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Desnutrição 2017

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DESNUTRIÇÃO
Universidade Federal do Cariri – UFCA
Faculdade de Medicina
Módulo de Nutrologia
Professor Erich Pires Lisboa
Mestre em Clínica Médica
2017
OBJETIVOS
• Identificar a prevalência da desnutrição
• Determinar os fatores de risco
• Conhecer as consequências da desnutrição
• Identificar as diferentes formas de classificação do estado 
nutricional
• Reconhecer a relação entre o estado nutricional do paciente e o 
efeito dos medicamentos
DESNUTRIÇÃO
• Termo empregado para definir o desequilíbrio
produzido pela ingestão insuficiente ou a excessiva
perda de substratos pelo organismo.
PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO 
HOSPITALAR
ESTUDOS NA AMÉRICA-LATINA
• BRASIL: Desnutrição 48,1%; 12,6% desnutridos graves; 
35,5% desnutridos moderados (Waitzberg e cols. 2000)
• COLÔMBIA: Desnutrição 52,7% (Hoyos e cols. 2000)
• ARGENTINA: Desnutrição 47,3% (Crivelli e cols. 2000)
• CHILE: Desnutrição 37% (Kehr e cols. 2000)
• ELAN: Desnutrição 50,2%; 12,6 desnutridos graves e 
37,6% desnutridos moderados (2001)
Desnutrição na Infância
• Prevalência alta principalmente nos países 
subdesenvolvidos e em desenvolvimento
• Representa 29% das causas de óbito em crianças 
abaixo de 4 anos nos países em desenvolvimento
• Acomete 30 % das crianças menores que 5 anos 
em todo mundo (principalmente lactentes e pré-
escolares)
Fatores de risco gerais
• Ingestão inadequada de nutrientes
• Alteração na absorção e/ou utilização de 
nutrientes
• Hipermetabolismo ou catabolismo
• Fármacos que interferem no processo de nutrição
• Demora na implementação de terapia nutricional
• Condição clínica do paciente
Desnutrição na Infância
• Fatores associados:
– Baixo nível socioeconômico
– Desajustamento familiar
– Saneamento básico inadequado
– Baixo peso ao nascer
– Fraco vínculo mãe-filho
– Abandono ao aleitamento materno
– Baixa escolaridade
Sinais de desnutrição
• Perda de peso involuntária igual ou maior que 10% 
do peso habitual em seis meses
• Perda de peso igual ou maior que 5% do peso 
habitual em um mês 
• Peso atual 20% abaixo do ideal
• Alteração dos padrões de ingestão alimentar
• Ingestão proteicocalórica inadequada por mais de 
sete dias.
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Classificação:
– Específica: Quando falta um nutriente 
específico.
• Ex: anemia ferropriva, escorbuto, raquitismo
– Global: Quando é caracterizada por um déficit 
proteico e um déficit calórico (energético).
• Ex: Desnutrição proteicocalórica (marasmo, 
kwashiorkor)
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Classificação:
– Primária: Oferta inadequada de alimentos (déficit de 
ingestão)
– Secundária: Alimentos fornecidos de maneira 
satisfatória mas com aproveitamento inadequado.
• Ex: vômitos na estenose hipertrófica do piloro, síndrome de má 
absorção.
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Classificação Antropométrica OMS (Intensidade)
DEP LEVE DEP MODERADA DEP GRAVE
P / E -2 < escore Z < -1 -3 < escore Z < -2 escore Z < -3
( 70 – 79% ) ( < 70% )
BAIXA ESTATURA BAIXA ESTATURA BAIXA ESTATURA
LEVE MODERADA GRAVE
E / I -2 < escore Z < -1 -3 < escore Z < -2 escore Z < -3
( 85 – 89% ) ( < 85% )
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Classificação Clínica
– Desnutrição Grau III – Desnutrição Proteicocalórica
– Kwashiorkor;
– Marasmo;
– Kwashiorkor-Marasmático
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
MARASMO
• Albumina normal ou baixa
• Anemia
• Aumento do sódio corporal total 
c/ sódio sérico baixo
• Distúrbio hidroeletrolítico
• Nitrogênio ureico reduzido
• Crianças menores de 1 ano 
(lactentes)
• Deficiência de calorias e de 
proteínas
• Emagrecimento seco
• Facies senil
KWASHIORKOR
• Hipoalbuminemia
– Afeta crianças acima de 2 anos 
(principalmente 2 e 3 anos)
• Edema é o principal achado
• Anemia
• Aumento do sódio corporal total 
c/ sódio sérico baixo
• Distúrbio hidroeletrolítico
• Nitrogênio ureico muito reduzido
• AGL séricos elevados
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Kwashiorkor
– Carência mais proteica do que energética
– Tecido celular subcutâneo preservado
– Apatia mental
– Lesões de pele (seca, fria, eritema, descamação, fissuras 
lineares e flexurais)
– Hepatomegalia (esteatose hepática);
– Hipoalbuminemia
– Alterações dos cabelos: “sinal da bandeira”(faixas de 
coloração clara e escura)
– Mucosas: “Língua careca”
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Marasmo
– Crianças menores de 1 ano (lactentes)
– Perda do tecido celular subcutâneo e muscular
– Emagrecimento seco
– Cabelos escassos e finos
– Ausência de lesões de pele
– Ausência de esteatose hepática
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
Marasmo
Créditos da foto, acesso em 22/08/17 no site: 
http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/saude-da-
crianca-marasmo-kwashiorkor-e.html
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Kwashiorkor-Marasmático
– Forma mista
– Crianças entre 1 e 2 anos
– Perda de tecido celular subcutâneo
– Edema de extremidades
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Classificação Antropométrica:
• Critério de Gómez:
– SBP- crianças até 2 anos 
– Índice: peso / peso ideal (P / I)
– (P / I): Peso x 100 / Peso ideal
– Peso ideal do percentil 50 da NCHS.
NCHS – Nacional Center for Health Statistics 
( EUA )
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Critério de Gómez:
– Eutrófico: P / I > 90% do p50;
– Desnutrição I grau: P / I 76% - 90% (déficit de 
peso de 10% a 24%);
– Desnutrição II grau: P / I 60% - 75% (déficit de 
peso de 25% a 40%);
– Desnutrição III grau: P / I < 60% (déficit de peso 
superior a 40%).
OBS:Presença de edema = Desnutrição grau III
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Classificação Antropométrica:
• Critério de Waterlow / Batista:
– SBP – Crianças de 2 a 10 anos;
– Índice Estatura/Idade (E-I): Estatura x 100 / 
Estatura ideal para a idade (p50 do NCHS);
– Índice Peso/Estatura (P-E): Peso x 100 / Peso ideal 
para a estatura encontrada (NCHS) 
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
• Critério de Waterlow / Batista:
– Eutrófico: E/I > 95% e P/E > 90% do p50;
– Desnutrido agudo (wasted – “consumido ou depletado”): 
E/I > 95% e P/E < 90% do p50;
– Desnutrido crônico (wasted and stunted): E/I < 95% e P/E < 
90% do p50;
– Desnutrido pregresso (stunted – “definhado ou 
atrofiado”): E/I < 95% e P/E > 90% do p50.
OBS: p50 do NCHS
DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO PROTEICA
Critério simplificado (Marcondes)
Marasmo Kwashiorkor Mista
Edema Não Sim Variável
Dermatose Não Sim Variável
Alt. Cabelo Não Sim Variável
Hepatomegalia Não Sim Variável
CONSEQUÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO
• Perda de peso e massa muscular
• Dificuldade de cicatrização de feridas
• Alteração dos mecanismos de imunocompetência
• Redução dos eritrócitos e do débito cardíaco
• Falência múltipla de órgãos
• Aumento dos custos e da permanência hospitalar
• Incremento da morbimortalidade
Giner et al 1996; Mora 1997; Marcos et al 1999
DESNUTRIÇÃO
• Alterações do Sist. Nervoso Central:
– Alterações da função cerebral e de aprendizagem
– Privação de estímulos
– Deficiências associadas:
• Ferro
• Ácidos graxos essenciais
• Vitamina E
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Cardiovasculares:
– Redução do débito cardíaco
– Redução do volume sistólico
– Alterações da bomba cardíaca pela própria deficiência 
de vitaminas e de oligoelementos
– Bradicardia,redução da PVC hipotensão
– Insuficiência cardíaca na recuperaçãonutricional
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Gastrintestinais
– Mastigação e deglutição prejudicadas
– Atrofia da mucosa gástrica
– Diminuição das secreções gástricas e pancreáticas
– Diminuição da síntese de sais biliares e de sua 
conjugação
– Deficiência de enzimas digestivas – lactase
– Má absorção de carboidratos e lipídeos (síndrome 
disabsortiva)
– Diarreia
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Hidroeletrolíticas:
– Hipotonicidade extracelular
– Hiponatremia (com aumento do Na intracelular)
– K sérico normal ou baixo
– Eletrólitos intracelulares: K, Mg e P diminuídos
– Tendência à acidose metabólica, às vezes alcalose 
metabólica, nas deficiências graves de K.
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Imunológicas:
– Redução da imunidade celular
– Alterações dos linfócitos T
– Alterações funcionais das imunoglobulinas
– Redução da capacidade de opsonização
– Deficiência de aminoácidos específicos (arginina e 
glutamina)
– Carência de vitaminas associadas ( A,E,C e B6)
– Rompimento na integridade das barreiras epitelial e 
mucosa ( translocação bacteriana )
– Maior predisposição a infecções
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Musculares:
– Degeneração e redução do diâmetro das fibras
musculares
– Atrofia e desorganização das miofibrilas
– Degeneração de mitocôndrias
– Depleção de glicogênio
– Redução na contração focal dos sarcômeros
– Edema sarcoplasmático
– Perda de massa muscular
– Alteração permanente da função muscular
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Metabólicas:
– Metabolismo basal: 70% do normal;
– Absorção comprometida, menos acentuada para as 
proteínas;
– Deficiência de ácidos graxos essênciais, componentes de 
membranas e precursores de eicosanóides
– Bloqueio em vias metabólicas por deficiência de 
cofatores ( biotina, vitamina B12, riboflavina, carnitina e 
niacina)
– Esteatorreia;
– Hipoglicemia.
DESNUTRIÇÃO
• Alterações Endócrinas:
– Redução da secreção de insulina
– Aumento da secreção de glucagon e de epinefrina
– Liberação de cortisol
– Resistência periférica à insulina
– Estímulo de secreção do hormônio de crescimento com 
redução da somatomedina C
– . Aumento da glicólise, lipólise e mobilização de 
aminoácidos
– Preservação de proteinas viscerais
DESNUTRIÇÃO
DESNUTRIÇÃO E ABSORÇÃO DOS 
MEDICAMENTOS
MÁ-ABSORÇÃO
1. ORIGEM PRIMÁRIA
✓ Efeitos diretos do princípio ativo sobre a mucosa 
intestinal ou sobre os processos intraluminais
2. ORIGEM SECUNDÁRIA
✓ Existência de um estado fisiológico alterado:
▪ Redução da espessura da mucosa
▪ Atrofia das vilosidades
Menéndez 2000
CONSEQUÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO 
PARA A ABSORÇÃO DOS MEDICAMENTOS
•Redução da função intestinal
•Aumento do crescimento de bactérias oportunistas, 
anaeróbios e fungos
•Afeta significativamente o processo LADME dos 
medicamentos
•Reduz a absorção dos anticoagulantes orais em 
pacientes com Síndrome do Intestino Curto.
Menéndez 2000
CONCLUSÕES
• A desnutrição aumenta a incidência de
complicações, morbidade, mortalidade, custos e
permanência no hospital
• A resposta metabólica nas pessoas sadias
submetidas a jejum é diferente da dos pacientes
doentes submetidos a inanição.

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