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DIREITO EMPRESARIAL IV
Unidade 1 - Noções Gerais de Direito Falimentar
Direito Empresarial IV
ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos.
2
PLANO DE AULA AULAS 01 E 02
Evolução Histórica: Falência. Recuperação Judicial. Extrajudicial: 
Disposições Preliminares.
- Recuperação Judicial e Extrajudicial.
- Sujeito Passivo. pg. 20
- Juízo Competente. Pg. 50
- Atuação do Ministério Público pg. 56
Das Disposições Comuns a Recuperação Judicial e a Falência. Pg 60
- Títulos não exigíveis. Art. 5º da LRF
- Dos Efeitos do Processamento da Recuperação Judicial e da Decretação da Falência
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 Etimologia
A palavra falência deriva do latim fallentia : enganar, falsear.
Proveniente do verbo, falir (latim fallere) - faltar com a palavra, com o prometido, esconder, encobrir, lograr, induzir em erro. Não ter com que pagar os credores, fracassar.
4
Expressão quebra, (terceira parte do CCom/1850) - tradição das Ordenações Manuelinas, de 1521. 
Bancarrota, originário do italiano banco rotto - banco quebrado (falência ou quebra criminosa). 
Termo não subsistiu em solo brasileiro (Código Criminal de 1830 o chamou de falência fraudulenta).
5
 Histórico do Instituto da Falência
Roma antiga – devedor respondia por suas obrigações com a própria liberdade ou com a própria vida. Garantia do credor = devedor (pessoa).
Lex Poetelia Papiria (428 a.C.) – direito romano trouxe regras sobre a responsabilidade patrimonial (proibição de encarceramento, venda como escravo e a morte do devedor). Muda-se o entendimento: bens servem como garantia e não a pessoa do devedor.
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TÁBUA TERCEIRA
Dos direitos de crédito
1. Se o depositário, de má fé, pratica alguma falta com relação ao depósito, que seja condenado em dobro.
2. Se alguém coloca o seu dinheiro a juros superiores a um por cento ao ano, que seja condenado a devolver o quádruplo.
3. O estrangeiro jamais poderá adquirir bem algum por usucapião.
	4. Aquele que confessa dívida perante o magistrado ou é condenado, terá 30 dias para pagar.
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5. Esgotados os 30 dias e não tendo pago, que seja agarrado e levado à presença do magistrado.
	6. Se não paga e ninguém se apresenta como fiador, que o devedor seja levado pelo seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com cadeias com peso até o máximo de 15 libras, ou menos, se assim o quiser o credor.
7. O devedor preso viverá à sua custa, se quiser; se não quiser o credor que o mantém preso dar-lhe-á por dia uma libra de pão ou mais, a seu critério.
8. Se não há conciliação, que o devedor fique preso por 60 dias, durante os quais será conduzido em 3 dias, de feira ao comitium, onde só proclamará em altas vozes, o valor da divida.
9. Se são muitos os credores, é permitido, depois do terceiro dia de feira, dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores, não importando cortar mais ou menos; se os credores preferirem, poderão vender o devedor a um estrangeiro, além do Tibre.
8
Quando os bens não fossem suficientes: Código de Justiniano.
Missio in possessio bonorum – os credores adquiriam a posse comum dos bens do devedor, os quais passavam a ser administrados por um curador, o curator bonorum.
Período inicial do direito falimentar : caráter repressivo. Objetivo era punir o devedor e NÃO recebimento dos créditos.
9
Idade Média: identificadas regras especiais para a execução dos devedores insolventes (comerciante ou não), com caráter repressivo.
Codificação Napoleônica: bipartiu o direito privado; o direito falimentar passou a ser aplicado somente àqueles que tinham a qualidade de comerciantes; caráter repressivo e punitivo do devedor continuou.
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11
 Histórico Brasileiro
Até meados de 1850 vigoraram as Ordenações do Reino: Afonsinas, Manuelinas e Filipinas.
Regras falimentares severas com o devedor:
Alvará de 1756 (Marquês de Pombal): obrigava o devedor a comparecer à Junta Comercial e lá entregar as chaves de seus armazéns e seu livro Diário, bem como declarar todos os seus bens (90% era vendido e 10% mantido para o sustento). 
Falência = ruína patrimonial e moral do devedor.
Proclamação da Independência (1822) – Lei da Boa Razão (aplicava no Brasil a lei dos países Europeus quanto aos negócios mercantis e marítimos).
1850 – promulgação da Lei n. 556, o Código Comercial - “das quebras”, parte III. 
O processo falimentar foi regulado, também em 1850, pelo Regulamento 738.
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40 anos depois, edita-se o Decreto n. 917/1890, alterando-se o critério de caracterização da insolvência do devedor.
Série de leis e decretos até 1945, quando foi editado o Decreto-lei 7.661.
Em 1993 foi apresentado novo projeto, que deu origem à Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, com vigência desde 9 de junho de 2005, após a vacatio legis de 120 dias (art. 201).
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Art. 201. Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação.
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Principais ALTERAÇÕES trazidas pela Lei 11.101/05:
Substituição da concordata pela recuperação judicial;
Aumento do prazo da contestação (24 horas para 10 dias);
Impontualidade injustificada em dívida superior a 40 salários mínimos;
Redução da participação do MP;
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Alteração de participação do síndico, chamado agora de administrador judicial;
Mudança da ordem de classificação dos créditos e previsão de créditos extraconcursais;
Alteração de regras relativas à ação revocatória;
Fim da medida cautelar de verificação de contas;
Fim do inquérito judicial;
Criação da recuperação extrajudicial.
16
A lei 11.101/2005 foi objeto de duas ações diretas de inconstitucionalidade propostas pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (ADI 3.424) e pelo Partido Democrático Trabalhista (ADI 3.934).
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Lei 11.101/2005 tentativa de superar as crises nas empresas ou liquidar o que não é passível de recuperação. 
Orientação anterior (Decreto-lei 7.661/1945) era no sentido da liquidação das empresas. 
Hoje recuperação das empresas.
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 Âmbito de Incidência 
b) Regimes da lei 11.101/2005:
REGIME GERAL: falência, recuperação judicial e recuperação extrajudicial. 
Art. 1º - submete os empresários e as sociedades empresárias ao Regime geral.
REGIME ESPECIAL: intervenção, liquidação extrajudicial e regime de administração especial temporária – art. 197.
19
SUJEITO PASSIVO
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos no Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei no 6.024, de 13 de março de 1974, no Decreto-Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997.
20
É o sujeito de direito que exerce a empresa, em seu próprio nome, assumindo todo o risco da atividade.
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 Conceito de Empresário
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O conceito de empresário está expresso no art. 966 do CC.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
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Elementos ou CARACTERÍSTICAS do empresário:
Lucratividade ou economicidade
Organização dos fatores de produção
Profissionalismo
Direcionamento ao mercado
Assunção de risco
Os previstos no art. 966, parágrafo único, CC. 
Art. 966. [...]
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Organização atividade desenvolvida.
Ressalva contida no art. 1º da Lei 11.101/2005.
24
 Não abrangidos pelo conceito 
25
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
26
Enunciado 194, da III Jornada de Direito Civil (CJF/ 2004): 
Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.
Um dos critérios utilizados para verificar a predominância da organização é a padronização e objetivação da atividade.
A condição de empresário NÃO dependerá exclusivamente da atividade desenvolvida: 
Sociedade por ações
Empresários rurais
Sociedade cooperativa (não se aplica)
Sociedade em conta de participação (não se aplica)
Empresários irregulares
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 Situações Especiais 
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SOCIEDADES POR AÇÕES: são SEMPRE sociedades empresárias (sociedade anônima e comandita por ações), não importando a atividade desenvolvida por elas (art. 982, § único, CC). 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
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EMPRESÁRIOS RURAIS: podem se sujeitar ao regime empresarial ou não (art. 971, CC), dependendo se sua OPÇÃO pessoal.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
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SOCIEDADES COOPERATIVAS: natureza definida em lei, independentemente da atividade exercida (art. 982, § único, CC). Serão sempre sociedades simples. 
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO: sociedade oculta, que não aparece perante terceiros, sendo desprovida de personalidade jurídica. Não é considerada sociedade empresária, por isto não está sujeita ao regime da Lei nº 11.101/2005. 
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EMPRESÁRIOS IRREGULARES: descumprem suas obrigações decorrentes do regime jurídico empresarial. 
Se inserem no conceito de empresário: aplica-se a Lei 11.101/2005, no que se refere à falência.
Não se aplica a recuperação judicial ou extrajudicial = exigem o exercício regular da atividade há pelo menos 2 anos (art. 48).
Os empresários estão sujeitos à falência, à recuperação judicial e à recuperação extrajudicial (art. 1º).
O art. 2º exclui alguns agentes econômicos do âmbito da lei:
Justificativa importância destas atividades para a economia.
A exclusão nem sempre é absoluta (em alguns casos os excluídos podem se submeter ao regime da falência). Existem casos de EXCLUSÃO ABSOLUTA e RELATIVA.
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Exclusões do Âmbito da Lei
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
33
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Criadas por autorização legal e representam meios de atuação estatal para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades econômicas.
Casos de exclusão absoluta do âmbito da lei; art. 2º, I.
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a) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista 
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A matéria (exclusão absoluta) é objeto de controvérsias na doutrina:
POSIÇÃO 1: A regra é inconstitucional, e deveria ser aplicado o mesmo regime das sociedades privadas (173, § 1º da CF/88), ressaltando ainda a responsabilidade subsidiária do Estado em razão do princípio da moralidade administrativa (José Edwaldo Tavares Borba, Haroldo Malheiros Verçosa, etc.).
POSIÇÃO 2: É uma hipótese de exclusão absoluta sem qualquer violação constitucional (Gladston Mamede, José da Silva Pacheco, Fábio Ulhoa Coelho, Waldo Fazzio Júnior, etc.), tendo em vista o interesse público envolvido, bem como a posição dos administradores de tais companhias.
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POSIÇÃO 3: Sob a ótica do direito constitucional e do direito administrativo, há que se diferenciar as empresas estatais que exploram atividades econômicas (art. 173, § 1º, II, CF/88) e as que são prestadoras de serviços públicos (art. 175, CF/88).
As que exploram atividades econômicas estão sujeitas aos termos da Lei 11.101/2005, conforme interpretação do art. 173, § 1º, II da CF/88. Já as prestadoras de serviço público estão absolutamente excluídas do âmbito da Lei 11.101/2005 (Gabriel de Britto Campos, José dos Santos Carvalho Filho, Marlon Tomazette).
Caso de exclusão relativa.
São pessoas jurídicas públicas ou privadas, que se dedicam profissionalmente a operações de crédito (Lei nº 4.595/64, art. 17).
São os bancos, as distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários, as casas de câmbio, as operadoras de leasing e as administradoras de consórcio (lei nº 11.795/2008, art. 39).
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b) Instituições Financeiras
40
Submetem-se a regimes especiais:
Intervenção (Lei nº 6.024/74);
Liquidação Extrajudicial (Lei nº 6.024/74);
Regime de Administração Especial Temporária RAET (Decreto-lei nº 2.321/87).
O art. 197, ressalta a aplicação das leis especiais, com aplicação subsidiária da lei de falências e recuperação de empresas. Porém, nos termos das leis especiais, vê-se que a exclusão é relativa e não absoluta.
41
As leis nº 6.024/74 e o Decreto-lei nº 2.321/87 nunca permitiram que as instituições financeiras tivessem acesso à concordata, e por isso, com a lei 11.101/2005, elas não tem acesso à recuperação judicial ou extrajudicial, prevalecendo os regimes especiais.
Entretanto, a legislação especial NÃO veda a falência e o pedido, por essa razão, pode ser feito por qualquer legitimado, desde que preenchidos os pressupostos da lei nº 11.101/2005. 
No entanto, a competência para o pedido se houver sido decretado algum dos regimes especiais, passa a ser do interventor ou liquidante, em vez do credor, em todo caso, com autorização do Banco Central.
42
Casos de autorização do pedido de falência nos regimes especiais:
Na intervenção: ativo insuficiente para cobrir metade do valor dos créditos quirografários, julgada inconveniente a liquidação extrajudicial ou quando a complexidade dos negócios ou gravidade dos fatos aconselharem a medida (art. 12, d, Lei nº 6.024/74);
Na liquidação extrajudicial: ativo insuficiente para cobrir pelo menos a metade do valor dos créditos quirografários e indícios de crimes falimentares;
Regime de Administração Especial Temporária (RAET): não há possibilidade de pedido de falência em nenhuma hipótese.
Excluídas relativamente do âmbito da Lei nº 11.101/2005, por atuarem em mercado específico e com nível elevado de risco a terceiros.
Regidas por leis especiais (Decreto-lei nº 73/66): permitem sua submissão eventualmente à falência, mas NUNCA à recuperação judicial ou extrajudicial. Pode ser feito pedido de falência se, no curso da liquidação, ficar constatado que o ativo não é suficiente para o pagamento de pelo menos metade dos credores quirografários, ou fundados indícios da ocorrência de crime falimentar (Decreto-lei nº 73/66, art. 26). 
A entidade responsável pela intervenção ou medidas especiais de fiscalização é a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
43
 C) Seguradoras 
Contratos onde as partes ajustam que uma delas se compromete a entregar uma prestação pecuniária mensal durante certo tempo para a outra, a qual, por seu turno fica obrigadaa pagar, no vencimento da estipulação ou em momento anterior, o total das prestações efetuadas, acrescido de juros e correção monetária.
A supervisão estatal (SUSEP) se dá desde a sua constituição e permanece durante todo o seu funcionamento. O regime de fiscalização é o mesmo das seguradoras (Decreto-lei nº 261/67).
44
 D) Sociedades de Capitalização 
45
Exclui-se completamente a recuperação judicial ou extrajudicial, mas admite-se a falência:
Se o ativo não for suficiente para pagamento de pelo menos a metade dos credores quirografários, ou quando houver fundados indícios de ocorrência de crime falimentar (Decreto-lei nº 73/66, art. 26).
Importância da saúde na vida social. Fiscalização realizada pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
Pode ser determinado a alienação da carteira, o regime de direção fiscal ou técnica, por prazo não superior a 365 dias, ou a liquidação extrajudicial, conforme a gravidade do caso (Lei nº 9.656/98, art. 24).
NÃO se admite a recuperação judicial ou extrajudicial.
46
E) Operadoras de Planos de Saúde
47
A Lei nº 9.656/98, admite a possibilidade da falência das operadoras de planos de saúde (exclusão relativa), desde que:
O ativo da liquidanda não seja suficiente para o pagamento de pelo menos metade dos créditos quirografários, ou
o ativo realizável da massa liquidanda não seja suficiente, sequer para o pagamento das despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular processamento da liquidação extrajudicial, ou
fundados indícios de crime falimentar (Lei nº 9.656/98, art. 23).
Apenas as operadoras de planos de saúde que são empresárias é que se inserem no âmbito da lei. 
São as entidades que se destinam a executar planos de benefício de caráter previdenciário, nos termos da LC nº 109/2001, a fim de complementar ou possibilitar uma renda àqueles que contribuíram. 
Fiscalização Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), admitindo-se a intervenção, a liquidação extrajudicial e inclusive a administração especial de planos de benefício (Lei nº 12.154/2009).
Podem ser abertas ou fechadas.
48
 F) Entidades de Previdência Complementar 
49
O art. 3º da Lei estabelece regra de dupla competência do Juízo falimentar, nacional ou eestrangeira:
50
 Juízo Competente 
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
51
O que seria principal estabelecimento para a lei? Interpretação doutrinária e jurisprudencial.
SEDE CONTRATUAL (Jorge pereira Andrade, Silva Pacheco, Júlio Kahan Mandel)
MAIOR IMPORTÂNCIA ECONÔMICA (Oscar Barreto Filho, Fábio Ulhoa Coelho)
COMANDO ADMINISTRATIVO DOS NEGÓCIOS (Ricardo Negrão, Sérgio Campinho, Rubens Requião).
52
53
Na jurisprudência o principal estabelecimento era a sede administrativa, isto é, o local de comando dos negócios. 
Gladston Mamede: o assunto deve ser analisado caso a caso para decidir o que é melhor para os envolvidos no processo.
No caso de encerramento das atividades da empresa, o foro competente deverá ser o da última sede constante do registro, na medida em que esta seja uma fonte segura para fixar a competência (STJ – CC 29712/SP, Rel. Ministro Ari Pargendler, Segunda Seção, julgado em 23/9/2000, DJ 25/9/2000, p. 62).
EMPRESÁRIOS ESTRANGEIROS: podem exercer atividade empresarial no país desde que haja autorização do Poder Executivo (art. 1.134, CC), através de um representante (art. 1.136, §2º).
Atos praticados no país: o empresário estará sujeito à jurisdição de nossos tribunais (art. 1.137, CC), inclusive à falência e recuperação.
O juízo competente será o do local da filial do empresário estrangeiro. Havendo mais de uma filial, deve-se buscar a mais importante ou principal.
54
Os dois critérios de fixação da competência estabelecidos pelo art. 3º, levam em conta aspectos territoriais, portanto a competência seria territorial e por conseguinte seria uma hipótese de competência relativa (envolve interesses exclusivamente privados).
O STJ, entretanto, já afirmou que a competência para pedidos de falência é absoluta (envolve interesses públicos). Não se trata de hipótese de competência territorial, mas em razão da matéria específica. A incompetência pode ser reconhecida de ofício e não depende de exceção para ser alegada. Também não admite-se prorrogação da competência.
55
 Natureza da Competência 
Nos termos do projeto original da Lei nº 11.101/2005, a intervenção do Ministério Público era obrigatória em todas as fases do processo de falência e recuperação judicial e em todas as ações em que a massa falida fosse parte.
Tal dispositivo (art. 4º) foi vetado pelo Presidente da República na intenção de limitar a atuação do MP às hipóteses expressamente previstas na Lei, que são:
56
 Intervenção do Ministério Público 
57
Possibilidade de impugnação de créditos (art. 8º).
Pedido de exclusão, reclassificação ou retificação de crédito já incluído no quadro geral de credores (art. 19).
Conhecimento do relatório do administrador judicial, caso haja a imputação de alguma responsabilidade penal (art. 22, § 4º).
Requerimento de substituição do administrador judicial (art. 30, §2º).
Comunicação do despacho que defere o processamento da recuperação judicial (art. 52, V).
Interposição de recurso contra decisão que concede a recuperação judicial (art. 59, §2º).
58
Comunicação de decretação de falência (art. 100, XIII).
Recebimento de informações do falido (art. 104, VI).
Propositura da ação revocatória (art. 132).
Intimação em qualquer modalidade de alienação de bens (art. 142, § 7º).
Impugnação à arrematação de bens (art. 143).
Manifestação sobre as contas do administrador judicial (art. 154, § 3º).
Titularidade da ação penal (art. 184).
59
A principal mudança decorrente do veto foi a desnecessidade de oitiva do MP nos pedidos de falência. Tal situação gerou uma controvérsia:
	1. De um lado estão os que reconhecem a obrigatoriedade de intervenção do Ministério Público sob pena de nulidade do processo. O fundamento seria o interesse público, nos termos do art. 82, III, do CPC (Márcio Souza Guimarães, Alécio Silveira Nogueira, Bernardo Pimentel);
	2. De outro estão os que acreditam que a intervenção do Ministério Público só se dará nos casos legalmente previstos (Fábio Ulhoa Coelho, Sérgio Campinho, Gladston Mamede), alegando a existência de interesses exclusivamente privados nos processos. Opinião majoritária.
60
a) Conteúdo da Lei 11.101/2005:
As Disposições comuns aos Institutos da Recuperação Judicial e a Falência:
Arts. 1º ao 4º, 179 ao 201
Disposições comuns à falência e à recuperação judicial:
Arts. 5º ao 46
 Disposições específicas a cada um deles:
Recuperação Judicial – arts. 47 ao 74
Falência - arts. 75 ao 160
Recuperação Extra Judicial- arts. 161 ao 167
Disposições penais - arts. 168 ao 178
Arts. 75 a 160 da Lei 11.101/2005
Conceito: meio de liquidação forçada do patrimônio do devedor empresário.
Efeito anormal de funcionamento do crédito.
“Processo de execução coletiva contra devedor insolvente” (Amador Paes de Almeida).
61
Falência
Natureza – processo de execução: liquidação forçada do patrimônio do devedor empresário.
Âmbito da Lei: art. 1º
Juízo Competente: art. 3º
Objetivos: 
Objetivo amplo: pagamento de todos os credores de acordo com uma ordem legal de preferência.
Objetivo específico: art. 75 – maximizar o valor dos recursos produtivos do devedor.
62
Igualdade entre os credores (par conditio creditorum): organiza os credores em classes e efetua o pagamento de acordo com uma ordem de importância. Tratamento melhor a quem merece mais proteção, evitando situação de desigualdade entre os credores.
Celeridade processual: art. 75, parágrafo único – preferência de tramitação sobre outros feitos.
Economia processual: visa reduzirnão só o tempo, mas também o custo do processo. Deve-se evitar a prática dos atos desnecessários ao processo.
63
Princípios
64
 
As obrigações não exigíveis do devedor na Recuperação Judicial e na Falência.
O artigo 5º da Lei 11.101/2005 dispõe que:
Dispõe o art. 5° da Lei de Falência que não serão exigíveis do devedor, nem na falência e nem na recuperação as obrigações a título gratuito, bem como as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, com exceção das custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
No que diz respeito à primeira situação, obviamente não seria razoável se exigir na recuperação judicial ou na falência as obrigações a título gratuito. Os contratos gratuitos são caracterizados como liberalidades, motivo porque não podem ser adimplidos em detrimento das obrigações onerosas.
Já a previsão do inciso li, o legislador excetuou as despesas realizadas pelos credores com o objetivo de tomar parte na recuperação judicial ou na falência. Dessa forma, as despesas realizadas com honorários advocatícios, gastos com impugnações ou habilitações de créditos, dentre outras, não podem ser contempladas. As únicas despesas que podem ser cobradas são as custas judiciais que porventura decorreram de litígio com o devedor.
Os efeitos do deferimento da Recuperação Judicial e da Decretação da Falência.
65
 Atenção!
Não se pode confundir honorários advocatícios originados de despesas
efetuadas pelos credores para tomar parte na recuperação judicial ou falência (inc. 11) com os honorários advocatícios devidos pelo devedor. Estes últimos fazem parte dos créditos a ser exigidos, tendo inclusive, conforme jurisprudência do STJ, natureza alimentar. Porém, decisões mais recentes do STJ, muito embora confirmem a natureza alimentar dos honorários advocatícios, afastam a equiparação aos créditos trabalhistas, sustentando que possuem privilégio geral no concurso de credores. A questão ainda gera polêmica e não está pacificada.
66
A Lei 11.101/05 preocupou-se com o curso da prescrição de quando
se envolve direitos e deveres do legitimado passivo da falência ou da
recuperação. Sendo assim o art. 6° determina:
Art. 6°. A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição
e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive
aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
O dispositivo envolve suspensão da prescrição e das ações. Tratemos primeiro da prescrição.
Há uma imprecisão técnica da redação do dispositivo, pois se questiona se a expressão "em face do devedor" refere-se tão somente as ações e execuções ou também à prescrição.
O entendimento que vem prevalecendo é que no que tange à prescrição, haverá suspensão não apenas das ações em face do devedor, ou seja, dos direitos de terceiros perante o devedor, como também estará suspensa a prescrição dos direitos pertencentes ao empresário ou sociedade legitimados passivos.
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Importante!
Suspensão da prescrição é diferente de interrupção, ou seja, o curso do prazo é apenas sobrestado temporariamente, voltando ater curso quando a causa suspensiva acabar, retomando-se a contagem do tempo de onde parou.
Conforme o mesmo art. 6° já citado, serão também suspensas as
ações e execuções, tão somente que tiverem como réu o devedor.
Trata-se de regra geral que tem por objetivo concretizar o princípio
do par conditio creditorum, evitando que credores possam individualmente discutir e executar o crédito diante do empresário ou sociedade empresária.
O marco inicial para a suspensão é:
a) Na recuperação judicial: o despacho de processamento da recuperação judicial.
b) Na falência: a decretação da quebra do devedor.
O processamento da recuperação judicial ou mesmo a aprovação do
plano de recuperação não suspende ações de execução contra fiadores e avalistas do devedor principal recuperando. Esse é o entendimento
que vem prevalecendo tanto na doutrina como na jurisprudência.
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Fases da Falência
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 Crises na Empresa
A atividade empresarial gera dificuldades de todos os tipos.
As dificuldades culminam em crises variadas. Podem advir tanto do sujeito que exerce a empresa, como de outros fatores. 
As consequências das crises são a existência de normas específicas sobre a empresa em crise.
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 Solução das Crises
As crises que afetam apenas os interesses do empresários não ensejam preocupações do ordenamento jurídico, mas as que afetam interesses de terceiros, ensejando soluções por parte do mercado e do Estado.
Crises que interessam ao direito empresarial são as financeira, econômica e patrimonial, pois podem representar a inadimplência e o aumento do risco dos credores, bem como a redução dos empregos.
São modalidades de crise nas empresas:
CRISE DE RIGIDEZ – atividade não se adapta ao ambiente. Causas externas ao empresário. 
CRISE DE EFICIÊNCIA – atividade rende menos que deveria. Causas internas. 
CRISE ECONÔMICA – a atividade tem rendimentos menores que seus custos. 
CRISE FINANCEIRA – é a crise de liquidez, que inviabiliza os pagamentos. Preocupante pois atinge a terceiros (fornecedores e sistema de crédito). 
CRISE PATRIMONIAL – quando o ativo é menor que o passivo. 
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As primeiras soluções para as crises devem advir da própria atuação do mercado. 
Ex.: acordos entre o devedor e seus credores; investimentos de empreendedores (aquisição de ativos, trespasse do estabelecimento, incorporação, entre outros).
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As soluções estatais surgem na medida da impossibilidade de soluções do mercado. Podem ser gerais ou específicas.
 São soluções estatais gerais a recuperação judicial e a recuperação extrajudicial. 
A recuperação judicial consiste numa série de atos praticados sob supervisão judicial e destinados a reestruturar e manter em funcionamento a empresa em dificuldades econômico-financeiras temporárias (art. 47, Lei nº 11.101/2005).
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Sistema financeiro nacional (instituições financeiras e equiparadas)
Seguradoras
Sociedades de capitalização
Entidades de previdência privada 
Operadoras de planos de saúde. 
E a falência????
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A recuperação extrajudicial tem por objetivo reestruturar a empresa em crise econômico-financeira, mas com menor intervenção do aparato jurisdicional. O Judiciário apenas homologa a vontade das partes.
São soluções estatais específicas aquelas utilizadas para certos ramos de atividades (caráter mais estratégico, recebem fiscalização especial do poder público). Regime próprio de liquidação patrimonial denominado de liquidação extrajudicial (Lei nº 6.024/74, Decreto-lei nº 73/66 e Lei nº 9.656/98) :
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Empresas não Recuperáveis
Em muitos casos, as crises não podem ser superadas - opta-se pela liquidação patrimonial. Pode ser ordinária ou forçada.
A liquidação patrimonial ORDINÁRIA - iniciativa do próprio empresário ou dos sócios. Instaura-se um procedimento com a devida baixa no registro.
A liquidação FORÇADA - imposta pelo Poder Judiciário ou pelo Poder Executivo. Para as atividades não empresárias, esta liquidação se dá através da insolvência.
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A forma de liquidação patrimonial forçada imposta pelo Poder Judiciário é a falência.
OBJETIVO: pagamento de todos os credores. 
COMO? através da otimização dos bens, ativos, recursos produtivos e os intangíveis, de forma a conseguir seu melhor aproveitamento (art. 75, Lei nº 11.101/2005).
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 Conceito dos Institutos Falimentares
 Falência = falta do cumprimento de uma obrigação ou do que foi prometido. Pode ser vista sob dois ângulos:
 
a) Econômico: estado patrimonial, a condição de quem, havendo recebido uma prestação a crédito, não tenha disponível, para o cumprimento da contraprestação, um valor suficiente.
b) Jurídico: demonstra um processo de execução coletiva contra o devedor comerciante.
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Objetivos do Direito Falimentar
Prevenir as crises
Recuperar as empresas em crise
Liquidaras empresas não recuperáveis
Punir os sujeitos culpados em tais crises.
Falência é um PROCEDIMENTO JUDICIAL a que está sujeita a empresa, que não paga obrigações líquidas na data do vencimento, consistindo em execução coletiva de seus bens, à qual concorrem todos os credores.
OBJETIVOS (art. 75): 
Venda forçada do patrimônio disponível 
Verificação dos créditos
Liquidação do ativo e a solução do passivo, de forma a distribuir os valores arrecadados, mediante rateio entre os credores, de acordo com a ordem legal de preferência, depois de feita a chamada classificação dos créditos. 
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Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
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 PRINCÍPIO DA SOLVABILIDADE JURÍDICA: pressupõe que o patrimônio positivo (ativo) tenha capacidade econômica de suportar as obrigações constantes de seu patrimônio negativo (passivo). Surge da união dos artigos 391 e 91 do CC.
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EVOLUÇÃO SOCIAL direito falimentar evolui e o devedor passa a ser analisado sob outros olhos. Postulados da livre-iniciativa e livre-concorrência.
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