática. Para a adolescente, até que consiga falar à família sobre a gravidez e, então, que a crise familiar pela descoberta se construa o que ela acolhe e apoie, essa aflição, o medo e a culpa. (SANTOS, 2001) 
Uma vez averiguada gravidez, se a família da adolescente for capaz de aceitar o novo fato com consenso, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior expectativa de ser levada a termo. Contudo havendo subversão traumáticos de relacionamento, a adolescente poderá sentir-se só nesta experiência difícil e incógnita (poderá correr o risco de procurar a abortar, sai de casa, submeter-se e a toda sorte que acredita “resolverá seu problema”). 
 A adolescente grávida carece enfrentar sua gravidez a partir do valor da vida que nela habita, precisa sentir segurança e apoio necessários para o seu auxílio afetivo, precisa dispor bastante de uma conversa esclarecedora e finalmente da presença constante de amor e solidariedade que ajude nas dificuldades emocionais comuns na gravidez até o nascimento de seu bebê.
A família tem a função importante na gravidez da adolescente, que conta com a cooperação de amigos e de profissionais de saúde para encarar essa nova realidade e as variações que irão ocorrer durante o período de gestação e mudanças no seu organismo e prepará-la para acolher o seu bebê, auxiliando a adolescente a passar por essa trajetória de intensas modificações. 
AÇÕES E PROMOÇÕES NA ÁREA DA SAÚDE PARA ESSAS ADOLESCENTES GRAVIDAS
Os fundamentos da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde vigente no Brasil foram difundidos pela Organização Pan-americanas de Saúde (OPAS), que nos anos de 1970 deu início a estudos sobre a formação dos trabalhadores da área, visando às mudanças científico-tecnológicas, econômicas e sociais. No Brasil, a discussão sobre recursos humanos foi sistematizada na VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1988, como uma sugestão de Conferência Nacional de Recursos Humanos na Saúde (MOREIRA, 2010). Na Constituição de 1988, que institui a criação do SUS (Sistema Único de Saúde) é dito que compete ao SUS dispor a formação de recursos humanos na área da saúde.
Em 2003 por meio de esforços da Secretaria da Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (SGTES), a formação de recursos humanos, ganha fundamentação com a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos para o SUS (NOB/RH) e colaborou para a criação da Política Nacional de Formação e Desenvolvimento para o SUS: Caminhos para a Educação Permanente em Saúde e as bases para os Polos ou Rodas de Educação Permanente em Saúde. O Ministério da Saúde tomou a constituição dos Polos ou Rodas de Educação Permanente em Saúde, como interesse interinstitucional e local, hábil de articulações interinstitucionais e com a atribuição precípua de aproximar as necessidades de saúde da região e nortear as ações de educação permanente em saúde (SARRETA, 2009).
A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) foi instituída em 18 de fevereiro de 2004, com a Portaria GM/MS n.198, consolida-se como uma tática de formação e desenvolvimento dos trabalhadores para a saúde (MOREIRA, 2010). A PNEPS sofreu alterações em 2007, através da Portaria GM/MS n. 1996, de 20 de agosto de 2007, para a convergência das diretrizes do Pacto pela Saúde de descentralização e regionalização. Essa política autoriza a identificação das demandas de formação e de desenvolvimento dos trabalhadores da área da saúde e a construção de estratégias e processos que qualifiquem a atenção e a gestão em saúde e promovam o controle social (CAROTTA, et al, 2009). A regulamentação de uma política de educação em saúde foi pioneira, com vistas a superação de programas de capacitação e atualização de recursos humanos. A PNEPS propõe uma mudança conceitual, de transformar a rede pública de saúde em uma rede de ensino aprendizagem no trabalho (CECCIN, 2005).
O lugar de trabalho faz-se espaço para aprender, o conhecimento e realidade dos profissionais de saúde e da população são levados em consideração. Com um viés problematizador, analisa as especificidades de cada território. A educação constante busca atualização técnico-científica em conjunto com o desenvolvimento de habilidades técnicas e subjetivas, pois estas dimensões compõem a formação e o desenvolvimento profissional.
O investimento nos profissionais de saúde, por intermédio da educação permanente, é uma das táticas mais usadas para enfrentar os problemas de desenvolvimento dos serviços de saúde. Diante disso, adapta a compreensão dos contextos vividos e a articulação com a rede de atendimento da própria saúde e demais políticas públicas. Investir na educação permanente em saúde é oferecer elementos para mudança na concepção e nas práticas de saúde, alteração no olhar sobre o processo de adoecimento, o que procede na mudança institucional.
O ponto de partida da educação permanente é a prática concreta, com suas especialidades e características distintas, a partir dela os profissionais da saúde são estimulados a perguntar o porquê dos problemas em relação aos usuários dos serviços e em relação ao próprio sistema de saúde. Melhor dizendo, a educação permanente é ascendente e descentralizada, pois valoriza o local, coliga as necessidades a partir das experiências cotidianas, identifica as dificuldades do artifício e da qualidade do trabalho, sem perder de vista a cautela de qualidade, a integralidade e a humanização dos serviços proporcionados. Por isso, a educação permanente harmoniza uma mudança institucional, fundamentada na mudança de postura dos profissionais de saúde em sentirem-se parte e agentes do sistema de saúde brasileiro.
Os autores, Ceccin e Feuerwerker (2004), tutelam como integrantes do processo deformação dos profissionais da saúde, o “quadrilátero da formação” no SUS: ensino, serviço, gestão e controle social. Os autores creem a formação como “projeto educativo que extrapola a educação para o domínio técnico-científico da profissão e se alarga pelos aspectos estruturantes de relações e de práticas em todos os componentes de interesse ou importância social que colaborem à elevação da qualidade de saúde da população” (2004, p. 42). A juntura destes quatro elementos é categórica para construir e organizar uma educação capaz de operar mudanças, alterar processos, abarcar os diversos participantes do sistema de saúde como protagonistas e identificar situações e indivíduos, processos e instituições como alvo de informação, invenções e intervenções. São “aspectos éticos, estéticos, tecnológicos e organizacionais, agindo em correspondência, agenciando atos permanentemente reavaliados e contextualizados” (2004, p. 59).
Outra informação importante a respeito dos serviços já existentes mostrou que as orientações fornecidas são decodificadas como uma forma de apoio durante a gravidez no que se menciona à prevenção (Godinho e col., 2000; Damian, 2003). Porém, as maiorias dos programas de saúde da família não têm alcançado, até o momento, realizar um trabalho de educação sexual entre os adolescentes (Borges e col., 2006). Todavia, estudos advertem que boa parte dos adolescentes recebe informações sobre contracepção, sendo a pílula e o preservativo os mais populares e utilizados. No entanto, registram-se elevada inadequação na utilização dos métodos contraceptivos, demonstrando a falta de serviços devidamente aptos para transmitir orientações e atendimento adequado aos adolescentes (Vieira e col., 2006).
Ultimamente, a Estratégia da Saúde da Família – ESF tem-se mostrado como o ponto de partida mais favorável para redirecionar as ações programáticas até então estabelecidas para o grupo de adolescentes nas diferentes áreas de abrangência dos serviços de atenção básica de saúde.
Como podemos notar estruturar políticas públicas para atender à gravidez na adolescência é de grande importância, atuar intersetorialmente, ou seja, considerando as implicações na saúde e na educação, com tudo o que está ligado a cada uma dessas áreas.
No entanto, observamos que alguns avanços foram obtidos na consolidação e na efetividade da política de assistência social no Brasil, ela ainda encontra-se permeada por avanços e retrocessos. Dentre os atrasos, confirmamos a dificuldade de inserção dos usuários nos espaços de participação, como por exemplo, nos fóruns, conferências e nos conselhos, compreendendo assim, que não há uma participação essencial em que o usuário possa tomar posse de seu protagonismo encaminhando-se para uma autonomia que o leve para uma liberdade política emancipatória.
Dessa forma, vale ressaltar que os profissionais que atuam na política de assistência social não devem se limitar á mera execução do que consta nos documentos, e sim, relativizar as situações apresentadas, buscando a emancipação dos sujeitos. Lembramos ainda, que a forma que os programas e serviços vêm sendo efetuados no que diz respeito a sua focalização e seletividade, faz com que se devolva um caráter esmolatório da assistência social, proporcionada como uma política voltada apenas para pobres tornando os usuários do sistema estigmatizados. Frisamos que, mesmo diante de inúmeros avanços concernentes à política de assistência social como direito de cidadania, ainda assim há muito que se avançar.
Sendo assim, entendemos que para as políticas sociais se tornarem mais dinâmicas e efetivas em suas formulações é necessário que a encargo social se torne um compromisso e um dever, sobretudo no que tange a participação dos usuários das redes socioassistenciais avançando assim, na possibilidade de construção de um novo projeto societário.
 A chegada de pílulas anticoncepcionais, programas de planejamento familiar e um controle determinante sobre o número de filhos, com a realização de esterilizações de homens e mulheres jovens, surgem como tática implementada, mas embora de todo o cuidado e discurso médico são possíveis afirmar que o principal desafio imposto para as políticas públicas nesta área está em atingir um grande contingente de adolescentes a cada estratégia planejada (Souza, 2006).
Assim sendo, a escola torna-se um local privilegiado para expansão da educação sexual. "Daí a recorrente evocação do papel que esta tem a exercer sobre essa problemática social." (Altmann, 2007). Releva a necessidade de a escola tomar parte da orientação sexual devido aos aumentos dos casos de gravidez e de DST/AIDS entre jovens, foi empregada, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a entrada transversal do assunto como medida de prevenção e de promoção de saúde para os estudantes. Na prática, são os livros didáticos de ciências os que se aproximam da temática e, com problema de implementação, a proposta inicial aparece muito mais como um ideal, do que como o que é de fato realizado no dia a dia da escola (Altmann, 2007). Estudos marcam que a citada dificuldade ou até mesmo a ausência de educação sexual nas escolas pode ser um dos fatores adjuntos à ocorrência de gravidez indesejada na adolescência (Godinho e col., 2000). Porém, torna-se difícil avaliar o papel da escola, tendo em vista que a grande maioria das adolescentes abandona os estudos após a gravidez apesar de mencionarem que a escolarização forma parte de um projeto de realização também pessoal, ocupando, junto com a maternidade, um lugar central nas suas vidas (Godinho e col., 2000; Pantoja, 2003).
Contudo as ações instituídas pelo Ministério da Saúde e demais órgãos afins, não realizam estratégias de ações na sua totalidade, em decorrência de inúmeros fatores: capacitação profissional, estrutura física e humana, aspectos culturais, escolaridade do público alvo, ações fragmentadas do poder público, não abrangendo a interdisciplinaridade (médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, psicólogos, assistentes sociais, professores entre outros), já que na prática há ainda dificuldades em desenvolver ações em conjunto nas mais diversas áreas no Brasil.
LIMITES E DESAFIOS DO SERVIÇO SOCIAL NA SAÚDE
Perante os interesses atribulados em relação à solidificação do SUS e a inclusão do Assistente Social na Saúde também é contraditória e depara diferentes demandas para atuação deste profissional. Segundo Iamamoto (2008) a organização social capitalista insere diversas armadilhas no dia-a-dia do profissional que devem ser objetos de atenção. E é com essa perspectiva que o Assistente Social deve descobrir as contradições postas no seu cotidiano profissional.
Conforme o documento Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Saúde (2010) os profissionais são direcionados pelo projeto privatista a trabalharem “a seleção socioeconômica dos usuários, atuação psicossocial por meio de aconselhamento, ação fiscalizatória aos usuários dos planos de saúde, assistencialismo por meio da ideologia do favor e predomínio de práticas individuais”, e em contrapartida, o projeto de Reforma Sanitária apresenta como principais demandas do serviço social na saúde questões como: “democratização do acesso às unidades e aos serviços de saúde; estratégias de aproximação das unidades de saúde com a realidade; ênfase nas abordagens grupais; acesso democrático às informações e estímulo à participação popular” (CFESS, 2010, p. 26). 
No que compete o posicionamento do Serviço Social diante das demandas expostas, sabe-se que há uma estreita relação entre o Projeto Ético-Político profissional e o de Reforma Sanitária, por meio da relação entre os princípios, contribuição e referências teóricas e metodológicas, além da semelhança no momento histórico em que estes Projetos são construídos, ambos no processo de redemocratização da sociedade brasileira nos anos de 1980 como já citamos. 
Assim para uma atuação harmônica com as orientações éticas da profissão e que realmente alcance a essênciada problemática da saúde e o fortalecimento do compromisso com a classe trabalhadora, se faz necessário ser coeso com princípios pautados pelo Projeto de Reforma Sanitária. 
Entretanto, ressaltam-se como limites da pratica profissional no campo da Saúde a forte presença da perspectiva monarca que se manifesta na descrença da Saúde enquanto política pública universal, na necessidade da construção de um saber específico e fragmentado a exemplo da prática médica, na auto representação dos assistentes sócias enquanto sanitaristas após realizarem a formação em saúde pública, e na intervenção fenomenológica denominada Serviço Social Clínico (CFESS, 2010).
Além do que, muitas vezes a pratica do Serviço Social somente é avaliada no atendimento direto ao usuário em nível de assistência, sendo desprezados nos cargos de gestão, assessoria e planejamento.
As novas demandas como gestão, assessoria e a pesquisa, consideradas como transversal ao trabalho profissional e explicitadas na Lei de Regulamentação da Profissão (1993) e nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS (1996), na maioria das vezes, não são assumidas como competências ou atribuições profissionais (CFESS, 2010).
Para uma prática profissional coerente a categoria deve levar em conta o conceito ampliado de Saúde, não mais compreendida enquanto ausência de doença, mas sim enquanto fruto das relações sociais e destas com o meio físico, social e cultural. Dessa forma, o agir profissional deve superar a perspectiva biologista e distanciar-se de praticas paramédicas e da fragmentação do conhecimento, pois o trabalho com os aspectos sociais que determinam o processo saúde-doença exige o conhecimento e visão generalistas, que trabalhem com sujeito em sua totalidade.
 Para Bravo e Matos (2009), um desempenho competente do Serviço Social na Saúde implica:
-Estar articulado e sintonizado ao movimento dos trabalhadores e de usuários que lutam pela real efetivação do SUS; 
-Conhecer as condições de vida e trabalho dos usuários, bem como os determinantes sociais que interferem no processo saúde-doença; 
- Facilitar o acesso de todo e qualquer usuário aos serviços de saúde da instituição e da rede de serviços e direitos sociais, bem como de forma compromissada e criativa não submeter à operacionalização de seu trabalho aos rearranjos propostos pelos governos que descaracterizam a proposta original do SUS de direito, ou seja, contido no projeto de Reforma Sanitária; 
- Buscar a necessária atuação em equipe, tendo em vista a interdisciplinaridade da atenção em saúde; 
-Estimular a intersetorialidade, tendo em vista realizar ações que fortaleçam a articulação entre as políticas de seguridade social, superando a fragmentação dos serviços e do atendimento às necessidades sociais; 
-Tentar construir e/ou efetivar, conjuntamente com outros trabalhadores da saúde, espaços nas unidades que garantam a participação popular e dos trabalhadores de saúde nas decisões a serem tomadas; 
- Elaborar e participar de projetos de educação permanente, buscar assessoria técnica e sistematizar o trabalho desenvolvido, bem como realizar investigações sobre temáticas relacionadas à saúde; 
- Efetivar assessoria aos movimentos sociais e/ou aos conselhos a fim de potencializar a participação dos sujeitos sociais contribuindo no processo de democratização das políticas sociais, ampliando os canais de participação da população na formulação, fiscalização e gestão das políticas de saúde, visando ao aprofundamento dos direitos conquistados (CFESS, 2010, p.30).
É presente, portanto, a importância do trabalho do Assistente Social para concretização do SUS. A preocupação central do Serviço Social na saúde deve ser a identificação dos estorvos existentes para a efetivação do projeto de reforma sanitária e do projeto ético político. Para Costa (2009), “o assistente social se insere, no interior do processo de trabalho em saúde, como agente de interação ou como um elo orgânico entre os diversos níveis do SUS e entre este e as demais políticas sociais setoriais, o que nos leva a crer que o seu principal papel é assegurar a integralidade das ações”.
Trazendo como referencia os aspectos discutidos anteriormente, confirma que há uma distância entre o SUS real e o SUS constitucional, distância essa que precisa ser cursada rumo à efetivação da proposta do movimento sanitário. Compreende-se como pano de fundo desde cenário a grande desordem entre o projeto privatista e o Projeto de Reforma Sanitária para saúde pública, universal e integral.
Nesta ocasião, observa-se a força que a iniciativa privada vem ganhando gradativamente no espaço público, além da clara perspectiva que se consolida a cada dia de que o SUS é designado àqueles que não têm acesso ao sistema privado, ou seja, assiste-se ao desmonte dos direitos conquistados na Constituição Federal de 1988, a o desrespeito aos princípios estruturantes da tentativa de instauração da proteção social brasileira.
Prosseguir na luta pela efetivação da saúde publica de qualidade solicita a retomada da força do Projeto de Reforma Sanitária e o resgate do seu caráter político e ideológico. Existe inegavelmente um caráter revolucionário nas características do movimento sanitário, pois possui um potencial transformador que ultrapassa a esfera do setor saúde e aponta para mudanças societárias, portanto a o movimento da Reforma Sanitária brasileira não se acaba com instituição do SUS.
No que dizer respeito o posicionamento do Serviço Social, sabe-se que há uma precariedade relação entre o Projeto Ético-Político profissional e o de Reforma Sanitária. E existe uma relação entre os princípios, aportes e referências teóricas e metodológicas. Os estudos comprovaram a semelhança no momento histórico em que estes Projetos são construídos, ambos no processo de redemocratização da sociedade brasileira nos anos de 1980.
São projetos que apontam a aversão das organizações de trabalhadores da sociedade brasileira em uma luta contra hegemônica, a favor da democracia e da participação social. Iamamoto (2008) elucida o trabalho do assistente social e a importância da adoção de estratégias profissionais:
As condições que peculiarizam o trabalho do assistente social são uma concretização da dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade. Como as classes sociais só existem em relação, pela mútua mediação entre elas, o trabalho profissional é necessariamente polarizado pela trama de suas relações e interesses, tendendo a ser cooptado pelas que têm uma posição dominante. Reproduz, também, pela mesma atividade interesses contrapostos, que convivem em tensão. Responde tanto a demandas do capital e do trabalho, e só pode fortalecer um ou outro pólo pela mediação de seu oposto. Participa tanto dos mecanismos de exploração e dominação, quanto, ao mesmo tempo e pela mesma atividade, da resposta às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora, da reprodução do antagonismo desses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o motor da história (IAMAMOTO, 2008, p. 170).
A saúde se estabelece como espaço de resistência e conflitos entre os interesses do capital, que se revela no desempenho do projeto privatista, e os interesses da classe trabalhadora, representado pelo projeto de Reforma Sanitária. No que diz respeito este conflito, diferentes requisições são conduzidas ao assistente social atuante na área da saúde.
Enfatiza-se, que as apropriações do debate crítico sobre a saúde distinguiram-se como fundamental à categoria profissional dos Assistentes Sociais, uma vez que fundamenta e fortalece sua atuação. O desafio congregado pela categoria profissional apresenta-se neste compromisso:
[...] as entidades do Serviço Social tem por desafio articular com os demais profissionais de saúde e movimentos sociais em defesa do projeto de Reforma Sanitária, construído a partir de meados dos anos de 1970. Tem-se por pressuposto que transformações estruturais nas políticas sociais, e na saúde em particular, só serão efetivadas por meio de um amplo movimentode massas que questione a cultura política da crise gestada pelo grande capital e que lute pela ampliação da democracia nas esferas da economia, da política e da cultura. (CFESS, 2010, p.23)
Assim, o Serviço Social enquanto profissão que tem como compromisso ético e político a defesa acirrada dos direitos sociais e da classe trabalhadora no processo da luta de classes carece apropriar-se da discussão proposta neste trabalho para o fortalecimento do Projeto de Reforma Sanitária, o qual está afinado ao Projeto Ético político Profissional.
O conhecimento e reflexão dos conceitos apontados fundamentam a adoção de um posicionamento crítico em amparo do direito a saúde pública de qualidade, ajustada nos princípios da universalidade, integralidade, autonomia, igualdade e informação, garantidas pelo SUS (BRASIL, 1988). Este posicionamento em defesa da Reforma Sanitária, que auxilia o conceito ampliado de saúde, a luta pela garantia do acesso universal à saúde e contra as formas de mercantilização da mesma é convergente com o Código de Ética e o Projeto Ético Político Profissional do Assistente Social.
Refletindo no profissional, Assistente Social e seu trabalho no campo da Saúde, entendemos que sua formação consente um trabalho mais intenso da realidade social e da instituição onde está inserido; esta é uma das competências que o diferencia das demais profissões, o que permite: (...) uma visão global das condições de vida dessa população, a discussão do processo de adoecimento, o resguardo e efetivação dos seus direitos em um sistema público e universalizado. Entretanto, este atendimento não se restringe aos limites da política de saúde, (...) „‟é necessário que se acesse e articulemos outras políticas públicas e/ou sociais bem como instituições que envolvam direitos de cidadania, exigindo do assistente social uma prática baseada na razão crítica e na compreensão dos usuários como sujeitos de suas histórias de vida‟‟(ANJOS, 2005, p. 2).
 Sua prática necessita expressar não apenas a capacidade de saber fazer, mas suas verdadeiras intenções, sua posição frente às situações. A extensão política da profissão procura ampliar a participação social, estimulando os usuários do SUS, por exemplo, a participarem dos conselhos, conferências, na defesa de seus direitos. 
São deveres do Assistente Social: „‟contribuir para a alteração da correlação de forças institucionais, apoiando as legítimas demandas de interesse da população usuária e empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, através dos programas e políticas sociais‟‟ (CFESS, 2005, p. 25), compreendendo e a transformação da realidade como um procedimento que exige a participação da população.
Os assistentes sociais em seu cotidiano de trabalho estão inseridos em uma realidade contraditória na qual, em meio ao aumento da demanda por serviços sociais há a redução do financiamento das políticas sociais promovidas pelo processo de reforma do Estado. Identifica-se ainda que seu exercício profissional e suas condições de trabalho estão cada vez mais precarizadas (CAVALCANTE, PREDES 2010). 
Contudo, em meio a tantos desafios, é fundamental enfatizar a importância da necessidade de o profissional Assistente Social esquematizar suas ações e intervenções pautadas na ética e no compromisso sério com os seres humanos. Pensando sobre mais qualidade nos serviços prestados à população, fazer referência a importância da documentação no cotidiano do trabalho do Assistente Social, pois esse aspecto facilita e permite um atendimento de qualidade ao usuário, principalmente quando mais de um profissional interfere na mesma situação. Também possibilita uma maior organização das informações que poderão ser empregadas no sentido de avaliarmos as ações desenvolvidas, melhorando cada vez mais os serviços prestados à população. 
 No entanto, é necessário ainda entendermos e meditarmos esses novos espaços, a sua representatividade, suas condições de trabalho, os interesses que transpassam a reprodução das relações sociais e até mesmo de que forma esses novos espaços dão oportunidade a um exercício profissional tendo em vista o Código de Ética da Profissão. Este que aconselha a liberdade como valor ético central e o compromisso com autonomia e valores emancipatórios dos indivíduos. A própria compreensão da função do assistente social nesses novos espaços já se conforma como um desafio para a profissão, de forma que os mesmos sejam conscientemente ocupados e sirvam de instrumentos de consolidação dos princípios da ética profissional e de superação da ordem social do capital.
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ATENDIMENTO AS ADOLESCENTES GESTANTES trabalho na área da saúde para esse as adolescentes gravidas
Conforme Bourguignon (2005), ao analisar o caminho percorrido pelo Serviço Social como profissão atual na divisão sócio técnica do trabalho, pode-se afirmar que a carreira tem uma história de progressos e conquistas na finalidade de firmar uma produção de conhecimento que lhe dá suporte teórico e metodológico, para intervir na realidade social de uma maneira crítica e criativa e que esse método de intervenção se faz embasado em um Projeto Ético Político Profissional comprometido com os interesses coletivos dos cidadãos, com a construção de uma sociedade justa e com as ações sucedidas do cotidiano profissional. 
A década de oitenta surgiu como um período de amadurecimento da produção teórica do Serviço Social, e a Universidade foram à principal figurante desse processo. Depressa a década de noventa representou progressos em relação à consolidação do Projeto Ético Político da profissão, o que se faz presente nas propostas empossadas à formação e na direção social da profissão, aspectos imprescindíveis à reconstrução crítica e à consolidação da própria natureza do serviço Social.
Devemos lembrar que os avanços são procedentes de um processo histórico vivido pela profissão e observa-se que sua renovação é marcada por um processo que aponta três direções conforme as afirmações de Netto (1998) mencionado por Bourguignon (2005): 
[...] aponta três direções principais para o processo de renovação do Serviço Social: a perspectiva modernizadora que se desenvolve no período pós-64 até meados da década de setenta, no qual se dá a modernização das concepções profissionais, buscando adequar a profissão às estratégias de desenvolvimento capitalista; reatualização do conservadorismo, que se dá em meados da década de setenta, como uma vertente que busca romper com a tradição positivista presente na profissão e rejeita a perspectiva marxiana, voltando-se para a inspiração fenomenológica; intenção de ruptura com o serviço Social tradicional que atravessa os fins dos anos 70 e inicio dos anos 80, que efetivamente contribui para a renovação cultural da profissão (NETTO, 1998 apud BOURGUIGNON 2005, p. 34). 
É a partir dos anos de 1980, que, de maneira mais sistemática, firma-se a discussão acadêmica do Serviço Social, marcando um processo de ruptura com o tradicionalismo presente desde o nascimento da profissão. Esse procedimento de desligamento com o conservadorismo criou, dentro da profissão, uma cultura que reconhece a diversidade teórico-metodológica. Entretanto a tradição marxista fortifica-se como uma direção suprema para o Projeto Ética Político profissional, mesmo que não homogênea.
Para Bourguignon (2005), os anos de 1980 apontam o reencontro da profissão consigo mesma no que se menciona à procura por constituir novas bases para o entendimento do seu passado histórico, das características de sua prática na sociedade assinaladas por relações de classes, da sua ligação com o Estado e com as forças da sociedade civil e da sua atitude em relação às necessidades sociais cada vez mais complicadas, estabelecendo-se no contexto da divisão sócio técnica do trabalho. Essa aproximação com o marxismo coloca como ponto central os princípios de democracia, liberdade, justiça sociale dignidade humana. Esses princípios são definidos e explicitados no Código de Ética de 1993, marco expressivo para a profissão na década de noventa. 
Com certeza, os anos de 1980 e 1990 marcam, historicamente, avanços e conquistas para a profissão nos seus diversos campos de atuação, bem como no processo de formação e de fortalecimento como área de produção de conhecimento. Bourguignon (2005 marca, ainda, que no movimento das transformações societárias e, de forma essencial, no movimento de repensar o Serviço Social há um artifício de construção e de afirmação de um Projeto Ético Político compromissado com a cidadania e de renovação da direção social da formação profissional.
A partir do Projeto Ético Político do Serviço Social, firmado nos anos de 1990, o objeto de intervenção do assistente social consolida-se como o trato nas diferentes expressões da “Questão social” e que segundo Iamamoto: 
Não é se não as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão (IAMAMOTO, 1993, p. 77).
É no conflito entre a reprodução da desigualdade e o movimento das classes sociais que os assistentes sociais operam envolvidos em um terreno de interesses opostos os quais não podem ser abolidos, pois fazem parte da vida em sociedade. Os profissionais de Serviço Social trabalham com múltiplos procedimentos da “Questão Social” e como eles se expressam no cotidiano dos sujeitos sociais a partir das políticas sociais e das atitudes de organização da sociedade civil na busca por direitos sociais, políticos e civis. Coligar as novas formas pelas quais a “Questão Social” se expressa é essencial para o Serviço Social, para que se permita compreender as diversas expressões que esta assume na contemporaneidade.
No Brasil a “Questão Social” revela de inúmeras formas na vida dos indivíduos sociais, enfatizando aqui a gravidez na adolescência como uma das expressões presentes no cotidiano da sociedade. O caso é que a maternidade no período da adolescência aumenta em todas as classes sociais, tornando-se um desafio que fazer jus a preocupação e reflexão sucessiva por parte dos profissionais. 
Enfatizando o papel e o trabalho do Assistente Social em meio a questão abordada nesse trabalho um conjunto de deveres e direitos está posto seu código de Ética profissional e um dos deveres é garantir a plena informação. O profissional deve ajudar o usuário nas suas escolhas, sem, no entanto interferir na sua decisão. Para o Serviço Social a autonomia é fundamental como valor da dignidade de todo ser humano especificado nos pressupostos da profissão. Entende-se que ter autonomia é ter liberdade, é poder fazer suas próprias escolhas. Segundo o dicionário Aurélio1 “A autonomia é a faculdade de se governar por si mesmo (...) é a condição pela qual o homem escolhe as leis que dirigem sua conduta com autodeterminação, liberdade, independência moral ou intelectual”. Para que por meio dessa conquista, procurem o conhecimento de quais são os seus direitos, e isto aconteça na sua qualidade de vida com a efetivação de seus direitos sociais, e que se faz necessário interagir com este grupo. Como afirma Paulo Freire:
(...) a educação deve proporcionar três (3) impactos relevantes: 1º) o fomento da consciência crítica - saber pensar, questionar, argumentar, construir (...) -2º) o fomento à cidadania organizada- a cidadania coletiva é decisiva; organizar consciências críticas, para que juntas possam realizar confronto com chaves de vitória-3º) o fomento às intervenções alternativas passar da teoria para a prática, ou seja, montagem da nova práxis (...). (FREIRE2, 2001a, p94).
Por meio das ações realizadas pelo Serviço Social, desempenhar a autonomia do sujeito, que para Paulo Freire se configura enquanto: “O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder aos outros”. (FREIRE3, 1996b, p.59). A autonomia, assim sendo não é um favor, mas precisa ser fomentada e eticamente respeitada, para que desta maneira haja escolhas a fim de conquistar a cidadania organizada.
Linhares (2004) abrange que o adolescente que procura conselho quanto à anticoncepção deseja saber o método a escolher, seu efeito e os riscos decorrentes. É indispensável que os Assistentes Sociais tenham conhecimento sobre o funcionamento, eficácia, benefícios e desvantagens daquilo pela qual se almeja intervir e se disponham a um aconselhamento amplo, claro, honesto, advertindo a importância dos métodos de contracepção não apenas em relação à gravidez indesejada, mas também em relação à DST e AIDS. Reservando-lhes sempre o direito de escolha. Ao chegar à adolescência e sexualidade deve estar claro que a sexualidade não é um fenômeno que aparece na adolescência, mas segue o indivíduo desde seu nascimento. O ser humano ao nascer, já começa a desenvolver sua própria sexualidade. No entanto, em uma sociedade que erotizou o sexo, incentiva sua prática a qualquer custo, as pessoas perdem o referencial.
A sexualidade em que vive os adolescentes hoje contrai a forma do contexto cultural em que ele se insere. Ela é clássica pela imagem e pelos valores vigentes no contexto onde está inserido. Não há uma determinação biológica que nutra um definitivo acerca do sexual. Nada esta definitivamente estabelecida. Costa (1994) diz: “Tudo está permanentemente sujeito a revisão, pois cada sociedade inventa a sexualidade que pode inventar”. É fundamental entender o comportamento sexual e social do adolescente dentro do contexto social, pois a direção da sexualidade é bastante determinada pelo contexto.
A educação para a sexualidade deve prioritariamente enfocar aspectos afetivos, prazerosos e éticos da sexualidade, para posteriormente informar sobre anticoncepção, reprodução e doenças, dentre outros problemas. Deve ser um processo contínuo, vinculado à formação de crianças e jovens, oferecendo, além de informações científicas, esclarecimentos para a compreensão e o desenvolvimento da sexualidade de forma plena e saudável, sem angústias e culpas, em diferentes momentos da vida. ( SILVA apud PEREIRA et AL,2007)6 ,p.28).
Como já abordamos no trabalho acima, a sexualidade dos adolescentes inúmera vezes entra em colisão com os projetos que a sociedade lhes inflige: Antes de terem filhos é sucinto que terminem os estudos, estejam trabalhando, tenham um bom salário e condições de formarem família.
O trabalho de orientação sexual deve-se nortear pelas questões que pertencem à ordem do que pode ser aprendido socialmente, preservando assim a vivência singular das infinitas possibilidades da sexualidade humana, pertinente à ordem do que pode ser prazerosamente aprendido, descoberto ou inventado no espaço da privacidade de cada um (PCN’s7 , 1998, p. 315).
O questionamento sobre a sexualidade não deve restringir-se ao tratamento de questões biológicas e reprodutoras, precisam abranger um questionamento mais amplo sobre o sexo, seus valores, aspectos preventivos, para o indivíduo como forma de exercício da cidadania.
 Para Aldrighi (2004), um serviço de orientação em saúde sexual e reprodutiva para adolescentes deve estar preparado para entender e atender a essas especificidades, proporcionando aos e as adolescentes o direito a uma atenção eficaz e de qualidade. 
Para o Serviço Social o atendimento ajusta-se na abordagem educativa e reflexiva referindo-se a orientar e informar sobre direitos e deveres do usuário, e não será desigual, caso os usuários sejam adolescentes. Outro jeito é: Falar de sexualidade na adolescência é falar de projeto de vida futura.
Os adolescentes têm todo o direito ao prazer. Precisam aprender a considerar, também, os aspectos reprodutivos de sua sexualidade genital e, portanto agirresponsavelmente, prevenindo-se de gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis / AIDS. (PCNs, OP.CIT., 1998, p. 304)
De tal modo, como nos afirma os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a sexualidade invade sentimentos que precisam ser percebidos e respeitados. Envolve também crenças e valores. Advém em um determinado contexto sociocultural e histórico, que tem papel determinante nos comportamentos. Nada disso deve ser ignorado quando se fala de sexualidade com os adolescentes. O papel de problematizador e orientador, que cabe ao educador, são essenciais para que os adolescentes aprendam a refletir e tomar decisões lógicas com seus valores, no que diz respeito a sua própria sexualidade, ao outro e ao coletivo, conscienciosos de sua inserção em uma sociedade que incorpora a diversidade. Assim o profissional de Serviço Social ao abranger que a sexualidade na adolescência não é um problema social e sim um tema de direito a educação sexual, de usufruto de seus direitos e reprodutivos no que existe de específico a essa faixa etária pode atuar e alargar o diálogo e a reflexão, a fim de esclarecer questões e auxiliar o adolescente na superação de suas dificuldades e não cominar modelos de comportamento que, além de não garantirem suas necessidades reais, poderão ferir alguns de seus direitos básicos.
O Serviço Social, entendendo que a anticoncepção é encargo dos adolescentes. Aponta que o direito a contracepção está afirmado pela Constituição Federal, entendendo que antes de empregar qualquer método, é preciso ter informação sobre todos eles, porque só assim os adolescentes cumprirão o poder de escolha de acordo com a sua realidade. O Ministério da Saúde (2006) ressalta,
[...] com relação à escolha de métodos anticoncepcionais, não se deve promover a massificação de determinado método na população em geral ou mesmo em grupos específicos, como no caso em foco, na população adolescente de maior vulnerabilidade social, pois essa escolha deve ser personalizada, levando-se em consideração as características individuais, as condições de vida e de saúde das pessoas. (MINISTÉRIO DA SÁUDE9, 2006).
Assim sendo, torna-se indispensável aprofundar alguns conceitos relacionados à sexualidade do adolescente e alguns recursos utilizados para evitar a gravidez ou o contágio do vírus da AIDS e doenças sexualmente transmissíveis.
Rubens Alves em GAIOLAS OU ASAS (p.7) afirma “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.” Como o Assistente Social também vivencia ações educativas em vários espaços de trabalho, empreguei a frase contextuando com a profissão do Serviço Social. O profissional de Serviço Social como agente educador não deve ser “gaiola”, pois a gaiola coopera para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros presos são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm dono, ou seja, deixaram de serem pássaros. Porque a cerne dos pássaros é o voo.
Profissionais que são asas não aceitam pássaros engaiolados. O que eles apreciam são os pássaros em voo. Eles existem para dar aos pássaros força para voar. Ensinar o voo, isso o profissional não pode fazer. Porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. 
O profissional de Serviço Social ao entender que a sexualidade não é um fenômeno que aparece na adolescência, mas acompanha o indivíduo desde seu nascimento, assim como o voo dos pássaros. Ele precisa pautar-se na abordagem educativa e reflexiva visando orientar e informar sobre direitos e deveres do adolescente, a fim de elucidar questões e auxiliar na superação de suas dificuldades, sem impor modelos de comportamento. O período de adolescência é marcado por um conjunto de transformações no corpo, na mente e nas relações sociais.
Foram apontadas várias situações que podem estar relacionadas com o comportamento dos adolescentes, entre eles: o despreparo para lidar com a sexualidade, preconceitos, onipotência, baixa autoestima, dificuldade de tomar decisão e precisão de afirmação grupal. Neste universo emocional torna-se necessário que estes adolescentes cresçam em conhecimentos e habilidades, que os auxiliem na adoção de comportamentos saudáveis no exercício da sua sexualidade.
Contudo o trabalho do assistente social, exercendo o papel na educação e na área da saúde social, no desígnio de tornar mínima a gravidez precoce, é de fato essencial no âmbito das famílias que enfrentam tal realidade, bem como a sociedade sujeita as consequências do fato, visto que, o Serviço Social é uma profissão que tem características singulares. Para Netto (1996), ela não atua sobre uma única sociedade humana, nem se destina a todos os homens de uma sociedade. Sua especificidade está no fato de atuar sobre todas as necessidades humanas de uma dada classe social.
O profissional de Serviço Social é aqui, também considerando na sua condição de intelectual. (...) para que essa categoria não constitui um grupo autônomo e independente das classes fundamentais; ao contrário, tem o papel de dar-lhes homogeneidade e consciência de sua função, isto é, de contribuir na luta pela direção social e cultural dessas classes na sociedade. Trata-se do “organizador, dirigente técnico” que coloca a sua capacidade a serviço da criação de condições favoráveis à organização da própria classe a que se encontra vinculado. (Iamamoto, 2008 p. 87).
Eis então que o serviço social é necessário às classes sociais formadas pela população subalterna, pauperizadas e excluídas dos serviços e riquezas dessa mesma sociedade. A clientela do Serviço Social se configura como os fragilizados socialmente e que necessitam de uma mediação profissional para terem acessos aos serviços que lhe são direitos adquiridos.
O trabalho do Serviço Social na Maternidade tem por objetivo desenvolver ações ou intervenções junto à clientela, tendo uma visão da totalidade da realidade social onde este cidadão está inserido, sensibilizando-o enquanto usuário, aos direitos e serviços a ele oferecidos. Quanto à atuação junto à população adolescente que atravessa o fenômeno da gestação precoce, esta atuação precisa ser mais comprometida, pois este quadro se configura como uma problemática social de grandes proporções para a vida dos adolescentes envolvidos e principalmente da criança.
Para Iamamoto (2007), o profissional necessita garantir um acordo mútuo do Serviço Social com os tempos atuais, dessa forma, é necessário romper com a visão endógena, ou seja, uma visão de "dentro para fora", visão prisioneira dentro dos limites institucionais. Além de ter que desenvolver a capacidade de entender a realidade e ter que construir intervenções criativas para efetivar direitos, de modo que seja propositivo e não somente executivo. Porém, para que isso aconteça, e até mesmo o mercado de trabalho demanda isto, o profissional de Serviço Social, além de executor precisa trabalhar na formulação de políticas públicas e na gestão de políticas sociais.
Sob este aspecto e diante dos aspectos que configuram o Assistente Social como um trabalhador social é o que o torna de extrema necessidade para a realidade do nosso país. Pode-se dizer que sua atuação não pode ser indiferente à educação sexual na adolescência já que a posição de orientador também lhe é requerida. Portanto, é de suma importância que o profissional de Serviço Social esteja apto para tal tarefa e esteja comprometido com o seu projeto ético-político e com este segmento da população que merece atenção.
Neste sentido fica evidente o papel do assistente social não só para casos específicos, mas sua contribuição beneficia de forma considerável a sociedade de modo geral.
conclusão
Pude perceber com o atual estudo, que a perda dos valores da família e das relações interpessoais entre pais e filhos, a falta de questionamentos de assuntos acerca da sexualidade e da contracepção, tão presentes na atual sociedade, coopera para uma gravidez precoce, pois leva a adolescente a associar tal fato a uma

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