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HORMÔNIOS VEGETAIS HORMÔNIOS VEGETAIS DESENVOLVIMENTO VEGETAL – MUDANÇAS PROGRESSIVAS DURANTE O CICLO DE VIDA DA PLANTA REGULAÇÃO COMPLEXA: - expressão gênica enzimas e proteínas estruturais: p.ex. hormônios, receptores (fotorreceptores); - estímulos ambientais – planta sente e responde. HORMÔNIOS VEGETAIS Regulação e coordenação do metabolismo, do crescimento e da morfogênese. HORMÔNIOS VEGETAIS Hormônios vegetais ou fitormônios – - produzidos em um determinado tecido e atuam em outro, outros podem agir dentro do próprio tecido onde são produzidos; - sintetizados em diferentes locais e não em uma glândula; - atividade em quantidades muito pequenas; - alguns possuem efeito inibitório; - podem provocar respostas diferentes em tecidos diferentes ou em diferentes fases do desenvolvimento de um mesmo tecido; - alguns podem influenciar na biossíntese de outro hormônio; - diferentes tecidos podem responder a diferentes quantidades sensibilidade; - forma conjugada (ligado a outras substâncias – açúcares, aminoácidos, peptídeos, proteínas) inativa; - forma livre ativa. HORMÔNIOS VEGETAIS HORMÔNIO VEGETAL composto orgânico, não nutriente, de OCORRÊNCIA NATURAL, produzido na planta, que em baixas concentrações promove, inibe ou modifica processos morfológicos e fisiológicos do vegetal. REGULADORES VEGETAIS SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS que , aplicadas exogenamente, possuem ações similares aos grupos de hormônios vegetais. 5 GRUPOS MAIS ESTUDADOS: AUXINAS, CITOCININAS, ETILENO, ÁCIDO ABSCÍSICO E GIBERELINA. 4 grupos recentes: ácido jasmônico, ácido salicílico, brassinoesteróides e sisteminas. HORMÔNIOS VEGETAIS GRUPO ENDÓGENO SINTÉTICO AUXINAS AIA, AIB 2,4-D, ANA GIBERELINAS GA CITOCININAS ZEATINA 6-BA, BAP INIBIDORES ABA MH ETILENO C2H4 ETHEPHON HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS (do grego auxein, crescer ou aumentar) 1º fitormônio descoberto - Charles Darwin e seu filho Francis Darwin (1881) curvatura de plântulas de gramíneas (alpiste e aveia) em resposta à iluminação unilateral. QUE PARTE DA PLANTA É SENSÍVEL À LUZ? Planta intacta Planta sem ápice Planta com ápice coberto Luz Luz Luz - remoção do ápice ou bloqueio da luz no ápice NÃO OCORRIA MAIS A CURVATURA. ÁPICE SERIA O SENSOR DA LUZ HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS REGIÃO DE CURVATURA UM POUCO ABAIXO DO ÁPICE sinal transmissível, produzido pelo ápice, transmitido às regiões inferiores de plantas iluminadas causando a curvatura. HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS Fritz Went (1926) – demonstrou a presença de uma substância ativa na promoção da curvaturaisolou substância de ápice de aveia - auxina Ápices isolados Bloco de ágar cortado Alongamento celular diferencial causando a curvatura substância difunde e pode ser quantificada: mais substância, mais curvatura HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS 1946 – isolamento do AIA (ácido indolil-3-acético) de grãos de milho imaturos principal auxina encontrada nas plantas. •Auxinas naturais - fitormônios: - AIA - Ác. 4-cloroindolil-3-acético (4-cloroAIA) - Ác. Fenilacético - Ác. Indolol-3-butírico (AIB) •Auxinas sintéticas – reguladores de crescimento: - Ác. Naftalenoacético (ANA) - Ác. 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) - Ác. 2,4,5-triclorofenoxiacético (2,4,5-T) - Ác. 2-metoxi-3,6-diclorobenzeno (dicamba) - Ác. 4 amino-3,5,5-tricloropicolínico (picloram) HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS •METABOLISMO DO AIA > Biossíntese: LOCAIS de divisão celular rápida e crescimento: - MERISTEMA APICAL CAULINAR, folhas jovens - centros primários, - frutos em desenvolvimento, sementes (?); - produção em níveis inferiores em folhas maduras e ápices radiculares. HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS •METABOLISMO DO AIA ROTAS DE BIOSSÍNTESE - Dependentes de triptofano quando há maior necessidade de AIA. - Independentes de triptofano plantas de milho e arabidopsis mutantes que não sintetizam triptofano, mas sintetizam AIA. HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS •METABOLISMO DO AIA - Controle do nível celular de AIA livre •Regulação da taxa de síntese •Controle da transformação em formas conjugadas (açúcares, aminoácidos) – forma livre = ativa forma conjugada = inativa •Degradação por oxidação Enzimas hidrolíticas •Compartimentalização nos cloroplastos (1/3) •Transporte HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS •ÚNICO HORMÔNIO COM TRANSPORTE POLAR – UNIDIRECIONAL CAULES E FOLHAS – BASÍPETO (DO ÁPICE PARA A BASE) principalmente nas células do parênquima vascular; RAIZ – ACRÓPETO (DA BASE PARA O ÁPICE) E BASÍPETO (DO ÁPICE PARA A BASE) epiderme e tecidos corticais HORMÔNIOS VEGETAIS TRANSPORTE POLAR DAS AUXINAS UNIDIRECIONAL BASÍPETO AUXINAS HORMÔNIOS VEGETAIS •MODELO PARA TRANSPORTE POLAR DAS AUXINAS – Teoria quimiosmótica NAS CÉLULAS DO PARÊNQUIMA -AIA entra na célula por difusão passiva ou transporte ativo através de transportadores de influxo (proteínas AUX1) -AIA sai da célula através de transportadores de efluxo de auxina (proteínas PIN ) só na região basal das células) AUXINAS •TRANSPORTE POLAR – REQUER ENERGIA E INDEPENDE DA GRAVIDADE HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS •EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS AUXINAS -Alongamento/Expansão celular afrouxamento da parede celular extensibilidade da parede (hipótese do crescimento ácido). Promovem crescimento de caule. HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS -Respostas trópicas fototropismo e geotropismo – migração da auxina -Dominância apical fluxo de auxina do ápice para a base inibe o desenvolvimento da gema por estar acima da concentração ideal. •EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS AUXINAS HORMÔNIOS VEGETAIS - Diferenciação de tecidos vasculares auxina induz a rediferenciação de células do parênquima em elementos condutores em tecidos injuriados. - Formação de raízes laterais e adventícias células do periciclo responsivas à auxina divisão celular primórdio da raiz lateral; raízes adventícias em estacas caulinares acúmulo de AIA acima do corte divisão celular – reprodução assexuada. - Desenvolvimento radicular nível de auxina no ápice radicular crescimento das células •EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS AUXINAS AUXINAS HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS •EFEITOS DAS AUXINAS -Estimulação do desenvolvimento do fruto aumento da divisão e expansão celular (partenocarpia). Sementes são fontes de auxinas. -Ação herbicida (auxinas sintéticas)- 2,4-D, dicamba e picloram em baixas concentrações = AIA; altas concentrações auxina induz síntese de etileno, que estimula biossíntese de ácido abscísicosenescência e morte da folha (mata dicotiledôneas) HORMÔNIOS VEGETAIS CITOCININAS -promovem a citocinese (DIVISÃO CELULAR) em células vegetais Adenina Cinetina 6-Benzilamino purina (BAP) Zeatina 2i-P – 2-Isopenteniladenina -ZEATINA CITOCININA NATURAL MAIS ATIVA. HORMÔNIOS VEGETAIS CITOCININAS •ENCONTRADAS EM LOCAIS DE INTENSA ATIVIDADE DE DIVISÃO CELULAR: - ÁPICE DE RAÍZES, sementes, frutos, folhas; produção em níveis inferiores em ápices caulinares • ROTAS -AINDA INCERTAS, PARTICIPAÇÃO DE MAIS DE UM GENE NA BIOSSÍNTESE. HORMÔNIOS VEGETAIS CITOCININAS - CONTROLE DO NÍVEL CELULAR DE CITOCININAS •Regulação da taxa de síntese •Controle da transformação em formas conjugadas (açúcares, aminoácidos) – forma livre = ativa forma conjugada = inativa •Degradação por oxidação •Transporte principalmente xilema; floema HORMÔNIOS VEGETAIS CITOCININAS - EFEITOS FISIOLÓGICOS •Retardam a senescência de folhas (raízes adventícias em pecíolos de folhas destacadas retarda o envelhecimento citocinina produzidana raiz transportada para o limbo) estímulo da síntese protéica e mobilização de metabólitos; •Estimulam crescimento de gemas laterais – quebra da dominância apical; HORMÔNIOS VEGETAIS CITOCININAS - EFEITOS FISIOLÓGICOS •Combinação auxina/citocinina crescimento dos tecidos vegetais – DIVISÃO CELULAR (cultura de tecidos): balanço na [auxina] produção de raízes; na [citocininas] produção de gemas; balanço [auxinas] / [citocininas] => calo HORMÔNIOS VEGETAIS CITOCININAS CALO CALO RAÍZES BROTO HORMÔNIOS VEGETAIS ETILENO Hidrocarboneto – C2H4 gás 1934 – considerado hormônio vegetal – hormônio do amadurecimento. •Biossíntese a partir da metionina formação do ACC (precursor do etileno) estimulada por auxina. encontrado na maioria dos órgãos de plantas superiores (germinação, frutos em amadurecimento, tecidos em senescência, resposta ao estresse) Metionina ACC Etileno Altas [auxinas], poluição, ferimentos S-adenosilmetionina (SAM) •Fonte de etileno sintético Ethephon (=CEPA, Ethrel) •Transporte difusão através dos espaços intercelulares HORMÔNIOS VEGETAIS ETILENO - Efeitos fisiológicos •Amadurecimento de frutos – - frutos climatéricos aumento da respiração durante amadurecimento etileno é importante no amadurecimento (banana, tomate, abacate, maçã, pêra, pêssego, ameixa, figo, manga, caqui, fruta-do-conde, atemóia, graviola, melão) A aplicação de etileno em frutos climatéricos induz a produção do hormônio. - frutos não-climatéricos: não respondem ao etileno (uva, cereja, morango, abacaxi, cítricos) Síntese de etileno Taxa respiratória até climatérioDu ra n te o am ad u re ci m en to HORMÔNIOS VEGETAIS ETILENO - Efeitos fisiológicos •Senescência – envelhecimento (degradação da clorofila, RNA, proteínas) acelerada por tratamento com etileno •Promoção da abscisão (queda)de folhas, flores e frutos (utilizado em cerejas, amoras, uvas e framboesas para colheita mecânica) auxina e produção de etileno Durante a senescência atividade de enzimas celulases e pectinases na zona de abscisão A aplicação de auxina em altas doses acelera a abscisão síntese de etileno (2,4,5-T – “agente laranja” (desfolhante) HORMÔNIOS VEGETAIS ÁCIDO ABSCÍSICO (ABA) -antes da década 40 extratos vegetais promovendo dormência em gemas e sementes. -Wareing e col. (1949) dormência de gemas devido à presença de grande quantidade de inibidor dormina - Em 1967 Ácido Abscísico (nome inadequado pois ABA não tem papel direto na abscisão, e sim o etileno) •ABA é um composto de 15 carbonos sintetizado a partir da clivagem de carotenóides (40C) como as xantofilas, nos plastídios e citossol. •Presente em praticamente todas as células vivas do vegetal. Sintetizado em folhas maduras, sementes, raízes. - Inativação •Conjugação (glicose) •Degradação - Transporte - Biossíntese •Floema, xilema e células parenquimáticas HORMÔNIOS VEGETAIS ÁCIDO ABSCÍSICO (ABA) - Efeitos fisiológicos •Desenvolvimento da semente – nível de ABA aumenta no início do desenvolvimento da semente expressão de genes tolerância à dessecação indução da dormência primária - evita germinação precoce (viviparidade); antagonista das giberelinas na germinação. •Dormência de gemas – plantas de regiões temperadas HORMÔNIOS VEGETAIS ÁCIDO ABSCÍSICO (ABA) - Efeitos fisiológicos •Proteção ao estresse hídrico - (tolerância da planta à seca está relacionada à sua capacidade de sintetizar ABA) [ABA] fechamento estomático Fluxo de íons Alterações na turgescência das células-guarda Raízes aumentam produção de ABA xilema folhas redução perda de água por transpiração [solutos] turgorentrada de água Abertura dos estômatos [solutos] turgor saída de água Fechamento dos estômatos Células-guarda túrgidas, estômatos abertos Células-guarda flácidas, estômatos fechados HORMÔNIOS VEGETAIS GIBERELINAS - Japão, década de 20, doença no arroz causada por fungo Gibberella fujikuroi plantas muito altas, delgadas e cloróticas morrem antes da produção de sementes. -Kurosawa (1926) – substância química produzida pelo fungo, promovia crescimento -Yabuta e Sumiki (1934) isolaram fator de crescimento produzido pelo fungogiberelina (GA) - MacMillan (1956) isolou giberelina de sementes de feijão. -Mais de 125 giberelinas isoladas – poucas bioativas HORMÔNIOS VEGETAIS GIBERELINAS Estrutura química: diterpenóides tetracíclicos com 19 (C19-GAs) a 20 (C20-GAs)carbonos. Ácido giberélico (GA3) GA13 GA4 - Biossíntese •Locais – gemas, entrenós superiores, folhas jovens (tecidos meristemáticos região apical) frutos e sementes em desenvolvimento, raízes. •Sintetizadas a partir do geranilgeranil difosfato (20 carbonos) – via dos terpenóides HORMÔNIOS VEGETAIS GIBERELINAS •Síntese – •Conjugação com açúcares - inativação •Degradação •Transporte – floema (sementes), xilema (raízes) - Controle dos níveis nos tecidos HORMÔNIOS VEGETAIS GIBERELINAS - Efeitos fisiológicos •Alongamento do caule – alongamento celular (atuação na parede celular) e divisão celular Aplicação de GA reversão de nanismo HORMÔNIOS VEGETAIS - Efeitos fisiológicos GIBERELINAS •Indução da floração – em plantas de dias longos e plantas que precisam de temperaturas baixas para florescer alongamento do escapo floral (divisão celular e alongamento celular) •Crescimento do pericarpo (frutos) – em uva a aplicação de GA cachos mais soltos e uvas maiores HORMÔNIOS VEGETAIS - Efeitos fisiológicos GIBERELINAS •Germinação de sementes – quebra de dormência em sementes que precisam de frio para germinar. •Desenvolvimento de sementes de cereais -absorção de água embrião libera giberelina giberelina difunde-se para camada de aleurona e estimula síntese de enzimas hidroliticas, (p. ex. -amilase, proteases)enzimas digerem reservas nutritivas hidrólise do amido do endosperma em açúcar transporte das reservas para o embrião. Escutelo Enzimas hidrolíticas Açúcares e aminoácidos Raiz Pericarpo Camada de aleurona Endosperma amiláceo HORMÔNIOS VEGETAIS HORMÔNIO ATIVIDADES TÍPICAS AUXINA PROMOVE O ALONGAMENTO CAULINAR, A INICIAÇÃO DE RAÍZES ADVENTÍCIAS E O CRESCIMENTO DO FRUTO; INIBE A EXPANSÃO DA GEMA LATERAL E ABSCISÃO FOLIAR CITOCININA INIBEM A SENESCÊNCIA FOLIAR; PROMOVEM A DIVISÃO CELULAR E A EXPANSÃO DA GEMA LATERAL; AFETAM O CRESCIMENTO DA RAIZ ETILENO PROMOVE O AMADURECIMENTO DO FRUTO E A ABSCISÃO FOLIAR; INIBE O ALONGAMENTO DO CAULE E O GEOTROPISMO ÁCIDO ABSCÍSICO MANTÉM A DORMÊNCIA DA SEMENTE E A DORMÊNCIA DE INVERNO; FECHA OS ESTÔMATOS GIBERELINA PROMOVEM A GERMINAÇÃO DA SEMENTE, O CRESCIMENTO DO CAULE E O DESENVOLVIMENTO DO FRUTO; QUEBRAM A DORMÊNCIA DE INVERNO; MOBILIZAM RESERVAS DE NUTRIENTES EM SEMENTES DE GRAMÍNEAS BRASSINOSTERÓIDES PROMOVEM ALONGAMENTO CAULINAR E DE TUBOS POLÍNICOS; PROMOVEM A DIFERENCIAÇÃO DO TECIDO VASCULAR JASMONATOS DESENCADEIAM DEFESAS CONTRA PATÓGENOS E HERBÍVOROS ÁCIDO SALICÍLICO DESENCADEIA RESISTÊNCIA A PATÓGENOS SISTEMINA PROVOCA A PRODUÇÃO DE JASMONATO EM RESPOSTA A DANO NO TECIDO
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