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Fichamento - Química Para o Ensino Médio fundamentos, pressupostos e o fazer cotidiano

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FIXAMENTO
Química Para o Ensino Médio: fundamentos, pressupostos e o fazer cotidiano
In:
Fundamentos e Pressupostos de Ensino de Química para a Educação Básica no Brasil
Dhion Meyg da Silva Fernandes
,
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Química
/Bolsista Pibid - 
Capes
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE 
campus 
Quixadá
.
Quixeramobim, 
Abril
 de 2014.
FICHAMENTO
MACHADO, Andréa Horta; MORTIMER, Eduardo Fleury. Química Para o Ensino Médio: fundamentos, pressupostos e o fazer cotidiano. In: ZANON, Lenir Basso; MALDANER, Otávio Aloísio (Org.)., Fundamentos e Pressupostos de Ensino de Química para a Educação Básica no Brasil. I.S.B.N.: 9788574296029. Ijuí: Unijuí, 2007. p. 21-40.
 
“O conhecimento não é transmitido, mas construído ativamente pelos indivíduos; aquilo que o sujeito sabe influencia na sua aprendizagem”. (p. 22).VALORIZAR O PENSAMENTO DOS ALUNOS: Contribuições Do Construtivismo (p. 21-22)
O conhecimento não é, obviamente, material substancial ou ondulatório de modo que possa ser transmitido, mas sim, uma entidade “
psico-cognitiva
” particular e ao mesmo tempo referente a termos que devem ser verídicos para todo um grupo. Logo o conhecimento não pode ser entregue a um indivíduo, mas pode ser cativado o seu desenvolvimento. Não se pode “colocar na cabeça” de um aluno, de forma imediata, que a Química está presente no decorrer de suas atividades cotidianas, mas se pode demonstrar fenômenos, relações, mecanismos e exemplos da aplicabilidade de diversos conteúdos na vida do aluno (obviamente, considerando os aspectos sócio-culturais).
O conhecimento prévio é um fator decisivo na aprendizagem, visto que, quantitativamente, um “saber” já é existencial no aluno, isto implica na existência de mecanismos cognitivos já formados para que o aluno possua maior facilidade em decifrar problemas que venham a excitar suas estruturas cognitivas, desenvolvendo o conhecimento. Em termos qualitativos, a aprendizagem torna-se mais prazerosa, dado que os alunos estarão a ver temas conhecidos, mas com uma abordagem diferente, por exemplo, ao falar sobre o Sol, um tema comum, no ensino químico a abordagem seria diferenciada de uma abordagem astronômica ou geográfica.
 
“
[...]
 
Essa contribuição do construtivismo é 
significativa, pois, para nós, é fundamental considerarmos as ideias dos estudantes em nossas aulas. [...] os alunos são estimulados a explicitarem como estão pensando e a confrontarem seu pensamento com a forma de pensar da ciência [...]
”. (p. 22).
A opinião, o pensamento e as ideias dos alunos nunca devem ser 
subestimadas
, menosprezadas ou descartadas, posto que estas ao serem consideradas no decorrer da aula torna-se um mecanismo facilitador de interação professor-aluno e aluno-aluno, bem como, um método de demonstrar que o aluno faz parte da aula. Este ato facilita a aprendizagem pelo fato de haver o confronto entre o pensamento em construído do aluno (para dado conteúdo) e o pensamento científico (o conteúdo a ser explicado) formando assim um pensamento em construção que à medi
da que o aluno percebe as circunstâncias comuns e diferentes entre o que era pensado e o pensamento explicado passa a desenvolver-se a aprendizagem.
 
“
[...] Outras contribuições importantes [...] aprendizagem ativa, na qual os alunos estão sempre engajados em atividades experimentais, 
discussões 
em grupos e em debates conduzidos pelo professor
”. (p. 22).
O conhecimento não amorfo nem inerte, ele está em constante modificação, logo, a prática de ensino também deve seguir as características referentes ao conhecimento, esta deve ser executada de forma ativa, com metodologias diferenciadas que estimulem os alunos e que 
adaptem-se
 às modificações dos conhecimentos abordados (visto que o conhecimento, sobretudo nas Ciências Exatas, estão em constate modificação, uma vez que a Ciência é, por definição, mutável). Atividades experimentais, além de agradarem e estimularem os alunos, são ótimas metodologias para a visualização real de diferentes situações e mecanismos científicos que em teoria, principalmente na Química, são de difícil visualização e interpretação. Discussões e debates mediadas pelo professor 
tam
 - 
b
em
 são métodos que influenciam positivamente na formação da aprendizagem, uma vez que a exposição de diferentes pensamentos e opiniões
 torna 
a aprendizagem do aluno mais ampla, além de desenvolver a capacidade de ver situações de diferentes formas e aceitar diferentes opiniões para um mesmo contexto.
 “
[...] Aprender ciências requer que crianças e adolescentes sejam introduzidos numa forma diferente de pensa sobre o mundo natural e de explicá-lo
”. 
(DRIVER; ASOKO; LEACH; MORTIMER; SCOTT, 1999, 
tradução
 de MORTIMER, E.).
 
(p. 23).APRENDER QUÍMICA: Introdução em Uma Forma Diferente de Ver o Mundo (p. 22-23)
O saber científico adquirido não pode ser limitado, ditado, metódico ou ser esquecido sem que haja uma utilização prática, um sentido para que venha a ser aprendido. O ato de aprender ciências deve capacitar o estudante a expandir sua capacidade de agregar razão a conceitos, mecanismos, modelos ensinado, além de perceber uma relação inerente aos diferentes conteúdos entre si e estes unidos relacionado ao mundo, desta forma passando a perceber, nos fenômenos científicos ocorridos no dia-a-dia, as explicações para tais eventos, como fora visto em aula. 
O fato de entender ciências também deve propiciar aos alunos a 
criticidade
 suficiente para que não aceitem como uma “verdade absoluta” as explicações atuais para os fenômenos estudados, os estudantes não só podem, mas 
devem,
 ser construtores de conhecimentos e estarem sempre visando melhorar as explicações científicas existentes.
 A visão de mundo dos alunos deve sempre ser expandida, principalmente de modo 
perceberem
 a necessidade e o porquê das coisas ocorre
re
m ou não.
INTERAGINDO E DIALOGANDO EM SALA (p. 24)
 
“É fundamental contemplar essas formas de pensar no seu próprio discurso, possibilitando ao aluno comparar suas formas de pensar e falar com as do professor, colegas, livros, etc. [...] é dialogar com suas maneiras de ver o mundo”. (p. 24).
O dialogo é sempre um alternativa bastante construtiva no que diz respeito 
a
 formalização de acordos e otimização de ideias, na construção do conhecimento o diálogo oferecido pela interação entre discentes, docentes e as informações de livros são peças que se encaixam fundamentalmente para a formação de uma aprendizagem concreta, ampla e inerente à contextualização e interdisciplinaridade, quando considera-se, para estas últimas, uma diferentes exposição de opiniões e ideias para dado assunto, considerando diferentes meios sócio-culturais e gênios pessoais dentro de uma simples sala de aula.
Desta forma, a maneira de interpretar o mundo, por parte dos alunos se expande, bem como sua capacidade de absorver conhecimentos com diferentes abordagens e pensamentos “
repassantes
”.
 
“[...] uma aula de Química é muito mais do que um tempo durante o qual o professor vai se dedicar a ensinar Química e os alunos a aprender alguns conceitos e a desenvolver algumas habilidades. É o espaço de construção do pensamento químico e de (re
)elaborações
 de visões de mundo e, nesse sentido, é espaço de construção de sujeitos que assumem perspectivas, visões e posições nesse mundo. Sujeitos que aprendem várias formas de ver, de conceber e de falar sobre o mundo”. (p. 24).
 
A aula de Química não deve ser um momento para ser utilizado apenas para transmitir informações concebíveis pela descrição de um livro, por exemplo. Deve ser um momento que desenvolva no aluno sua capacidade de recriar 
meca
-
 
nismos
 para a compreensão do mundo. A Química está em toda a parte, 
a compreensão de conhecimento químicos
 devem modificar a percepçãodos alunos sobre a realidade que os rodeia. 
As aulas devem fugir da mesmice de fórmulas sem relação com a aplicabilidade, métodos para memorização, teorias sem relações com as respectivas práticas. O saber Químico é algo totalmente aplicável à 
contextualidade
 do aluno, dado que os fenômenos referentes a diversas entidades da vida
, sejam
: seres vivos, objetos inanimados, fenômenos da natureza, tecnologia, cosmologia e etc., estão totalmente cheios de teorias químicas 
explicativas 
que se aliam (
interdisciplinarmente
) à 
teorias físicas, biológicas e matemáticas, sendo assim uma aplicabilidade prática interdisciplinar que deveria ser inerentemente comum nas salas de aula.
 
“[...] é preciso que se estabeleçam relações entre as diferentes realidades, possibilitando sua coexistência num mesmo sujeito que vive num mundo tão diversificado”. (p. 25).VALORIZAR FORMAS DIFERENTES DE PENSAR O MUNDO: O Perfil Conceitual (p. 25-27)
É 
preciso que os indivíduos percebam as diferentes realidades, bem como, a formação do conhecimento que o conhecimento prévio oriundo de uma realidade específica se desenvolverá. Cada indivíduo tem sua forma de ver o mundo, suas reflexões e condições cognitivas que despertarão a formação de um conhecimento, mesmo que de leve, um pouco diferenciado. Na própria Ciência o conhecimento, além de mutável, é 
heterogêneo
, pode ser abordado de diferentes formas em virtude da aplicabilidade a qual este será posto.
“Nós, químicos, lidamos com o átomo como uma esfera rígida e indivisível em várias de nossas explicações pra as propriedades das substâncias. Esse modelo, porém, não é suficiente para explicar vários fenômenos, por exemplo, a reatividade química. Nesses contextos, lançamos mão de modelos mais sofisticados, incluindo os da mecânica quântica. Essa diversidade de visões para um mesmo conceito é o que chamamos de perfil conceitual”. (p. 25).
Da mesma
 maneira que existem diferentes opiniões a respeito dos mais variados assuntos, atentando os aspectos, sócio-culturais, 
étnico-religiosos e ético-morais
, existem diferem abordagens ou formas de se visualizar um mesmo conceito. O perfil conceitual deve ser respeitado na sala de aula, visto que o aluno constrói seu próprio conhecimento e sendo assim ele deve estar livre para construir seus mecanismos de aprendizagem e chegar a um nível de agregação do conhecimento explicado de uma forma cabível às suas visões de mundo e, ao mesmo tempo, à visão comprovada da Ciência de como realmente, em prática o tal conteúdo se apresenta. 
Os próprios químicos utilizam o perfil conceitual para lhes auxiliar em explicações da realidade, explicar as propriedades das substâncias requer uma visão mais simples e estática do átomo, porém, ao explicar fenômenos como a reatividade
 e tempo de meia-vida dos elementos químicos, bem como a natureza e atividade das partículas fundamentais ao átomo, um novo modelo de átomo passa a ser necessário, o modelo que considera as regras da Mecânica Quântica. Percebe-se que o conhecimento é, realmente, heterogêneo, mutável e aplicado de diferentes formas em diferentes âmbitos e necessidades, bem como, em função da capacidade do observador – indivíduo – de ver a realidade.
“À medida que o aluno toma consciência de seu perfil conceitual, mesmo que inicialmente este contenha apenas umas poucas 
formas diferenciadas de ver e construir o mundo discursivamente, ele estará apto a perceber a dinâmica do conhecimento e admitir uma diferenciação ainda maior desse perfil no futuro, com a aprendizagem de conceitos mais sofisticados”. (p. 27).
A capacidade desenvolvida pelo aluno de aceitar e utilizar o perfil conceitual o ajudará a ampliar sua mente para agregar mais conhecimento. Isto, pois que ele estará mais liberto de conceitos ditados como verdades absolutas e saberá o melhor conceito imediato de um dado assunto para aplicá-lo de forma a propiciar uma melhor compreensão. Mesmo que sejam pequenas percepções diferenciadas na forma de entender o mundo, levará o aluno a aprimorar suas capacidades de libertar a mente para novas descobertas, isso também é influenciado por um não aprisionamento cognitivo a um único tipo de conhecimento, além de tornar-se um saber dado em função de conhecimentos prévios e da própria percepção da realidade. 
 
“
A Ciência como uma construção humana, sujeita À influência de fatores sociais, econômicos e culturais de seu tempo. 
[...] Suas teorias estão sempre sujeitas a refutações e esse processo é influenciado pelo desenvolvimento tecnológico e pelo aparecimento de novos fatos
. 
[...]. Aprender Química é também aprender sobre a natureza dessa Ciência, seus processos de investigação e seus métodos”. 
(p. 2
7
).VISÃO DE CIÊNCIA (p. 27)
Diferentemente do que muitos pensam, a Ciência é mutável e está em constante modificação. É necessário que os alunos se conscientizem disto, e que a Química seja vista como uma jovem Ciência, que ainda está em expansão e consideráveis modificações, 
é válido
 utilizar meios para revelar as intrínsecas relações entre a Química e demais áreas da Ciência, dado que estas são complementarmente fundamentais.
SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS: Focos de Interesse da Química (p. 28-29)
 “
Trabalhar 
com um número excessivo de conceitos, como ocorre nos currículos tradicionais, tem como pressuposto que aprender Química é tão somente aprender o conteúdo químico
”. (p. 28).
 
A forma de ensinar Química, geralmente, é dada em função de currículos quantitativos, que visam ensinar de modo metódico, com memorizações, utilizações de fórmulas, símbolos e esquemas totalmente desvinculados da realidade cotidiana dos alunos, outro aspecto preocupante é a abordagem do conteúdo de tal forma que este seja aprendido sem que o aluno saiba a utilização real e prática deste nem o motivo de adquirir estes tais conhecimentos, fato que causa desinteresse e maus rendimentos.
 “
Nossa proposta de Química para o Ensino Médio busca contemplar aspectos conceituais fundamentais que permitam a compreensão da constituição, propriedades e transformação dos materiais, mas destaca também as implicações sociais relacionadas 
a
 sua produção e a seu uso. [...]
. Estabelecer inter-relações entre esses três aspectos parece-nos fundamental para que se possa compreender vários tópicos de conteúdos químicos
”. (p. 28
-29
).
A Abordagem química do Ensino Médico, engloba habilidades e competências que estão, também, relacionadas à preocupação social no que diz respeito 
a
 proteção ecológica. A Química pode, e 
é,
 muitas vezes utilizadas pelo homem de modo indiscriminado causando prejuízos ao ambiente. A Química é uma ferramenta poderosa contra a poluição, tanto no combate, quanto em estratégias para minimizar a provocação de mais problemas. O estudo destas três entidades químicas intrínsecas – propriedades, constituição e transformações – são tópicos fundamentais nesta temática e podem ser ramificados em diversos outros temas e aplicações para ampliar os horizontes mentais dos alunos e garantir a formação de cidadãos mais respeitadores da Natureza.
 “
Do ponto de vista didático, é útil distinguir três aspectos do conhecimento químico: 
fenomenológico, teórico e representacional
. [...] O aspecto fenomenológico diz respeito aos fenômenos de interesse da Química, sejam aqueles concretos e visíveis [...] sejam aqueles de acesso indireto. [...] O aspecto teórico relaciona-se a informações de natureza atômico-molecular, envolvendo, portanto, explicações baseadas em modelos abstratos [...] Os conteúdos químicos de natureza simbólica estão agrupados no aspecto representacional [...] A produção do conhecimento na Química resulta sempre de uma dialética entre teoria e experimento, pensamento e realidade
”
. (p. 2
9-30
).FORMAS DE ABORDAR OS CONCEITOS QUÍMICOS (p. 29-32)
 
A Químicadeve ser ensinada com a abordagem de determinado tema associada a uma metodologia específica que melhor se adapte ao tema. 
Os diferentes aspectos do conhecimento químico são sinais para que esta metodologia venha a se adequar a cada tipo de conteúdo.
O conhecimento químico, porém, não provém apenas de um determinado aspecto, mas cada aspecto tem sua contribuição maior para cada tipo de conteúdo, afinal, não dá para estudar os diferentes tipos de moléculas (aspecto atômico-molecular) sem utilizar o conhecimento representacional para explicitar os diferentes átomos a estarem a agrupar-se em uma dada molécula ou composto iônico.
A aliança entre teoria e prática e entre pensamento e realidade, associado a um alto grau de imaginação, leva o indivíduo à aquisição de um conhecimento químico mais completo. 
 “
O enfoque contextual sugerido nesta proposta pretende privilegiar a resolução de problemas abertos, nos quais o aluno deverá considerar não só aspectos técnicos, mas também sociais, políticos, econômicos e ambientais, o que resulta numa demanda por abordagens interdisciplinares no Ensino Médio. Nossa preocupação, ao ressaltar esses aspectos, é de pensar uma Química que possa ajudar a formar cidadãos”.
 (
p. 32
).
O objetivo de educar não só “colocar conhecimento na cabeça dos alunos”, mas sim, principalmente no Ensino Médio, despertar o caráter crítico-reflexível dos alunos para que possa atuar de maneira construtiva e benéfica na sociedade
, sendo assim, verdadeiros cidadãos, capazes de atuar eficaz e beneficamente em âmbito 
sociopolitico-cultural
, ético-moralista educacional e científico-tecnológico para o avanço da sociedade.
INSTÂNCIAS DE ABORDAGENS: O Conceitual e o Contextual (p. 32-33)
 “
Os currículos tradicionais, ao privilegiarem aspectos conceituais da Química, têm como pressuposto a ideia 
de que a aprendizagem de conceitos antecede qualquer possibilidade de aplicação dos conhecimentos químicos. [...] O pressuposto de que se deve, no ensino, esgotar um conceito para só então ser possível aplicá-lo pode ser questionado, pois 
é
 justamente nas aplicações que se explicitarão as relações a serem estabelecidas entre os conceitos. [...] existem na Psicologia contemporânea que consideram os conceitos inseparáveis dos contextos de aplicação
 [...] o aluno tende a recuperar conceitos a partir desses contextos de aplicação e não no vazio
”.
 (
p. 32
).
 
A contextualização é uma técnica bastante funcional e precisa, ajuda bastante na compreensão de conteúdos químicos, principalmente por auxiliar no interesse do aluno e nas estruturas cognitivas existentes nos alunos em função de seus conhecimentos prévios. A aplicabilidade química é fundamental, realmente se esta for posta no início da abordagem (como um 
brainstorm
) ou inserida no decorrer desta, certamente os avanços na aquisição de conhecimento serão notórios.
LINGUAGEM COMUM E LINGUAGEM COENTÍFICA (p. 33-37)
 “
É preciso que o discurso científico faça sentido para o aluno. Em nossa concepção, isso poderia ser alcançado tanto problematizando suas ideias informais quanto criando contextos que sejam significativos para ele
”.
 (
p.
33
).
 
A linguagem científica é, de fato, bastante diferente da cotidiana e torna-se de difícil compreensão para os alunos. Técnicas como a problematizarão de conceitos químicos, por exemplo, que estejam expressos em linguagem científica
 
de
 difícil compreensão. Isto faz com que os alunos percebam aquela linguagem em uma situação cotidiana, assim estará mais familiarizado e aos poucos irá agregar a linguagem científica ao vocabulário. 
“A linguagem científica substitui os processos, expressos normalmente por verbos, por grupos nominais. [...] Isso pode se construir numa dificuldade para o aluno acostumado a designar seres e coisas por nomes e processos por verbos. Ao usar a linguagem científica ele começa a habilitar um estranho mundo no qual os processos se transformam em nomes ou grupos nominais e os verbos n
ão
 expressam mais ações e sim relações”. (p.35).
A estilística científica é notavelmente diferente da cotidiana, não por simples embelezamento, mas 
por necessidade, as características deste tipo de linguagem fora crescendo à medida que se desenvolviam os alicerces da Ciência. Hoje a dificuldade sentida pelos alunos em função da diferença nas aplicações das classes gramaticais, sobretudo verbos e pronomes, é compreensível dado a “confusão” causada pela visão das aplicações destas classes gramaticais em outras temáticas concomitantemente na disciplina de Língua Portuguesa, por exemplo.
“As dificuldades dos alunos em transitarem entre essas características da linguagem cotidiana e aquela descrita para a linguagem científica são evidentes em nosso cotidiano como professores”. (p.36).
É comum
,
 
para nós
 professores
,
 perceber que os alunos sentem bastante dificuldade em entender a explicação do conteúdo seja pelo que está escrito no livro didático ou mesmo pela
 oratória do professor, saídas para remediar esta situação é aplicar o conteúdo à vida do aluno, assim aproveitará conceitos e conhecimentos prévios para sustentar o início do desenvolvimento da capacidade de interpretação da linguagem científica.
“
Trazer a linguagem cotidiana para a sala de aula, na voz do aluno, não com o objetivo de substituí-la, mas para mostrar que essas duas formas de conhecer o mundo são complementares, abre a possibilidade de que o aprendiz entenda que qualquer forma de conheci mento é 
dinâmica e ao mesmo tempo parcial”
. (p.37).
O professor pode facilitar a compreensão da linguagem científica, proporcionando meios (como diálogos, 
problematizações
 e 
aplicações de conteúdos
)
 para que os alunos familiarizem-se com esta linguagem
. A Ciência é mutável, desta forma ela pode ser utilizada como algo que se desenvolve a cada dia e a utilização destas técnicas docentes para a minimização das dificuldades discentes são meios de renovar a Ciência, talvez não 
na âmbito
 das Ciências Exatas e da Terra, mas secundariamente e de um modo benéfico à ascensão do pensamento de indivíduos.
CONCEITOS RELACIONAIS (p. 37-38)
“O ensino da Química tem dado ênfase a sistemas de classificação. [...] não assumimos essa abordagem
 classificatória, pois, [...] essa lógica omite uma característica de muitos conceitos, que é particularmente importante na Química: os conceitos são relacionais. [...] Por exemplo, no conceito de 
oxirredição
, uma espécie é oxidante em relação 
a
 outra 
”. (p.37).
Sistemas de classificação podem agregar um vício prejudicial ao aprendizado químico, visto que este tipo de sistema comporta 
muitos mecanismo
 de memória que acabam por diminuir a capacidade dedutiva e reflexiva dos alunos, bem como, a capacidade de relacionar conceitos que, por definição devem estar relacionado, ou ainda ser capaz de perceber essa relação a partir de uma capacidade reflexiva formada, por exemplo, a dedução da proporção entre algumas propriedades periódicas como
 o aumento da energia de ionização ascendente em função do aumento da 
eletronegatividade
.
“
As recomendações curriculares recentes, expressas nos 
PCNs
, com as quais concordamos – prepara o cidadão para a vida, para o trabalho e para continuar a aprender – impõem-nos essa reflexão. Não podemos ensinar a Química no século 21 com o pensamento do século 19, quando essas classificações absolutas prevaleciam
”. (p.3
8
).
O avanço do tempo proporciona novas descobertas, melhores visualizações da realidade existencial, procedimentos e métodos em todas as áreas das ciências, assim como novos conhecimentos químicos foram descobertos e/ou aprimorados do século 19 até os dias do século 21, as metodologias e os estudos metodológicos do seu ensino também se desenvolveram, realmente a sociedade deve se preocupar, bastante,com as atualizações da educação química. Os conceitos relacionais são uma atualização interessante, enquanto que os métodos classificativos devem ser atentados para melhoramentos ou até mesmo uma medida mais decisiva.
O TRABALHO EM GRUPOS (p. 38)
“
[...] a diversificação das atividades propostas aos alunos e para abordagem que considere as relações do contexto social mais amplo nas discussões sobre conceitos químicos [...] As discussões estabelecidas entre os alunos organizados em grupo, sem a presença do professor, são fundamentais para que aprendam os conceitos, aprendendo a falar com e sobre eles. [...] promove o desenvolvimento das habilidades de ouvir, negociar consenso, 
respeitar
 a opinião do outro, argumentar e procurar justificativas racionais para as opiniões. [...] o ensino de Química também estará contribuindo
 para a formação do cidadão e do futuro profissional
”. (p.38).
O trabalho em grupos facilita a compreensão da linguagem científica, pelo fato de ter diversas mentes se ajudando e montarem uns aglomerados conhecimentos prévios bem maiores, o que aprimora o caráter contextual da discussão. 
O fato de estarem em grupo desenvolve diversas habilidades importantes para a atuação na sociedade como verdadeiros cidadãos, valores éticos, morais e princípios de respeito e educação, este tipo de trabalho abordado a Química também proporciona uma ampliação da visão dos alunos para a resolução de problemas. Cada discente passará a conhecer novos métodos de resolver um mesmo problema, dado que há muitas mentes a pensar.
EXPLICITAÇÃO DA AGENDA E NEGOCIAÇÃO DE REGRAS (p.39-40)
“[...] A organização das salas de aula com o objetivo de garantir a participação ativa dos alunos pode explicitar alguns conflitos. [...
]
É
 importante destacarmos que, mesmo em propostas que pressupõem a participação ativa dos alunos, há contradição e resistências. É importante termos consciência de que vai ocorrer, lidarmos com essas situações com tranqüilidade.
”. (p.39).
É importante estamos conscientes e preparados para saber como portarmos mediante 
a situações
 como conflitos gerados em trabalhos de grupos, por exemplo, uma discussão que saia dos limites e gere confusão, ou a não participação de parte dos alunos, bagunça no momento do trabalho. Regras criadas em consenso entre professor e alunos, assim eles estarão mais propícios a querem seguir as regras, posto que eles 
ajudaram
 a const
ruir
.
“[...
]Você
 vai ter de voltar várias vezes a este ponto. Explique sempre que necessário, que é importante fazer e não copiar do colega. Que é importante ler os textos atentamente, procurando entender o que está escrito. [...] Os alunos, na cultura escolar que predomina hoje em nosso país, estão habituados a ler os textos e depois responder a questionário, e não a elaborar suas próprias respostas
a
 partir de atividades e questionamentos, tendo o texto como apoio para articulação final das ideias. Deixe claro [...] que eles exercitem suas formas de pensar que elaborem suas próprias hipóteses. [
...] É importante que você encoraje seus alunos a se manifestarem e que tenha uma escuta interessada.”
 (p. 40).
O sistema de ensino atual é bastante metódico e deficiente, os alunos mesmo que trabalhem em grupos, muitas vezes são postos a atividades sem a devida preocupação com sua aprendizagem, mas apenas para cumprir uma exigência ou cumprir horários escolares. As metodologias, geralmente, não incentivam o saber, mas apenas uma atividade de cópias do colega ou do livro didático, sem nenhuma preocupação com o desenvolvimento crítico, reflexivo, em geral – intelectual. Os alunos estão acostumados com facilidades, é necessário que o professor frise bastante que eles devem fazer sua parte e não copiar
, é
 também uma atividade do professor incentivar, muitos alunos são tímidos ou possuem medo de errar e decepcionar, então o docente deve ser atencioso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS (p.41)
“[...] 
o professor que inova busca uma satisfação maior com seu trabalho, quer se aproximar de seus alunos
, quer
 ter autonomia com seu trabalho e sentir-se produtor do conhecimento sobre os processos de ensinar e aprender
.”. (p.
41
).
Um verdadeiro professor se empenha, busca inovar e trazer o conhecimento e alegria de aprender para seus alunos, ele não repassa o saber, mas 
transmite meios
 e circunstâncias para que os alunos construam seu próprio saber de acordo com suas orientações sabias e com mais experiência.
Atenciosamente,
Dhion Meyg da Silva Fernandes.

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