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16/04/2014 1 1 FARMACOCINÉTICA Compreende o estudo quantitativo dos fenômenos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos FARMACODINÂMICA É o estudo das ações e efeitos dos fármacos 2 Profa. Dra. Marcia M. Dias Ferraz FARMACODINÂMICA Farmacocinética X Farmacodinâmica Farmacodinâmica estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação no organismo. Efeitos do fármaco no organismo Farmacocinética estudo do destino dos fármacos no organismo após a sua administração e a magnitude da concentração alcançada em diferentes regiões do corpo. Influência do organismo na ação do fármaco 4 Plasma Intestino Pele Músculo Oral Intramuscular Intravenosa Transdérmica Fígado Rins Metabólitos Urina Sistema porta ADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO – DISTRIBUIÇÃO – BIOTRANSFORMAÇÃO EXCREÇÃO TECIDOS Fármaco+ Receptor ↔↔↔↔ F-R Sublingual Mucosa oral Fármaco Livre Farmacocinética X Farmacodinâmica 16/04/2014 2 5 FARMACODINÂMICA 6 Histórico 7 Paul Ehrlich foi um bacteriologista alemão, recebeu o Nobel de Fisiologia- Medicina de 1908. Ficou famoso pelo seu trabalho em imunologia, hematologia e quimioterapia. Considerado o pai da quimioterapia, é o autor do conceito de "bala mágica“. “uma droga produz um determinado efeito biológico por interagir com uma molécula em nível celular” 8 16/04/2014 3 9 Teoria chave e fechadura Emil Fischer 1895 • Receptor ou alvo-farmacológico Macromoléculas que, através de sua ligação a determinado fármaco, medeiam alterações bioquímicas e fisiológicas. Receptor EfeitoFármaco Como agem os fármacos? 11 Conceitos Fármaco Uma substância química que altera a intensidade ou extensão de um processo biológico Receptor Qualquer macromolécula celular que se liga aos fármacos e medeia suas ações farmacológicas Receptores fisiológicos • Proteínas (maioria) • Ácido nucléico 16/04/2014 4 Outros receptores Fármacos anti- infecciosos (antibióticos, antivirais) Ex.: penicilina – inibe uma enzima necessária à síntese da parede celular bacteriana Receptores ou processos celulares essenciais à sobrevivência do agente infeccioso, mas que não existem ou não são essenciais no humano Alvo farmacológico Fármacos que não se enquadram no modelo fármaco-receptor + CO2 + NaHCO3 Na Cl+ H2O + CO2 Interação Fármaco- receptor Ocupação Regulada pela AFINIDADE Fármaco R FR F R RESPOSTA 16 Forças de ligação entre fármaco e receptores Ligações covalentes Pontes de hidrogênio Forças de Van der Waals Ligações iônicas Aumento da força de ligação 16/04/2014 5 Medida por sua constante de dissociação (Kd): Afinidade tendência de um fármaco de se ligar ao receptor Interação Fármaco-receptor Fármaco R FR K+1 K-1 A afinidade está relacionada à potência do fármaco. Fármacos de alta afinidade pelos receptores ocupam um proporção significativa destes, até mesmo na presença de baixas concentrações Potência Quanto maior é a afinidade – maior é a potência da droga �A afinidade está relacionada a potência do fármaco. Medida pela concentração na qual o fármaco produz 50% da sua resposta máxima (EC50) Quantificação da interação fármaco-receptor – Eficácia: resposta máxima produzida pelo fármaco. – Potência: concentração na qual o fármaco produz 50% da sua resposta máxima (EC50=metade da concentração efetiva máxima). Concentração do fármaco no receptor 100 % 50 % 1 10 100 CE50 % R e s p o s t a m á x i m a Curva dose- resposta A ativação do receptor está diretamente relacionada à eficácia do fármaco , que é a resposta máxima produzida pelo mesmo. RESPOSTA TECIDUAL SEM RESPOSTA TECIDUAL Interação Fármaco-receptor Atividade intrínseca - capacidade de ativar o receptor , e gerar uma resposta, depois de ser ligar a ele. 16/04/2014 6 Agonista e Antagonista Ocupação Regulada pela AFINIDADE Ativação Regulada pela ATIVIDADE INTRÍNSECA Fármac o R F R F R RESPOSTA Fármac o R F R Não há RESPOSTA A) Fármaco Agonista B) Fármaco Antagonista Agonista e Antagonista • Agonistas: fármacos que se ligam a receptores fisiológicos e simulam os efeitos reguladores dos compostos endógenos; • Antagonistas: fármacos que se ligam a receptores fisiológicos e bloqueiam ou reduzem a ação de compostos endógenos. Quantificação do Agonismo Quantificação do Agonismo: Potência Os fármacos possuem a mesma eficácia, porém diferem em termos de potência 16/04/2014 7 Quantificação do Agonismo: eficácia Quantificação do Agonismo: eficácia Os fármacos possuem a mesma potência, porém diferem em termos de eficácia Tipos de Agonistas Total: possuem eficácia máxima, (mimetizam os efeitos regulatórios dos compostos endógenos). Parcial: possuem eficácia parcial (reproduzem parcialmente os efeitos do agonista fisiológico). Ex.: adrenalina (agonista total), pindolol (agonista parcial) dos receptores β1. Inverso: estabilizam o receptor na conformação inativa. Ex.: anti-histamínico Antagonismo • No sítio ativo: �Competitivo - Reversível �Não-competitivo - Irreversível No sítio alostérico (não-competitivo) • Ex.: alprazolam (BZD) alteram a afinidade dos canais de Cl- pelo neurotransmissor GABA. Antagonistas: fármacos que se ligam a receptores fisiológicos e bloqueiam ou reduzem a ação de compostos endógenos. 16/04/2014 8 Antagonismo • Sem receptor �Químico – inativa o agonista ao modificá-lo ou sequestrá-lo, de modo que o agonista não é mais capaz de ligar-se ao receptor e de ativá-lo. Ex.: Protamina se liga à heparina, inativando-a. �Fisiológico – ativa ou bloqueia mais comumente um receptor que medeia uma resposta fisiologicamente oposta àquela do receptor do agonista. Ex.: Histamina e Adrenalina. Choque anafilático - histamina - H1 – vasodilatação e broncoespasmo x Adrenalina – vasoconstricção (α1) e broncodilatação (β2) 30 Antagonismo funcional �Fisiologicamente antagônicos �Exs.: acetilcolina x adrenalina 31 Antagonista Receptor Complexo Antagonista- Receptor Interação fármaco-receptor: antagonismo competitivo Antagonismo competitivo Log [AGONISTA] % Resposta 100 50 Agonista Agonista + doses crescentes do Antag. Competitivo CE50 CE50 CE50 CE50 Ex. : Atenolol vs adrenalina e noradrenalina em receptores beta-1 do miocárdio 16/04/2014 9 33 Agonista Receptor Antagonista não competitivo Interação fármaco-receptor: antagonismo não competitivo (em sítio alostérico) Antagonismo não-competitivo Log [AGONISTA] 100 50 Agonista X mg 3x mg 100x mg + Antag. Ex.: clopidogrel Exemplos 1. O gráfico abaixo representa as curvas para fármacos administrados isoladamente ou em combinação. Exemplos • Qual/Quais afirmativa(s)abaixo é/são verdadeira(s): a) A é mais potente que C b) B é mais potente que A c) B possui maior atividade intrínseca que A 16/04/2014 10 Exemplos 2. Se você assumir que algumas curvas dose- resposta abaixo representam a combinação de um agonista com um antagonista, qual/quais afirmativa(s) é/são verdadeira(s)? Exemplos • Considerando que a curva C representa o efeito do fármaco C isoladamente, a) D representa o fármaco C na presença de um antagonista não-competitivo b) D representa o fármaco C na presença de um antagonista competitivo reversível c) E representa o fármaco C na presença de um antagonista competitivoreversível Bases moleculares da farmacodinâmica Classes de receptores A. Canal iônico (receptores ionotrópicos) B. Receptor acoplado à proteína G (receptores metabotrópicos) C. Receptor transmembrana com domínio citosólico enzimático D. Receptor nuclear 16/04/2014 11 41 Classificação dos Receptores Receptores intracelulares Receptores acoplados a proteína G Canais iônicos dependentes de ligantes Enzimas reguladas por ligantes α β γ Canal iônico Relacionados à funções fundamentais na neurotransmissão, na condução cardíaca, na contração muscular e na secreção. Canal iônico Canal Iônico controlado por ligante – é ativado por um composto endógeno que se liga ao canal. Exemplo: Receptor nicotínico (a ligação de duas moléculas de Ach induz a alteração da conformação do receptor, que se abre e permite a condutância de íons). Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos • Receptores associados à tirosinocinase ex.: rec. insulina • Receptores com serina/treoninocinases ex. TGF- beta • Receptor com guanilato ciclases ex. peptídeo natriurético tipo B. Esses receptores atuam nos processos de metabolismo, crescimento e diferenciação celular. 16/04/2014 12 Receptor nuclear Os fatores reguladores de transcrição são importantes alvos para fármacos lipofílicos, como os hormônios esteróides (androgênios, estrogênios, glicocorticóides) e ácidos graxos Ex.: dexametasona- após a interação com o receptor, este expõe um domínio de ligação ao DNA e desempenha efeitos de repressão (inibição da transcrição de NF-kB) e de indução (síntese de ptns, como a anexina-1). Receptor acoplado à proteína G • + 800 – metade desses receptores estão relacionados à percepção sensorial (olfato, paladar e visão). • O restante regula um número significativo de funções fisiológicas, como atividade neural do SNC e autônomo períférico, contração cardíaca e da musculatura lisa. Receptor acoplado à proteína G Os efetores regulados pela proteína G incluem: enzimas como a adenilato ciclase, fosfolipase C, fosfodiesterase do GMPc (PDE6) e canais iônicos da membrana seletivos para Ca++ e K+. Receptor acoplado à proteína G 16/04/2014 13 Receptor acoplado à proteína G Adenilato Ciclase ATP AMPc Proteina quinase A (PKA) β1 + + Proteina quinase A (PKA) β1 + Ca+ Ca+ Inotropismo Cronotropismo Dromotropismmo 16/04/2014 14 Ptn Gi Adenilato Ciclase ATP AMPc Proteina quinase A (PKA) _ α2 _ Proteina quinase A (PKA) -Ca+ Ca+ α2 Proteina quinase A (PKA) -Ca+ Ca+ α2 K + K + K + K + Hiperpolarização Liberação de NT - 16/04/2014 15 Ptn Gq Ca+ Proteino cinase C (PKC) + α1 Fosfolipase C + IP3 DAG Ca+ + RE Vasoconstricção Receptor acoplado à proteína G Proteína G Efetores Segundo mensageiros G estimuladora (Gs) Ativa canais de Ca2+, sempre ativa adenilato ciclase AC- AMPc- PKA G inibitória (Gi) Ativa canais de K+, inibe algumas isoformas da adenilato ciclase AC- AMPc- PKA Gq Ativa fosfolipase Cβ Gq- PLC-IP3 � Ca 2+ Go Inibe canais de Ca2+ ---- G12/13 Diversas interações com transportadores de íons ---- Up-regulation (ex.: suspensão do propranolol -anti-hipertensivo- abruptamente). 60 Regulação dos receptores Dessensibilização O fenômeno é, às vezes, também denominado taquifilaxia, refratariedade, resistência. Os mecanismos de dessensibilização podem ser representados por: � internalização do receptor � down-regulação � fosforilação 16/04/2014 16 Regulação dos receptores - conceitos •Taquifilaxia – redução RÁPIDA do efeito do fármaco no decorrer do tempo, em virtude da administração repetida de uma mesma dose. •Dessensibilização – a redução do efeito ocorre de maneira mais lenta. Homóloga x Heteróloga 62 •Refratariedade – após estimulação de um receptor, é necessário certo período de tempo para que a próxima interação fármaco-receptor possa produzir um efeito. •Inativação – perda da capacidade de um receptor de responder à estimulação por um fármaco ou ligante •Infrarregulação – remoção, por endocitose, dos receptores pela células Regulação dos receptores - conceitos Bula – Fumarato de quetiapina �A quetiapina é bem absorvida e extensivamente metabolizada após administração oral. Os principais metabólitos no plasma humano não têm atividade farmacológica significante. �A meia-vida de eliminação da quetiapina é de aprox. 7 horas. �A depuração média da quetiapina no idoso é aprox. 30% a 50% menor do que a observada em adultos. �A depuração média da quetiapina foi reduzida em aproximadamente 25% em pacientes com insuficiência renal grave. �Como a quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado, altos níveis plasmáticos são esperados em pessoas com insuficiência hepática e ajustes de dosagem podem ser necessários nesses pacientes. �A quetiapina liga-se em aproximadamente 83% das proteínas plasmáticas. �Investigações in vitro estabeleceram que CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. �A quetiapina e diversos de seus metabólitos foram considerados inibidores fracos das atividades do citocromo P450 1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4, mas apenas em concentrações pelo menos de 10 a 50 vezes mais altas que aquelas observadas na faixa de dose eficaz usual de 300 a 450 mg/dia em seres humanos. Bula – Fumarato de quetiapina 16/04/2014 17 �A quetiapina liga-se em aproximadamente 83% das proteínas plasmáticas. �Investigações in vitro estabeleceram que CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. �A quetiapina e diversos de seus metabólitos foram considerados inibidores fracos das atividades do citocromo P450 1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4, mas apenas em concentrações pelo menos de 10 a 50 vezes mais altas que aquelas observadas na faixa de dose eficaz usual de 300 a 450 mg/dia em seres humanos. �Com base nestes resultados in vitro, é improvável que a co- administração de quetiapina resulte em inibição clinicamente significante do metabolismo de outros fármacos mediado pelo citocromo P450. Bula – Fumarato de quetiapina Bula A quetiapina é um agente antipsicótico que interage com ampla gama de receptores de neurotransmissores. A quetiapina exibe afinidade pelos receptores de serotonina (5HT2) no cérebro e pelos receptores de dopamina D1 e D2. É esta combinação de antagonismo ao receptor com alta seletividade para receptores 5HT2 em relação ao receptor de dopamina D2 que acredita-se contribuir para as propriedades antipsicóticas e abaixa a suscetibilidade das reações adversas da quetiapina. Em estudos comparativos, a quetiapina demonstrou ser tão eficaz quanto os agentes antipsicóticos, tais como clorpromazina e haloperidol.
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