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Panorama Econômico AULAS 1 a 4

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O AMBIENTE ECONÔMICO
Ambiente Empresarial 
O processo de tomada de decisões resume-se em fazer escolhas entre ações e aplicações de recursos alternativas. O cotidiano de um administrador envolve decisões sobre ampliar ou não a empresa, escolher entre a aquisição de diversos equipamentos, ou simplesmente não comprá-los, contratar, ou não, mais funcionários, alugar ou comprar o prédio para novas instalações, enfim, fazer uma série de escolhas entre ações alternativas. 
Toda decisão empresarial é de natureza econômica, mesmo quando envolve assuntos não diretamente relacionados à economia, como a definição de um certo perfil psicológico para uma dada função. Isso porque, ao fim, se quer que todos os recursos empregados se combinem para atingir o melhor resultado possível, quer dizer, o maior lucro possível. Mesmo uma instituição sem fins lucrativos, se quiser atingir resultados amplos, como distribuir alimentos para a população carente, deve ser eficiente, para que cada recurso empregado atenda ao maior número de pessoas possível.
As decisões estudadas pela economia envolvem a alocação dos fatores de produção e o seu uso pelos agentes econômicos, definidos como pessoas ou organizações que realizam transações econômicas. 
As empresas, as entidades produtoras de bens e serviços, decidem sobre o que, quanto e como produzir. O Governo, ao cumprir suas funções, é demandante dos bens e serviços produzidos pela economia. Os consumidores, que somos todos nós, tomam decisões sobre o que consumir e quanto. Por fim, o resto do mundo, composto pelos países que se relacionam economicamente. 
Em especial, o executivo da empresa é que efetivamente toma as decisões necessárias à alocação de recursos, buscando a melhor forma de aproveitar as oportunidades que se oferecem no mercado. 
Analisando o ambiente econômico
A Ciência Econômica trata de como os agentes econômicos combinam os recursos escassos para a satisfação de suas necessidades. 
Dessa forma, é um instrumento auxiliar poderoso de apoio às decisões empresariais, ajudando a desenhar cenários que permitam ao administrador antecipar mudanças e melhorar a qualidade de suas decisões. As análises feitas pela Economia partem de duas abordagens básicas: 
1) da perspectiva dos agregados econômicos e de seus efeitos sobre a sociedade, ramo chamado de Macroeconomia; 
2) da perspectiva dos indivíduos e das firmas, ramo chamado de Microeconomia. 
ESTADO E MERCADO
Existem informações básicas sobre o ambiente econômico, de acesso quase imediato, que permitem traçar um quadro de análise útil à tomada de decisões. Essas informações podem ser agrupadas de diversas formas, tendo em vista os objetivos da análise que se pretende fazer e o alto grau de inter-relações que mantêm. 
Normalmente, por questões conceituais e relativas à prática dos agentes econômicos, identifica-se o setor público, constituído pelas instituições que compõem o Estado, e o setor privado, que abrange as empresas que interagem no Mercado. O papel de cada um constitui-se na discussão central sobre a condução dos negócios econômicos. 
O Estado corresponde à esfera política da alocação dos recursos, onde estes seriam distribuídos de acordo com os interesses políticos e sociais, expressos na forma de um orçamento estatal. Já o mercado corresponde à esfera econômica dessa alocação, onde as decisões seriam baseadas no sistema de preços e na busca do interesse individual. Nenhuma dessas esferas existe de forma isolada, no entanto, mas sim de forma interativa, com o peso de um e de outro, no âmbito da formação dos sistemas econômicos, variando com o tempo e com as circunstâncias. 
Classificação dos Sistemas Econômicos 
Sistema Capitalista ou Economia de Mercado: 
Neste sistema impera a propriedade privada dos meios de produção, ao lado da livre iniciativa de se decidir sobre o que e quanto produzir e consumir (esses direitos podem ser visualizados no caput do artigo 170 da Constituição Federal do Brasil de 1988). 
 	As atividades econômicas são dirigidas e controladas unicamente por empresas privadas, que competem entre si. Daí a alcunha de “economia de mercado”, porque na sociedade capitalista tudo se transforma em mercadoria, inclusive a força do trabalho. 
O trabalhador, diferentemente do que ocorre nas sociedades escravista e feudal, já não é mais um escravo, nem servo da gleba. Ele é livre para vender sua força de trabalho ao capitalista que lhe fizer a melhor oferta, isto é, lhe pagar o melhor salário. 
As empresas, por sua vez, estão dispostas a oferecer seus produtos à medida que houver possibilidades efetivas de obtenção de lucros. A perspectiva do lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no mercado. Essa oferta se orienta pela demanda (ou procura) de bens que supram as necessidades dos indivíduos. É de se supor, então, que o livre jogo da oferta e da procura, em que impera a livre concorrência, é fundamental para a sustentabilidade da atividade econômica. Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e prejudicial. Assim, ao estado competiria zelar pelo livre funcionamento do mecanismo dos preços e do mercado, sem interferir em nenhum aspecto da produção. 
Em resumo: neste sistema, a decisão sobre “que e quanto produzir” é tomada pelos consumidores e produtores; a decisão sobre o “como produzir” é determinada pela competição entre os produtores, em busca de maior produtividade e redução dos custos e a questão sobre “como distribuir” é solucionada pela capacidade de aquisição dos bens produzidos, isto é, cada indivíduo irá apossar-se da quantidade de bens e serviços que a sua disponibilidade de recursos financeiros permitir.
O capitalismo deu-se em duas etapas: 
a) Capitalismo pré-monopolista: Período de desenvolvimento do capitalismo em que existiu a livre concorrência. Essa etapa predominou até os últimos anos do século XIX.
b) Capitalismo monopolista: Fase em que a livre concorrência passou a ser substituída pelo monopólio imperialista, capitaneado por grandes corporações multinacionais.
OBS. Vale ressaltar que, pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de livre concorrência (concorrência pura), em que não se admitia nenhum tipo de intervenção do Estado na atividade econômica. Porém, em 1930, passou a predominar o sistema de economia mista, em que prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação e intervenção do Estado, por meio das ideias do economista inglês John Maynard Keynes.
Sistema Socialista ou Economia Centralmente Planejada: 
É aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento (governo), que se encarrega de direcionar e controlar o processo produtivo através de empresas públicas. Este direcionamento e controle faz-se com base nos interesses coletivos, que prevalecem sobre os individuais predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados, nessas economias, de meios de produção, e desaparecendo a instituição do lucro financeiro. A meta não é obtenção de lucros, mas proporcionar o máximo de bem-estar geral. Todos os meios de produção são socializados, isto é, de propriedade coletiva, e administrados pelo Estado.
Um complexo sistema de planificação determina “o que produzir” prioritariamente. Todas as possibilidades de produção seriam equacionadas e utilizadas de forma a obter um aproveitamento integral de todos os recursos disponíveis. A questão “para quem produzir”, que traz em si o problema da distribuição da renda, é solucionada pela quantidade e qualidade do trabalho executado. O Estado se encarrega de proporcionar, a preços baixos ou gratuitamente, os serviços básicos relacionados à saúde, educação, transporte e moradia, assegurando a todos o direito inalienável ao trabalho. A participação ativa de todos os trabalhadores no processo econômico substitui a competição entre as unidades produtivas, no sentido prevalecente no regime de livre iniciativa.Funcionamento do Mercado 
Durante o processo de produção, em que são obtidos bens e serviços, as unidades produtoras remuneram os fatores de produção por elas empregados: pagam salários aos seus trabalhadores, aluguel pelas instalações que ocupam, juros pelos financiamentos obtidos e distribuem lucros aos seus proprietários. Essa remuneração é recebida pelos proprietários dos fatores de produção e permite-lhes adquirir os bens e os serviços de que necessitam.
Este é um aspecto fundamental do sistema econômico, e que garante sua eficiência: as unidades produtoras, ao mesmo tempo em que produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas empregados, permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras unidades produtoras.
Uma pessoa que trabalha numa fábrica de roupas, por exemplo, não vai adquirir apenas o produto de seu trabalho (as roupas) com o salário que recebe. Precisa, também, comprar alimentos, alugar ou comprar uma casa, tomar condução etc. E através da remuneração de sua força de trabalho (fator de produção que concorreu para a produção das roupas) que ela poderá adquirir as coisas de que necessita para viver.
Pode-se dizer, portanto, que num sistema econômico existem dois fluxos. O primeiro é o fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos no sistema econômico, que também recebe o nome de produto. O segundo é o fluxo nominal ou monetário, formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo, também denominado renda.
Esses dois fluxos têm um significado muito importante para a teoria econômica. O fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos, constitui a oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que foi produzido e está à disposição dos consumidores. O fluxo monetário, formado pelo total da remuneração dos fatores produtivos, é a demanda ou procura da economia, ou seja, aquilo que as pessoas procuram para satisfazer suas necessidades e desejos.
De maneira simples podemos dizer que fluxo real é tudo aquilo que as famílias oferecem às empresas para que estas possam existir, exemplo: recursos naturais, trabalho, mão de obra e capacidade empresarial. Da mesma forma, as empresas oferecem às famílias aquilo que elas precisam para se manterem, exemplo: produtos industrializados e empregos.
Com o auxílio do dinheiro, as empresas pagam às famílias pelo serviço e mão de obra realizada e, por sua vez, as famílias, também com o auxilio do dinheiro, pagam às empresas pelos bens e serviços adquiridos, o que configura o fluxo nominal ou monetário.
O fluxo real e o monetário fazem com que tenha uma interação entre as famílias e as empresas, que são o que chamamos de agentes econômicos. Do lado do fluxo real estão o emprego dos recursos e o suprimento de bens e serviços necessários. Do lado monetário se dá a remuneração dos fatores de produção e o pagamento dos bens e serviços adquiridos.
	Em resumo, podemos sintetizar que:
Fluxo Real da Economia ou Lado Real da Economia: são as trocas realizadas pelos membros das famílias e as empresas nos mercados de fatores de produção e de bens e serviços.
Fluxo Monetário da Economia ou Lado Monetário da Economia: são os pagamentos feitos em moeda pelas empresas às famílias na forma de remuneração dos fatores de produção (salários, aluguéis, juros, lucros e royalties) e das famílias às empresas como pagamento pelos bens e serviços comprados (demandados). É dita “monetária”, pois as transações (compras e vendas) se realizam através da troca de moeda entre ofertantes (fornecedores) e demandantes (consumidores) a partir dos preços fixados por estes.
Questões Básicas da Economia 
O que e quanto produzir? 
A sociedade deverá escolher dentro das possibilidades de produção, quais os produtos e quantidades deverão ser produzidos. O resultado do processo produtivo serão os bens (coisas físicas, tangíveis, como, por exemplo, a geladeira, o fogão, o sapato etc.) e os serviços (coisas intangíveis, como, por exemplo, os serviços de educação, segurança, hospitalares etc.). Esses bens e serviços, por sua vez, poderão ser de consumo (duráveis e não duráveis) e de capital. 
Os bens de consumo duráveis são aqueles que não acabam no ato de consumo (geladeira, móveis etc.) enquanto que os bens de consumo não duráveis são os que terminam no ato de consumo (alimentos, bebidas etc.)
Como e onde produzir? 
A sociedade deverá escolher quais os recursos produtivos serão utilizados considerando o nível tecnológico disponível. Como e onde se dará o processo produtivo implica em tentar adotar as melhores técnicas de produção disponíveis que deverão ser utilizadas em três possíveis cenários (setores da economia), a saber: setor primário, setor secundário e setor terciário. 
• O Setor Primário está relacionado a produção através da exploração de recursos da natureza. Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do setor primário: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação. Este setor da economia é muito vulnerável, pois depende muito dos fenômenos da natureza como, por exemplo, do clima.
A produção e exportação de matérias-primas não geram muita riqueza para os países com economias baseadas neste setor econômico, pois estes produtos não possuem valor agregado como ocorre, por exemplo, com os produtos industrializados.
• O Setor Secundário da economia é o que transforma as matérias-primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc.) Como há conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor secundário, o lucro obtido na comercialização é significativo. Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa base econômica concentrada no setor secundário. A exportação destes produtos também gera riquezas para as indústrias destes países.
• O Setor Terciário é o setor relacionado aos serviços. Os serviços são produtos não materiais que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econômicas deste setor, podemos citar: comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços bancários e administrativos, transportes, etc. Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma região, maior é a presença de atividades do setor terciário.
Com o processo de globalização, iniciado no século XX, este foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. 
Para quem produzir? 
A sociedade deverá escolher como os indivíduos deverão participar do resultado da produção. Considera-se que a distribuição de tudo que foi produzido se dará levando-se em conta dois aspectos: 
• A quantidade e qualidade dos fatores que o indivíduo empregou no processo produtivo; 
• O preço que conseguiu receber pelo uso desses fatores.
A EMPRESA E OS MERCADOS
A Empresa
 
A empresa é a entidade responsável direta pelas decisões de produção, tendo como objetivo primeiro obter os melhores resultados possíveis, a partir de uma lógica econômica. A essência dessa lógica se define pelo conceito de eficiência. A eficiência na empresa, ou em qualquer organização, corresponde, então, ao uso de todos os recursos na produção, de tal forma que não se pode aumentar a produção de um bem sem diminuir a de outro. 
Esse conceito é central para a economia, tanto para países quanto para empresas, pois sua aplicação determina a dimensão dos resultados a serem alcançados. Os recursos devem ser empregados de tal forma que se obtenha a maior produção possível com dada quantidade de recursos.
Isso define a natureza econômica das organizações contemporâneas, independentemente de ter ou não fins lucrativos. As decisões de mercado e produção são feitastendo sempre como base esse conceito. Pode ocorrer, no entanto, que organizações tomem decisões que não sejam racionais, por erro ou algum comportamento disfuncional, o que levará a resultados abaixo do esperado ou do possível. 
Estruturas de Mercado 
Concorrência perfeita: muitos ofertantes de um mesmo produto, sem que nenhum tenha capacidade de influenciar os preços, em virtude da padronização do objeto de negociação. Na verdade, esse tipo de mercado raramente é encontrado, embora seja utilizado como modelo para se entender o funcionamento do mecanismo de preços em termos ideais. Poucos exemplos disponíveis: feiras livres podem se enquadrar nessa concepção ou o setor agrícola, quando em uma região temos pequenos produtores especializados em um mesmo produto. Os lucros, nesse caso, são sempre lucros normais, isto é, definidos pelo mínimo possível para que os empresários se mantenham no negócio.
Concorrência imperfeita ou monopolista: muitos ofertantes de produtos substituíveis uns pelos outros. A diferenciação de produto pode se dar por modismos, por localização, por qualidade ou pelo poder econômico e/ou midiático dos ofertantes. O comportamento das empresas em tal mercado é concorrencial e não cooperativo, podendo existir vantagens momentâneas nos preços. Exemplo: refrigerantes, restaurantes, lojas de roupas de moda com coleções exclusivas, etc.
Monopólio: uma empresa vende um produto que não possui substitutos. Isso pode ocorrer por conta de uma patente que garanta a exclusividade, pelo domínio de uma tecnologia ou pela escala de produção. São, normalmente, encontrados nos serviços públicos, como no fornecimento de água e de energia. O monopólio, como único fornecedor de um bem, pode escolher o preço em que a quantidade demandada maximize sua receita e seu lucro.
Oligopólio: pequeno número de ofertantes de um mesmo produto, mas que mantém certo grau de diferenciação, fazendo que as ações de uma, em relação ao preço e ao produto, afete as demais, quer dizer, afete o mercado como um todo. Existe uma competição de preços mantida em estritos limites, pois qualquer movimento mais acentuado na tentativa de aumentar a participação de mercado pode ter como resultante uma guerra de preços, em caso de redução unilateral, ou exclusão do mercado, em caso de elevação. Em caso de agrupamento dos ofertantes, pode acontecer a cartelização do mercado. O oligopólio é uma forma predominante de organização de mercados dos setores mais dinâmicos da economia, como o automobilístico, o de eletrodomésticos, o de produtos de higiene, entre outros. O grau de diferenciação dos produtos é identificado diretamente pela marca.
Estruturas no mercado de insumos e fatores de produção 
Algumas formas nas quais os demandantes estão estruturados, bem como suas relações com os produtores, estão a seguir (mercado de fatores de produção): 
Monopsônio (o monopólio na compra dos fatores de produção): é o mercado que se caracteriza pela existência de um único grande comprador (demanda) que domina o mercado fazendo com que os fornecedores dos fatores de produção, ou mesmo produtores e distribuidores, atuem de acordo com seus interesses.
 Oligopsônio (o oligopólio na compra dos fatores de produção): é o mercado em que existe um pequeno número de grandes consumidores que em conjunto exercem controle sobre a demanda do mercado devido ao volume de compras que realizam.
Demanda 
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam e podem adquirir em determinado período de tempo. 
Por sua vez, a demanda do mercado corresponde ao somatório das demandas individuais. A demanda refere-se também à demanda das empresas que adquirem bens e serviços necessários ao desempenho de suas atividades produtivas. 
Ao contrário do consumidor, no entanto, a demanda organizacional é de caráter predominantemente econômico, aplicando-se os princípios relativos ao preço, mas com pouca ou nenhuma interferência do que chamamos preferências pessoais.
Conhecer o comportamento da demanda é um aspecto crucial no processo de tomada de decisões dos governos e das empresas. O que e quanto as famílias estão dispostas a consumir, e a que preço, são informações que requerem pesquisas extensas e muitas vezes bastante sofisticadas do ponto de vista metodológico. As empresas, com essas informações, procuram atender o consumidor da melhor forma possível e, com isso, aumentar suas vendas. Os governos buscam medir o nível de qualidade de vida da população, de forma a orientar suas políticas econômicas e sociais.
A chamada Lei Geral da Demanda evidencia uma relação inversamente proporcional entre a quanti-dade procurada e o preço do bem, coeteris paribus (tudo o mais permanece constante) A lei da demanda diz que a quantidade demandada é inversamente proporcional ao preço. O gráfico da procura mostra a relação entre preço de um bem e a quantidade demandada por um período de tempo. A curva de demanda ou curva de procura revela as preferências dos consumidores, sob a hipótese que estão maximizando sua utilidade ou grau de satisfação no consumo daquele produto.
 PX (R$)	
 22 - - - - - - -
		
 10 - - - - - - - - - - - - -	
 08- - - - - - - - - - - - - - - - - - 	
	 55 100 135 QX
Oferta 
Oferta de mercado são as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado, em de-terminado período de tempo. 
A oferta depende de vários fatores, entre eles, do preço do bem em questão, dos demais preços, do preço dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), das preferências dos empresários, das alterações tecnológicas; do aumento do número de empresas no mercado. 
Vale ressaltar que a relação entre a oferta e os custos dos fatores de produção é inversamente proporcional. Exemplo: um aumento nos salários, tudo o mais constante, provoca uma retração da oferta de um produto. Porém, uma melhoria tecnológica é diretamente proporcional, ou seja, tudo o mais constante, deve provocar uma expansão da oferta.
A curva de oferta é positivamente inclinada. Se o preço de um bem aumentar, isto estimulará as em-presas a produzirem mais, aumentando sua receita, de outra forma, se os custos de produção de um bem au-mentam, a empresa deverá elevar seus preços para continuar produzindo o mesmo que antes.
 PX (R$)	
 22 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - -
		
 
 10 - - - - - - - - - - - - - - - -
 08 - - - - - - - - - -		
 65 100 155 QX	
Equilíbrio de Mercado 
Conhecendo o comportamento da demanda e da oferta, pode-se construir um modelo ideal que nos permita compreender como o preço se estabelece. Os mercados caminham para situações de equilíbrio, definidas como aquelas em que nenhum dos participantes conseguiria melhorar sua situação particular caso adotasse um curso de ação diferente. Em um mercado competitivo, a condição de equilíbrio se daria quando o nível de preço fizesse com que a quantidade demandada fosse igual à quantidade ofertada. 
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. O mercado regula os interesses de produtores e consumidores: os produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo são os preços de equilíbrio, ou seja, é o patamar em que os consumidores e os produtores realizam seus interesses.
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio, tem-se uma situação de escassezdo produto. As quantidades demandadas serão maiores que as ofertadas, o que resultará em elevação de preços ou no aumento da quantidade ofertada, até atingir-se o equilíbrio. 
Entretanto, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio, haverá um excedente de produção, o que resultará em uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços ou na quantidade ofertada, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Assim sendo, quando há competição tanto dos compradores (demandantes) quanto dos vendedores (ofertantes), há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio.
 PX a b
 D excesso de oferta O
 P1 
 Pe = P2 E 
 
 P3
 O c excesso de demanda d D
 0 Qe QX
 
Conceito básico de Elasticidade
	Conforme já observamos, tanto a demanda como a oferta são sensíveis a variações de preço. Altera-ções nos preços provocam reações positivas ou negativas nas quantidades ofertadas ou demandadas. Contu-do, a relação de interdependência entre a procura, a oferta e o preço não é rígida, isto é, a variação da oferta ou da procura em 30% nem sempre provoca uma variação igual ou de 30% no preço. Uma alta ou uma baixa de preço de 20% nem sempre gera uma variação de 20% na oferta ou na procura. O efeito da oferta e da pro- cura sobre o preço pode ser igual, maior ou menor. Da mesma forma, a variação do preço sobre a oferta e a procura pode ser igual, maior ou menor. Desse fenômeno surge a noção de elasticidade da procura (ou da oferta) que “é a relação entre a variação percentual da quantidade procurada (ou ofertada) e a variação percentual do preço”
	Na teoria econômica, o termo elasticidade significa sensibilidade. Assim, se afirma que a demanda (ou oferta) de um bem é elástica quando a variação da quantidade demandada (ou ofertada) supera a varia-ção do preço, com os consumidores (ou ofertantes) reagindo mais fortemente a variações nos preços. Por ou-tro lado, se afirma que a demanda (ou oferta) é inelástica quando a variação da quantidade demandada (ou ofertada) é relativamente menor que a variação percentual no preço, com os consumidores (ou ofertantes) reagindo menos à variação nos preços. 
Matematicamente podemos representar a elasticidade (da oferta ou da procura) através da seguinte expressão: 
 E = ∆Q Onde: E = Elasticidade (da demanda ou da oferta)
 ∆P ∆Q = Variação percentual da quantidade (demandada ou ofertada)
 ∆P = Variação percentual do preço
	A procura e a oferta podem ter elasticidade igual a 1 e maior ou menor que 1. Quando o coeficiente de elasticidade é igual a 1, a procura (ou oferta) é de elasticidade unitária. Sendo maior do que 1, a procura (ou oferta) é elástica; menor do que 1, a procura (ou oferta) é inelástica ou rígida.
	Assim, podemos resumir as reações da demanda e da oferta em relação às possíveis variações nos preços dos bens através das seguintes expressões:
Se ∆Q > ∆P  E > 1  A procura (ou oferta) é elástica
Se ∆Q < ∆P  E < 1  A procura (ou oferta) é inelástica (ou rígida)
Se ∆Q = ∆P  E = 1  A procura (ou oferta) é de elasticidade unitária
	Os gráficos a seguir representam as seis possíveis situações de elasticidade da demanda e da oferta em relação a variações nos preços.
PX PX PX
 P2 - - - - - 
p2 - - - p2 - - - - - 
 p1 - - - - - - - - - - - -
 p1- - - - - - - - - p1 - - - - - - - - - - - - 
 
 q2 q1 QX q2 q1 QX q2 q1 QX
 ΔQ > ΔP  E > 1 ΔQ < ΔP  E < 1 ΔQ = ΔP  E = 1
 Procura elástica Procura inelástica Procura de elasticidade unitária
 
PX PX	 PX
	 P2 - - - - - - - - - - - - p2 - - - - - - - p2 - - - - - - - - - - - 
 
 p1 - - - - p1- - - - p1 - - - - - 
 
 q1 q2 QX q1 q2 QX q1 q2 QX 
 ΔQ > ΔP  E > 1 ΔQ < ΔP  E < 1 ΔQ = ΔP  E = 1
 Oferta elástica Oferta inelástica Oferta de elasticidade unitária
SOCIEDADE, MERCADO E ESTADO
Sociedade e Mercado 
Uma questão importante, que surge quando examinamos qualquer sociedade, é como ela supre as necessidades materiais de seus membros, ou seja, como ela organiza a produção e a distribuição dos bens e serviços produzidos. 
Apenas na sociedade do tipo capitalista, que se desenvolveu a partir do século XVIII, encontraremos uma economia construída em torno do mercado. Uma economia de mercado significa um sistema autorregulável de mercados, isto é, uma economia em que os bens, serviços e fatores de produção (terra, trabalho e capital) são distribuídos e alocados, exclusivamente, pela troca. É claro que isso não se aplica inteiramente a nenhuma sociedade, pois existem imperfeições nesse sistema que exigem intervenções externas a ele.
Sociedade e Estado 
Pode-se definir o Estado como a nação politicamente organizada, constituindo-se em um organismo político-administrativo cuja existência se justifica a partir de três elementos essenciais: o povo, o território e o poder político. 
Ao examinar as concepções pode-se notar que a relação entre Estado e Sociedade consiste na questão central de uma discussão bastante atual: qual o papel e o grau de intervenção do Estado na sociedade civil?
Funções do Estado 
Para a primeira pergunta, o Estado desempenha funções que atendem aos diversos aspectos da proteção ao indivíduo e à sociedade, como, por exemplo, a segurança das fronteiras, os direitos do consumidor, o policiamento, entre outros. 
Para atingir os objetivos de progresso dos indivíduos, o Estado desempenha também as seguintes funções: 
• Promover a educação; 
• Fomentar a tecnologia; 
• Oferecer suporte ao setor financeiro; 
• Investir em infraestrutura; 
• Promover a concorrência; 
• Promover o desenvolvimento sustentável; 
• Manter uma rede de seguridade social.
Governo 
O exercício do poder ou da autoridade do Estado constitui o Governo. A ele cabe executar as políticas que resultam no cumprimento de suas funções. Nesse sentido, devemos fazer a distinção entre as Políticas de Estado e as Políticasde Governo. É importante para entendermos o caráter das ações governamentais quanto à vontade do governante e sua obrigação como chefe de Estado. 
As Políticas de Estado são aquelas definidas por lei que estabelecem as premissas e objetivos do Estado, possuindo, por isso, um sentido de permanência e estabilidade, resultantes de um diálogo da sociedade através das instituições políticas nacionais, em dado momento histórico. Assim, por exemplo, a Constituição brasileira de 1988 estabeleceu uma série de princípios de defesa do cidadão e da cidadania que se tornaram a própria doutrina do Estado brasileiro.
As Políticas de Governo, por seu turno, correspondem às orientações e ações concretas do governante no cumprimento do seu programa de governo, submetendo-se, naturalmente, às Políticas de Estado. 
A Constituição Federal brasileira separa claramente as funções de Estado e as funções de Governo, quando, por exemplo, estabelece como obrigação do Estado brasileiro a promoção da saúde e da educação, tornando obrigatório aos Governos orientarem suas ações para o atendimento dessas áreas.
Políticas Públicas 
As políticas públicas correspondem àquelas ações estabelecidas no espaço governamental, conjugando os objetivos e princípios das políticas de Estado com as metas e orientações de políticas governamentais. Buscam estabelecer diretrizes, através de metas, programas, princípios e objetivos, estabelecidos politicamente, que orientem, articulem e coordenem a atuação dos agentes públicos e privados e a correspondente alocação dos recursos. 
As políticas públicas abrangem uma diversidade de doutrinas e ações necessárias ao desenvolvimento da sociedade. Por exemplo, políticas de saúde, de educação, de cultura, entre tantas outras. Estamos, aqui, especialmente interessados nas políticas econômicas. Para isso, temos que entender a relação que existe entre o Governo e a Economia, utilizando os conceitos da ciência econômica.
ECONOMIA E GOVERNO
Ações econômicas do Governo 
Pode-se dizer, então, ser objetivo do Governo fomentar o desenvolvimento econômico-social do país e, ao lado disso, sustentar o nível de atividade econômica. A forma como o Estado arrecada os recursos para sua manutenção, através dos impostos, e a forma como gasta-os na realização das políticas públicas têm efeito de igual poder no desenvolvimento da sociedade. 
A política econômica que trata da administração dos gastos públicos chama-se política fiscal. No entanto, diversos aspectos da economia de um país são abordados por políticas específicas. As questões relativas à moeda, isto é, aos meios de pagamentos, são tratadas pela política monetária e as relativas ao câmbio, isto é, à troca de moedas, pela política cambial. Além dessas, temos as políticas de promoção ao comércio exterior e ao conjunto de políticas de desenvolvimento. Dessa forma, o Governo passa a dispor de instrumentos de política econômica capazes de administrar os ciclos econômicos de curto prazo. 
Embora, na sua aplicação, seja mais complexa do que o exposto como modelo, em essência é essa a discussão, que você deve acompanhar pelos jornais diariamente, em torno dos gastos do Governo e da carga tributária imposta à sociedade.
Governo, Déficit e Inflação 
Na execução da política fiscal, isto é, na execução das políticas de arrecadação e de gastos do governo, interessa-nos especialmente entender o impacto líquido sobre a sociedade. Este é o significado das políticas fiscais. 
Como é função do governo, entre outras, estimular o crescimento econômico e como, no desempenho de suas funções, ele é chamado a gastar cada vez mais, entender e administrar o déficit público é um ponto central nas discussões sobre as finanças públicas.
As ações imediatas de Política Fiscal em caso de déficit são o aumento de impostos ou o corte nos gastos. No entanto, pelo impacto que tais medidas podem ter sobre a economia, pode-se considerar financiá-lo com recursos extras fiscais, obtendo os recursos necessários junto ao Banco Central ou junto ao setor privado. O impacto dessas duas formas sobre a economia é diferenciado pelo efeito que provocam na quantidade de moeda em circulação e sobre o grau de endividamento do governo. 
O efeito inflacionário da política fiscal é uma das consequências mais graves do desequilíbrio das contas públicas e explica por que a preocupação do governo em controlar os déficits. Atualmente, o déficit público é colocado, de forma quase consensual, como elemento chave a ser contemplado em qualquer estratégia que vise manter sob controle a inflação no Brasil.
O Setor Público – Falhas de Mercado 
Essas condições não se realizam, na prática, de forma generalizada. Circunstâncias específicas, chamadas de “falhas de mercado”, impedem que se verifique esse equilíbrio automático no jogo de forças do mercado, são elas: 
• A existência de bens públicos; 
• A existência de monopólios naturais; 
• As externalidades; 
• Os mercados incompletos; 
• As falhas de informação; 
• A ocorrência de desemprego e inflação. 
a) Bens públicos: são aqueles cujo consumo por um indivíduo não afeta o consumo do mesmo bem por outro indivíduo. Resulta disso que toda a sociedade se beneficia da produção de bens públicos, mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros. Exemplos de bens públicos: ruas, iluminação pública, justiça, segurança pública e defesa nacional.
 
b) Monopólios Naturais: são definidos por aqueles setores em que os ganhos de escala são relevantes no âmbito da produção, isto é, quanto maior o produto gerado menor será o custo unitário de produção. Esse fenômeno ocorre em setores que possuem caracteristicamente um elevado custo fixo, implicando na queda do custo unitário conforme a produção aumente. Por exemplo, as companhias de gás possuem um elevado custo fixo, resultante do custo de implantar uma rede de tubulação para distribuição do gás, fazendo que apenas grandes distribuidores sejam economicamente viáveis.
c) Externalidades: podem ser definidas como “impactos gerados pelas atividades de produção e consumo de agentes envolvidos em um mercado específico e que atingem outros agentes não diretamente envolvidos no mercado”. Dependendo do valor desse efeito gerado, podemos classificá-las como “externalidades positivas” ou “externalidades negativas”. Por exemplo, investimentos feitos na geração de energia elétrica geram benefícios para todos os outros setores da economia e não só para a empresa que a produz e aufere lucros com isso. Ao contrário, os dejetos da indústria química jogados no mar geram prejuízos ambientais para todo o planeta.
 
d) Mercados Incompletos: define-se que um mercado é incompleto “quando um bem ou serviço não é ofertado mesmo que seu custo de produção esteja abaixo do preço que os potenciais consumidores estariam dispostos a pagar”. Essa noção aplica-se principalmente a economias em desenvolvimento, quando o mercado não é capaz de atender às demandas da economia, mesmo que estas se refiram a atividades típicas de mercado. Isto porque nem sempre o setor privado está disposto a assumir certos riscos, ou mesmo não possui a capacidade organizadora da produção necessária à produção.
e) Falhas de Informação: ocorrem porque o mercado não fornece por si todas as informações necessárias às tomadas de decisão dos consumidores e das empresas. O Estado pode, então, induzir essa transparência, mediante uma legislação adequada que obrigue a divulgação de determinadas informações. A obrigatoriedade de publicação dos demonstrativos contábeis das empresas, ou de informações sobre a composição dos produtos nas embalagens, são exemplos da ação do Estado para garantir um fluxo de informações eficiente.
 
f) Desemprego e Inflação: o funcionamento normal do mercado não garante, por sua dinâmica de operação, a manutenção dos níveis de emprego e do nível dos preços nos patamares mais próximos possíveis do desejado pela sociedade. Somente o Estado pode estabelecer políticas que conduzam a economia a operardentro de limites que maximizem a geração do produto.
Falhas de Mercado e Governo 
Essas condições não ocorrem isoladamente, mas combinam-se muitas vezes de forma variada, gerando benefícios, ou malefícios, para a sociedade como um todo. A despoluição do ar, por exemplo, gera uma externalidade positiva para todo e, ao mesmo tempo, constitui-se em um bem público, já que todos têm acesso ao ar de melhor qualidade. Além disso, por gerarem um efeito sobre toda a sociedade, essas falhas de mercado demandam necessariamente a ação governamental para sua correção, pois o mercado é incapaz de resolver a contento todas as demandas de uma população.
A Política Fiscal e Funções do Governo 
Até a divulgação das ideias de Keynes (contidas na obra Teoria Geral da Moeda, do Juro e do Emprego – 1936) o papel do Governo na atividade econômica limitava-se às atividades fundamentais voltadas para a segurança e defesa dos cidadãos, e de seu direito de propriedade.
	Keynes, em sua obra, sugeriu a intervenção do Estado na economia como forma de minimizar os efeitos das crises econômicas decorrentes dos desequilíbrios do sistema capitalista. Caberia então ao Estado controlar os fluxos de consumo e de investimento para evitar as crises e a inflação que, segundo Êle, seria decorrente não somente de um excesso de moeda mas também de um excesso de procura sobre a oferta.
Por meio da Política Fiscal o governo cumpre, do ponto de vista estritamente econômico, três fun-ções básicas: 
a) A função alocativa: que se refere ao fornecimento de bens públicos, bens não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. Assim, deixariam de ser ofertados caso não houvesse a atuação do setor público.
	O Governo, para estimular o crescimento econômico nacional, ou de uma determinada região, oferta bens públicos (bens de consumo coletivo como segurança, justiça, etc.) e cria economias externas (vantagens que o setor privado obtém gratuitamente pelos gastos do setor público em educação tecnológica, infra-estrutura viária, etc.)
	O governo pode produzir ainda, se necessário, insumos de uso universal como energia elétrica, petróleo, aço, etc., até que a iniciativa privada possa assumir adequadamente esses encargos.
b) A função distributiva: relacionada à distribuição de renda, já o sistema de preços nem sempre leva a uma distribuição de renda desejável pela sociedade como um todo. A fim de promover a distribuição de renda nacional, o governo adota as seguintes políticas, dentre outras:
		- Estabelece impostos progressivos, como o IR;
		- Concede incentivos fiscais para investimentos em áreas mais pobres como o Nordeste do 
 Brasil;
		- Transfere receita tributária diretamente para estados e municípios (FPE, FPM);
		- Oferta bens sociais (saúde, educação, seguro social, etc.) à população de baixa renda, gratui-
 tamente ou a preços inferiores aos do mercado.
c) A função estabilizadora: que busca alterar o comportamento dos preços e emprego, uma vez que nem a estabilidade de preços, nem o pleno emprego ocorrem de modo automático. Assim, adotando políticas monetárias e fiscais, o governo procura manter a estabilidade econômica através da(o):
		- Regulação dos níveis de consumo através da política salarial, estabelecendo, inclusive, o va-
 lor do salário mínimo (renda básica de grande parte da população);
		- Flexibilização das taxas de juros para controlar o consumo e incentivar o investimento;
		- Promoção e expansão do nível de emprego;
		- Controle da oferta de moeda em poder do público;
		- Manutenção do equilíbrio da Balança de Transações Correntes.

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