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CURSO DE PEDAGOGIA DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO II PROFESSOR SERGIO ROCHA Nome do aluno: Nathália dos Santos Lopes - 21210099 Rio de Janeiro, Julho/2013. ANTÔNIO GRAMSCI A proposta que Gramsci tem para a escola, que ele designa como a Escola Unitária, seria exatamente uma experiência desta organicidade, desta harmonia, deste esforço de consenso que constrói a comunidade. Quando Gramsci considera a escola como uma experiência unitária, ele está dizendo, que a formação que iremos receber da escola durante este processo, dessa dialética pedagógica, é sair do senso comum para o bom senso, de conhecer a filosofia, as artes... Esse processo intermediado pelo currículo é plenamente unificado. A escola deve ter um caráter unitário, ou seja, integrar as pessoas em todas as dimensões de nossa existência. Além disso, a educação escolar é a responsável pela conservação, sistematização e discriminação de todo o conteúdo armazenado e articulado pela ideologia, tais como a ciência, a arte, a filosofia, a política e a ética. A educação deve ser instrucional, mais de vivência, de reflexão, de conhecimento. O educador como inspiração gramsciana deve dominar as informações e metodologias didáticas de sua área de atuação. Para Gramsci, cabe a educação criticar a ideologia de pessoas nas sociedades históricas, porque esta se impregna também de elementos que, ao invés de garantir a construção da autonomia do sujeito para que ele participe como um sujeito livre de sua cultura. Isso é feito de uma forma dominadora e aí que nós encontramos o primeiro sentido marxista de ideologia que são aqueles valores e representações impostos e hegemônicos da sociedade e, consequentemente não levam a opressão, a dominação de uns pelos outros. Para Gramsci, a emancipação de toda a humanidade, é a necessidade de construirmos a preferência pelo consenso, esta visão que se tornasse hegemônica para toda a humanidade que pudesse assegurar a todas as pessoas um pouco mais de autonomia, realização e um maior índice de humanização. Gramsci afirma que a prática humana é formada pelo conhecimento e pela reflexão. Ele designa a prática como PRAXIS justamente por ela ser pensada, refletida, não uma prática mecânica, instrutiva, mas um agir que ocorre exatamente em função de um significado, de um sentido que é teoricamente produzido pelo exercício das nossas subjetividades e ele diz também, que todo senso comum traz em seu seio um núcleo de bom senso. PIERRE BOURDIEU Criou diversos conceitos, dentre eles o habitus, campo, capital cultural e violência simbólica. Habitus consiste em uma matriz geradora de comportamentos, visões de mundo e sistemas de classificação da realidade que se incorpora aos indivíduos; Campo consiste no espaço em que ocorrem as relações entre os indivíduos, grupos e estruturas sociais, espaço este sempre dinâmico e com uma dinâmica que obedece às leis próprias. A violência simbólica se expressa na imposição legítima e dissimulada, com a interiorização da cultura dominante, reproduzindo as relações do mundo do trabalho. Ela descreve o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe a sua cultura aos dominados. E a capital cultural, designa nichos da atividade humana nos quais se desenrolam lutas pela detenção do poder simbólico, que produz e confirma significados. Esses conflitos consagram valores que se tornam aceitáveis pelo senso comum. A posse de capital cultural favorece o desempenho escolar na medida em que facilita a aprendizagem dos conteúdos e códigos escolares. A grande contribuição de Bourdieu para a compreensão sociológica da escola foi a de ter ressaltado que essa instituição não é neutra. Formalmente, a escola traria a todos de modo igual, todos assistiriam às mesmas aulas, seriam submetidos às mesmas formas de avaliação, obedeceriam às mesmas regras e, portanto, supostamente, teriam as mesmas chances. Bourdieu mostra que, na verdade, as chances são desiguais, alguns estariam numa condição mais favorável do que outros para atenderem às exigências, muitas vezes implícitas, da escola. Bourdieu distingue frequentemente três conjuntos de disposições e de estratégias de investimentos escolares que seriam adotadas tendencialmente pelas classes populares, classes médias e pelas elites. O primeiro desses grupos, pobre em capital econômico e cultural, tenderia a investir de modo moderado no sistema de ensino, pois o investimento no mercado escolar tenderia a oferecer um retorno baixo, incerto e em longo prazo. Esse grupo social tenderia a adotar o que Bourdieu chama de “Liberalismo” em relação à educação dos filhos. A vida escolar deles, não seria acompanhada de modo muito sistemático e nem haveria uma cobrança intensiva em relação ao sucesso escolar. As classes médias, ou pequena burguesia, tenderiam a investir pesada e sistematicamente na escolarização dos filhos, pois as famílias desse grupo social já possuiriam um volume razoável de capitais que lhe permitiria apostar no mercado escolar sem correrem tantos riscos. As chances dos filhos das classes médias alcançarem o sucesso escolar são superiores, pois empreendem uma série de ações com vistas à aquisição de capital cultural. Finalmente as elites econômicas e culturais. Esses grupos investiram pesadamente na escola, porém, de uma forma bem mais descontraída. Pois sucesso escolar no caso dessas famílias é tido como algo natural. As elites estariam livres da luta pela ascensão social, já ocupam as posições dominantes da sociedade, não dependendo, portanto, do sucesso escolar dos filhos para ascender socialmente. LOUIS ALTHUSSER Para Althusser, a educação escolar difunde as ideologias que formam as concepções e práticas dos sujeitos em sociedade, contribuindo, assim, para a reprodução das relações sociais de produção, uma vez que torna inevitável e até “natural” a divisão em classes sociais, e determinando a posição de cada ser humano na engrenagem da produção capitalista, como patrão, administrador ou operário braçal. Além dos conteúdos técnicos e cognitivos necessários para viver em sociedade, como aprendizado de operações lógicas matemáticas, a alfabetização e as profissões, a teoria de Althusser nos inspira a pesquisar em que medida a escola ensina a ideologia da submissão a uma disciplina que possibilita a exploração dos trabalhadores. Althusser defende que a aprendizagem escolar – além das competências de leitura, escrita e cálculo, das técnicas e da chamada cultura humanística segmentada de acordo com a camada social a que pertencem os educandos, se virão a ser trabalhadores ou dirigentes, por exemplo – é destinada ao ensino do respeito à ordem social, que se inicia com o aprendizado das regras de conduta, da moral dominante e das leis do Estado, segundo os preceitos que interessam às classes dominantes. A teoria de Althusser contribui para investigarmos em que medida a educação escolar transmite aos alunos os valores que são dominantes na sociedade e as práticas que ajudam na manutenção do poder das classes dominantes. Assim, as ideologias se materializam em práticas que os membros da sociedade realizam nas instituições em que atuam, mantendo cada qual em um posto que lhe seja designado na divisão social do trabalho, ocupando uma posição na hierarquia da sociedade dividida em classes sociais – em resumo, cada indivíduo desempenha uma função em benefício da ordem social capitalista. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PILETTI, Nelson e PRAXEDES, Walter. Sociologia da Educação: do positivismo ao estudo natural. São Paulo: Editora Atica,2010.
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