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Plano de Aula: Direito Internacional Público DIREITO INTERNACIONAL Número de Semana de Aula 4 Tema: O Estado como sujeito de direito internacional Aplicação Prática Teórica Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber: Caso Concreto 1 Inimiga natural do bom senso, a intolerância costuma fazer entre inocentes a maior parte de suas vítimas. O atentado terrorista contra a missão diplomática da Organização das Nações Unidas no Iraque, na terça-feira passada (19 de Agosto de 2003), não foge desse padrão: atingiu um organismo internacional que trabalhava pela paz, pela ordem e para mitigar os males das pessoas. A explosão matou 23 pessoas, de diversas nacionalidades, todas elas empenhadas em pavimentar o caminho para a consolidação de um governo capaz de colocar o país de pé. Uma das vítimas era a força motora desse esforço – o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, de 55 anos, chefe da representação da ONU no Iraque, que desde junho vinha desempenhando, com a peculiar competência, justamente o papel que se espera das Nações Unidas, qual seja, o de promover um mínimo de entendimento entre partes aparentemente incompatíveis. Eram 4 e meia da tarde quando uma betoneira amarela parou debaixo da janela de seu escritório em Bagdá. Detonada por um fanático suicida, a carga de 700 quilos de explosivos derrubou parte do prédio. Sob os escombros, imobilizado por uma viga que lhe esmagou as pernas, Vieira de Mello chegou a fazer ligações de seu telefone celular, mas não resistiu e sangrou até a morte antes que o resgate chegasse, já no começo da noite. "Um grande defensor da paz e da reconciliação assassinado em um ato de niilismo", descreveu com precisão o editorial do jornal The New York Times.. No que se refere ao tema Responsabilidade Internacionais, responda: a) A Organização das Nações Unidas teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata estava a serviços da ONU? Explique. RESPOSTA: Existe a responsabilidade funcional quando se trata de funcionário da Organização Internacional, pois esta tem o direito de proteção diplomática, podendo responsabilizar um Estado ou outra Organização Internacional por atos danosos a seus funcionários ou a seu patrimônio. O CIJ já emitiu parecer concluindo que a OI tem o direito de exigir a reparação dos danos sofridos por ela e pelas vítimas, seus funcionários ou seus bens. Sendo assim, cabe à família do brasileiro requerer a reparação do dano pela ONU, bem como esta pode pleitear a reparação do Estado que a lesionou. b) O Brasil teria o dever de reparar os danos a ele causados no exercício de sua função, já que o diplomata representava o País no exterior? Explique RESPOSTA: Sim, pois o diplomata é servidor público, passível de ser indenizado pelos danos causados à sua integridade. Caso concreto 2 Paolo, italiano, líder de uma organização extremista que fazia oposição ao governo da Itália na década de 70, foi condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1978 e 1979 e condenado à prisão perpétua. O julgamento terminou em 1993, mas o ex-ativista nunca cumpriu a pena que lhe foi imposta, fugindo para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, se posicionou favorável à extradição. Paolo, fugindo novamente e desta vez para o Brasil, foi preso a pedido do governo Italiano que solicita ao governo brasileiro a “entrega” de Paolo para que possa ele cumprir a pena que lhe foi imposta. Neste ínterim, Paolo solicita a concessão do status de refugiado, o que foi negado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), sob o argumento que não é possível comprovar a alegada perseguição política, mas concedido unilateralmente pelo Ministro da Justiça. Neste contexto, responda: 1) Qual seria a medida de saída compulsória cabível à hipótese? Justifique. RESPOSTA: A medida cabível seria a extradição. A extradição encontra fundamento legal do art. 76 ao art. 94 da Lei 6.815/80. Essa medida é tomada quando o Brasil entrega um estrangeiro a outro país, por ele ter cometido um crime naquele país. Trata-se de ato de defesa internacional, onde há a colaboração dos países na repressão do crime. Porém, dependerá de prévia apreciação do Supremo Tribunal Federal, para analisar o caráter dessa infração. Ou seja, a extradição só será permitida depois do julgamento feito pelo plenário do STF. Dessa decisão não cabe recurso, 2) A medida poderia ser concedida? Justifique com base nos requisitos para sua concessão. RESPOSTA: Sim, pois de acordo com o art. 77 do Estatuto do Estrangeiro, a viabilidade da concessão da extradição poderá ser verificada a partir da análise de requisitos negativos, os quais determinam os casos em que não será concedida extradição. Assim, em seu inciso II, podemos depreender que poderia ser concedida a extradição, uma vez que o extraditando cometeu fato tipificado como crime tanto no Brasil como em seu país. Essa medida visa evitar que o infrator fique impune, ainda que esse crime tenha sido cometido em outro país. Por isso, deve traduzir no sentido superior e universal de justiça. O Brasil deve entregar o estrangeiro para que ele receba a pena cabível no país onde ele cometeu o crime. No Brasil, a extradição, só é admitida em duas hipóteses: mediante promessa de reciprocidade (através de pedido formal de Estado Soberano, a se processar segundo o direito vigente no país) e com base em tratado (hipótese em que assume, a princípio, caráter obrigatório). 3) Se concedida a extradição, pode o Presidente da República se negar a efetivar a entrega de Paolo? RESPOSTA: Sim, há certa discricionariedade ao Presidente da República. Ele pode ou não efetivar a extradição. Poder conferido pelo artigo 84, inciso VII da CF. O STF, há tempos, vem entendendo que a competência para decidir, definitivamente, sobre a extradição ou não é do Presidente da República, por ser ele a autoridade responsável por manter relações com Estados estrangeiros (art. 84, VII), quando o julgamento que lhe compete é favorável ao processo de extradição. 1ª QUESTÃO OBJETIVA No que concerne à perda e à reaquisição da nacionalidade brasileira, assinale a opção correta. a) Eventual pedido de reaquisição de nacionalidade feito por brasileiro naturalizado será processado no Ministério das Relações Exteriores. b) A reaquisição de nacionalidade brasileira é conferida por lei de iniciativa do presidente da República. c) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira. d) Brasileiro naturalizado que, em virtude de atividade nociva ao Estado, tiver sua naturalização cancelada por sentença judicial só poderá readquiri-la mediante ação rescisória. 2ª QUESTÃO OBJETIVA No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de: a) Igualdade entre países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial. b) Um estado impor-se sobre o outro. c) A ONU dominar a legislação dos Estados participantes. d) Celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente.
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