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Família e Sociedade Autor: Cláudia Regina Benedetti Tema 02 Família Contemporânea e Relações Individuais seç ões Como citar este material: BENEDETTI, Cláudia Regina. Família e Sociedade: Família Contemporânea e Relações Individuais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Tema 02 Família Contemporânea e Relações Individuais SeçõesSeções Tema 02 Família Contemporânea e Relações Individuais 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • As mudanças pelas quais passou a família ocidental. • Os espaços familiares como responsáveis pela construção do indivíduo moderno. • O processo de individualização como resultado da lógica capitalista. Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Por quais transformações passou a família nas últimas décadas? CONTEÚDOSEHABILIDADES Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267. Roteiro de Estudo: Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade 6 CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA • Qual a realidade da formação familiar no Brasil? • Por que a família perdeu importância como espaço de coletividade? Família Contemporânea e Relações Individuais A Família Ocidental passou por transformações e este processo não está dissociado de outros ligados à consolidação do sistema capitalista em sua fase industrial. A urbanização, as Grandes Guerras Mundiais e o nascimento da sociedade da informação, estão diretamente ligados a mudanças que se observam na Família contemporânea, principalmente pelo fenômeno da “privatização da família” (PROST, 1992). Falou-se de uma Família diferente, que – ao contrário dos modelos que circulam em muitos discursos – grande parte deles vale-se de uma espécie de memória coletiva sobre o modelo ideal de Família – de um grupo social que não deixa de ser uma instituição forte, ao menos compete com instituições que possuem uma grande inserção em espaços que antes eram prioritariamente responsabilidade da Família: como a mídia, por exemplo. De certa forma, a vida privada se desdobra: no interior da vida privada da família surge agora uma vida privada individual. No horizonte dessa evolução, estão os lares compostos por uma única pessoa, onde a vida privada doméstica foi inteiramente absorvida pela vida privada individual (PROST, 1992). Você já deve ter percebido que se vive em uma sociedade de grande diversidade em sua formação familiar, a contemporaneidade traz à tona uma nova configuração familiar. O mundo do trabalho, já ocupado efetivamente pela mulher/mãe, coloca-a inquestionavelmente como responsável pelo sustento de quase 25% das famílias brasileiras (IBGE, 2006). Estudos brasileiros com famílias de nível socioeconômico médio nos quais a mulher é a principal responsável pelo sustento financeiro, mostram que ela ainda assume quase que totalmente a responsabilidade pelas tarefas domésticas. Mesmo ganhando mais que os maridos, parece que nestas famílias a divisão das tarefas domésticas segue sendo feita ainda de forma tradicional (WAGNER E COLS.,2005) 7 LEITURAOBRIGATÓRIA As famílias, ao longo da história, sofreram diversas mudanças em sua estrutura, encontram- se famílias com diversas realidades: de pais separados (divorciados), amasiados, mães e pais solteiros, homossexuais, avôs e avós que assumem a criação dos netos. Assim, novos padrões são estabelecidos. Essa nova família é consequência de uma nova realidade material, a empresa familiar se transforma à medida que o papel da mulher também é alterado na sociedade capitalista contemporânea, sua efetiva inserção no mercado de trabalho, sua real independência financeira, a complexidade das relações na sociedade de massas, a diminuição da natalidade, a falta de tempo da mãe para acompanhar a educação de seus filhos integralmente, trazem para a família novas urgências, novas configurações. Vale dizer, no entanto, que tal processo é ainda recente, que algumas transformações são sentidas com maior intensidade em determinadas classes sociais e em outras não. A mãe proletária, por exemplo, disporia de muito menos tempo do que a mãe burguesa. As mudanças na instituição familiar continuam em constante processo de transformação, a fluidez e a rapidez destas transformações são visíveis, em poucas décadas, ocorreram mudanças significativas em um modelo de família secular. Segundo Therbon (2006), não há mais um modelo de família, há na verdade, variados conjuntos familiares, com culturas, tradições, visões diferentes em todo o mundo, são as famílias contemporâneas: As mudanças da família têm sido irregulares tanto no tempo quanto no espaço. Sua dinâmica tem sido multidimensional, tanto cultural e política quanto econômica. Sua topografia apresenta a aspereza das conjunturas, mais do que o declive suave das curvas de crescimento (...) os padrões mundiais de família e das relações sexuais permanecem variados. Todos os principais sistemas familiares do mundo mudaram no século passado, mas eles estão ainda aí (THERBORN, 2006). Os lares contemporâneos abrigam Famílias muito diferentes daquelas de dois ou três séculos atrás. Porém, apesar das mudanças sofridas, não é possível condicionar a Família a simples condição de grupo que ocupa o mesmo espaço físico, o mesmo domicílio. Apontou-se esta particularidade, pois, muitas vezes, confunde-se residência com Família, simplificando a complexa rede de relações que envolve a estrutura social da Família. […] as mudanças nas funções e papéis na família contemporânea não vêm ocorrendo com a mesma frequência e intensidade em todos os núcleos. Coexistem modelos familiares e há um descompasso nas mudanças. Essa realidade remete a refletir sobre a importância de considerar os aspectos históricos que têm organizado as funções familiares ao longo do tempo, no momento de avaliar e intervir na otimização dos recursos que cada família 8 apresenta para enfrentar suas crises. Não podemos pressupor um modelo ideal, igualitário e equilibrado. Entretanto, é fundamental conhecer o contexto de cada família e a força que suas crenças, valores e atitudes têm na definição e distribuição das tarefas e papéis familiares (WAGNER e COLS., 2005). Esse destaque se faz necessário, pois se falará neste tema uma discussão acerca da vida privada, do indivíduo e da Família, sendo assim, o espaço da casa, do domicílio ganha destaque, fazendo-se necessário diferenciar estas duas instâncias: família e domicílio. Isso porque, como já se apontou, nem sempre a residência é o espaço da Família e nem sempre a Família se resume a uma residência. A família extrapola a residência; ela “não é apenas uma unidade residencial, mas também [...] uma unidade econômica e jurídica. Ainda mais importante, é uma comunidade moral, no sentido de um grupo com o qual os membros se identificam e mantêm envolvimento emocional [...]. Essa multiplicidade de funções coloca problemas porque as unidades econômica, emocional, residencial e outras podem não coincidir” (CARVALHO e ALMEIDA, 2003). Os últimos séculos conheceram uma profunda transformação em sua estrutura econômica e social, certamente a Família não ficou apartada deste processo. A industrialização e a urbanização passam a suplantar a sociedade agrícola de outrora, a Europa é a primeira a sofrer as consequências desta transformação, seguida pela América Anglo-Saxônica e, já no século XX pelos países subdesenvolvidos – obrigados a passar pela ocidentalização do modelo capitalista das relações de produção. Há então a transição da Família Rural, essencialmente estruturada nas necessidadesde uma sociedade agrícola (numerosa, ocupando espaços comuns, núcleo de produção e consumo) para uma Família Urbana. Pode-se verificar que ainda hoje essa realidade se mostra. Basta observar a média de moradores por domicílio no Brasil: LEITURAOBRIGATÓRIA 9 Fonte: IBGE As Famílias urbanas passaram a dispensar o grande número de filhos. Certamente, você já ouviu dizer que sua avó ou bisavó teve 12,15 filhos, não é mesmo? Provavelmente, porque o Brasil só deixou de ser um país agrário na década de 1970 do século XX (há cerca de 40 anos). Assim, nas últimas décadas, o Brasil conheceu uma brusca redução em sua taxa de fecundidade, passando da média de seis filhos por mulher na década de 1970 para cerca de dois filhos por mulher 30 anos depois (IBGE; Censo 2000). Como ocorreu no Brasil, os países que passaram por processo semelhante também conheceram a redução do número de membros nos grupos familiares, resultado da industrialização e da urbanização. LEITURAOBRIGATÓRIA 10 Não é interessante para uma Família urbana ter muitos filhos, já que deixou de ser núcleo produtivo, as condições materiais tornam-se limitadas colocando em risco a função provedora da instituição. No entanto, apesar de conservada a função, as sociedades industrializadas conhecem outra Família. A primeira grande transformação se dá em uma das funções do grupo familiar, antes o único responsável por assistir às necessidades de seus membros, perde lugar para outras instituições como o Estado (saúde, educação) e Instituições Privadas (Bancos, Casas de Repouso, Financeiras). A competitividade é outro fator que marca os núcleos familiares contemporâneos, se em outros séculos esta estava restrita a disputa do poder monárquico ou de nobreza, hoje, na sociedade de classes as disputas fazem parte das Famílias sem distinção de classe ou herança de parentesco. Da mesma forma que os sujeitos buscam ocupar posições sociais na sociedade como um todo, no interior da Família, irmãos, primos, distinguem-se pelos bens de consumo dos quais se apropriam, o status familiar é também medido segundo as posses materiais. A luta de classes instala-se no interior do núcleo familiar. A vida privada é agora espaço de propagação para o público (que pertence a todos), por isso, compreender este espaço é também entender como a família, inscrita no espaço do privado, passou por transformações neste último século. Assim, uma boa maneira de abordar as transformações que afetaram a vida privada no século XX consiste em indagar sobre a evolução material do quadro doméstico: a história da vida privada é, em primeiro lugar, a história do espaço em que ela se inscreve (PROST, 1992). Isso vale para a Família e seu papel na sociedade contemporânea. Até que ponto a Família garante a privacidade? Como a individualidade é protegida pela Família? Ou melhor, será que a Família, enquanto grupo social, fundado em uma perspectiva de coletividade é capaz de sobreviver a uma sociedade de indivíduos? Como você viu no capítulo 3 da parte II do Livro-Texto, o processo de individualização que reflete hoje na família e nas relações de trabalho é resultado do longo processo de globalização, alicerçado, a partir da segunda metade do século XX, por políticas neoliberais de privatização e enfraquecimento das relações de coletividade, que são substituídas por medidas “privatizadas” de supressão do papel do Estado e da família, medidas que estão longe de resolver os problemas sociais, como o da empregabilidade, por exemplo. Não passando de um mal arranjado de políticas engendradas para mascarar a realidade social LEITURAOBRIGATÓRIA 11 de má formação cultural. Corroborando a ideia de que a família, as relações de trabalho e a noção de coletividade são resultados desta estrutura que valoriza o individualismo, essência da lógica capitalista. LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Leia o artigo: SCHEINVAR, Estela. A família como dispositivo de privatização do social. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro, v. 58, n. 1, jun. 2006 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672006000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014. Acesse o artigo: KAMERS, Michele. As novas configurações da família e o estatuto simbólico das funções parentais. Estilos clin., São Paulo, v. 11, n. 21, dez. 2006. Disponível em: <http://www. revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282006000200008&lng =pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014. Consulte os números do periódico Serviço Social em revista. Disponível em: <http://www. uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/index>. Acesso em: 02 jan. 2014. LEITURAOBRIGATÓRIA 12 Vídeos Assista ao vídeo: Veja o filme Babel, de Alejandro González Inárritu, várias histórias de famílias de diferentes origens e países se cruzam em um trágico roteiro de desencontros afetivos. Veja um trecho do filme. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=TIpcoW9fy0c>. Acesso em: 02 jan. 2014. LINKSIMPORTANTES Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. Questão 1: Leia o trecho abaixo: “De certa forma, a vida privada se desdo- bra: no interior da vida privada da família surge agora uma vida privada individual. No horizonte dessa evolução, estão os la- res compostos por uma única pessoa, em que a vida privada doméstica foi inteira- mente absorvida pela vida privada individu- al” (PERROT, 1991). Elabore um texto relacionando o processo de individualização e como este afeta dire- tamente a estrutura familiar. Ao elaborar o texto destaque o processo de transforma- ção da família impulsionado pelo desenvol- vimento do sistema capitalista. AGORAÉASUAVEZ 13 Questão 2: As principais mudanças sofridas pela famí- lia na sociedade capitalista são caracteriza- das pela perda de sua centralidade como: a) Unidade produtiva e o maior peso de função na esfera do consumo. b) Unidade de reprodução biológica e o maior peso de função na esfera da reprodução ideológica. c) Unidade de consumo e o maior peso de função na esfera da produção. d) Unidade de proteção social e o maior peso de função na esfera da produção. e) Unidade de reprodução ideológica e o maior peso de função na esfera da reprodução biológica. Questão 3: Levando em consideração os estudos mais recentes sobre a problemática da família no Brasil, bem como suas dimensões cultu- ral e jurídica, assinale a afirmativa correta. a) A mudança no conceito de família na Constituição Federal de 1988 e as alterações legais no novo Código Civil (2001) reafirmam que a família legítima é formada pelo casamento. b) A família contemporânea é, cada vez mais, uma unidade primária homogênea e monolítica. c) A tradicional família nuclear vem sendo reforçada pela crescente participação da mulher no mercado de trabalho. d) O conceito contemporâneo de família abrange arranjos diversos, da família nuclear à família monoparental. e) Os dados mostram que, no Brasil contemporâneo, é visível a tendência à redução quantitativa da chamada família monoparental. Questão 4: Assinale a alternativa correta: a) A família patriarcal está desaparecendo, gradualmente, sendo esse processo resultado de várias mutações da vida econômica e social da atualidade. b) O sistema de seguridade social no Brasil é composto pela Previdência social, Saúde e Educação.c) Na atualidade, a família nuclear ainda é considerada modelo. d) A família nunca poderia ser entendida como um conjunto de relações sociais, com base em elos de sangue, adoção e aliança socialmente reconhecida. e) Ao longo de sua existência, a família nunca sofreu modificações. AGORAÉASUAVEZ 14 AGORAÉASUAVEZ Questão 5: As famílias, ao longo da história, sofre- ram diversas mudanças em sua estrutura, encontram-se famílias com diversas rea- lidades: de pais separados (divorciados), amasiados, mães e pais solteiros, homos- sexuais, avôs e avós que assumem a cria- ção dos netos. Assim, novos padrões são estabelecidos. Essa nova realidade é consequência de: I. Uma nova realidade material, a empresa familiar se transforma à medida que o papel da mulher também é alterado na sociedade capitalista contemporânea. II. As famílias sofrem transformações, po- rém as mesmas têm pouca relevância para organização e complexidade so- cial à sua volta. Novas configurações familiares não significam necessaria- mente novas necessidades sociocultu- rais. III. A complexidade das relações na socie- dade de massas, a diminuição da nata- lidade, a falta de tempo da mãe para acompanhar a educação de seus filhos integralmente, trazem para a família novas urgências, novas configurações. IV. A efetiva inserção da mulher no merca- do de trabalho e sua real independên- cia financeira. Estão corretas: a) Apenas as afirmativas I e III. b) Apenas as afirmativas I, II e III. c) Apenas as afirmativas I, III e IV. d) Apenas as afirmativas I e IV. e) Apenas as afirmativas II e IV. Questão 6: A partir de suas leituras, explique qual é o papel da mulher na família brasileira con- temporânea. Questão 7: “As mudanças da família têm sido irregula- res tanto no tempo quanto no espaço.” Ex- plique a afirmação. Questão 8: Você vive em uma família de quantos ir- mãos? Se você ou seus irmãos já tiverem filhos, quantos são? Seus avós e bisavós ti- veram quantos filhos? Converse com seus colegas, veja qual é a média de pessoas por núcleo familiar hoje e qual era a duas gerações. Explique a composição numéri- ca da família brasileira atualmente. 15 AGORAÉASUAVEZ Questão 9: A composição familiar sofreu grandes transformações nas últimas décadas. No entanto, ainda é possível notar uma dife- rença entre o número de filhos em famílias urbanas e em famílias rurais. A que ele- mento se atribui este fenômeno? Questão 10: As sociedades industrializadas conhecem outra Família, que ganha novas funções e novos padrões que colocam em risco sua função de garantir a coletividade. Que fun- ções e padrões são estes? Explique-os. FINALIZANDO Você acabou de ver um assunto complexo e bastante caro à perspectiva da Família de hoje. O processo de individualização que se concretizou no interior dos grupos familiares trouxe à tona o distanciamento entre os membros da Família, a tal ponto de algumas famílias configurarem-se como um agrupamento de indivíduos, sem sentimentos de coletividade ou cooperação. Quando essa realidade chega ao extremo, a interferência de agentes externos é sempre solicitada, professores, psicólogos e – principalmente – assistentes sociais. Pode-se então constatar a importância de entender este processo de individualização na sociedade, já que muitos dos problemas sociais dele decorrente estão ligados à atuação do Assistente Social. A “desagregação” familiar, o abandono, a violência doméstica e outros são em parte resultado de uma Família cuja estrutura não contempla mais o coletivo. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! 16 CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique.“Família e Proteção Social. São Paulo em Perspectiva, 17 (2): 109-122, 2003. HOBSBAWM, Eric. A era do Capital: 1848 – 1875. São Paulo: Paz e Terra, 2007. PERROT, Michele. Os Atores. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primei- ra Guerra. v. 4; Cia das Letras: São Paulo, 1991. PROST, Antoine. Fronteiras e Espaços do Privado. In: História da vida Privada: da Primeira Guerra a nossos dias. v. 5; Cia das Letras: São Paulo, 1992. THERBORN, Goran. Sexo e Poder: a família no mundo, 1900/2000. Tradução Elisabete Dória Bilac. São Paulo: Contexto, 2006. WAGNER, A. e COLS. Compartilhar Tarefas? Papéis e Funções de Pai e Mãe na Família Contemporânea” In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. Maio-Ago 2005, v. 21 n. 2, p. 181-186. REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO Dissociar: desfazer uma associação; desunir(-se), separar(-se), dissolver(-se) Privatização: colocar sob o controle de empresa particular a gestão de (bem público) Proletária: cidadão que só tem para viver a remuneração insuficiente da sua força de trabalho Burguesa: que goza de situação social e economicamente confortável. Topografia: descrição minuciosa de qualquer parte. 17 Questão 1 Resposta: é preciso destacar que as famílias passaram, historicamente, por grandes transformações em sua estrutura, o que resulta hoje em formações diversas. As novas composições familiares são resultado de um longo processo de desenvolvimento do sistema capitalista, que imprimiu uma nova realidade material, a sociedade contemporânea, capitalista, industrializada e urbana imprimiram outras formas de organizar a família pautadas em necessidades diferentes como: a inserção da mulher no mercado de trabalho, as relações sociais na sociedade de massas, a diminuição da natalidade, a falta de tempo da mãe para acompanhar a educação de seus filhos integralmente. Esse conjunto de transformações retiram da família o domínio sobre a coletividade de seus membros, cada vez mais relegados a outras instituições públicas ou privadas. Questão 2 Resposta: Alternativa A Com o processo de urbanização e industrialização, a produção antes concentrada nos núcleos familiares, pertence agora à indústria. A família passa de unidade produtora à unidade consumidora, cujos esforços de seus trabalhos buscam como resultado prover o lar de bens de consumo. Questão 3 Resposta: Alternativa D A Família contemporânea conhece uma nova configuração, o modelo nuclear, patriarcal, compartilha seu espaço com novas formas de organização familiar, por exemplo, a família monoparental, em que somente um adulto assume o papel de pai ou de mãe. GABARITO 18 Questão 4 Resposta: Alternativa A As transformações econômicas e sociais vividas no século XX como a industrialização, a urbanização e as novas necessidades materiais impostas pelo estilo de vida contemporâneo tiveram efeito sobre a organização e estrutura familiares, compondo novos modelos de Família, colocando em questão a estrutura tradicional da família patriarcal, na qual o homem provia economicamente a família e a mulher e filhos estavam subjugados aos seus mandos e vontades. Questão 5 Resposta: Alternativa C A afirmativa II é incorreta, pois as transformações na estrutura e organização das famílias imprimem resultados ímpares na organização social como um todo. Mesmo porque a Família enquanto instituição altera as relações sociais assim como tem suas relações alteradas em meio a complexidade social. Questão 6 Resposta: Atualmente, a mulher está definitivamente inserida no mercado de trabalho e é responsável pelo sustento de quase 25% das famílias brasileiras, segundo dados do IBGE, ela ainda assume quase que totalmente a responsabilidade pelas tarefas domésticas, fazendo tripla jornada de trabalho e mantendo ainda, apesar de ganhar mais que o marido, o papel de dona de casa tradicional. Questão 7 Resposta: A dinâmica familiar não é unívoca, possui um caráter multidimensional, em suas instâncias: política, cultural e econômica.Apesar das inúmeras transformações sofridas pela composição da família, ainda convivem em um mesmo espaço social as mais diversas estruturas, padrões distintos (só uma mãe, só o pai, pai e mãe, avós, homoafetiva) compõe o mesmo princípio de proteção e dividem as mesmas funções. GABARITO 19 GABARITO Questão 8 Resposta: Segundo dados do IBGE, as Famílias urbanas passaram a dispensar o grande número de filhos, com a transição do Brasil de país agrário para urbano, é somente a partir da década de 1970 que a composição numérica das famílias sofre transformação. Nas últimas décadas, o Brasil conheceu uma brusca redução em sua taxa de fecundidade, passando da média de seis filhos por mulher na década de 1970 para cerca de dois filhos por mulher 30 anos depois. Como ocorreu no Brasil, os países que passaram por processo semelhante de urbanização também conheceram a redução do número de membros nos grupos familiares, resultado da industrialização e da urbanização. Questão 9 Resposta: Não é interessante para uma Família urbana ter muitos filhos, já que deixou de ser núcleo produtivo, as condições materiais tornam-se limitadas colocando em risco a função provedora da instituição. Questão 10 Resposta: A família era antes o único grupo responsável por assistir às necessidades de seus membros, com o processo de industrialização e o avanço do sistema capitalista, perde lugar para outras instituições como o Estado (saúde, educação) e Instituições Privadas (Bancos, Casas de Repouso, Financeiras). A Família passa de um padrão de coletividade para o de competitividade, se em outros séculos ela se restringia à disputa do poder monárquico ou de nobreza, hoje, na sociedade de classes, as disputas fazem parte das Famílias sem distinção de classe ou herança de parentesco. Da mesma forma que os sujeitos buscam ocupar posições sociais na sociedade como um todo, no interior da Família, irmãos, primos, distinguem-se pelos bens de consumo dos quais se apropriam, o status familiar é também medido segundo as posses materiais. A luta de classes instala-se no interior do núcleo familiar.
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