Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
17/08/2017 1 Nutrição Enteral Slides da: Profa. Ms. Priscila Paiva Desnutrição hospitalar: fatos e conseqüências DESNUTRIÇÃO IBRANUTRI - Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar • SBNPE - Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral • 4.000 pacientes internados na rede pública • 12 Estados e DF Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 IBRANUTRI IBRANUTRI ESTADO NUTRICIONAL X TEMPO DE INTERNAÇÃO Estado Nutricional Tempo de internação (dias) Grupo todo 8 Desnutridos moderados 9 Desnutridos graves 13 Não desnutridos 6 Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 IBRANUTRI 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% Desnutridos Nutridos Pacientes Estado Nutricional COMPLICAÇÕES DURANTE INTERNAÇÃO 17/08/2017 2 IBRANUTRI IBRANUTRI Desnutrição hospitalar por regiões do país IBRANUTRI PACIENTES COM TNE Grupo todo 6,1% Não desnutridos 2,3% Desnutridos 10,1% Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 124-134 Estimativa da economia atual • Seria necessário aumentar os custos da intervenção com TN em 960,5% • Redução de 12,5% no custo das internações e 3,94% no custo total. • Cada R$ 1,00 investido em TN geraria R$ 4,13 de economia total Rev Bras Nutr Clin 1999; 14: 213-219 Desnutrição hospitalar no Brasil Um programa nutricional durante a internação traz benefícios tanto para o paciente como para o hospital. • tempo de permanência menor • custos reduzidos • qualidade de vida do paciente melhor • riscos de infecção e mortalidade diminuídos 17/08/2017 3 EFEITOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS DA DESNUTRIÇÃO Primários • Aumenta taxa de infecções • Diminui cicatrização de feridas • Edema • Diminui motilidade intestinal • Fraqueza muscular Secundários • Aumenta mortalidade • Aumenta morbidade • Aumenta tempo de hospitalização • Aumenta custos hospitalares Nutrição Enteral Indicação Conceito Nutrição Enteral Conceito e Indicação Vias de acesso e métodos de administração Composição e Classificação Complicação Questões importantes nas relações TN x Resultados clínicos 1 • TN enteral ou TN parenteral? 2 • Quando iniciar? 3 • Qual a melhor via de acesso? 4 • Qual composição de nutrientes a ser usada? Nutrição Enteral - Histórico No Antigo Egito indivíduos que não podiam alimentar-se VO outras alternativas de oferta alimentar Acesso ao tubo digestivo nessa época era pouco apropriado último recurso Era utilizado Alimentos na forma líquida: leite, ovos, vinho e outras bebidas alcoólicas Havia Relatos descritos de 3500 anos atrás utilizando a via retal Os indivíduos eram submetidos aos riscos do acesso enteral precário via retal (acreditava-se ser a absorção dos alimentos no cólon igual a do intestino delgado) Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 Nutrição Enteral - Histórico Até o século XVII era usado sondas via retal, nesse período ocorreu a criação de sondas flexíveis a partir da borracha. Através da evolução tecnológica foi possível o uso da via naso ou orofaríngea. Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 17/08/2017 4 Nutrição Enteral - Histórico 1793: Hunter uso de seringa na administração de dieta 1881: Garfield uso da via retal com mistura de caldo de carne e uísque por 79 dias de 4/4 h . 1960: Impacto favorável da nutrição parenteral 1969 : Stephens, Randall Apresentaram uma dieta quimicamente definida 1974: Rocchio A partir da NE observou melhora clinica 1979: Heymsfield e col. Trouxeram avanços na nutrição clinica 1980 : descobertas dos benefícios da utilização TGI aumentou o interesse na NE Ponsky: 1981 Gastrostomia endoscópica Koruda: 1986 Dieta com fibra solúvel Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 Nutrição Enteral - Histórico Bowem: 1986 NE X NPT Alexander: 1990 Imunonutrição preparada alimentos “in natura” início dietas com leite, albumina de ovo, açúcar e óleo de soja posteriormente dietas a partir da soja a partir dos anos 80 a dieta enteral industrializada passou a ser usada de rotina 1980: dietas enterais industrializadas em pó • Protein Plus • Nutrogast • Lioprotein Hunter J,1793; Bliss DW, 1882; Aspen, 2001; McCamish MA et al, 2001 Definição de Nutrição Enteral “Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” Portaria nº 337 ANVISA (Resolução 63 /junho 2000) Terapia Nutricional Enteral • Terapia grego antigo thrapeía “preocupação ou cuidados, serviços prestados a alguém, cuidados médicos, tratamento”. • TNE Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional de paciente por meio de NE Resolução 63 da ANVISA, junho de 2000 Vantagens NE x NPT 17/08/2017 5 Vantagens NE x NPT • Fisiológicas: o intestino se beneficia com a presença de nutrientes na luz intestinal Moore FA et al, 1989 Suchner U et al, 1996 Feleciano DV et al, 1991 • Financeiras: Custo do tratamento • Menor risco de acarretar complicações infecciosas • A ausência absoluta de nutrição pode levar atrofia da mucosa intestinal e predispor a translocação microbiana. Vantagens NE x NPT no paciente crítico • NE favorece a manutenção da integridade da mucosa do TGI, • Mesmo que a quantidade ministrada não seja capaz de alcançar as necessidades diárias. • Reduz a resposta sistêmica a toxinas • Experimentalmente aumento da sobrevida em casos de peritonite • Menor custo Cerra, FB et al, 1997; Marino PL, 1998 Indicação da TNE • Trato digestório total ou parcialmente funcionante • Pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais com a alimentação convencional (< 60%). • Situações clínicas onde existe impossibilidade ou contra- indicação de alimentação VO • Situações clinicas onde a capacidade digestiva e absortiva estão reduzidas usar NE com cautela avaliar o paciente / selecionar a fórmula enteral / escolher o melhor método de administração. Indicação da TNE • Paciente não quer, não pode ou não deve se alimentar VO • Desnutrido incapaz de se alimentar VO período >5-7 dias • Eutrófico incapaz de se alimentar VO período > 7-9 dias • Fase de adaptação da síndrome do intestino curto •Após trauma ou queimaduras TGI íntegro Indicações da TNE Distúrbios neurológicos/ psíquicos Obstrução mecânica boca e esôfago Pré e/ou pós operatório Deglutição comprometida 17/08/2017 6 Obstrução Mecânica Distúrbio Neurológico Pré - operatório e desnutrido Pós – operatório complicado INDICAÇÕES DA TNE Pacientes que não podem se alimentar • Inconsciência • anorexia nervosa • lesões orais •AVC • Neoplasias • Doenças desmielinizantes INDICAÇÕES DA TNE Pacientes com ingestão oral insuficiente • Trauma • Septicemia • Alcoolismo crônico • Depressão grave • Queimaduras HIPERMETABOLISMO INDICAÇÕES DA TNE Pacientes nos quais a alimentação comum produz dor e/ou desconforto • Doença de Crohn • Colite ulcerativa • Carcinoma do TGI • Pancreatite • Quimioterapia •Radioterapia 17/08/2017 7 INDICAÇÕES DA TNE Pacientes com disfunção do TGI • Síndrome de má-absorção • Fístula • Síndrome do intestino curto Transição NE – para VO 1. IVO = 50% Necessidade → ↓freqüência da NE Observar por 2-3d 2. ↑ IVO: ↓ frequência da NE 3. IVO = 60 - 70% ou 2/3 a 3/4 das NC INTERROMPER A NE ASPEN, 2007 PANCREATITE Indicação de NPT • Evitar estimulação pancreática provocada pelos Nutrientes. • Alta incidência de desnutrição. • Hipótese: NPT diminui secreção pancreática exócrina. BENEFÍCIOS DA NPT NA PANCREATITE Correção de deficiência nutricional prévia Restauração da função imune Aporte calórico- protéico adequado NE – INDICAÇÕES EM PANCREATITE Pancreatite aguda Estável Sonda nasoenteral pós-pilórica (abaixo ângulo de Treitz) Dieta padrão ou semi-elementar Pancreatite aguda Sonda nasojejunal 17/08/2017 8 CONTRA-INDICAÇÕES DA NE Fase inicial da SIC ou < 100 cm remanescente Obstrução intestinal mecânica Sangramento intestinal Vômitos incoercíveis Fístula intestinal distal de alto débito Íleo paralítico intestinal Charney P, 2001 Scolapio JS, 2004 Diarréia persistente (avaliar causa) Hiperêmese gravídica Inflamação grave do TGI Doença terminal Pancreatite na fase aguda Inabilidade para o acesso enteral CONTRA-INDICAÇÕES DA NE “ Geralmente relativas ou temporárias mais do que definitivamente absolutas” ASPEN, 2007 Expectativa de utilizar TNE em períodos inferiores a 5-7 dias para desnutridos ou 7- 9 dias para pacientes eutróficos CONTRA-INDICAÇÕES DA NE Falta de consentimento para a aplicação: “paciente ou seus familiares devem autorizar a TN” IMPORTANTE: “ a equipe de saúde deve fornecer explicações detalhadas para o paciente se for possível, e para seus familiares da TN indicada, mostrando seus objetivos, seus riscos e possíveis complicações.” Van Rosendaal GM et al, 1999 Nutrição Enteral em Pediatria Saudáveis Doentes Preocupação constante aspectos nutricionais Terapia Nutricional NE Nutrição Enteral – Indicação em crianças •Anorexia / perda de peso •Desnutrição aguda ou crônica •Doença cardiológica, sepse •Lesão SNC •Pré e pós operatório •Diarréia crônica não específica •Fibrose cística •Câncer associado a QT, RT •Anormalidades congênitas •Fissura de palatos •Atresia de esôfago Tipos de Sondas e Vias de Acesso 17/08/2017 9 Escolha da via de acesso em NE Nutrição Enteral > 4 semanas Sim Gastrostomia Jejunostomia Risco de aspiração Não Sonda nasoenteral Risco de aspiração Sim Não Jejunostomia Gastrostomia Sim Não Sonda pós- pilórica Sonda no estômago Vias de Acesso Vias de Acesso ENDOSCÓPICAS Vias de Acesso CIRÚRGICAS SNE menor risco de aspiração pulmonar quando posicionada no jejuno. SNJ início da NE logo após a cirurgia ou trauma. GTT colocação simultânea à cirurgia TGI; JTM Simultânea à cirurgia TGI; Início logo após a cirurgia 17/08/2017 10 Tipos de Sonda INDICAÇÃO DA NASOENTERAL Gastroparesia Dificuldade de esvaziamento gástrico Refluxo esofágico menor risco de aspiração pulmonar em relação à SNG Faringostomia e Esofagostomia Faringostomia e esofagostomia são métodos de exceção relacionados às técnicas cirúrgicas de pacientes submetidos usualmente à cirurgia oncológica. menos comum Tipos de Sonda NASOJEJUNAL Gastroparesia dificuldade de esvaziamento gástrico trauma ou cirurgia refluxo esofágico broncoaspiração início da NE logo após a cirurgia ou trauma Gastrostomia Tipos de Sonda nutrição de longa duração função gástrica normal disfunção da deglutição ausência de refluxo gastroesofágico •colocação simultânea à cirurgia GI •gastrostomia endoscópica Tipos de Sonda GASTROSTOMIA Orientação nutricional: Dieta industrializada ou caseira? •Orientação familiar com conscientização •Reavaliação periódica •Administração em bolus Tipos de Sonda INDICAÇÃO DE JEJUNOSTOMIA Simultânea à cirurgia GI Início logo após a cirurgia nutrição de longa duração refluxo esofágico Obstrução alta, fístula, estenose, doença ulcerosa ou neoplásica Jejunostomia osmolaridade evoluir gradativamente 17/08/2017 11 Introdução da Sonda Introdução da Sonda Monitorização - Confirmar a localização da sonda (Raio X) - Iniciar lentamente e com solução isotônica - Administrar água após cada dieta (Hidratação e limpeza) -Checar resíduo gástrico (>200mL) - Avaliar o estado nutricional - Freqüência e aspecto das evacuações Métodos de Administração Administração da NE • Bolo com seringa (100 a 350 ml de dieta) • Gravitacional intermitente • (80cm acima do ombro) • Gotejamento 6-8x/dia • Bomba de infusão contínua • intermitente (intervalo noturno) Dividida em dois grandes grupos: Intermitente ou contínua NE – Sistema Aberto Características: • dietas pó ou líquida • necessitam manipulação • necessitam tempo e área de preparo • custo operacional Gotejamento Intermitente Gravitacional 17/08/2017 12 NE – Sistema Aberto Gotejamento intermitente em bomba de infusão NE – Sistema Fechado Características • não há manipulação • facilidade de distribuição •não necessitam área de preparo • controle microb. e bromat. garantido • equipos próprios e bomba de infusão Gotejamento Contínuo Bomba de Infusão Complicações Nutrição Enteral Complicações • Sonda: Posicionamento Obstrução Saída da sonda • À dieta: Diarreia Causa multifatorial. Náuseas e Vômitos Cólicas abdominais desconforto e distensão abdominal • Ao método de preparo, manipulação e administração • Complicações metabólicas Pode ser contornada variando a formulação, modificando a concentração, alterando a técnica de administração ou associada a alguma medicação, quando há indicação Cuidados Nutrição Enteral Cuidados decúbito elevado conteúdo gástrico administração lenta posicionamento da sonda
Compartilhar