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TRABALHO FILOSOFIA

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1) O pluralismo semântico apresentado pela palavra direito surge pela multiplicidade de relações que o direito mantém com outros campos da existência humana. A conotação do termo exclui, portanto, a possibilidade de uma resposta definitiva. No contexto romano, entenderia-se o direito como o equitativo e bom, representando este o Direito Natural. Já o que seria útil a todos, representaria o direito no âmbito civil.
	Já no século XVI, atribuiu-se à palavra direito os significados de lei "divina e natural", ora representando os usos e costumes, ora remetendo ao justo e útil. Nos séculos XVII e XVIII, os campos de compreensão do direito envolviam o justo, a qualidade moral da pessoa ou a lei. O pensamento clássico, portanto, não desconhece as ligações do direito com a metafísica, a teologia, a ética, a antropologia e a política.
	 A contemporaneidade trouxe ao direito ainda mais dificuldades em sua conceituação objetiva. Acentuou-se nesta época a vinculação do termo aos "direitos" reivindicados pela pessoa e o reconhecimento dos "direitos do homem".
	3) Primeiramente a autora considera que atribuir definição deve, com efeito, indicar o que é o definido, limitando-se apenas ao que ele é e exprimindo tudo que ele é. Exemplificou que até a filosofia (que tenta a muito tempo definir o que é direito com investigações empíricas e dogmáticas) não conseguiu exaurir tal pretensão. Conclui então que para se aproximar da conceituação é necessário primeiro afastar possíveis confusões (“…ou amálgamas”) para o aclaramento. Assim cita que o direito não se confunde com força (ceder à força seria ato de necessidade que o direito não entra, ao mesmo tempo que precisa da força legal para se efetivar) e cita a superação da anfibolia entre “o direito” e “os direitos”.
	Depois de superadas tais confusões, a autora aponta para o obstáculo epistemológico da definição, dado pela multivalência e maleabilidade (maleável por natureza) do direito, ligando sua polissemia à sua concretização em sociedade. Afirma que “… o pluralismo semântico que indica a autonomização do direito não é uma evidência e que o campo em que o direito evolui é tão diversificado quanto as condutas a que se aplica” e, exemplifica apontando para a ideologia aristotélica de seguir a intencionalidade ou finalidade da coisa para se extrair a definição, constatando mesmo assim que os fins do direito são plurais e que não dá para definir o direito pela sua função pois não implica em priorizar a regra (dificultando mais ainda sua conceituação).
	Afirma também que para definir o direito não basta conhece-lo, mas é necessário pensa-lo com a problemática da sua fundação, explicando que o direito encontra seus próprios alicerces e aponta que o questionamento essencial é o de pensar de que maneira o pensamento do direito se produz para nós: “… Trata-se de pensar transcendentalmente o direito”.
	4) Nos primórdios da inserção do homem na vida política, houve, simultanêamente, a invenção da escrita, que foi um avanço para a elaboração e estabilização das normas comuns. Entretanto, a utilização das palavras fez surgir determinadas dificuldades no uso das mesmas.
	A palavra “nomos” tinha acepções diversas na língua grega, o que gerou uma ambiguidade, uma vez que o “nomos” podia ser humano ou divino, sendo o primeiro a designação da lei laica e positica e, o segundo, o que regia o universo, possuindo uma dimensão cosmica e fazia com que todos os homens fossem capazes de justiça. Ou seja, a palavra “nomos” significava, ao mesmo tempo, 'lei civil' e 'lei natural'.
	O ponto inicial da problemática que atravessa séculos esta nesta ambivalência, que causara interminável discussão entre as teorias juspositivistas e jusnaturalistas. 
	Para os gregos, a lei se afirmou, a princípio, como lei escrita. Entretanto, havia o reconhecimento da existência de regras com finalidade político-social e que não estavam em nenhum texto escrito e, apesar disso, exerciam forte influência nos povos, seja na crença da autoridade divina ou por decifrar nestas um ideal ético.
	Fica claro que, desde os primórdios da civilização até a vida moderna, há uma dificulade em enfrentar o problema da relação entre a lei não escrita e a lei escrita, portanto entre a justiça transcendente e direito positivo. Fato é, que, ambas, possuem forte poder em reger a civilização.

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