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147522Aula 16 Apostila de M Seg

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OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA, AÇÃO RESCISÓRIA AÇÕES 
POSSESSÓRIAS 
 
1. MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 O Mandado de Segurança está previsto no artigo 5º, LXIX da CF e está 
disciplinado pela Lei 12.016/2009, que foi sancionada em agosto de 2009. 
 
Art. 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público; [...] 
 
Art. 1º, Lei 12016/2009. Conceder-se-á mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física 
ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-
la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam 
quais forem as funções que exerça. 
§1º. Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta 
Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no 
exercício de atribuições do poder público, somente no que 
disser respeito a essas atribuições. 
§ 2º. Não cabe mandado de segurança contra os atos de 
gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
§3º. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias 
pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de 
segurança. 
 
 Este remédio constitucional visa proteger qualquer direito líquido e certo do 
cidadão, salvo o direito de locomoção e o direito de acesso a informações pessoais, que 
são protegidos pelo habeas corpus e habeas data, respectivamente. 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 “Direito líquido e certo é aquele que não demanda posteriormente a produção de 
prova, uma vez que o direito já está comprovado documentalmente ou reconhecido pela 
autoridade coatora.” 1 
 
Observação: a Carta Magna também prevê o mandado de segurança coletivo, que pode 
ser impetrado pela organização sindical, dentre outras entidades. 
 
Art. 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo pode 
ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
 
 
 Conclui-se que o mandado de segurança é ação utilizada, diante da inexistência 
de outro meio jurídico, para proteger um direito líquido e certo, que fora violado por um 
ato de autoridade. O MS pode compelir a autoridade pública a praticar ou deixar de 
praticar algum ato. 
 
1.1 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 Inicialmente, apenas os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do 
Trabalho tinham competência para apreciar e julgar mandado de segurança, uma vez 
que o artigo 652 e 653 da CLT não incluem o mandado de segurança no âmbito da 
atuação jurisdicional dos órgãos de primeira instância. 
 
 Contudo, “com o advento da EC 45/2004, que modificou substancialmente o artigo 
114 da CF, parece-nos que a Vara do Trabalho será funcionalmente competente para 
processar e julgar mandado de segurança em que o empregador pretenda discutir a 
validade do ato praticado – penalidade – pela autoridade administrativa encarregada da 
fiscalização das relações do trabalho.” 2 
 
 
1 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. rev. e ampl. Belo 
Horizonte: Fórum, 2008. p. 90. 
2 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. 
p. 997. 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
Art. 114, VII, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar 
e julgar: [...] VII - as ações relativas às penalidades 
administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos 
de fiscalização das relações de trabalho; [...] 
 
Agente de Juiz do 
Fiscalização Trabalho 
 
 
 Ato do TRT 
Juiz 1º Grau 
 
 
 Ato do membro TRT 
 do TRT 
 
 
Ato do membro TST 
 do TST 
 
 
1.2 LEI 12.016/2009 
 
 A Lei 12.016/2009 alterou a disciplina do mandado de segurança individual e 
coletivo, revogando a Lei 1533/51. 
 
 Cumpre salientar que o estudo das súmulas e OJ’s relativas ao Mandado de 
Segurança são fundamentais para o Exame de Ordem de II fase. 
 
Alguns Dispositivos Relevantes 
 
 
Art. 23, Lei 12016/09. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á 
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado. 
Súmula 632, STF. É constitucional lei que fixa PRAZO DE DECADÊNCIA para a 
impetração do Mandado de Segurança. 
Súmula 512, STF. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de 
mandado de segurança. 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
Súmula 105, STJ. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em 
honorários advocatícios. 
 
 
 
Súmula 266, STF. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de 
recurso ou correição. 
Súmula 268, STF. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito 
em julgado. 
Súmula 33, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em 
julgado. 
OJ 99, SDI – 2, TST. Mandado de segurança. Esgotamento de todas as vias recursais 
disponíveis. Trânsito em julgado formal. Descabimento. Esgotadas as vias recursais 
existentes, não cabe mandado de segurança. 
OJ 140, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança para impugnar despacho que 
acolheu ou indeferiu liminar em outro mandado de segurança. 
Súmula 201, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho em mandado de 
segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do 
Trabalho, correspondendo igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem 
razões de contrariedade. 
OJ 148, SDI – 2, TST. É responsabilidade da parte, para interpor recurso ordinário em 
mandado de segurança, a comprovação do recolhimento das custas processuais no 
prazo recursal, sob pena de deserção. 
Súmula 414, TST. I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta 
impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso 
ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. 
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a 
impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. 
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado 
de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar). 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
Súmula 417, TST. I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que 
determina penhora em dinheiro do executado, em execução definitiva, para garantir 
créditoexeqüendo, uma vez que obedece à gradação prevista no art. 655 do CPC. 
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito 
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio 
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 666, I, do CPC. 
III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a 
determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o 
executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos 
gravosa, nos termos do art. 620 do CPC. 
Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem 
faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de 
segurança. 
OJ 67, SDI – 2, TST. Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de 
transferência de empregado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT. 
OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível 
de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido. 
OJ 98, SDI – 2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários 
periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o 
mandado de segurança visando à realização da perícia, independentemente do 
depósito. 
OJ 137, SDI – 2, TST. Constitui direito líquido e certo do empregador a suspensão do 
empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito 
em que se apure a falta grave a ele imputada, na forma do art. 494, caput e § único, da 
CLT. 
 
1.3 ESTRUTURA DO MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 
 I. Fatos 
 II. Requisitos Específicos 
 Mandado III. Mérito 
de Segurança IV. Liminar 
 V. Requerimentos Finais 
 VI. Valor da Causa 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA _____ 
REGIÃO. 
 
NOME DO IMPETRANTE, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado 
(PROCURAÇÃO ANEXA), com escritório profissional no endereço completo, onde 
recebe intimações e notificações, com fulcro no art. 5º, LXIX, e 114, IV da Constituição 
Federal e art. 1° da Lei 12016/09, IMPETRAR: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA com pedido liminar 
 
contra o ato do Juiz da Vara do Trabalho de ________, proferido nos autos da RT n°, 
em que figura no pólo passivo ___________, qualificação e endereço completos, pelas 
razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – FATOS 
 
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS 
 
01. DO CABIMENTO 
► Art. 5º, II, Lei 12016/2009 – Não se concederá mandado de segurança quando se 
tratar: 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
 
► OJ 92 da SDI-II do TST: 
OJ 92, SDI – 2, TST. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível 
de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido. 
 
► Súmula 267 do STF 
Súmula 267, STF. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de 
recurso ou correição. 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
02. DA TEMPESTIVIDADE 
► Art. 23, Lei 12016/2009. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á 
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado. 
 
III – MÉRITO 
01. DO DIREITO LIQUIDO E CERTO E DO ABUSO DE PODER ou DA ILEGALIDADE 
DO ATO 
 (o título variará conforme o caso apresentado na prova) 
§1 Fato 
§2 Fundamento 
§3 Pedido Diante do exposto, requer a concessão de segurança 
 para suspender o ato da autoridade coatora 
 
IV – LIMINAR 
 
§1 Encontram-se presentes os requisitos do art. 7°, III, da Lei 12016/09, 
autorizadores da concessão de segurança em caráter liminar. Observe-se: 
§2 FUNDAMENTO RELEVANTE (fumus boni iuris)= (...) 
POSSIBILIDADE DE RESULTAR A INEFICÁCIA DA MEDIDA (periculum in mora) = (...) 
 
§3 Diante do exposto, requer, em caráter liminar, a concessão 
 de segurança para a imediata suspensão do ato que (...) 
 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
 Diante do exposto, requer: 
a) a concessão da segurança em caráter liminar, conforme previsto no art. 7º, III da 
Lei 12016/09, sem a oitiva da outra parte, para que se suspenda de imediato o ato 
(...); 
 
b) a notificação da autoridade coatora para que preste informações no prazo de 10 
(dez) dias, nos moldes do artigo 7º, I da Lei 12016/09; 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
c) a intimação do Sr.(a) ____ (das outras partes no processo) para integrar a lide como 
litisconsorte(s) passivo(s). 
 
d) se abra vista ao Ministério Público do Trabalho para que se manifeste sobre o feito, 
no prazo de 10 dias, conforme o artigo 12 da Lei 12016/09. 
 
e) a intimação do Advogado Geral da União, dando-se ciência da impetração do 
presente mandado de segurança, nos exatos termos do artigo 6º e 7º, II da Lei 
12016/09. 
 
f) oportuno salientar que as provas pré-constituídas dos fatos alegados que 
asseguram o direito líquido e certo se encontram anexas, quais sejam: (se a 
proposta fizer referência a algum tipo de prova é aconselhável incluí-las no MS) 
 
g) a concessão da segurança em caráter definitivo, confirmando-se os termos da 
liminar acima referida. 
 
Atribui-se à causa o valor de _____. 
 Nestes Termos, 
 Pede Deferimento, 
 Local e data 
 Advogado 
 OAB 
 
 
 
2. AÇÃO RESCISÓRIA 
 
 A ação rescisória está prevista pelo artigo 836 da CLT, e seu processamento no 
processo do trabalho segue as normas do processo civil, com aplicação subsidiária dos 
dispositivos 485 ao 495, no que for compatível aos princípios do processo do trabalho. 
Além destes, por se tratar de uma nova ação deve atender também aos requisitos do 
artigo 282 do CPC, que regula a petição inicial. 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
 Execução definitiva 
Sentença não há Trânsito em 
 Juiz recurso julgado 
 Ação Rescisória 
 (Art. 485, CPC) 
 
 A ação rescisória no processo civil, de acordo com o artigo 488, II do CPC, está 
sujeita ao depósito prévio de 5% sobre o valor da causa. No entanto, no processo do 
trabalho o depósito prévio é de 20% sobre o valor da causa (art. 836, CLT). 
Art. 836, CLT. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho 
conhecer de questões já decididas, excetuados os casos 
expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, 
que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do 
Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código 
de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% 
(vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de 
miserabilidade jurídica do autor. 
Parágrafo único. A execução da decisão proferida em 
ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe 
deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória ea respectiva certidão de trânsito em julgado. 
 
Art. 488, CPC. A petição inicial será elaborada com 
observância dos requisitos essenciais do Art. 282, devendo 
o autor: 
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo 
julgamento da causa; 
II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o 
valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por 
unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou 
improcedente. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no nº II à União, 
ao Estado, ao Município e ao Ministério Público. 
 
 As hipóteses de cabimento da ação rescisória no processo do trabalho estão 
previstas no artigo 485 do CPC. 
Art. 485, CPC. A sentença de mérito, transitada em julgado, 
pode ser rescindida quando: 
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz; 
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da 
parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de 
fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar literal disposição de lei; 
VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada 
em processo criminal ou seja provada na própria ação 
rescisória; 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
VII - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, 
cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, 
capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, 
desistência ou transação, em que se baseou a sentença; 
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de 
documentos da causa. 
 
 
 O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 anos (prazo decadencial), 
contados do trânsito em julgado da decisão rescindenda (art. 495 do CPC, Súmula 100, 
TST e OJ 12 da SDI – 2, TST). 
 
A observância do disposto nas Súmulas 100 e 299 do TST é indispensável para a 
propositura de ação rescisória. 
 
Súmula 100, TST. I - O prazo de decadência, na ação 
rescisória, conta-se do dia imediatamente subseqüente ao 
trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, 
seja de mérito ou não. 
II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito 
em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, 
contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do 
trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso 
tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar 
insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a 
decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que 
julgar o recurso parcial. 
III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de 
recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível 
não protrai o termo inicial do prazo decadencial. 
IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de 
trânsito em julgado juntada com a ação rescisória, podendo 
formar sua convicção através de outros elementos dos 
autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a quo" 
do prazo decadencial. 
V - O acordo homologado judicialmente tem força de 
decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim 
sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data 
da sua homologação judicial. 
VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial 
da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério 
Público, que não interveio no processo principal, a partir do 
momento em que tem ciência da fraude. 
VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a 
decisão do TST que, após afastar a decadência em sede 
de recurso ordinário, aprecia desde logo a lide, se a causa 
versar questão exclusivamente de direito e estiver em 
condições de imediato julgamento. 
VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no 
prazo recursal, sem ter sido aviado o recurso próprio, não 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
tem o condão de afastar a consumação da coisa julgada e, 
assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para 
a ação rescisória. 
IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente 
subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de 
ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, 
finais de semana ou em dia em que não houver expediente 
forense. Aplicação do art. 775 da CLT. 
X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após 
o decurso do prazo legal previsto para a interposição do 
recurso extraordinário, apenas quando esgotadas todas as 
vias recursais ordinárias. 
 
OJ 12, SDI – 2, TST Ação Rescisória. Decadência. 
Consumação antes ou depois da edição da medida 
provisória nº 1.577/1997. Ampliação do prazo. I - A vigência 
da Medida Provisória nº 1.577/1997 e de suas reedições 
implicou o elastecimento do prazo decadencial para o 
ajuizamento da ação rescisória a favor dos entes de direito 
público, autarquias e fundações públicas. Se o biênio 
decadencial do art. 495 do CPC findou após a entrada em 
vigor da referida medida provisória e até sua suspensão 
pelo STF em sede liminar de ação direta de 
inconstitucionalidade (ADIn 1753-2), tem-se como aplicável 
o prazo decadencial elastecido à rescisória. 
II - A regra ampliativa do prazo decadencial para a 
propositura de ação rescisória em favor de pessoa jurídica 
de direito público não se aplica se, ao tempo em que 
sobreveio a Medida Provisória nº 1.577/1997, já se exaurira 
o biênio do art. 495 do CPC. Preservação do direito 
adquirido da parte à decadência já consumada sob a égide 
da lei velha. 
 
Súmula 299, TST. I - É indispensável ao processamento da 
ação rescisória a prova do trânsito em julgado da decisão 
rescindenda. 
II - Verificando o relator que a parte interessada não juntou 
à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 
(dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento. 
III - A comprovação do trânsito em julgado da decisão 
rescindenda é pressuposto processual indispensável ao 
tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito 
em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não 
reabilita a ação proposta, na medida em que o ordenamento 
jurídico não contempla a ação rescisória preventiva. 
IV - O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que 
se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite 
a formação da coisa julgada material. Assim, a ação 
rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do 
mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada 
em julgado a ser rescindida. 
 
2.1 COMPETÊNCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 A ação rescisória é uma ação originária dos Tribunais, ou seja, a ação rescisória 
jamais será proposta para um juiz do trabalho. Assim, perante uma ação rescisória 
proposta em face de sentença que transitou em julgado, a competência será do TRT à 
que está subordinado o juízo de 1º grau que proferiu a decisão. 
 
 
Sentença Trânsito em Ação Rescisória RO Rext 
 Juiz julgado TRT TST (SDI) STF 
 
 
 
 Ação Rescisória Recurso Ordinário Constitucional 
 TST STF 
 
 
 Cada tribunal é competente para julgar ação rescisória de suas decisões. 
Atente-se para o fato de que “se o acórdão do TST NÃO apreciar o mérito da causa, 
como ocorre, quando aquela Corte não conhece do recurso interposto, a ação rescisória 
voltar-se-á contra o acórdão regional que tenha adentrado no mérito, sendo competente 
o TRT para processá-la e julgá-la.” 3 
 
 
 
 Sentença Ação Rescisória 
Juiz 1º Grau TRTCada Tribunal 
 
Decisão Definitiva Ação Rescisória é competente 
 TRT TRT 
 para julgar AR 
 
Decisão Definitiva Ação Rescisória de suas decisões 
 TST TST 
 
 
 
 
► Súmulas e Orientações Jurisprudenciais relacionadas ao CABIMENTO da Ação 
Rescisória 
 
3 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. 
p. 1029. 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
Súmula 100, TST + Art. 495, CPC 
 
Súmula 259, TST. Só por rescisória é atacável o termo de conciliação previsto no 
parágrafo único do Art. 831 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
Súmula 407, TST. A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação 
rescisória, ainda que não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão 
rescindenda, não está limitada às alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 487 do CPC, uma 
vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas. 
 
Art. 487, CPC. Tem legitimidade para propor a ação: 
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; 
II - o terceiro juridicamente interessado; 
III - o Ministério Público: 
a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a intervenção; 
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei. 
 
Súmula 514, TST. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em 
julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos. 
 
Súmula 401, STJ (inaplicável no Processo do Trabalho) O prazo decadencial da ação 
rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento 
judicial. 
 
Súmula 219, TST 
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória 
no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/70. 
 
Súmula 299, TST + OJ 84, SDI – 2, TST. Ação rescisória. Petição inicial. 
Ausência da decisão rescindenda e/ou da certidão de seu trânsito em julgado 
devidamente autenticadas. Peças essenciais para a constituição válida e regular do feito. 
Arguição de ofício. Extinção do processo sem julgamento do mérito. A decisão 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
rescindenda e/ou a certidão do seu trânsito em julgado, devidamente autenticadas, à 
exceção de cópias reprográficas apresentadas por pessoa jurídica de direito público, a 
teor do art. 24 da Lei nº 10.522/02, são peças essenciais para o julgamento da ação 
rescisória. Em fase recursal, verificada a ausência de qualquer delas, cumpre ao Relator 
do recurso ordinário arguir, de ofício, a extinção do processo, sem julgamento do mérito, 
por falta de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do feito. 
 
► Súmula relacionada a hipótese de INTERPOSIÇÃO DE RECURSO em Ação 
Rescisória 
 
Súmula 158, TST. Da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, 
cabível é o recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da 
organização judiciária trabalhista. 
O recurso ordinário previsto nesta súmula tem previsão no artigo 895, II, CLT. 
Contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua 
competência originária é cabível a interposição de RO para o TST. 
 
 Ação Rescisória RO Rext 
 TRT TST (SDI) STF 
 
 
14.2 ESTRUTURA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
 
 I. Fatos 
 II. Requisitos Específicos 
 Ação III. Mérito 
Rescisória IV. Liminar 
 V. Requerimentos Finais 
 VI. Valor da Causa 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ____ 
REGIÃO. 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
Processo nº 
 
NOME DO AUTOR, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente perante 
Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO 
ANEXA), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e 
notificações, com fulcro no artigo 836 da CLT combinado com o artigo 485, ____ do 
CPC, PROPOR: 
 
AÇÃO RESCISÓRIA 
 
em face de NOME DO RÉU, qualificação e endereço completos, pelas razões de fato e 
de direito a seguir expostas, a fim de desconstituir a decisão transitada em julgado. 
 
I – DOS FATOS 
O autor ajuizou reclamatória trabalhista em face da empresa ré postulando (...). A 
sentença, que julgou (im)procedente o pedido, transitou em julgado. 
 
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS 
A presente ação rescisória foi proposta com observância das disposições legais. 
LEGITIMIDADE – Art. 487, I, CPC. 
TEMPESTIVIDADE – Art. 495, CPC + Súmula 100, TST. 
DEPÓSITO PRÉVIO – Art. 836, CLT (20% do valor da causa). 
DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS – Súmula 299, TST + OJ 84, SDI – 2, TST: (cópia da 
decisão rescindenda e certidão de transito em julgado, devidamente autenticadas). 
 
 III – MÉRITO (é aconselhável que o título do tópico do mérito faça alusão ao inciso do art. 485, CPC, 
que sofreu violação) 
 
01. DA VIOLAÇÃO LITERAL A DISPOSIÇÃO DE LEI (exemplo) 
§1º Fato 
 
§2º Fundamento (ex: violação do artigo 440, CLT) 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
§3º Autorizando assim, conforme artigo 485, inciso ____ do CPC, a desconstituição 
da decisão transitada em julgado. 
§4º Pedido 
 
02. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
 
IV – LIMINAR 
 Artigo 489, CPC - Analise se há necessidade de requerer a concessão de liminar 
(urgência do pedido): Fumus Boni Iuris e Periculum in Mora 
 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
● Art. 491, CPC – Citação 
● Art. 492, CPC – Produção de provas 
● Requerer o julgamento procedente da ação rescisória, a fim de rescindir a decisão 
transitada em julgado e, se for o caso, requerer novo julgamento pelo Tribunal da causa 
(art. 488, I, CPC). 
 
Atribui-se a causa o valor de R$ ______. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local e data 
Advogado 
OAB 
 
 
 1) Endereçamento: o endereçamento da ação deve ser realizado de acordo com a 
competência para processar e julgar a ação rescisória. Portanto, conforme visto, a 
interposição da ação rescisória deverá ser dirigida ao TRT diante de uma decisão que 
foi proferida pelas Varas do Trabalho. Caso a decisão a ser rescindida tenha sido 
proferida pelo próprio TRT, a competência será do próprio Tribunal de onde se originou 
o acórdão (ação de competência originária). Por fim, perante um acórdão, que foi 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
proferido pelo TST, a competência para rescindir a decisão é do próprio TST. Veja os 
exemplos: 
 
2) Artigo 489, CPC: “a Lei 11.280/2006 deu nova redação ao artigo 489 do CPC, 
para esclarecer, de maneira definitiva, que o fato de o ajuizamento da ação rescisória 
não impedir o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo não exclui a concessão, 
caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza 
cautelar ou antecipatória de tutela. A regra do artigo 489 deixa claro que o ajuizamento 
da rescisória nãotem o condão de suspender a execução da sentença nela atacada. 
Uma vez, porém, que os pressupostos da tutela cautelar ou da antecipação de tutela se 
façam presentes, claro é que a competente medida de urgência haverá de ser tomada, 
para impedir que o resultado da ação rescisória perca a sua utilidade para a parte e para 
a própria jurisdição.” 4 
 
Art. 489, CPC. O ajuizamento da ação rescisória não 
impede o cumprimento da sentença ou acórdão 
rescindendo, ressalvada a concessão, caso imprescindíveis 
e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de 
natureza cautelar ou antecipatória de tutela. 
 
3) Pedido de novo julgamento: o artigo 488, I do CPC estabelece como requisito 
da petição inicial de uma ação rescisória o pedido de rescisão do julgado, bem 
como, se for o caso, o pedido de novo julgamento, uma vez que este último 
pedido não será considerado implícito ao primeiro. Portanto, fique atento, pois são 
poucas as hipóteses em que não haverá necessidade de pleitear um novo 
julgamento, por exemplo, ofensa a coisa julgada e incompetência absoluta. 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
 
 No âmbito trabalhista, esta ação possessória vem sendo utilizada pelos 
empregadores em casos de greve, a fim de garantir a sua posse, diante de uma ameaça 
(interdito proibitório); ou de manter a sua posse, em caso de turbação (ação de 
 
4 LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Ltr, 2009. 
p. 712. 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
manutenção da posse); ou de retomar a posse, em caso de esbulho (ação de 
reintegração de posse). 
 
Apesar das normas processuais serem as mesmas, não se deve confundir a Ação 
de Manutenção de Posse com a Ação de Reintegração de Posse ou com o Interdito 
Proibitório. 
 
 Ameaça Interdito Proibitório 
(receio de moléstia) 
 
 
 Turbação Ação de Manutenção de Posse 
 
 
 Esbulho Ação de Reintegração de Posse 
 
 
 
Com isso, surgiu uma grande discussão a respeito da competência da Justiça do 
Trabalho para julgar estas ações possessórias originadas pelas greves de trabalhadores. 
O STF, por meio da súmula vinculante 23, pôs fim a esta celeuma, in verbis: 
 
Súmula Vinculante 23, STF. A Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ação possessória ajuizada 
em decorrência do exercício do direito de greve pelos 
trabalhadores da iniciativa privada. 
 
“O interdito proibitório é a ação possessória que objetiva evitar que a posse seja 
afrontada, quando houver fundado receio de moléstia (art. 932, CPC). Nessa hipótese, 
a turbação ou esbulho ainda não terá havido. O possuidor ainda não terá sofrido qualquer 
óbice ao exercício da posse, mas os indícios de vir a sofrer são veementes, o que 
autoriza a proteção possessória preventiva.”5 
 
Art. 932, CPC. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo 
receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que 
o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado 
proibitório, em que se comine ao réu determinada pena 
pecuniária, caso transgrida o preceito. 
 
 
5 WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil: processo cautelar e procedimentos 
especiais. 9 ed. rev., atual. e ampl. v. 3. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p. 195. 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
Desde já é interessante destacar o artigo 933 do CPC, o qual ordena que sejam 
aplicadas ao interdito proibitório as normas da ação de manutenção de posse e da ação 
de reintegração de posse, dispostas nos artigos 926 a 931 do CPC. 
Art. 933, CPC. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na 
seção anterior. 
 
 
SEÇÃO ANTERIOR: 
Art. 926, CPC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação e reintegrado no de esbulho. 
 
 
Art. 927, CPC. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de 
manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração. 
 
 
Art. 928, CPC. Estando a petição inicial devidamente instruída, 
o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar 
de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, 
determinará que o autor justifique previamente o alegado, 
citando-se o réu para comparecer à audiência que for 
designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público 
não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem 
prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 
 
 
Art. 929, CPC. Julgada procedente a justificação, o juiz fará 
logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração. 
 
 
Art. 930, CPC. Concedido ou não o mandado liminar de 
manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 
(cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a 
ação. 
Parágrafo único - Quando for ordenada a justificação prévia 
(Art. 928), o prazo para contestar contar-se-á da intimação do 
despacho que deferir ou não a medida liminar. 
 
 
Art. 931, CPC. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento 
ordinário. 
 
 
3.1 ESTRUTURA BÁSICA DO INTERDITO PROIBITÓRIO 
 
 I. Fatos 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 II. Requisitos Específicos 
 Interdito III. Mérito 
 Proibitório IV. Liminar 
 V. Requerimentos Finais 
 VI. Valor da Causa 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA DO TRABALHO DE ... 
. 
 
 
NOME DA EMPRESA, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado 
(PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, com 
fulcro no artigo 920 e seguintes do CPC, PROPOR: 
 
AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO com pedido liminar 
 
em face de SINDICATO, qualificação e endereço completos; e EMPREGADOS 
GREVISTAS (qualificação e endereço completo), pelas razões de fato e de direito a 
seguir expostas. 
 
I – DOS FATOS 
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS 
01. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 Nos termos da súmula vinculante 23 do STF, a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do 
exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada, tendo em vista 
que o artigo 114, II da CF, acrescentado pela Emenda Constitucional 45/04, ampliou a 
competência da Justiça do Trabalho incluindo as ações que envolvam exercício do direito 
de greve. 
02. REQUISITOS DO ARTs. 927 e 933 do CPC: 
Art. 933, CPC. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção anterior 
Art. 927, CPC. Incumbe ao autor provar: 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
I - a sua posse; 
Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de 
reintegração. 
 
III – MÉRITO 
 
01. Demonstrar o justo receio de ser molestado na posse, pleiteando a 
segurança da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se 
comine ao réu determinada pena pecuniária (art.932, CPC), caso transgrida o preceito. 
 
 Alguns dispositivos relacionados: artigo 9º, §2º, CF; artigo 5º, XXII; artigo 14, Lei 
7783/89; artigo 1210, CC. 
Art. 9º, CF. É assegurado o direito de greve,competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade 
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades 
inadiáveis da comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
 
Art. 5º, XXII, CF. É garantido o direito de propriedade; 
 
Art. 6º, § 3º, Lei 7783/89. As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão 
impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. 
 
Artigo 14, Lei 7783/89. Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na 
presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão 
da Justiça do Trabalho. 
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do 
exercício do direito de greve a paralisação que: 
I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição; 
II - seja motivada pela superveniência de fatos novo ou acontecimento imprevisto que modifique 
substancialmente a relação de trabalho. 
 
Art. 1.210, CC. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de 
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto 
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, 
ou restituição da posse. 
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito 
sobre a coisa. 
 
02. INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS 
 
Conforme a proposta, cumular o pedido possessório com o de indenização por perdas e 
danos, nos termos do art. 921 do CPC. 
Art. 921, CPC. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; 
III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 
IV – LIMINAR 
Requerer, com fundamento no artigo 928 do CPC, a expedição do mandado proibitório 
liminar, sem ouvir o réu. E, com base no artigo 932 do CPC, pleitear que se comine ao 
réu pena pecuniária, caso transgrida o preceito. 
Lembrete: requerer a concessão liminar, com fulcro no artigo 928 do CPC e, em 
sentença, a confirmação dos termos da liminar requerida. 
 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
● Concessão de mandado proibitório liminar, sem oitiva da parte contrária, nos termos 
do art. 928 do CPC. 
● Citação 
● Produção de provas 
● Requerer o julgamento procedente da ação de interdito proibitório, confirmando os 
termos da liminar requerida, fixando multa em caso de nova ameaça e, se for o caso 
da proposta, condenando os reclamados ao pagamento de indenização por perdas e 
danos. 
 
Atribui-se a causa o valor de R$ ______. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local e data 
Advogado 
OAB nº 
 
 
EXERCÍCIO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
 
 
Murilo, Patrícia, Renato Saraiva, Rafael Tonassi e Aryanna Manfredini, todos 
trabalhadores da empresa Desejam Boa Sorte Ltda., com o apoio do Sindicato 
Profissional de categoria, resolvem aderir à greve deflagrada pela categoria, objetivando 
pressionar a empresa a conceder reajuste salarial de 15%. Ocorre que eles invadiram a 
sede da empresa, acamparam no local e passaram a impedir que o empregador e outros 
empregados que não aderiram à greve ingressassem no estabelecimento. Outrossim, 
destruíram totalmente o automóvel da empresa avaliado em R$ 40.000. Na qualidade de 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
advogado da empresa Desejam Boa Sorte Ltda., promova a medida judicial cabível 
objetivando garantir o acesso do empregador e demais empregados à empresa. 
 
RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO DE AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DA VARA DE TRABALHO DE ... 
 
DESEJAM BOA SORTE LTDA., qualificação e endereço completos, vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado (procuração em anexo), com escritório profissional no endereço completo, com 
fulcros nos art. 114, II, da CF/1988, súmula 23 do STF e art. 920 e seguintes do CPC e 
1.210 e seguintes do Código Civil, PROPOR: 
 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
em face de Murilo, Patrícia, Renato Saraiva, Rafael Tonassi e Aryanna Manfredini, 
qualificação e endereço completos, e do Sindicato...., qualificação e endereço completos, 
na pessoa do seu presidente, Sr. ..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I – DOS FATOS 
Murilo, Patrícia, Renato Saraiva, Rafael Tonassi e Aryanna Manfredini, todos 
trabalhadores da empresa Desejam Boa Sorte LTDA., com o apoio do Sindicato 
Profissional de categoria resolveram aderir à greve deflagrada pela categoria, 
objetivando pressionar a empresa a conceder reajuste salarial de 15%. 
Outrossim, destruíram totalmente o automóvel da empresa avaliado em R$ 
40.000.00. 
 
II – DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS 
03. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 Nos termos da súmula vinculante 23 do STF, a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do 
exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada, tendo em vista 
que o artigo 114, II da CF, acrescentado pela Emenda Constitucional 45/04, ampliou a 
competência da Justiça do Trabalho incluindo as ações que envolvam exercício do direito 
de greve. 
 
04. PROVA DA POSSE, DO ESBULHO, DA DATA DO ESBULHO E DA PERDA DA 
POSSE 
 Os documentos em anexo comprovam a posse, o esbulho, a data deste e a perda 
da posse pela tomada pelos trabalhadores e sindicatos da empresa, acampando na 
mesma, nos termos do art. 927 do Código de Processo Civil. 
 
II – DO MÉRITO 
01. REINTEGRAÇÃO 
 O art. 926 do CPC estabelece que o possuidor tem o direito a ser mantido na 
posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho. 
 Da mesma forma, o art. 1.210 do Código Civil estabelece que o possuidor tem 
direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado 
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
 Embora o movimento grevista seja garantido constitucionalmente (art. 9º, da 
CF/1988) e previsto na Lei nº 7.783/1989, nos termos do art. 6º, § 1º da Lei 7783/89 o 
mesmo deve ser pacífico, sendo que os meios adotados pelos empregados não poderão 
violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. 
 Por outro lado, estabelece o mesmo artigo 6º, §3º, da Lei nº 7.783/1989 que as 
manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o 
acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. 
 No presente caso, os atos praticados pelos trabalhadores grevistas, incentivados 
pelo Sindicato Profissional, constituem abuso do direito de greve e flagrante esbulho 
possessório, a ser imediatamente repelido por este juízo através da expedição do 
competente mandado de liminar da reintegração de posse, uma vez que a demandante 
vem sofrendo prejuízo irreparável, seja pela destruição do seu patrimônio, seja pela 
impossibilidade de cumprir seus compromissos e gerenciar a empresa, em face do ilegal 
esbulho praticado. 
 
02. INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS 
 
Como referido, os trabalhadores, com o apoio do sindicato, destruíram totalmente 
o automóvel da empresa avaliado em R$ 40.000,00. 
Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos art. 
186 e 927 do Código Civil, quais sejam: culpa,dano e nexo. Observe-se: 
A culpa resta caracterizada pelo fato de ser ilícita a conduta dos trabalhadores de 
destruírem o automóvel da empresa, uma vez que nos termos do art. 6º, § 1º da Lei 
7783/89, os grevistas não poderão violar ou constranger os direitos e garantias 
fundamentais de outrem. 
O dano verifica-se pela destruição de um automóvel da empresa causando-lhe 
um prejuízo de R$ 40.000,00 e, por fim, o nexo também está presente uma vez que o 
dano decorreu da conduta ilícita dos trabalhadores e seu sindicato. 
Conforme preceitua o art. 921, I, do CPC, é possível cumular pedido possessório 
com o de indenização por perdas e danos. 
Diante do exposto requer a condenação dos réus ao ressarcimento do valor do 
prejuízo. 
 
IV – LIMINAR 
Requerer, com fundamento no artigo 928 do CPC, a expedição do mandado de 
reintegração de posse, sem ouvir o réu. 
 
V – REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto, requer: 
a) a concessão do mandado de reintegração, em caráter liminar, sem oitiva da parte 
contrária, nos termos do art. 928 do CPC. 
b) a citação do réu, nos termos do art. 930 do CPC; 
c) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, em especial a prova 
documental, depoimento pessoal e oitiva de testemunhas. 
d) Por fim, requerer o julgamento procedente da ação de reintegração de posse, bem 
como, a fixação de pena em caso de novo esbulho possessório (art. 921 do CPC) e a 
condenação solidária dos demandados à indenização no valor de R$ 40.000,00 
(quarenta mil reais) em face dos mesmos terem destruído um veículo da empresa. 
 
OAB 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
Atribui-se a causa o valor de R$ ... 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local e data 
Advogado 
OAB nº

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