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Cultura das Mídias Aula 2

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Cultura das Mídias – Aula 2.
Visão, Som e Fúria. 
Marshall Mcluhan. 
Profa. Isabel Spagnolo.
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Mcluhan refletiu acerca da tese central: o meio é a mensagem. Nesse sentido, o meio se torna um elemento determinante no processo comunicacional. O autor chama a atenção para o fato de que uma palavra ao ser proferida oralmente ou pelos meios impressos ou ainda eletrônicos, põe em jogo, em cada caso, diferentes estruturas
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da percepção, desencadeando diferentes mecanismos de compreensão. Para Mcluhan, o meio, o canal, a tecnologia em que a comunicação se estabelece não apenas constitui a forma comunicativa, mas determina o próprio conteúdo da comunicação. 
Determina o conteúdo, a recepção e as relações sociais.
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Sendo assim, seus estudos foram orientados em dois sentidos: 
Análise da evolução dos meios de comunicação usados pelo homem ao longo da história.
Identificação das características específicas de cada um desses diferentes meios.
Para ele, as transformações midiáticas são determinantes para as
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transformações da sociedade e da cultura humana. 
Nessa evolução Mcluhan distingue três períodos, culturas ou galáxias: a oral, tipográfica e eletrônica. 
A cada uma dessas galáxias corresponde um modo próprio de o homem pensar o mundo e de nele se situar. 
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1 - Cultura Oral ou Acústica. 
Foi própria das sociedades não-alfabetizadas, cujo meio de comunicação era a palavra oral.
O homem da cultura oral estava próximo de si e das coisas. Fundado na palavra oral, nas suas modalidades infinitas, na sua proximidade aos fatos, sentimentos e paixões, o homem, dessa cultura, estava preparado para um tipo de experiência 
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mais densa. 
O movimento de interação face a face fez com que a cultura oral criasse um tipo de proximidade dos homens entre si, isto é, a constituição de fortes relações grupais. É certo que limitada no espaço pela audibilidade da voz, a palavra oral só percorre distâncias
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curtas.Mas, por isso mesmo, os ouvintes tendem a manter-se próximos, ligados entre si por nexos familiares e de estreita convivência, relações tribais ou laços de cidadania (pólis grega) e pela necessidade de manter viva a memória coletiva. 
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A palavra oral suscita ainda a criatividade de quem fala e de quem ouve, estimula a imaginação, deixa o ouvinte livre para imaginar a seu modo as realidades e acontecimentos de que ele fala.
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2 – A Cultura Tipográfica 
Galáxia de Gutenberg. 
Caracteriza as sociedades alfabetizadas. Valorização do sentido da visão = escrita e leitura. 
Pelo contrário, a palavra escrita, ao privilegiar um sentido único – a visão – reduz a capacidade expressiva e comunicativa da experiência subjetiva no mundo.
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No que diz respeito à escrita, sobretudo quando sua reprodutibilidade pôde ser mantida pela imprensa, a sua permanência no espaço e no tempo tornou possível a constituição de coletividades nacionais alargadas, permitiu a construção de memórias, registros, inventários, arquivos de todas as espécies, foram criadas as condições
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para a extensão da cultura, para a formação do público leitor, para a democratização da instrução, para a construção do saber. 
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3 – Cultura Eletrônica.
Determinada pela velocidade instantânea que caracteriza os meios eletrônicos de comunicação e pela integração sensorial. 
Sua instantaneidade, a velocidade com que a difusão da mensagem é feita, o caráter massivo de sua recepção promove um novo tipo de aproximação social, agora em larga escala. 
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Os meios eletrônicos de comunicação se dirigem de forma direta e envolvente à sensibilidade múltipla do espectador, há um apelo à integração sensorial. 
Restauram a riqueza expressiva da comunicação oral e recriam o mundo à imagem de uma aldeia global constituída por redes altamente complexas e vibrantes. 
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Até Gutenberg, a poesia era o canto dos próprios poemas para uma pequena platéia. 
A partir do século XVII a poesia foi inserida na imprensa, ocorrendo uma mistura entre visão e som. 
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A colonização americana começou quando a única cultura ao alcance da maioria era o livro impresso. 
A cultura européia, em contrapartida, era música, pintura, escultura.
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A cultura impressa liquidou com 2 mil anos de cultura manuscrita. Criou o estudante solitário. 
A grande virtude da escrita é o poder de deter o veloz processo do pensamento para contemplação e análise constantes. 
A escrita é a tradução do áudio para o visual. 
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A escrita e a leitura no próprio pergaminho e papiro eram diferentes da leitura do livro. A dificuldade de acesso aos manuscritos obrigava a memorização de tudo quanto era possível. 
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A imprensa sobrepujou o livro no século XIX, porque era mais rápida. 
A imprensa é o livro popular diário. Ela fomentou desde o início o nacionalismo porque os idiomas vernáculos eram entendidos pelo público leitor e mais rentáveis para os editores comerciais. 
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Já a foto e o cinema, assim como a música e a pintura são internacionais quanto ao seu poder de atração. 
As imagens possuem o poder de saltarem sobre as fronteiras nacionais e preconceitos. 
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A forma da página do jornal é poderosamente intercultural e internacional. São tópicos sobre todas as partes do mundo. Toda guerra é guerra civil, todo sofrimento é nosso. 
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Por sua vez, cinema, rádio e tv são tão revolucionários quanto a própria imprensa. 
O filme se assemelha ao processo cognitivo. Todos os meios, de alguma forma, compartilham desse caráter cognitivo.
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Cinema falado e tv fizeram a mecanização da totalidade da expressão humana, da voz, do gesto, da figura humana em ação. 
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Cultura das Celebridades.
Os novos meios de comunicação situam certas personalidades num novo plano da existência. 
Elas existem não tanto em si mesmas, mas como tipos de vida coletiva.
Exs: Pato Donald, Marilyn Monroe tornam-se pontos de consciência coletiva para uma sociedade inteira.

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