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Aula 14

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DIREITO EMPRESARIAL III
CONTRATOS EMPRESARIAIS
Regras Geral: Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral, que deve estar em conformidade com a ordem jurídica e que tem por finalidade estabelecer uma relação entre a vontade das partes. O escopo de um contrato é o de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
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Sendo o contrato um negócio jurídico, ele requer, para sua validade, a observância dos requisitos do artigo 104 do CC, quais sejam:
Agente capaz;
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e
Forma prescrita ou não defesa em lei.
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Os contratos são tratados na parte especial do Código Civil de 2002,
Livro I – Do direito das Obrigações:
No Título V, temos o capítulo I, que traz as disposições gerais e o capítulo II, que traz a extinção do contrato.
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A liberdade de contratar está condicionada ao respeito à função social do contrato. Deste modo, limita-se por preceitos de ordem pública, que proíbem, por exemplo, que o acordo entre as partes seja contrário aos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
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Preliminares (arts. 421 a 426).
O primeiro artigo referente às disposições gerais dos contratos fala da liberdade de contratar e nos traz o princípio da sociabilidade (a função social do contrato). 
Este princípio estipula a prevalência dos valores coletivos sob os individuais, sem esquecer, contudo, do valor fundamental da pessoa humana.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
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CONTRATOS DO ORDENAMENTO BRASILEIRO
Os contratos existentes no ordenamento jurídico brasileiro podem se submeter a cinco regimes jurídicos distintos: civil, consumidor, trabalho, administrativo e comercial.
O enquadramento num ou noutro tipo dependerá da figura do contratante e contratado.
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Para nós, interessam os contratos mercantis (comercias). 
Um contrato é mercantil quando os dois contratantes são empresários. 
Essa é uma questão básica, porém, recorrente em provas.
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Os fatores de produção, quais sejam, capital, insumo, mão-de-obra e tecnologia exigem constantemente que sejam feitas esses pactos. 
Por este motivo os contratos empresariais caracterizam-se por ser uma das formas de organização da atividade empresária.
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Dois são os regramentos básicos a que podem se submeter um contrato mercantil. 
Estando as partes em posição jurídica igualitária (ambos têm forças equivalentes no contrato, podendo requerer direitos, obrigações, etc) teremos regência pelo Código Civil. 
Havendo uma parte em posição de vulnerabilidade econômica frente à outra, o contrato será regido pelo Código de Defesa do Consumidor.
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O próprio Ulhoa, em seu livro Manual de Direito Comercial, 2sa edição (2013)traz um exemplo elucidativo. 
Quando um banco contrata uma construtora para edificar sua sede, estaremos frente a um contrato empresarial sujeito ao Código Civil. Todavia, quando esta mesma instituição financeira provê recursos a um microempresário, estaremos num contrato empresarial sujeito ao Código de Defesa de Consumidor.
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Algumas questões indagam se o objeto de um contrato é o exercício de empresa. 
Os contratos empresariais visam a auxiliar o exercício de empresa, não podemos confundir esta finalidade com o objeto. 
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O objeto, por exemplo, de um contrato de compra e venda mercantil entre um importador e um atacadista é exatamente a compra e venda mercantil.
O contrato social, que constitui a empresa, este sim teria por finalidade o exercício da empresa.
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Anota-se, ainda, que os contratos mercantis não são essenciais à circulação de bens e serviços. 
Mercadorias e serviços podem circular em mercados tanto entre empresários como entre pessoas físicas ou sociedades simples, associações, fundações, ou quem quer que seja.
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PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS MERCANTIS
Em suma, dois são os princípios norteadores da constituição contratual, a saber, consensualismo e relatividade.
CONSENSUALISMO
Um contrato se constitui pela vontade manifesta das partes, não sendo necessária qualquer outra condição.
Esta, contudo, é uma regra que comporta exceção. Os chamados contratos reais, como o de depósito, para a sua formação, exigem a entrega da coisa objeto da avença.
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Deste modo, um contrato mercantil será classificado como consensual ou real.
A constituição de um contrato mercantil se dará com o encontro da vontade das partes. 
Quem propõe o contrato é chamado proponente. 
A quem o contrato é proposto denominamos de aceitante.
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Uma vez elaborada a proposta de contrato, em regra, o preponente não poderá voltar atrás. É o que narra o Código Civil nos termos a seguir:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
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Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. 
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
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RELATIVIDADE
Com fulcro no princípio da relatividade, temos que o contrato, em regra, gera efeito somente entre as partes a ele vinculadas, não obrigando terceiros, como, por exemplo, os herdeiros.
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PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATORIA DOS CONTRATOS
Em síntese, este princípio implica dizer que "o contrato faz lei entre as partes".
Ao se vincularem, assumindo obrigações, as partes podem exigir as prestações prometidas. É a chamada cláusula pacta sunt servanda.
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Os contratos têm consigo as chamadas cláusulas de irretratabilidade (uma parte não poderá romper o contrato por vontade própria) e intangibilidade (impossível uma parte alterar as cláusulas de maneira unilateral).
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Vale lembrar que a cláusula pacta sunt servanda não é absoluta já que pode ocorrer a chamada teoria da imprevisão (cláusula rebus sic stantibus).
Havendo alteração econômica na situação de um dos contratantes por fatores imprevisíveis e alheios à vontade, onerando demasiadamente o cumprimento
do contrato, pode-se pleitear a revisão do contrato.
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O próprio Código Civil prevê tal circunstância, ao estatuir:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
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Ainda no que tange à força obrigatória, temos de salientar que há nos contratos, de modo implícito, a cláusula exceptio non adimpleti contractus, através da qual uma parte não pode requerer o cumprimento do contrato pelo outro polo estando em mora com a sua própria prestação.
O Código Civil assim prevê:
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
DIREITO
EMPRESARIAL III
E complementa ...
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
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Pois bem, vejamos, agora, os contratos em espécie.
COMPRA E VENDA MERCANTIL
O contrato de compra e venda mercantil opera-se pela figura de empresários nos dois polos, obrigatoriamente. 
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Fábio Ulhoa leciona que o comércio é explicado como uma sucessão de contratos de compra e venda.
Temos como exemplo uma indústria que vende mercadorias para um atacadista. 
O atacadista, por seu turno, fixa contrato com supermercado.
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Conforme propõe o Código Civil:
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
O contrato de compra e venda mercantil é consensual, isto é, nasce do encontro de vontades do vendedor e do comprador, contanto que acertem dois detalhes: a coisa a ser negociada e o preço.
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Além desses dois requisitos o contrato de compra e venda também deve ter o consentimento. 
Nos termos do Código Civil:
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
No que tange à coisa, o Código Civil prega que:
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
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CASO CONCRETO
Em um contrato de comissão, após inúmeras vendas realizadas pelo Comissário, este percebeu que recebeu valor de repasse a menor do que o percentual que havia sido anteriormente combinado verbalmente. ao discutir o referido contrato em juízo, percebeu-se que este não continha cláusula de remuneração. Indaga-se:
1 - Existe saída legal para tal omissão?
2 - Percebeu-se, também, a existência no contrato de cláusula del credere, oriente sobre seu signiicado.
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CASO CONCRETO
1 - Pelo art. 701, do código Civil, a remuneração será fixada de acordo com os usos correntes do local, mediante assentamento realizado pela Junta Comercial do Estado (art. 8, VI, da Lei n 8.934/94)
2 - Nos termos do art. 698, do Código Civil, por esta cláusula responderá o comissário solidariamente com as pessoas que contratar em nome do comitente.
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QUESTÃO OBJETIVA
2. Entende-se por franquia empresarial ou franchising,
a) o contrato comercial pelo qual o franqueador cede, em caráter definitivo, ao franqueado, o direito de uso de marca ou patente, juntamente com o "know-how" relacionado ao produto ou serviço, sem vínculo empregatício ou remuneração. 
b) o contrato comercial pelo qual o franqueador, detentor da marca ou patente, bem como de eventual "know-how" referente ao produto ou serviço respectivo, cede ao franqueado apenas o direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de mencionados produtos ou serviços, mediante remuneração, sem vínculo empregatício. 
c) o contrato comercial pelo qual o franqueador, detentor da marca ou patente, bem como de eventual "know-how" referente ao produto ou serviço respectivo, contrata o franqueado, para que este realize a distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de mencionados produtos ou serviços, mediante remuneração, com vínculo empregatício. 
d) o contrato comercial pelo qual se opera a cessão do direito de uso de marca ou patente, bem como de eventual "know-how" detido ou desenvolvido pelo franqueador ao franqueado, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços, mediante remuneração, sem vínculo empregatício. 
DIREITO EMPRESARIAL III
QUESTÃO OBJETIVA
 
Lera D - art. 2, da Lei n 8.955/94

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