Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Linguagens da Arte e Regionalidades Alessandra Favero Aula 3 Arte e ideologia: aspectos da história social da arte Quando vamos a um museu ou nos deparamos com uma produção artística, seja ela quadros, pinturas, esculturas, poesia entre outras manifestações artísticas, se buscarmos o entendimento do que levou o autor a expressar aquele objeto artístico, certamente chegaremos a uma ideologia. 2 A ideologia pode ter várias interpretações O senso comum ou sentido neutro: conjunto de ideias, visões de mundo de um grupo determinado. Sentido crítico de ideologia: conjunto de ideias que servem para manipular e dominar ou convencer. Ou ainda, servindo para mascarar a realidade já que apresenta apenas parte dela. 3 A produção artística é carregada de ideologia, seja ela de um setor mais conservador ou mais crítico da sociedade. © Talcantara | Dreamstime.com 4 Ideologia Para Karl Marx: “conjunto de ideias que procura ocultar a sua própria origem particular nos interesses sociais de um grupo da sociedade.” (LOWY, p.12, 1885) 5 Exemplo Idade Média = poder da Igreja Católica = sagrado Obras de arte, especialmente as pinturas, buscavam retratar momentos bíblicos devido ao teocentrismo. © Dale Shelton | Dreamstime.com 6 Ideologia 7 A arte como criação humana libertadora Marx: Atividade artística - uma dimensão humana insubstituível e essencial. A arte para ele é uma atividade, uma realização progressiva da essência humana e ao mesmo tempo distanciamento e ação transformadora da natureza. 8 Marx buscou compreender a arte como criação humana libertadora, espaço da criação que permitiria ao artista expressar de modo único e pontual a universalidade. A arte enquanto manifestação da supraestrutura seria uma forma de acesso ao mundo distinta da ciência e da religião e por isso o seu próprio exercício deveria ser livre. (CÂMARA, 2007) 9 Nesse sentido, a arte pode caminhar em dois sentidos: uma dimensão transformadora e essencial capaz de libertar os indivíduos da alienação; uma dimensão impregnada de ideologia que tem como função reproduzir certo conjunto de ideais de determinado grupo. 10 É justamente por isso que: “ligada ao processo de autoformação da humanidade, a arte não pode ser vista como contemplação desinteressada nem como celebração deslumbrada da vida.” (FREDERICO, p.16, s/d) 11 A arte representa então uma apropriação do universal que expressa em todas as relações humanas com o mundo: ver, ouvir, pensar, olhar, sentir querer, amar e para Marx e Engles (p.48, 1971) é: “a apropriação da realidade humana, o modo como esses órgãos se comportam perante o objeto, constitui a manifestação da realidade humana”. 12 Nesse sentido, falar da relação entre arte e ideologia requer uma atenção para a dimensão histórica-social dessas manifestações, bem como do entendimento de que a arte em seu viés mais desinteressado deve permitir uma ação libertadora de quem a produz. 13 E ao mesmo tempo, compreender que, no sistema capitalista, a arte também carrega um conjunto de ideologias que acabam por ser manifestadas na obra do artista. Exemplo: cinema 14 © Loopall | Dreamstime.com Relação da arte e hegemonia Conjunto de ideias, crenças que inicialmente estavam ligadas a uma espécie de contemplação mágica e que, posteriormente, nas sociedades industriais capitalistas passaram a ter uma conotação de ideias de uma classe dominante. 15 As primeiras manifestações artísticas teríamos objetos criados com objetivos específicos (ARGAN, 2013). A vida girava em torno da “subsistência, e nada justifica, portanto, supormos que a arte servia de qualquer outro propósito que não fosse o de constituir um meio para obtenção de alimentos”. (HAUSER, p.4, 2003) 16 Os estudos indicam que a arte neste período era reconhecida como uma técnica mágica, e como tal, tinha uma função inteiramente pragmática com intuitos objetivos econômicos diretos. © Maljalen | Dreamstime.com 17 As pinturas faziam parte de um aparato técnico da magia, ou seja, representavam uma forma de armadilha, já que o desenho era ao mesmo tempo, a representação e a coisa representada. Exemplo: um animal na rocha era o mesmo que produzir um animal real. 18 Por isso que a relação da pintura deste momento histórico com a magia explica o naturalismo da pintura representada. O intuito era de criar uma duplicação já que, ao representar um objeto, o artista estava não apenas imitando, mas substituindo literalmente. 19 Com o passar dos anos, a arte passou a adquirir outros aspectos do que apenas o de imitação para fins mágicos. No período neolítico, o interesse passa a ser mais simbólico do que propriamente com a semelhança do objeto representado. 20 Mais tarde, o lugar da magia e feitiçaria praticado pelos grupos anteriores é substituído pelo culto e religião. Surgirá a necessidade de ídolos, amuletos, símbolos sagrados e profanos que conduzirá a concepção artística para essa dualidade. 21 Conclusões Arte Ideologia Magia Religião © Bakusova | Dreamstime.com 22 Referências ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. HAUSER, Arnold. História social da literatura e da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 23 Linguagens da Arte e Regionalidades Alessandra Favero Atividade 3 Concepção Artística magia e feitiçaria X culto e religião Amuletos X Ídolos símbolos sagrados X profanos wikipedia.org; © Juliana Galluccio | Dreamstime.com 25 Conclusões Arte Ideologia Magia Religião © Antonio1962 | Dreamstime.com 26
Compartilhar