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SEMANA 5 – PRÁTICA CONSTITUCIONAL – HABEAS CORPUS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
MATILDE, nacionalidade, profissão, estado civil (existência de união estável), portadora da carteira de identidade nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada na Rua, nº, Bairro, Rio de Janeiro, RJ, CEP, endereço eletrônico, vem, por seu advogado legalmente constituído que para fins do artigo 106, I do CPC, indica seu endereço profissional na Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, com fulcro no artigo 5º, LXVIII, CF, perante Vossa Excelência, impetrar:
HABEAS CORPUS PREVENTIVO 
COM PEDIDO LIMINAR
em face do ATO PRATICADO PELO JUIZ DE DIREITO DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos que, a seguir, expõe:
I – DA LIMINAR:
Demonstrado o fumus boni juris, sendo visível o periculum in mora, justifica-se a concessão de liminar garantido a Paciente a sua liberdade de locomoção.
A fumaça do bom direito (“fumus boni juris”) está nos elementos da justificativa da Paciente, tendo em vista que a mesma não deixou de pagar por negligência, mas por impossibilidade financeira, bem como por estar tratando de uma depressão profunda. Ressaltando ainda para o fato de que a prisão somente pode ser decretada em razão dos últimos 3 meses em débito.
O perigo na demora (“periculum in mora”) é facilmente reconhecida na decisão do Magistrado diante da real impossibilidade da Paciente em adimplir a sua dívida e se cumprindo a decisão do magistrado a Paciente perderá ter sua liberdade de locomoção. 
Conforme elucida no artigo 528, parágrafos 7º e 8º e também artigo 911, todos do CPC.
Art. 528.  No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
Art. 911.  Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo.
II – DOS FATOS:
A paciente está sendo executada por seus filhos, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai. Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital, aquela foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família.
	Porém, Paciente está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. 
	Diante da impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o magistrado decretou sua prisão pelo prazo de sessenta dias. 
	A filha da Paciente, telefonou para sua avó materna, avisando-a da decisão judicial de decretação da prisão de sua mãe.
	A Paciente possui boa conduta social, e não deixou de pagar por negligência, mas sim por impossibilidade financeira, bem como por estar tratando de uma depressão profunda. 
III – DOS FUNDAMENTOS:
	A Constituição Federal ampara o pedido da Paciente em seu artigo 5º, inciso LXVIII, que diz:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Conforme elucida a Súmula 309 do STJ, tal método coercitivo é autorizado para constranger o devedor ao pagamento de, no máximo, três prestações vencidas até ajuizamento da ação (ou da citação), bem como as que vencerem no curso do processo. 
Súmula 309. O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo.
No artigo 528, §7º do Processo Civil. Débitos alimentares pretéritos somente poderão ser cobrados com uso de outros métodos que não a prisão civil. Tendo em vista que os alimentos têm caráter de urgência, e se não foi cobrado anteriormente é porque não estava afetando os menores. 
Art. 528.  No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
Não cabe agora pleitear a prisão da Paciente, pois como já foi mencionado acima a mesma deixou de pagar por absoluta impossibilidade financeira e a cobrança feita não é apenas de três meses, mas, dos cinco meses e débito. 
De acordo com o Art. 528, § 3º do CPC, a prisão só será decretada se não houver pagamento ou justificativa cabível para o não cumprimento do pagamento. A paciente possui uma justificativa plausível para o inadimplemento, tendo em vista que a mesma está desempregada há 01 ano, confirmada a impossibilidade em adimplir a sua dívida. Vejamos:
Art. 528.  No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
	Sendo assim, não restou alternativa, senão à paciente impetrar o presente Habeas Corpus preventivo.
IV – DOS PEDIDOS:
Diante o exposto, requer, a Vossa Excelência:
1. O deferimento da liminar, para recolher o mandado de prisão já expedido, ou caso já tenha sido cumprido seja determinada a imediata colocação em liberdade da paciente; 
2. A notificação da autoridade coatora, o Excelentíssimo Juiz de Direito da 10ª Vara de Família da Capital; 
3. A concessão da ordem de Habeas Corpus preventivo com a consequente expedição do salvo conduto para a paciente. 
Neste Termos,
Pede Deferimento.
Local/Data
___________________
Advogado
OAB/UF

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