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CCJ0052-WL-B-TRAB-01-TP Redação Jurídica-Respostas Plano de Aula

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
TRAB: 
001 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
1 de 18 
Data: 
01/10/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Trabalho AV1/WLAJ/DP 
TRABALHO PARA AV1 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-01 
 
QUESTÃO 
 
Agora que você já compreendeu o que caracteriza a dedução e a indução, leia o caso concreto que se 
segue e produza um texto argumentativo por indução, de cerca de quinze linhas, que se posicione sobre se 
houve ou não publicidade enganosa. 
 
Caso Concreto 
 
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ajuizou ação civil pública em face de Bebidas S/A, com 
objetivo de impedir a comercialização dos seguintes produtos, sem a adequação das informações em seus rótulos: 
 
1) Cerveja com a mensagem "Sem Álcool", já que contém álcool em sua composição, o que viola a 
informação adequada; 
2) Bebida energética denominada Sorte com a mensagem "Beba Sorte e pratique Esportes!", por se tratar de 
propaganda abusiva; 
3) Caipirinha em lata, destinada ao mercado exterior, com a mensagem "A Melhor do Brasil", por se tratar de 
propaganda enganosa. 
 
Citada, a ré oferece contestação alegando, preliminarmente, que o MP não possui legitimidade para o 
pleito, por se tratar de direitos disponíveis, e que, caso os consumidores se sintam lesados, devem ajuizar ações 
individuais. No mérito, argumenta, em síntese, que: 
 
1) a legislação vigente (art. 1.º e 2.º da Lei n.º 8.918/94 e 38, III, "a", do Decreto n.º 6.871/2009), diz 
expressamente que não é obrigatória a declaração, no rótulo, do conteúdo alcoólico para definir a cerveja 
em que o conteúdo de álcool se apresente em patamar igual ou inferior a 0,5% do volume e, portanto, não 
a impede de fazer constar do rótulo da cerveja a expressão "sem álcool", mesmo porque esta é a 
expressão empregada pela legislação de regência, sendo que a cerveja comercializada possui 0,30 g/100g 
e 0,37g/100g de álcool em sua composição; 
2) o nome e slogan da bebida energética é uma estratégia de propaganda para difundir sua ideologia de que 
a bebida energética melhora o desempenho nos esportes e, consequentemente, captar clientes; 
3) sua caipirinha industrializada foi considerada a melhor por pesquisa de satisfação feita pela própria ré em 
diversos Estados do Brasil. Além disso, a ré considera seu produto o melhor do Brasil, sendo inegável que 
gosto não se discute. 
 
Se você fosse o juiz da causa, como decidiria? 
 
Para facilitar sua compreensão sobre a discussão, leia as fontes a seguir: 
 
"Não se confundem publicidade e propaganda, embora, no dia-a-dia do mercado, os dois termos sejam utilizados 
um pelo outro. A publicidade tem um objetivo comercial, enquanto a propaganda visa um fim ideológico, religioso, 
filosófico, político econômico ou social. Fora isso, a publicidade, além de paga, identifica seu patrocinador, o que 
nem sempre ocorre com a propaganda." (BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcelos. Código de Defesa do 
Consumidor Comentado pelos autores do Anteprojeto. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 270). 
 
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem. 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem 
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. 
 
Art. 30 do CDC: Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
TRAB: 
001 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
2 de 18 
Data: 
01/10/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Trabalho AV1/WLAJ/DP 
de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer 
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
 
RESPOSTA: A Propaganda veiculada pela empresa Bebidas S/A da sua Cerveja com a mensagem "Sem Álcool", 
já que contém álcool em sua composição, é Enganosa pois viola a informação adequada. Embora a já referida 
Empresa tenha baseado sua defesa na legislação vigente (art. 1.º e 2.º da Lei n.º 8.918/94 e 38, III, "a", do Decreto 
n.º 6.871/2009), diz expressamente que não é obrigatória a declaração, no rótulo, do conteúdo alcoólico para 
definir a cerveja em que o conteúdo de álcool se apresente em patamar igual ou inferior a 0,5% do volume e, 
portanto, não a impede de fazer constar do rótulo da cerveja a expressão "sem álcool", mesmo porque esta é a 
expressão empregada pela legislação de regência, sendo que a cerveja comercializada possui 0,30 g/100g e 
0,37g/100g de álcool em sua composição. Tal Norma não deva ser levada em consideração, haja visto, 
conforme a nova Legislação de Trânsito, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado 
onde a tolerância de álcool é zero, e dirigir sob efeito de qualquer nível de concentração de álcool pode ser 
considerado crime, acarretando ao motorista infrator pena de 6 a 12 anos de prisão, além de multas e da 
proibição de dirigir, se o acidente resultar em lesão corporal. No caso de morte, o infrator será condenado à prisão 
pelo prazo de 8 a 16 anos, ficando igualmente proibido de obter habilitação para conduzir veículos. 
Com relação à Bebida energética denominada Sorte com a mensagem "Beba Sorte e pratique Esportes!". 
Sua propaganda é enganosa e abusiva. Embora a já referida Empresa tenha baseado sua defesa alegando que 
o nome e slogan da bebida energética é uma estratégia de propaganda para difundir sua ideologia de que a 
bebida energética melhora o desempenho nos esportes e, consequentemente, captar clientes. Tal Alegação não 
deva ser levada em consideração, haja visto, que pode induzir o consumidor ao consumo deste produto sem as 
necessárias informações de sua composição, o que fere o Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
Em seus incisos: “III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação 
correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem” 
e “IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem 
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços”. 
Com relação à Caipirinha em lata, destinada ao mercado exterior, com a mensagem "A Melhor do Brasil". Sua 
propaganda é enganosa e abusiva. Embora a já referida Empresa tenha baseado sua defesa alegando que, sua 
caipirinha industrializada foi considerada a melhor por pesquisa de satisfação realizada pela mesma em diversos 
Estados do Brasil. Além disso, a mesma considera seu produto o melhor do Brasil, sendo inegável que gosto não 
se discute. Tal Alegação não deva ser levada em consideração, haja visto, que sua pesquisa pode não refletir a 
realidade, como a própria relatou ter sido realizada pela mesma, e não por uma fonte confiável, conforme dita o 
Art. 30 do CDC: Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio 
de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer 
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
 
RESPOSTA DO PROFESSOR => Não há indução. 
 
TEXTO CORRIGIDO: 
 
São direitos básicos do consumidor conforme o artigo 6°, inciso III do Código deDefesa do consumidor: 
a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem. 
Também são direitos básicos do consumidor conforme o artigo 6°, inciso IV do Código de Defesa do 
consumidor: a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, 
bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. 
Além de que como relata o artigo 30, do Código de Defesa do consumidor: Toda informação ou 
publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a 
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e 
integra o contrato que vier a ser celebrado. 
Logo toda informação veiculada que não seja adequada, clara, sobre os diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos 
que apresentem são consideradas abusivas e enganosas. (INDUÇÃO). 
A Propaganda veiculada pela empresa Bebidas S/A da sua Cerveja com a mensagem "Sem Álcool", já que 
contém álcool em sua composição, é Enganosa pois viola a informação adequada. Embora a já referida Empresa 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
TRAB: 
001 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
3 de 18 
Data: 
01/10/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Trabalho AV1/WLAJ/DP 
tenha baseado sua defesa na legislação vigente (art. 1.º e 2.º da Lei n.º 8.918/94 e 38, III, "a", do Decreto n.º 
6.871/2009), diz expressamente que não é obrigatória a declaração, no rótulo, do conteúdo alcoólico para definir a 
cerveja em que o conteúdo de álcool se apresente em patamar igual ou inferior a 0,5% do volume e, portanto, não 
a impede de fazer constar do rótulo da cerveja a expressão "sem álcool", mesmo porque esta é a expressão 
empregada pela legislação de regência, sendo que a cerveja comercializada possui 0,30 g/100g e 0,37g/100g de 
álcool em sua composição. Tal Norma não deva ser levada em consideração, haja visto, conforme a nova 
Legislação de Trânsito, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado onde a tolerância de 
álcool é zero, e dirigir sob efeito de qualquer nível de concentração de álcool pode ser considerado crime, 
acarretando ao motorista infrator pena de 6 a 12 anos de prisão, além de multas e da proibição de dirigir, se o 
acidente resultar em lesão corporal. No caso de morte, o infrator será condenado à prisão pelo prazo de 8 a 16 
anos, ficando igualmente proibido de obter habilitação para conduzir veículos. 
Com relação à Bebida energética denominada Sorte com a mensagem "Beba Sorte e pratique Esportes!". 
Sua propaganda é enganosa e abusiva. Embora a já referida Empresa tenha baseado sua defesa alegando que 
o nome e slogan da bebida energética é uma estratégia de propaganda para difundir sua ideologia de que a 
bebida energética melhora o desempenho nos esportes e, consequentemente, captar clientes. Tal Alegação não 
deva ser levada em consideração, haja visto, que pode induzir o consumidor ao consumo deste produto sem as 
necessárias informações de sua composição, o que fere o Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
Em seus incisos: “III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação 
correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem” 
e “IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem 
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços”. 
Com relação à Caipirinha em lata, destinada ao mercado exterior, com a mensagem "A Melhor do Brasil". Sua 
propaganda é enganosa e abusiva. Embora a já referida Empresa tenha baseado sua defesa alegando que, sua 
caipirinha industrializada foi considerada a melhor por pesquisa de satisfação realizada pela mesma em diversos 
Estados do Brasil. Além disso, a mesma considera seu produto o melhor do Brasil, sendo inegável que gosto não 
se discute. Tal Alegação não deva ser levada em consideração, haja visto, que sua pesquisa pode não refletir a 
realidade, como a própria relatou ter sido realizada pela mesma, e não por uma fonte confiável, conforme dita o 
Art. 30 do CDC: Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio 
de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer 
veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-02 
 
Caso Concreto 
 
Agentes policiais militares à paisana, à noite, fora do horário de trabalho, em veículos particulares e usando 
armamento privado, dirigem-se a uma comunidade composta de pessoas de baixa renda e, lá, em ação 
coordenada, efetuam disparos de arma de fogo, vindo a matar friamente várias pessoas inocentes. Os crimes, 
conforme apurado, foram cometidos como retaliação contra medidas rigorosas tomadas pela Administração 
Pública para punir policiais militares que haviam cometido desvios de conduta. Dentre as vítimas está um rapaz 
de 25 anos de idade, morto quando se deslocava do trabalho para casa. 
A mãe, a irmã e a tia-avó da vítima, que com ela moravam, propõem ação de procedimento ordinário em 
face do Estado, pleiteando indenização por dano material, sob a forma de pensões mensais vencidas e vincendas, 
contadas da data do evento, com base nos ganhos mensais da vítima (estimados em R$ 1.000,00), considerando 
que a vítima contribuía para o pagamento das despesas da casa; indenização a título de luto, funeral e sepultura; 
pedem, também, indenização por danos morais. 
O Estado contesta a demanda, na qual argui, preliminarmente, a ilegitimidade ativa das autoras para 
pleitear indenização por danos morais, porque a vítima deixou um filho (não integrante do polo ativo da relação 
processual), de uma ex-companheira. Quanto ao mérito, sustentou que o Estado não pode ser responsabilizado 
civilmente porque os autores do crime não agiram no exercício de função pública. 
Finda a dilação probatória, ficam comprovados os fatos narrados na petição inicial. Houve regular 
intervenção do Ministério Público. 
 
Questão 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
TRAB: 
001 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
4 de 18 
Data: 
01/10/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Trabalho AV1/WLAJ/DP 
Realize uma pesquisa na Internet sobre casos de difícil solução, em virtude do ineditismo que apresentam e 
procure identificar como o judiciário resolveu a matéria. De posse desse material, traga uma cópia impressa do 
caso concreto para seu professor, a fim de que esse avalie se você compreendeu a oposição lógica formal X 
lógica do razoável materializada em um caso concreto. 
 
O caso concreto que apresentamos acima será debatido em aula. 
 
RESPOSTA: PESQUISA. 
 
01-Casos de Difícil Solução em Direito 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_dif%C3%ADcil_(direito) 
 
Caso difícil, também conhecido como hard case, é uma expressão utilizada por teóricos do direito 
para definir casos nos quais se verifica uma lacuna ou obscuridade na aplicação da lei ao caso 
concreto, e por isso, não existe um raciocínio lógico-dedutivo simples a partir de uma regra jurídica 
existente para a solução da controvérsia. 
 
Hard case segundo H.L. A. Hart 
 
Segundo Hart (representante do juspositivismo), a existência de casos difíceis se dá por conta 
da “textura aberta do direito”. Explica-se: para todas as regras há um “núcleo de certeza”, ou seja, 
existem casos que certamente são ou não regulamentados por determinada norma jurídica; mas 
também há uma “penumbra de dúvida”, ou seja, casos nos quais há incerteza ou ambiguidade na 
aplicação da norma. 
A lei não consegue prever todos os casos, e tal limitação é inerente à linguagem humana. 
Como exemplo, ele cita uma norma que proíbe veículos dentro de um parque; existem casos claros 
nos quais esta norma certamente se aplica (automóveis, por exemplo), mas existem casos mais 
duvidosos (bicicletas, aviões, patins), em que não há uma resposta certa. As formas de interpretação 
não podem eliminar estas incertezas, pois elas próprias se utilizam de termos que exigem 
interpretação, e assim, não possuem objetividade. 
A teoria de Hart sustenta que, nestes casos, o juiz não apenas aplica as normas; ele as cria. 
Quando as regras não são claras, há um espaço para a discricionariedade do juiz. Ele poderia se 
apoiar em doutrina jurídica e jurisprudência para conferir racionalidade à sua decisão, mas o recurso 
a estas fontes não necessariamente fornecem uma única resposta correta. Por isso, ao decidir sobre 
estes casos, o juiz acaba por criar a norma que ele próprio irá aplicar ao caso concreto. Não há, 
assim, uma única resposta correta para solucionar um caso difícil. 
 
Hard case segundo Ronald Dworkin 
 
Para Dworkin (representante do jusmoralismo), quando não há nenhuma regra regulando o 
caso, ainda assim, uma das partes tem um direito a ser protegido – em outras palavras, não há uma 
criação discricionária do direito pelo juiz, como defende Hart. O juiz deve descobrir quais são os 
direitos das partes, e não inventar o direito. 
Dworkin não nega que os juízes divergem quanto à aplicação do direito em um hard case, mas 
isso não significa, para ele, que não há direito algum a ser aplicado nestes casos, e que o juiz “cria” o 
direito. Seu argumento é que, quando a verdade sobre determinado fato não é descoberta, isto não 
significa que a verdade não existe. Assim, para se buscar esta “verdade” (ou ao menos ficar o mais 
próximo possível dela), um juiz deverá seguir tanto a integridade textual (ajuste da justificativa de sua 
decisão à lei e à legislação) quanto a equidade política (respeito à opinião pública que levou às 
declarações realizadas no processo legislativo). Ambas as formas de interpretação deverão estar 
sujeitas ao tempo, e às mudanças principiológicas e políticas ocorridas após a edição da lei. 
Dworkin coloca, ainda, que esta diferenciação entre casos “fáceis” e “difíceis” é inútil; para 
tanto, ele usa como exemplo o caso Elmer, em que o neto assassinou o avô para receber a herança. 
Neste caso, não existe lacuna alguma na lei; a lei determina apenas que os netos recebem a herança 
dos avós, e ninguém, numa situação normal, acharia esta lei lacunosa. Porque neste caso se 
entendeu que há uma lacuna? Para Dworkin, não há lacuna; o que torna este caso “difícil” é apenas o 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
TRAB: 
001 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
5 de 18 
Data: 
01/10/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Trabalho AV1/WLAJ/DP 
fato de haver um argumento forte, contrário a nossos princípios, de que assassinos não poderão 
herdar da pessoa a quem eles assassinaram. Assim, todos os casos, dependendo do prisma em que 
são analisados, podem de alguma forma ser difíceis; não há necessidade desta diferenciação entre 
casos fáceis e difíceis na doutrina, sendo que a interpretação com base na integridade e na equidade 
deverá se dar em quaisquer desses casos. 
 
Hard case segundo Neil MacCormick 
 
De acordo com MacCormick, o hard case, que também é por ele chamado caso-problema, 
ocorre na medida em que há argumentos opostos e igualmente fortes em ambos os lados da questão, 
o que gera uma dificuldade em chegar a uma decisão que seja a melhor possível. 
Neste sentido – e concordando com Hart -, para ele em alguns casos pode haver mais de uma 
resposta razoável, ou um conjunto de respostas cuja irrazoabilidade não pode ser demonstrada. Isto 
porque, pessoas diferentes sopesam valores e interesses de maneira diferente, e é difícil ou mesmo 
impossível demonstrar que a abordagem de um é superior à de outro. É por isso que se torna 
necessário estabelecer autoridades encarregadas de tomar decisões, desde que sejam pessoas 
sábias e experientes, e desde que haja mecanismos de controle sobre suas decisões, pois esta é a 
melhor forma de se lidar com “o caráter não-unívoco do razoável”. 
 
02-Ponderação de princípios: A visão do STJ sobre direito à informação 
Fonte: 
http://www.conjur.com.br/2009-jul-19/leia-casos-stj-conflitos-entre-privacidade-direito-informacao 
 
O Superior Tribunal de Justiça publicou uma reportagem no seu site sobre os conflitos entre a 
garantia da honra e da imagem e a liberdade de expressão. O tribunal superior tem julgado inúmeros 
casos que pedem reflexão sobre quando deve prevalecer o direito de a sociedade ser informada ou o 
direito de as pessoas terem sua intimidade e honra resguardadas. 
O STJ tem se valido da técnica de ponderação de princípios para solucionar este tipo de 
conflito e vêm construindo jurisprudência considerável acerca do assunto. A reportagem diferencia os 
casos, narrando exemplos que buscam o equilíbrio entre a privacidade e o direito à informação, na 
maioria dos casos, em relação a notícias publicadas pela imprensa. 
 
Leia o texto 
 
A liberdade de informação e os chamados direitos da personalidade, como a honra e a 
imagem, são garantias que têm o mesmo status na Constituição. São cláusulas pétreas previstas na 
Lei Maior e prerrogativas fundamentais dos cidadãos. 
A livre circulação de informações é tida como imprescindível para a saúde das democracias. O 
Conselho Constitucional da França acaba de decidir, por exemplo, que o acesso à internet é um 
direito humano fundamental e que a publicação de opiniões na rede mundial representa uma forma 
de liberdade de expressão. 
No entanto, embora estejam previstos nas constituições, esses direitos nem sempre têm seu 
pleno exercício assegurado. Cada vez mais os cidadãos buscam o Judiciário para reparar violações e 
garantir essas prerrogativas. 
A popularização da internet e a multiplicação de veículos de comunicação especializados nos 
mais diversos assuntos, com o consequente aumento da circulação de informações na sociedade, 
têm levado os magistrados a apreciar, com frequência cada vez maior, um conflito de difícil solução: 
entre o direito de a sociedade ser informada e o direito de as pessoas terem sua intimidade e honra 
resguardadas, o que deve prevalecer? 
No Superior Tribunal de Justiça (STJ), esse choque de princípios vem sendo enfrentado pelos 
ministros, de maneira incidental, em inúmeros processos, pois a resposta a essa pergunta passa 
quase sempre por uma discussão de fundo constitucional, de competência do Supremo Tribunal 
Federal. 
Os diversos colegiados que compõem o Tribunal vêm construindo jurisprudência considerável 
acerca do assunto, sobretudo a partir de casos que envolvem pedidos de indenização por danos 
morais. São questões como uso de imagem, violação da honra, limites para divulgação pública de 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Redação Jurídica 
Prof.: Carlos Kley Sobral 
Disciplina: 
CCJ0052 
TRAB: 
001 
Aluno: Waldeck Lemos de Arruda Junior 
Matrícula: 2012.01.140749 
Folha: 
6 de 18 
Data: 
01/10/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0052/Trabalho AV1/WLAJ/DPinformações pessoais, tudo isso paralelo ao direito da sociedade de informar e ser informada pelos 
veículos de comunicação. 
 
Ponderação 
 
O STJ tem se valido da técnica de ponderação de princípios para solucionar o conflito. A 
decisão sobre qual lado da balança deve ter maior peso sempre ocorre de forma casuística, na 
análise do caso concreto, processo por processo. Ou seja, não há uma fórmula pronta: em alguns 
casos vencerá o direito à informação; em outros, a proteção da personalidade. 
O que norteia a aplicação desses princípios e a escolha de um ou outro direito é o interesse 
público da informação. Se uma notícia ou reportagem sobre determinada pessoa veicula um dado 
que, de fato, interessa à coletividade, a balança tende para a liberdade de imprensa. 
Se uma pessoa é prejudicada por uma notícia que se restringe à sua vida privada, haverá 
grande chance de ela obter indenização por ofensa à honra ou à intimidade. Prevalece, neste caso, o 
entendimento de que, embora seja relevante, o direito à informação não é uma garantia absoluta. 
Nesse sentido, uma decisão da 4ª Turma proferida em dezembro de 2007 é paradigmática: “A 
liberdade de informação e de manifestação do pensamento não constitui direitos absolutos, sendo 
relativizados quando colidirem com o direito à proteção da honra e da imagem dos indivíduos, bem 
como ofenderem o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, escreveu o ministro 
Massami Uyeda, relator do recurso em questão (Resp 783.139). 
 
Veracidade das informações derruba pedido de indenização 
 
Algumas decisões do STJ levam em consideração que a verdade do que é publicado é 
condição indispensável para a configuração do interesse público da informação, o que evita a 
responsabilização civil de quem divulga a matéria. É o caso, por exemplo, do recurso (Resp 439.584) 
julgado em 2002 pela 3ª Turma. 
Na ocasião, os ministros compreenderam que, no plano infraconstitucional, o abuso do direito à 
informação está exatamente na falta de veracidade das afirmações divulgadas. E mais: entenderam 
que o interesse público não poderia autorizar “ofensa ao direito à honra, à dignidade, à vida privada e 
à intimidade da pessoa humana”. 
A questão era, até então, apreciada sob o prisma da Lei de Imprensa, cuja 
inconstitucionalidade foi acolhida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O STJ, agora, utiliza a 
legislação civil, além da própria Constituição para solucionar os conflitos. 
Em maio último, a 3ª Turma julgou o primeiro recurso (Resp 984803) sobre responsabilidade 
de veículo de comunicação após a retirada da Lei de Imprensa do ordenamento jurídico. A decisão 
sobre o caso, relatado pela ministra Nancy Andrighi, criou um precedente que deverá nortear os 
próximos julgamentos do STJ em situações semelhantes. 
O recurso foi interposto pela TV Globo com o intuito de alterar uma decisão de segunda 
instância que havia condenado a emissora a pagar indenização por ter veiculado reportagem no 
programa Fantástico na qual relacionava um jornalista à “máfia das prefeituras” no Espírito Santo. 
A decisão do STJ de afastar a indenização tornou-se uma espécie de libelo a favor da 
liberdade de imprensa com responsabilidade. No voto, a ministra relatora debruçou-se sobre a 
natureza do processo de produção de notícias, reconhecendo não ser possível exigir que a mídia só 
divulgue fatos após ter certeza plena de sua veracidade. 
“Impor tal exigência à imprensa significaria engessá-la e condená-la a morte”, afirmou. “O 
processo de divulgação de informações satisfaz verdadeiro interesse público, devendo ser célere e 
eficaz, razão pela qual não se coaduna com rigorismos próprios de um procedimento judicial”, 
acrescentou. 
Seguindo o voto da relatora, os ministros do colegiado entenderam que a reportagem não 
havia feito afirmação falsa e que, como o programa não agira de maneira culposa, não deveria arcar 
com a indenização. “O veículo de comunicação exime-se de culpa quando busca fontes fidedignas, 
quando exerce atividade investigativa, ouve as diversas partes interessadas e afasta quaisquer 
dúvidas sérias quanto à veracidade do que divulgará. Pode-se dizer que o jornalista tem um dever de 
investigar os fatos que deseja publicar”, ressaltou a ministra. 
 
 
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Direito de personalidade é mais flexível para pessoas notórias 
 
O conflito entre liberdade de informação e direitos da personalidade também se apresenta com 
regularidade em processos julgados pelo STJ cujas partes são pessoas com notoriedade, como 
artistas, políticos, empresários. A jurisprudência brasileira reconhece que essas pessoas têm proteção 
mais flexível dos direitos relativos à sua personalidade, como a imagem e a honra. 
O entendimento do STJ, entretanto, é que mesmo pessoas notórias têm direito a uma esfera 
privada para exercer, livremente, sua personalidade. E, exatamente por terem esse direito, não 
podem ser vítimas de informações falsas ou levianas destinadas a aumentar a venda de 
determinadas publicações ou simplesmente ofensivas. 
Esse posicionamento ficou claro no julgamento recente de dois recursos apreciados pela 3ª e 
pela 4ª Turma. O primeiro processo (Resp 984.803) teve origem com a divulgação por uma revista de 
fotos de um conhecido ator de tevê casado. As imagens o mostravam beijando outra mulher. O 
segundo (Resp 706.769) envolveu a veiculação por uma rádio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, 
de informações ofensivas à prefeita da cidade. 
O STJ manteve a decisão da segunda instância da Justiça fluminense, que havia condenado a 
editora da revista a indenizar o artista. O fundamento da decisão foi exatamente que o ator, pessoa 
pública conhecida por participar de várias novelas, possui direito de imagem mais restrito, “mas não 
afastado”. Os ministros concluíram que houve abuso no uso da imagem, publicada com “nítido 
propósito de incrementar as vendas” da revista. 
A tese de que pessoas notórias, embora de maneira mais restrita, têm direito a prerrogativas 
inerentes à sua personalidade também alcança os políticos. No recurso envolvendo a rádio de 
Mossoró, o STJ, favorável aos argumentos apresentados pela prefeita, definiu que o limite para o 
exercício da liberdade de informação é a honra da pessoa que é objeto da informação divulgada. 
No voto que orientou a decisão no processo, o relator, ministro Luis Felipe Salomão, explicitou 
esse entendimento: “Alguns aspectos da vida particular de pessoas notórias podem ser noticiados. No 
entanto, o limite para a informação é o da honra da pessoa”, escreveu. “Notícias que têm como objeto 
pessoas de notoriedade não podem refletir críticas indiscriminadas e levianas, pois existe uma esfera 
íntima do indivíduo, como pessoa humana, que não pode ser ultrapassada”, acrescentou. 
 
Notícia deve considerar presunção de inocência do acusado 
 
O mesmo raciocínio jurídico aplicado às pessoas notórias também é utilizado por alguns 
ministros do STJ na apreciação de ações e recursos que tratam de questões como a dos crimes 
contra a honra: calúnia, injúria e difamação. Nesses processos de natureza penal, também é 
frequente os julgadores se depararem com a colisão entre a liberdade de informação e os direitos da 
personalidade. 
Na esfera penal, vê-se a presença de mais um elemento comum nas decisões do STJ que 
lidam com o assunto: o princípio da não culpabilidade. Também expresso na Constituição como 
garantia fundamental dos cidadãos, o princípio informa que ninguém pode ser considerado culpado 
até o trânsito em julgado (esgotamento da possibilidade de recurso) deuma decisão judicial 
condenatória. 
Para parte dos ministros do STJ, ao divulgar informações sobre pessoas que são acusadas em 
investigações criminais da polícia ou que figuram como réus em ações penais, os veículos de 
comunicação devem sempre levar em conta a presunção de inocência. Isso não significa limitar o 
livre fluxo de informações, mas sim um alerta para que as informações sejam divulgadas de forma 
responsável, de maneira a não violar outros direitos de investigados, por exemplo, a honra. 
Esse entendimento fica claro no voto apresentado pelo ministro Hamilton Carvalhido em 2005, 
num julgamento de uma ação penal (Apn 388) pela Corte Especial do STJ. O ministro chamou a 
atenção para a imprescindibilidade do direito à livre informação, algo que considera “fundamental à 
democracia”, mas ressaltou que ela encontra limites na própria Constituição. 
Segundo o ministro, embora livres e independentes no direito e dever de informar a sociedade, 
os meios de comunicação estão limitados no Estado de direito às garantias fundamentais, entre as 
quais “[...] a honra das pessoas que, em tema de repressão ao crime e à improbidade, há de estar 
permanentemente sob a perspectiva da presunção de não culpabilidade, por igual, insculpida na 
Constituição da República”. 
 
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Quando a privacidade sucumbe ao direito à informação 
 
Se, por um lado, a liberdade de informar encontra barreira na proteção aos direitos da 
personalidade, decisões do STJ evidenciam que, em diversas ocasiões, prevaleceu a livre 
informação, como nas hipóteses em que as partes processuais provocam o interesse jornalístico para 
depois, a pretexto de terem sua honra ou imagem violadas, buscar indenizações na Justiça. 
Ministros do Tribunal reconhecem que profissionais de distintas áreas, a exemplo de atores, 
jogadores e até mesmo pessoas sem notoriedade se beneficiam da mídia para catapultar suas 
carreiras. Nesses casos, é claro, as manifestações judiciais, na maioria das vezes, não reconhecem 
ofensa às prerrogativas da personalidade. 
Num recurso julgado em 2004 (Resp 595600), o ministro Cesar Rocha, atual presidente do 
STJ, enfrentou a questão como relator. O caso envolvia a publicação em um jornal local da foto de 
uma mulher de topless numa praia em Santa Catarina. A mulher recorreu à Justiça reclamando 
indenização por danos morais e, após vários recursos, o caso chegou ao STJ. 
O ministro Cesar Rocha não conheceu do recurso interposto pela suposta vítima, entendendo 
que a proteção à privacidade estaria limitada pela própria exposição pública realizada por ela de seu 
próprio corpo. “Não se pode cometer o delírio de, em nome do direito de privacidade, estabelecer-se 
uma redoma protetora em torno de uma pessoa para torná-la imune de qualquer veiculação atinente 
a sua imagem”, sustentou o ministro. E completou: “Se a demandante expõe sua imagem em cenário 
público, não é ilícita ou indevida sua reprodução pela imprensa.” 
O atual presidente do STJ manifestou-se da mesma forma em outro processo, o Resp 58.101, 
que se tornou paradigma em casos que discutem o direito à imagem. Tratava-se do pagamento de 
indenização a uma famosa atriz e modelo por uso indevido de sua imagem numa revista. 
Ao se manifestar no caso, o relator deu razão à atriz, afirmando que, por se tratar de direito 
personalíssimo, sua imagem só poderia ser utilizada se autorizada por ela. O ministro ressaltou que a 
exposição pública de imagem deve condicionar-se à existência de interesse jornalístico que, segundo 
ele, tem como referencial o interesse público. O magistrado, entretanto, ponderou que a disciplina 
jurídica é diferente nos casos em que a imagem é captada em cenário público ou de maneira 
espontânea. 
 
REsp 595600, REsp 58101, REsp 984803, REsp 783139, REsp 818764, Apn 388, REsp 141638, 
REsp 883630, REsp 1025047, Resp 1053534 
 
03- REsp 595600 
Fonte: http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/detalhe.asp?numreg=200301770332 
 
PROCESSO : REsp 595600 UF: SC REGISTRO: 2003/0177033-2 
 
NÚMERO 
ÚNICO : - 
 RECURSO ESPECIAL VOLUMES: 2 APENSOS: 0 
 
 
AUTUAÇÃO : 29/09/2003 
RECORRENTE : MARIA APARECIDA DE ALMEIDA PADILHA 
RECORRIDO : RBS ZERO HORA EDITORA JORNALÍSTICA S/A 
RELATOR(A) : Min. CESAR ASFOR ROCHA - QUARTA TURMA 
ASSUNTO : DIREITO CIVIL - Responsabilidade Civil - Indenização por Dano Moral 
LOCALIZAÇÃO : Saída para SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL em 08/10/2004 
TIPO : Processo Físico 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 595.600 - SC (2003/0177033-2) 
RELATOR : MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA 
RECORRENTE : MARIA APARECIDA DE ALMEIDA PADILHA 
ADVOGADO : JOÃO JANNIS JUNIOR E OUTRO 
RECORRIDO : ZERO HORA EDITORA JORNALÍSTICA S/A 
ADVOGADO : DANIELA DE LARA PRAZERES E OUTROS 
 
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EMENTA 
DIREITO CIVIL. DIREITO DE IMAGEM. TOPLESS 
PRATICADO EM CENÁRIO PÚBLICO. 
Não se pode cometer o delírio de, em nome do direito de privacidade, estabelecer-se uma 
redoma protetora em torno de uma pessoa para torná-la imune de qualquer veiculação atinente a sua 
imagem. 
Se a demandante expõe sua imagem em cenário público, não é ilícita ou indevida sua 
reprodução pela imprensa, uma vez que a proteção à privacidade encontra limite na própria 
exposição realizada. 
Recurso especial não conhecido. 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Srs. 
Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas 
taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro 
Relator. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Fernando Gonçalves, Aldir Passarinho Junior e 
Barros Monteiro. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. 
Brasília, 18 de março de 2004 (data do julgamento). 
MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA, Relator 
 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-03 
 
Questão 
 
Leia o caso concreto, compreenda a problemática discutida e produza texto argumentativo em que a 
fundamentação por princípios seja observada. Esses princípios devem ser pesquisados por conta própria. 
 
Caso concreto 
 
A sociedade empresária ''Corre-corre'', especializada em transportes executivos, ingressa em face da 
seguradora ''Durma Tranquilo Cia de Seguros'' pleiteando ação de cobrança com fulcro no descumprimento do 
art.757 do CC (previsão do contrato de seguro) e art. 6º, III do CDC (Direito de informação do consumidor) e art. 
54, §4º do CDC (vedação a cláusula limitativa de direito do consumidor), pelo não pagamento de indenização de 
seguro quando do furto de um dos veículos de sua frota, estando o veículo segurado contra roubo e furto. Junto 
aos autos, comprovante de pagamento de 4 das 10 parcelas do prêmio, afirmando não haver razão para negativa 
de pagamento da indenização por parte da ré. 
Apresentada contestação, a ré alega em defesa que não houve o pagamento do prêmio, dado que o 
contrato estava resolvido em razão do inadimplemento da sociedade demandante, que não efetuou o pagamento 
da 4ª parcela do prêmio até a data de vencimento da mesma, estando o contrato cancelado e os valores pagos 
disponíveis à autora. 
Ainda, na hipótese de se considerarque o contrato estava válido, tem-se que o não pagamento do prêmio 
de qualquer maneira não ocorreria, pois não se implementou o risco previsto no contrato avençado pelas partes, 
visto que o fato ensejador do pedido de ressarcimento pela autora foi o de que uma ex-funcionária da sociedade 
empresária reteve um de seus veículos por não pagamento de verbas rescisórias, não ocorrendo nem roubo, 
tampouco furto, não havendo que se falar em descumprimento contratual por parte da seguradora. 
Cumpre salientar que os funcionários da empresa ré tinham pleno acesso ao ''quadro de chaves'' da 
empresa, local onde ficavam as chaves de todos os veículos da frota. Por fim, afirma ainda que não há qualquer 
direito à informação violado, ou qualquer outro direito consumerista por não se tratar de relação de consumo, 
tendo em vista que a autora é sociedade empresária, ausente a hipossuficiência da mesma. 
Os fatos trazidos em sede de contestação foram comprovados com farta documentação trazida pela ré. 
Em réplica, a sociedade empresária reafirma que seu direito à informação fora violado, uma vez que 
caberia à seguradora informar ao contratante que havia seguro específico ao seu risco. Ainda, reforça o pedido de 
procedência do pedido feito na petição inicial, afirmando que se o segurado teve seu patrimônio subtraído por 
terceiro, é indiferente a qualificação jurídica do tipo penal prevista no contrato de seguro, pois o consumidor não é 
obrigado a conhecer a diferença técnica entre furto, roubo e apropriação indébita. Ainda, na contratação de seguro 
por pessoa jurídica está intrínseca a possibilidade de uso do bem pelos prepostos da contratante. Nesse diapasão, 
 
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a boa fé objetiva na formação e na execução do contrato não permite seja o consumidor obrigado a adotar 
cuidados extremos e desarrazoados em relação à situações corriqueiras. No tocante ao pagamento, a autora 
afirma que realizou o pagamento da 4ª parcela em atraso em razão da greve bancária instalada em todo país, fato 
público e notório, que não teria o condão de findar o contrato outrora celebrado. 
 
Para discutir o caso, recorra à lista de princípios que segue: 
 
"Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica 
em ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos" (Celso 
Antônio Bandeira de Mello). 
 
PRINCÍPIO DA MUTUALIDADE - É o suporte econômico essencial em toda operação de seguro, haverá sempre 
um grupo de pessoas expostas aos mesmos riscos que contribuem, reciprocamente, para reparar as 
consequências dos sinistros que possam atingir qualquer delas. 
 
PRINCÍPIO DA GARANTIA E DA CONFIANÇA - Art. 757, CC - O objeto imediato do seguro é garantir o interesse 
legítimo do segurado. E esse é o princípio da garantia, que gera a confiança no segurado, a legítima expectativa 
de que se o sinistro ocorrer, terá recursos econômicos necessários para recompor o seu patrimônio. 
 
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO ENTRE RISCO E PRÊMIO - O valor da contribuição de cada 
integrante dessa comunidade em risco para a formação do fundo comum dependerá do conhecimento antecipado 
do número de sinistros que poderá ocorrer num determinado período. Aqui entram os cálculos de probabilidades e 
a lei dos grandes números. Através da estatística. Qualquer risco não previsto no contrato desequilibra o seguro 
economicamente. 
 
PRINCÍPIO DA BOA FÉ - Risco e mutualismo jamais andarão juntos sem a boa fé. Se o seguro é uma operação 
de massa, sempre realizada em escala comercial e fundada no estrito equilíbrio da mutualidade, se não é possível 
discutir previamente as suas cláusulas, uniformemente estabelecidas nas condições gerais da apólice. 
 
Súmula 302, STJ à ''É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar 
do segurado.'' 
 
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE - As pessoas só fazem seguro por estarem expostas aos mesmos riscos, e o 
seguro é a única forma de que cada um tem de enfrentar uma vida cheia de riscos. O seguro tem por meta, se 
não a superação, a minimização dos riscos através da sua socialização. 
 
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO DE SEGURO - Os contratos devem ser interpretados de 
acordo com a concepção do meio social onde estão inseridos. 
 
Art. 763 do CC - Caio Mário, Orlando Gomes, Maria Helena Diniz defendem uma interpretação literal de tal 
dispositivo. 
 
RESPOSTA: O caso refere-se à sociedade empresária ''Corre-corre'', especializada em transportes executivos, 
que ingressou em face da seguradora ''Durma Tranquilo Cia de Seguros'' pleiteando ação de cobrança com fulcro 
no descumprimento do art.757 do CC (previsão do contrato de seguro) e art. 6º, III do CDC (Direito de informação 
do consumidor) e art. 54, §4º do CDC (vedação a cláusula limitativa de direito do consumidor), pelo não 
pagamento de indenização de seguro quando do furto de um dos veículos de sua frota, estando o veículo 
segurado contra roubo e furto. 
No caso supracitado observa-se a quebra de vários Princípios, dente eles: 
1- Princípio da Garantia e Confiança, pelo fato conforme o Art. 757, CC, da seguradora não ter garantido o 
interesse legítimo do segurado, ou seja, o objeto (seguro) feito pelo “Corre-corre”. 
2- Princípio da Solidariedade, pelo fato que pessoas só fazem seguro por estarem expostas aos mesmos 
riscos, e o seguro é a única forma de que cada um tem de enfrentar uma vida cheia de riscos. 
3- Princípio da Mutualidade, é a razão da existência dos seguros. É o suporte econômico essencial em 
toda operação de seguro, haverá sempre um grupo de pessoas expostas aos mesmos riscos que 
contribuem, reciprocamente, para reparar as consequências dos sinistros que possam atingir qualquer 
 
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delas. 
Além disso, percebe-se que a falta de pagamento não ocorreu por inerência de da Empresa de Seguros, 
mas de acordo com a Reclamante, pode também ser incluída a quebra do Principio da Boa-fé, pelo fato da 
mesma ter acreditado na honestidade e comprometimento da Seguradora contratada, fato não ocorrido devido a 
falta de cumprimento do referido contrato pela já citada Seguradora. 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-04 
 
Responsabilidade civil de hospital. Ato de enfermagem praticado por empregado (enfermeiro). Doente 
internado no estabelecimento, ocasionando perda parcial de membro superior esquerdo. Troca de prontuários. O 
médico não percebeu que amputava membro sadio. Perda dos dois membros superiores. 
 
Questão 
 
Identifique todos os problemas observados na ementa anterior e, em seguida, rescreva-a de acordo com as 
orientações dadas em sala de aula. Acrescente ou retire informações, se necessário. Não deixe de incluir em sua 
ementa os princípios do Direito aplicáveis. 
 
RESPOSTA: 
Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL HOSPITALAR - Desatenção de funcionário - Negligência Médica - 
Amputação de membros superiores – Integridade física da pessoa humana – Prejuízos físicos e psicológicos - 
Parecer favorável a indenização por danos estéticos e morais. 
 
RESPOSTA DO PROFESSOR => Corrigir o Ato Ilícito. 
 
EMENTA CORRIGIDA: 
 
RESPOSTA: 
Ementa: ERRO MÉDICO. Desatenção de funcionário - Negligência Médica -Amputação de membros superiores – 
Integridade física da pessoa humana – Prejuízos físicos e psicológicos - Parecer favorável a indenização. 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-05 
 
Esquematicamente, apresentamos as principais orientações para a produção da ementa do Parecer 
técnico-formal. 
 
●- Ocupa a metade direita da página; 
●- Deve utilizar, no máximo, 8 linhas; 
●- Divide-se em três partes: 
- Fato (Relatório - fato gerador do conflito). 
- Nexos de referência (fundamentação). 
- Entendimento (conclusão). 
●- É redigido somente com frases nominais, ou seja, sem verbos; 
●- A ementa do Parecer (ementa simples - sem dispositivo) distingue-se da ementa do Acórdão (ementa 
complexa). 
 
Atente, ainda, para as seguintes características: 
 
●- Redija todo o fato com letras maiúsculas; 
●- Use de 3 a 5 nexos de referência; 
●- Inicie o entendimento por "Parecer favorável a..."; 
●- Separe cada informação por "-". 
 
Questão 1 
 
 
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Leia o relatório, a fundamentação e a conclusão do Parecer do Procurador de Justiça Paulo César Pinheiro 
Carneiro que se apresenta e, de forma compatível com esse conteúdo, redija uma ementa para essa peça. Não 
deixe de respeitar, também, todas as orientações já explanadas. 
Observamos que esta peça encontra-se disponível no capítulo 8 da nova edição do livro-texto desta 
disciplina - Lições de Argumentação Jurídica: da teoria à prática - onde análise acurada da peça foi realizada. 
 
Relatório 
 
1- O agravante constitui-se no único herdeiro, instituído por testamento, de ICC, tomando parte 
do inventário tão somente um bem imóvel, gravado com cláusula de inalienabilidade e 
impenhorabilidade temporária (até que o herdeiro atingisse 50 anos), assim como incomunicabilidade 
vitalícia. 
2- Em sendo, o agravante, portador do vírus da AIDS e estando, já a esta altura, 
comprovadamente em precário estado de saúde, ocasionado pelo reduzido nível de resistência do 
seu sistema imunológico, postulou autorização para venda do bem inventariado, com o fito exclusivo 
de possibilitar a continuidade do seu tratamento. 
3- O órgão julgador de primeiro grau indeferiu a pretensão do agravante, ao argumento de que 
o art. 1676 do Código Civil eiva de nulidade qualquer ato judicial que intente dispensar a cláusula de 
inalienabilidade, conquanto lamentasse a ilustre julgadora, o estado de saúde do herdeiro. 
4- O primeiro membro do órgão do Ministério Público a quo a se pronunciar no feito opinou 
pelo deferimento do pedido formulado pela ora agravante. Já o segundo membro do parquet a 
manifestar-se nos autos, após juízo de retratação, alinhou-se com o entendimento da Julgadora 
monocrática. 
5- Mantida a decisão, sobem os autos a esta Egrégia Câmara para reapreciação da matéria em 
comento. 
É o relatório. 
 
Fundamentação 
 
6 - Mais do que analisar, de forma isolada, um dispositivo do Código Civil, importa, para se 
determinar o verdadeiro alcance de uma norma Jurídica, encetar interpretações sistemáticas do texto 
legislativo sob exame. 
7- As interpretações fornecidas pela ilustre julgadora de primeiro grau, membro do Ministério 
Público que oficiou nos autos, pecam por concentrar a análise da questão em um único dispositivo 
legal. 
8- Ao pretender vasculhar os preceitos aplicáveis ao caso concreto, o aplicador do Direito deve 
mais do que se ater à literalidade do texto em análise, atender à procurar a mens legis, situar os 
dispositivos em uma estrutura de significações e, enfim, adequar sua compreensão às novas 
valorações sociais exsurgidas. 
9- Mais que tudo isto, é a própria Lei de Introdução ao Código Civil, no seu artigo 5º, que 
fornece a diretriz a ser aplicada pelo julgador na interpretação da norma legal. 
''Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum". 
10- Em se tratando de sucessão testamentária, impende investigar, precipuamente, a vontade 
do testador, buscando a sua essência, de forma a condicionar a interpretação das disposições 
testamentárias e adequar os preceitos legais incidentes à hipótese. 
11- Neste caso, a testadora; não possuindo herdeiros necessários, nomeou seu sobrinho, o ora 
agravante, então com apenas 13 anos, seu herdeiro universal, gravando os bens imóveis com já 
mencionadas cláusulas. Visava ela, concomitantemente, a beneficiar o herdeiro instituído e protegê-
lo, intentando garantir-lhe teto seguro até idade madura de (50 anos), isolando-o das vicissitudes da 
vida moderna. 
12- Não poderia a testadora imaginar jamais, àquela altura, que este terrível mal chamado 
AIDS iria apossar-se do herdeiro que, certamente com muito carinho, acabara de instituir, relegando-o 
a uma gradual e sofrida morte prematura. 
13- Decerto que a vontade da testadora não se coaduna com a atual situação do agravante: 
este, embora possua o domínio de um bem imóvel, não pode usá-lo e nem fruí-lo, eis que se encontra 
 
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em constante tratamento de saúde, e, pior, não pode empregar o valor do patrimônio transmitido em 
prol da tentativa de prolongar sua existência. Ora, onde está a prevalência da vontade do testador, 
essencial no cumprimento das disposições testamentárias, diante destas circunstâncias "A 
interpretação da norma estaria levando em conta os fins sociais e as exigências do bem comum, a 
que ela se destina". 
14- Nem a doutrina, nem a jurisprudência e nem o legislador permaneceram estancados no 
tempo, logrando a evolução interpretativa adequar o dispositivo contido no art. 1.676 do Código Civil 
às novas facetas da vida, abrandando o seu rigor. 
15- De fato, já em 1944, através do Decreto-lei n° 6777, permitiu-se a alienação de imóveis 
gravados, substituindo-os por outros imóveis ou títulos da dívida pública, permanecendo sobre estes 
os gravames. 
16- Nesta linha, os doutrinadores, assim como os tribunais, passaram a admitir a alienação do 
bem gravado, com autorização judicial, por necessidade ou conveniência manifesta do titular, 
ocorrendo a sub-rogação em outro bem. 
17- No caso em tela, nada impede que o produto poupança à disposição do juízo, utilizando-se 
o seu saldo no custeio do tratamento do agravante. 
18 - Argumenta-se, para sustentar o entendimento contrário, que o bem substituto (valor 
depositado em poupança) iria, pouco a pouco, se esgotando, acabando por exercer o herdeiro poder 
de disposição sobre o imóvel herdado, justamente o que pretendeu vedar a testadora e assegurar o 
preceito do Código Civil. 
19 - O que se verifica, contudo, é que relegar o herdeiro à morte, enquanto o bem recebido 
permanece absolutamente inóxio, pois sequer rende frutos, isto sim significa afrontar a vontade da 
testadora e o próprio alcance teleológico da lei, desfigurando, por completo, o próprio ato de 
liberalidade. 
20- Vale mencionar, neste sentido, trecho de acórdão unânime proferido pela 6ª Câmara Cível 
do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no agravo em que foi relator o Desembargador Laerson 
Mauro: 
Se pela imposição das cláusulas de inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade 
vitalícia sobre bens de herança, da legítima como da disponível, abrangendo não só o principal como 
os frutos e rendimentos,a liberalidade perder toda a sua utilidade, chegando mesmo a 
descaracteriza-se jurídica e economicamente, é imperioso que se apliquem tantas regras exegéticas 
quantas caibam na espécie, para evitar-se a inocuidade da deixa, preservando, assim, à herdeira 
algum beneficio em vida. Agravo provido. 
21- Desta forma, deve o único bem inventariado, conquanto gravado com as cláusulas de 
inalienabilidade e incomunicabilidade, ser alienado, conforme requerido, depositando-se o produto da 
venda em caderneta de poupança à disposição do juízo, a fim de que libere gradativamente as 
quantias necessárias ao tratamento de saúde do herdeiro universal, posição esta que se afina com o 
mais atual entendimento doutrinário e jurisprudencial, intentando, ainda, alcançar o verdadeiro fim 
dos dispositivos aplicáveis à espécie (atender à vontade do testador, e, ao mesmo tempo, atender 
aos fins sociais compreendidos no caso em exame), interpretando-os sistematicamente. 
 
Conclusão 
 
Assim, opina o Ministério Público pela reforma da decisão a quo, permitindo-se a alienação do 
bem gravado, atendidas as exigências contidas no item 20 supra. 
 
É o parecer. 
 
Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 1995. 
 
Paulo Cezar Pinheiro Carneiro 
(Procurador de Justiça) 
 
 
RESPOSTA: 
 
 
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EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO 
PROCESSUAL CIVIL. Testamento – Herdeiro 
universal - Cláusula de inalienabilidade e 
impenhorabilidade temporária - Tratamento, 
problemas de saúde (AIDS) – Vontade do testador - 
Caderneta de poupança - Lei de Introdução ao Código 
Civil, artigo 5º - Decreto-lei n° 6777. Parecer 
favorável ao uso da herança principal, seus frutos e 
rendimentos. 
 
Questão 2 
 
Nominalize as frases verbais que seguem. Mantenha o mesmo conteúdo da frase original. 
 
a) Decidir sobre a “verdade” no direito não é um exclusivo privilégio dos juízes. 
 
RESPOSTA: No direito, não é privilégio exclusivo dos juízes decidir sobre a verdade. 
 
b) O realismo jurídico demonstrou que o direito não depende das palavras do legislador nem dos livros dos 
doutrinadores. 
 
RESPOSTA: O realismo jurídico demonstrou que o direito independe do legislador e dos doutrinadores. 
 
c) Os condenados em processos criminais não podem ser privados das prerrogativas inerentes aos direitos 
humanos. 
 
RESPOSTA: Os Condenados Criminalmente não podem ser privados das prerrogativas inerentes aos direitos 
humanos. 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-06 
 
Questão 
 
Leia o caso concreto que segue e produza um relatório jurídico adequado a um parecer em grau de recurso, 
ou seja, um parecer que instrua o pedido de reforma da sentença. 
 
Juiz manda soltar grávida que tentou furtar xampu 
 
Um juiz de Goiás aplicou o princípio da insignificância (não positivado no ordenamento jurídico) e mandou 
soltar mulher que furtou xampu de supermercado. "Tanto no aspecto jurídico quando no social não se depreende 
que a prisão da indiciada seja recomendada", afirmou em seu despacho o juiz Wilson Safatle, que considerou 
tratar-se de crime de bagatela e mandou expedir o alvará de soltura da mulher. 
A doméstica Regina Rocha de Carvalho foi presa em flagrante no sábado (21/1), quando tentava furtar um 
xampu do supermercado Bom Preço, de Goiânia. A tentativa de furto foi notada pelo proprietário do 
estabelecimento. Segundo ele, Regina pegou alguns produtos, pelos quais pagou devidamente, mas guardou na 
blusa um xampu, que custa R$ 3,75. Surpreendida, Regina foi detida e encaminhada à delegacia, onde foi presa. 
O juiz observou que, ao depor, a mulher confessou o crime e se disse arrependida. Também levou em 
consideração o fato de tratar-se de pessoa que possui apenas o primeiro ano primário, estar desempregada, 
grávida e ser responsável pela mãe, que é cega. Além disso não tinha antecedentes criminais. Ele acrescentou 
que o supermercado não sofreu maiores prejuízos já que recuperou o xampu. 
Processo 2006.002.610.20 
Revista Consultor Jurídico, 24 de janeiro de 2006 
 
RESPOSTA: 
 
 
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PARECER 
 
EMENTA: FURTO. Princípio da Insignificância – 
Impunidade – Furto Privilegiado – Coercividade Estatal - 
Manutenção da Ordem Social. Parecer favorável à 
condenação por crime tipificado no Art. 155, §2º do Código 
Penal. 
 
Conforme estabelecido nos autos, no dia 21 de janeiro, a Ré, de forma consciente e voluntária, tentou 
subtrair, em proveito próprio, um xampu no valor de R$ 3,75 (três reais e setenta e cinco centavos) do 
supermercado Bom Preço, de Goiânia. Surpreendida pelo proprietário do estabelecimento foi detida e 
encaminhada à delegacia, onde foi presa. 
Em primeira instância, a Ré foi absolvida com base no princípio da insignificância – o qual tem o 
sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, ou seja, não considera o ato praticado como um 
crime, por isso, sua aplicação resulta na absolvição do réu e não apenas na diminuição e substituição da pena ou 
não sua não aplicação. No caso em questão foram observados os requisitos necessários que justificaram a 
aplicação pelo magistrado do princípio da insignificância, tais como: (a) a mínima ofensividade da conduta do 
agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do 
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada (baixo valor). 
Entretanto, devemos ressaltar que tal princípio não está positivado no ordenamento jurídico, além do 
fato que o seu reconhecimento “vulgariza” a prática de delitos contra o patrimônio alheio, e também causa 
insegurança na sociedade em relação à capacidade do Estado em manter a ordem social. 
Cabe ao Estado, evitar que as condutas que agridem o direito alheio não devam passar despercebidas. O 
fato das alegações da Ré possuir baixa escolaridade, estar desempregada, grávida, ser responsável pela mãe, 
que é cega, e não ter antecedentes criminais, não justificam a prática de atos ilícitos e tipificados pelo 
ordenamento jurídico, nem são causas que permitam lesionar o direito do próximo, causando à vitima 
insegurança jurídica e não acreditar na capacidade punitiva do sistema judicial. 
Têm-se observado que pequenos furtos tornaram-se prática diária em estabelecimentos comerciais de todo 
porte. E delitos dessa natureza não devem ficar impunes. É de suma importância ressaltar, que para as 
hipóteses de subtração de bem de pequeno valor, o legislador criou a figura do furto privilegiado, prevista no 
parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal, que não se confunde com a conduta atípica, penalmente irrelevante. 
 
Parecer desfavorável à tese da defesa. 
 
Deve a Ré, então, responder penalmente pelo crime, vez que o fato é típico e ilícito, e, assim sendo, 
dotado de culpabilidade. Elementos estes que alcançam o dever de punir do Estado, além da manutenção da 
credibilidade do Poder judiciário e também da Ordem Social. 
 
Ante o exposto, opino pela Culpabilidade da Ré, com reforma da sentença, baseado no delito tipificado no 
parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal. É o parecer, salvo melhor juízo. 
 
Recife, 27 de agosto de 2013. 
 
____________________________________ 
Advogado 
OAB 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-07QUESTÃO 
 
Leia o caso concreto. 
 
Marcelo e Camila são casados há 10 anos. Em 01 de novembro de 2008, quando Camila digitava um 
trabalho da faculdade no computador utilizado pelo casal, ficou estarrecida: encontrou uma série de e-mails 
 
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comprometedores, armazenados pelo marido, na máquina da família. 
Descobriu que, no período de 12 de fevereiro de 2008 a 30 de outubro de 2008, seu marido, usando o 
apelido “homem carente de meia idade”, trocava quase diariamente mensagens de natureza erótica com uma 
mulher que assinava “cheia de amor pra dar”. 
Ao ler as mensagens, constatou que o marido se declarara diversas vezes para a internauta, com quem 
construía fantasias sexuais e praticava sexo virtual. A situação ficou ainda mais grave, porque, nessas ocasiões, 
Marcelo fazia comentários jocosos sobre o desempenho sexual de Camila e afirmava que ela seria uma pessoa 
"fria" na cama. 
Por conta de todos esses fatos, Camila se separou de Marcelo. Cerca de quatro meses após a separação, 
ajuizou ação de reparação por danos morais em face do ex-marido, na qual pediu indenização no valor de 20 mil 
reais. Em síntese, alegou na Petição Inicial que: a) o ex-marido manteve relacionamento com outra mulher na 
constância do casamento; b) a traição foi comprovada por meio de e-mails trocados entre o acusado e sua 
amante; c) a traição foi demonstrada pela troca de fantasias eróticas (sexo virtual) entre os dois; d) precisou 
passar por tratamento psicológico para superar a dor que sofria; e) foram violados sua honra subjetiva e seu 
direito à privacidade no casamento. 
Em sua defesa, o ex-marido alegou a improcedência do pedido sustentando o seguinte: a) sexo virtual não 
caracteriza traição; b) houve invasão de privacidade e violação do sigilo das correspondências; c) os e-mails 
devem ser desconsiderados como prova da infidelidade; d) não difamou a ex-esposa, ao contrário, ela mesma 
denegria sua imagem ao mostrar as correspondências às outras pessoas. 
Em entrevista à imprensa, a autora afirmou que não houve violação de sigilo das correspondências. Para 
ela, não está caracterizada a invasão de privacidade porque os e-mails estavam gravados no computador de uso 
da família e os cônjuges compartilhavam a mesma senha de acesso. "Simples arquivos não estão resguardados 
pelo sigilo conferido às correspondências", concluiu. 
Agora que você já conhece o conflito, produza, com base nessa leitura, esquema idêntico ao que segue. A 
primeira linha da tabela já foi preenchida para que sirva de exemplo para você colher as demais informações no 
caso concreto. Identifique quantos elementos entender adequado. 
 
1. Elemento da narrativa jurídica 
Característica moral do marido. 
2. Informação retirada do texto (contextualização do real) 
Marcelo compartilhava com uma desconhecida detalhes de sua vida sexual com a esposa. 
3. Parágrafo argumentativo que tome por base a informação selecionada 
Se a traição, por si só, já causa abalo psicológico ao cônjuge traído, a honra subjetiva da autora foi muito 
mais agredida, ao saber que seu marido, além de traí-la - inobservância do dever conjugal de fidelidade - 
violou a confiança da esposa quando teceu comentários difamatórios com sua amante quanto à sua vida 
íntima. 
 
RESPOSTA: 
 
Elementos da 
narrativa jurídica 
Informação retirada do texto 
(contextualização do real) 
Parágrafo argumentativo que tome por base a 
informação selecionada 
Característica 
moral do marido 
Marcelo compartilhava com 
uma desconhecida detalhes 
de sua vida sexual com a 
esposa. 
Se a traição, por si só, já causa abalo psicológico 
ao cônjuge traído, a honra subjetiva da autora foi 
muito mais agredida, ao saber que seu marido, 
além de traí-la - inobservância do dever conjugal 
de fidelidade - violou a confiança da esposa 
quando teceu comentários difamatórios com sua 
amante quanto à sua vida íntima. 
Tempo do 
casamento 
Dez anos De acordo com o artigo 1.511 do Código Civil de 
2002: "O casamento estabelece comunhão plena 
de vida, com base na igualdade de direitos e 
deveres dos cônjuges." E, no mesmo dispositivo, o 
art. 1.566 preceitua claramente que dentre os 
deveres dos cônjuges estão a fidelidade recíproca 
e o respeito e consideração mútuos. Nesse sentido, 
 
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diante dos e-mails trocados entre o acusado e sua 
amante é indiscutível que Marcelo manteve um 
relacionamento com outra mulher durante a 
vigência do seu casamento. 
Espaço físico Marcelo no ambiente familiar, 
por meio do computador da 
família e de uso comum do 
casal, armazenou e-mails 
comprometedores. 
É inegável a reprovação de conduta do cônjuge 
que, inescrupulosamente, no ambiente familiar deu 
margem e nutriu um relacionamento 
extramatrimonial, caracterizando o sentimento de 
desrespeito, quebra das promessas firmadas no 
casamento e afronta a dignidade humana do outro 
consorte. 
Tempo da traição 
12 de fevereiro de 2008 a 30 
de outubro de 2008 
O lapso temporal de 8 (oito) meses demonstra que 
não se tratou de um relacionamento casual, mas 
duradouro e estável, vez que trocavam intimidade 
quase que diariamente. 
Espaço 
social/virtual 
Marcelo defende-se afirmando 
que sexo virtual não 
caracteriza traição. 
Mesmo que o relacionamento fique restrito ao 
ambiente virtual da internet, não deixa de ser uma 
modalidade de traição. A confiança, base de 
qualquer relacionamento, seja ele comercial ou 
afetivo, foi rompida. Ademais, ao tipificar no artigo 
1.566, o legislador não deixou dúvidas sobre quais 
são os deveres dos cônjuges, não pondo como 
deveres o amor, em um sentido romântico e 
idealista, mas colocando em sentido prático, a 
fidelidade recíproca. 
Característica 
social e 
psicológica da 
esposa 
Estarrecida, Camila precisou 
passar por tratamento 
psicológico para superar a dor 
que sofria. 
O cônjuge vítima da traição tem toda sua vida 
emocional abalada por um fato dessa natureza, 
pois o sofrimento é inquestionável e acaba com a 
segurança afetiva em seu casamento, tanto é que 
causou a separação. 
Centralidade Marcelo trocou quase que 
diariamente mensagens de 
natureza erótica, declarou-se 
diversas vezes, construiu 
fantasias sexuais e praticou 
sexo virtual com uma mulher 
que assinava “cheia de amor 
pra dar”. 
A infidelidade do acusado lesionou os direitos da 
autora porque houve a quebra da obrigação aos 
deveres conjugais, e também ocasionou intensa 
humilhação e constrangimento à ofendida. Além 
disso, feriu os bons costumes. Cabe afirmar, diante 
do exposto, que tal comportamento configura ato 
ilícito e, portanto, causador de dano moral, uma 
vez que afetou a dignidade e a honra da vítima, 
sendo passível assim, de reparação. 
 
 
Aplicação Prática Teórica = Web-Aula-08 
 
QUESTÃO 
 
Leia o caso concreto e, em seguida, redija o relatório jurídico. 
 
Caso concreto 
 
Fabian propôs ação negatória de paternidade cumulada com anulação de registro civil em face de Cida, 
menor de 11 (onze) anos de idade representada por sua mãe, Chayene. Aduziu que fora casado com Chayene por 
12 (doze) anos, tendo ocorrido, no decorrer do vínculo matrimonial, o nascimento e o registro civil da Ré.O Autor afirmou que quando efetuou o registro civil como pai da menor incidiu em erro porque desconhecia 
a relação extraconjugal que Chayene nutriu por anos com Sandro, amigo comum do casal. Aduziu que depois de 
10 anos de matrimônio, não suportando mais ocultar a traição, Chayene revelou a ele que Cida não era sua filha 
biológica, mas sim, filha de Sandro. 
 
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18 de 18 
Data: 
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Informou, por fim, que sempre manteve e continua mantendo uma relação de carinho e respeito com a 
menor, zelando pela sua educação e pelo seu adequado desenvolvimento. Todavia, ao descobrir a traição da ex-
mulher não desejaria mais ter como válido o reconhecimento da paternidade derivado de uma manifestação de 
vontade viciada. Pugnou, assim, pela procedência dos pedidos. 
A Ré, em contestação, salientou que igualmente desconhecia a traição materna e a possibilidade de ser 
filha biológica de outro homem. Afirmou que sempre reconheceu Fabian como um pai, tendo por ele um 
verdadeiro amor filial. Ressaltou que mesmo após 2 (dois) anos da separação judicial e da ciência de que não 
seria o seu verdadeiro pai biológico, Fabian continuou exercendo o seu direito de visitação, contribuindo 
regularmente, ainda, para o seu sustento, o que denotaria o forte laço socioafetivo que uniria Autor e Ré. 
Requereu, desta forma, a improcedência do pleito autoral. 
Laudo pericial sobre o exame de DNA feito, acostado aos autos às fls.xx, comprovando que Fabian não era 
o pai biológico de Cida. 
Estudo social do caso atestando que havia latente vínculo socioafetivo entre Autor e Ré. 
Promoção do Ministério Público opinando pela improcedência dos pedidos autorais. 
 
Para melhor entender a questão, observe a jurisprudência: 
 
A paternidade atualmente deve ser considerada gênero do qual são espécies a paternidade biológica e a 
socioafetiva. Assim, em conformidade com os princípios do Código Civil de 2002 e da Constituição Federal de 
1988, o êxito em ação negatória de paternidade depende da demonstração, a um só tempo, da inexistência de 
origem biológica, e também de que não tenha sido constituído o estado de filiação, fortemente marcado pelas 
relações socioafetivas e edificado na convivência familiar? (Recurso Especial n.º 1.059.214? Informativo n.º 491). 
 
RESPOSTA: 
 
Trata-se de ação negatória de paternidade cumulada com anulação de registro civil ajuizada por Fabian, 
em face de Cida, 11 (onze) anos de idade representada por sua mãe, Chayene. 
Segundo o autor, no decorrer do vínculo matrimonial com Chayene, ocorreu o nascimento e o registro civil 
da Ré. Afirmou ainda que depois de 10 anos de matrimônio Chayene revelou que a ré não era sua filha biológica, 
mas filha de Sandro, amigo comum do casal. 
O exame de DNA confirmou que Fabian não era o pai biológico da ré, mas mesmo assim ele continuou 
prestando assistência financeira e afetiva não negando a relação de carinho e respeito com a ré. 
Em sua defesa concluiu o autor que ao efetuar o registro civil como pai da menor encontrava-se em erro, 
porque desconhecia a relação extraconjugal da esposa. Diante do exposto defendeu a procedência dos pedidos. 
Em contestação, a ré alegou que desconhecia a traição materna e a verdade sobre seu genitor. Confirmou 
que o autor mesmo diante dos fatos continuou cumprindo os deveres que antes tinha com ela, disse ainda que 
sentia um verdadeiro amor filial e que havia um forte laço socioafetivo entre eles. Requereu assim a 
improcedência da ação do autor. 
Atestado de estudo social alegou a existência de vínculo socioafetivo entre Autor e Ré. 
Parecer do Ministério Público opinou pela improcedência dos pedidos autorais. 
 
É o relatório. 
 
 
____________________________________ 
 
Waldeck Lemos de Arruda Junior 
 
 
==XXX==

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