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Material Direito Civil - Contratos (classificações)

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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AS OBRIGAÇÕES 
CONTRATOS UNILATERAIS E BILATERAIS 
Em consonância com Orlando Gomes, in verbis: 
"O contrato é unilateral se, no momento em que se forma, origina obrigação tão somente, para uma das partes - ex uno latere. A outra parte não se obriga. O peso do contrato é todo de um lado, os efeitos são somente passivos de um lado, e somente ativos de outro". 
Exemplo mais emblemático é o contrato de doação pura e simples, onde unicamente o doador contrai obrigações, enquanto o donatário só aufere vantagens, não assumindo qualquer compromisso.
Contudo, veremos que existem os contratatos denominados bilaterais imperfeitos que são aqueles unilaterais que podem acidentalmente se tornar bilaterais, quando, o beneficiário assumir algum encargo, por exemplo, na doação onerosa.
Já os contratos bilateriais, ensina Arnaldo Rizzardo, in verbis: 
"no contrato bilateral ou oneroso prepondera a vinculação de uma prestação à outra, o que é característico do sinalagma, termo este etimologicamente significa reciprocidade, ou contrato com reciprocidade".
CONTRATOS GRATUITOS E ONEROSOS
Para Washigton de Barros Monteiro, contrato gratuito trata daqueles que "uma das partes promete e a outra aceita." Portanto, a obrigação vincula somente a primeira parte. Já o segundo não assume qualquer obrigação. Portanto, não há reciprocidade de sacrifícios e vantagens.
Os contratos onerosos são aqueles que as partes assumem reciprocamente direitos e obrigações. Arnaldo Rizzardo assim classifica: "constituem aqueles nos quais as partes transferem certos direitos uma à outra, mediante determina compensação”. Ou seja, ao réves dos contratos gratuitos, aqui há reciprocidade de direitos e de deveres, por exemplo, como ocorre nos contratos de compra e venda, onde o alienante assegura o bom uso da coisa em troca do valor do preço, enquanto o adquirente se obriga a pagar o preço para fazer bom uso do que adquiriu.
Concluímos que, os contratos onerosos são bilaterais, uma vez que há reciprocidade de obrigações ou sacrifícios; enquanto, os contratos gratuitos são unilaterais ou benéficos, eis que só uma das partes assume o ônus.
Conforme conversado em sala de aula, essas classificações possuem grande importância na prática. Verificaremos a seguir que a responsabilidade do alienante é tratada de forma diferente nos contratos onerosos e gratuitos. Como a proteção que é dada ao adquirente não é a mesma de acordo com a sua posição em relação a distribuição do ônus no contrato.  Assim, se tratarmos de um contrato gratuito, o alienante não responde pelos vícios redibitórios e evicção, por exemplo, num contrato de doação, o doador não responde pela evicção ou vícios redibitórios, exceto se for doação com encargo (bilateral imperfeito).
CONTRATOS COMUTATIVOS E ALEATORIOS 
Os contratos comutativos são aqueles que os contraentes "celebram uma relação em que recebem a vantagem e prestam a obrigação, consistente em coisa certa e determinada." (Arnaldo Rizzardo)
Os contratos aleatórios são aqueles que uma das partes ou ambas assumem prestações que apresentam incertezas, cuja quantidade ou extensão ficará dependendo de um evento futuro e imprevisível, o que poderá acarretar na perda ou lucro para uma das partes.
Arnaldo Rizzardo ressalta que não necessariamente o fato tenha que ser futuro, basta que haja no momento da formação do negócio jurídico uma incerteza.
Mais uma vez, verificamos que a classificação dos contratos não é meramente didática, e sim com grande importância na prática. Diferente dos contratos comutativos, onde as partes já esperam um determinado resultado, aqui, a incerteza faz parte da relação negocial, por conseguinte, não cabe a pretensão de rescindir o pactuado se o resultado não for positivo para uma das partes.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA FORMAÇÃO DO CONTRATO
CONTRATO REAL E CONSENSUAL 
Contratos reais são aqueles que, para se consumar, se faz necessário que haja a entrega de determinado objeto, por exemplo, como ocorre nos contratos de mútuo, comodato, depósito e penhor. Nesta hipótese, a simples manifestação da vontade não é o suficiente para aperfeiçoar o contrato. 
Os contratos denominados Reais sofrem severas críticas, que assistem razão. “A regra é a de que os contratos se aperfeiçoam com o simples consentimento”, explica Marco Aurélio Bezerra de Melo. Alem do mais, a entrega deve ser interpretada como fase da execução do contrato, e não elemento da formação do contrato (Caio Mário da Silva Pereira). 
Contrato consensual é aquele que depende exclusivamente da manifestação da vontade das partes, independente de qualquer formalidade especial ou solene. Aqui, estamos diante da regra geral - a informalidade. A expressão é livre, conforme assevera Arnaldo Rizzardo: "os estipulantes podem exteriorizar a sua vontade como lhes aprouver, desde que o façam com clareza".
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FORMA 
CONTRATO FORMAIS (SOLENE) E INFORMAIS (NÃO SOLENE)
Ultrapassada a classificação acima, nos remete a classificação dos contratos quanto a sua forma, cuja classificação não é uníssona. 
Alguns doutrinadores não dão muita importância prática com o tema, em especial, quando se trata de diferenciar "solenidade" de "formalidade".
Os contratos solene ou formais são aqueles exigem uma forma especial para sua celebração. Para Inocêncio Galvão Telles, "dizem-se formais aqueles contratos em que o consenso deve revestir certa forma, legalmente prescrita".
Para a melhor doutrina, contratos solenes são aqueles que a lei exige o registro público, para dar publicidade ao direito adquirido, por exemplo, nos contratos de aquisição de bem imóvel com valor acima de trinta vezes o maior salário mínimo vigente.
Com efeito, podemos concluir que todo contrato solene é formal, mas nem todo contrato formal é solene, pois um contrato pode revestir de certa formalidade, mas não ser levado a registro público, por exemplo, um contrato de compra e venda de um bem móvel, que seja realizado por escrito, assinado pelos contratantes e duas testemunhas, se tornando, inclusive, um título executivo extrajudicial, contudo, sem a necessidade de ser levado a registro público.
Já os contratos não solenes ou informais são aqueles que bastam a manifestação da vontade para a sua formação, sem qualquer exigência formal como regra. Aqui, conforme já tratado na classificação dos contratos consensuais, a informalidade é regra. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DEPENDENCIA (GRAVITAÇÃO JURÍDICA)
CONTRATOS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
Os contratos principais são aqueles considerados autonomos ou independentes, ou seja, não dependem de outros para a sua existência, por exemplo, o contrato de locação.
Já os contratos denominados acessórios seguem a sorte do principal, geralmente revestidos pela função de garantia do principla, por exemplo, o contrato de fiança nos contratos de locação. Embora não seja a única função dos contratos acessórios, mas a prática nos conduz a ideia de que servem, apenas, de segurança de ssatisfação do contrato principal. 
Contudo, Marco Aurélio Bezerra de Melo aponta outras funções, tais como: “preáratórios, integrativos, complementares”. Enfim, os contratos acessórios, em consonância com o princípio da gravitação jurídica, não subsistem isoladamente, dependendo dos contratos principais.
Logo, na hipótese de nulidade do contrato principal, por conseguinte, atingirá o contrato acessório. 
CLASSIFICAÇÃO A MANIFESTAÇÃO PRIVADA DA VONTADE 
PARITÁRIOS E ADESÃO
Ensina Marco Aurélio Bezerra de Melo que os contratos paritários “são aqueles em que os contratantes se encontram em posição de igualdade, ou seja, o resultado contratual é efetivamente o fruto da vontade de ambos os contratantes”. 
Já os contratos de adesão, nas palavras do aludido autor:
“são aqueles em que as cláusulas já se encontram preestabelecidas por uma das partes, enquanto a outra, sem poder fático para deliberar o conteúdo docontrato, apenas adere”. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AS PESSOAS 
CONTRATOS PESSOAIS E IMPESSOAIS 
O contrato pessoal ou personalíssimo ou intuitu personae são aqueles que são levados em consideração certos atributos da pessoa contratada. Aqui, interessa que uma das partes preencha certos requisitos, seja condição econômica, como status social, conhecimento técnico, confiabilidade e etc. Nesta hipótese a obrigação é intransferível, por conseguinte, a morte do devedor é a causa de extinção da obrigação.
Os contratos impessoais são aqueles que pouco importam quem irá dar cumprimento à prestação. O que importa é apenas alcançar a satisfação da obrigação.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A EXECUÇÃO 
EXECUÇÃO INSTANTANEA, DIFERIDA E CONTINUADA
Cunha Gonçalves ensina que os contratos de execução instantânea são os que "se cumprem por uma só prestação, no momento estipulado, como a compra e venda de um objeto mediante pagamento integral, embora com prazo". Já Arnaldo Rizzardo define como os contratos "de execução única, assim identificam se quando as prestações podem ser realizadas em um só instante."
Em consonância com os conceitos acima apontados, verificamos que o cumprimento da obrigação poderá ser imediato à sua formação do vínculo, ou algum tempo depois. Lembrando do que foi conversado em sala de aula, e ainda, corroborado pelo professor Arnaldo Rizzardo, a primeira hipótese são os contratos instantâneos de execução imediata, Já a segunda hipótese, trata dos contratos instantâneos de execução diferida.
Para o professor Arnaldo Rizzardo, "os contratos de execução diferida são instantâneos, mas a prazo, isto é, constituem aqueles que tenham de ser cumpridos em uma única prestação no futuro. A distinção relativamente aos instantâneos está na execução imediata. A execução é protraída para outro momento. Em geral, fica a mesma postergada em virtude de uma cláusula que a subordina a um termo."
Os contratos sucessivos ou de duração (execução por ato sucessivo), ou ainda, de trato sucessivo ou execução continuada, importam na realização de prestações sucessivas e continuas, por exemplo, os contratos de locação. São aqueles que as prestações perduram por um certo tempo. O que pode trazer certa confusão é identificar o conceito de "um certo tempo". Ocorre que, a duração depende da vontade das partes. Para a melhor doutrina, os contratos sucessivos vem definida pela natureza da relação contratual. Neste sentido, vale citar o entendimento de Orlando Gomes: "somente há contratos de duração por sua própria natureza. Se as partes renunciam à possibilidade da execução única, dividindo as prestações no tempo, o contrato não é de execução continuada".
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NOMECLATURA
CONTRATOS TIPICOS/NOMINADOS E ATIPICOS E INOMINADOS
Reproduzindo as palavras de Inocêncio Galvão Telles: "a permanente agitação da vida econômica e social, criadora de novas necessidades, leva, a todo o instante, os interessados a buscarem novas soluções contratuais, fora dos esquemas da lei". Daí, surge a necessidade de classificar os contratos como típicos e atípicos e nominados e inominados.
Alguns doutrinadores não distinguem nominados de típicos e inominados de atípicos, o que faz sentido, na forma mais simplicista para tratar desta classificação. Contudo, alguns autores preferem colocar da seguinte forma: os contratos típicos são aqueles que possuem previsão legal sobre eles, por exemplo, a lei do inquilinato. E os atípicos não se ajustam em qualquer dos tipos já existentes, por exemplo, contrato de built suit. 
Já os contratos nominados são aqueles que possuem um nome de batismo, por serem previstos e regulados por lei. E os contratos inominados são aqueles que não possuem nome de batismo, uma vez que não se enquadram numa figura típica prevista pelo legislador.
Por derradeiro, cumpre citar o artigo 425, do Código Civil que prevê: "É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas fixadas neste Código".

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