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DEFESA DO CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA

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DEFESA DO CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA
Trabalho apresentado para obtenção de nota na disciplina de Teoria geral do estado, do 1º período de Direito da Faculdade ASA de brumadinho.
Prof. Carlos Eduardo Pinheiro
Brumadinho – MG
2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4
2. DEFESA............................................................................................................6
3. DO PEDIDO DE ABSOLVIÇAO Conclusão DO PRESENTE CASO.........................................................................................................10
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................................11
1. Introdução
O fictício Caso dos exploradores de Caverna se inicia em maio de 4299, quando cinco membros da sociedade Espeleológica foram aprisionados em uma caverna durante uma expedição. Iniciou-se uma grande operação de resgate em que morreram 10 operários devido a novos desmoronamentos. Tão logo que as famílias sentiram sua falta, uma equipe de socorro foi avisada e após vinte dias do deslizamento, ainda sem que a entrada da caverna fosse desobstruída os exploradores conseguiram se comunicar com a equipe de resgate através de um rádio capaz de receber e enviar mensagens que haviam levado para a expedição.
Os exploradores perguntaram quanto tempo ainda seria preciso para libertá-los e os engenheiros responsáveis pelo salvamento responderam que precisavam de pelo menos dez dias. A situação era bastante complicada, já que dentro da caverna não havia alimentos e água.
Os cinco homens queriam saber se havia um médico na equipe de socorro e a este contaram sua situação e as condições de que dispunham, e indagaram se conseguiriam sobreviver até serem libertados. Responderam-lhes que era escassa a possibilidade de sobrevivência sem alimentos durante mais dez dias.
Pediram novamente para falar com os médicos e um dos exploradores, Roger Whetmore, em seu próprio nome e em representação aos outros exploradores perguntou aos médicos se conseguiriam sobreviver se um dos cinco homens servisse de alimento para os demais, “O presidente da comissão respondeu, a contra gosto, em sentido afirmativo”. Whetmore ainda perguntou se poderiam tirar na sorte qual deles serviria de fonte de alimentação para os outros, mas nenhum membro da comissão de salvamento se atreveu a opinar sobre esta questão.
No trigésimo segundo dia após o deslizamento, quando finalmente foram libertados, descobriu-se que Roger Whetmore havia sido assassinado no vigésimo terceiro dia e servido de alimento para os seus companheiros. Soube-se que o próprio Whetmore foi quem propôs a busca de alimento na carne de um deles, também foi ele quem teve a ideia de decidir na sorte, em um jogo de dados, quem seria morto, mas antes do lançamento dos dados Whetmore desistiu, achando melhor esperar um pouco mais de tempo, mas seus companheiros encararam a sua desistência como uma violação do acordo de sobrevivência que fizeram e iniciou-se o lançamento dos dados. Na vez de Whetmore jogar, um dos seus companheiros de infortúnio jogou os dados em seu lugar e não havendo objeções por parte de Whetmore, nem sorte nos dados, foi morto e serviu de alimento para os seus.
Após o resgate foram levados, os quarto sobreviventes para tratamentos médicos e psiquiátricos, sendo que após os tratamentos foram denunciados pelo ministério público pelo assassinado de Roger Whetmore.
2. A defesa
“O Direito Penal é o ramo do Direito que tem como missão a proteção dos valores fundamentais da sociedade, e o Estado se utiliza de seu poder coercitivo para impor uma sanção para aqueles que vierem a transgredir suas normas. E a esta sanção damos o nome de pena. Hoje, diversas são as teorias que expõe diferentes finalidades para a sanção, não chegando a haver um consenso entre os doutrinadores sobre qual deve ser adotada. Muitas são as teorias, mas o crime é um fato social, e, como tal, é bastante complexo, não podendo haver uma só resposta para tal questionamento. O que deve ser levado em conta é que a pena não é vingança ou apenas castigo, mas também uma forma de ressocializar o indivíduo e os inserir novamente no convívio social.” (NETO, Félix Araújo, p.7, 2009, Jornal da Paraíba Ltda).
Nesse sentido aduz CAPEZ
O Direito Penal e o segmento do ordenamento jurídico que detem a função de selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos coletivamente, capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivência sócia, e descrevê-las como infrações penais, cominando lhes, em conseqüência, as respectivas sansões, além de estabelecer todas as regras complementares e gerais necessárias á sua completa e justa aplicação (CAPEZ,2006.p.1)
Seja quais forem os objetivos que possamos procurar nas várias áreas do direito, fica aparente em uma reflexão mais profunda, que todas elas foram direcionadas no sentido de facilitar e incrementar a coexistência humana, regulando com justiça e equidade as relações da vida em comum.
Se determinado estado utiliza da pena de morte para proteger a sociedade, não encontrando nenhuma fonte melhor para a ordem legal, que fonte melhor podíamos esperar dos cinco exploradores de cavernas, famintos, que encontraram esse mesmo método utilizado pelo próprio estado?
 Após os fatos expostos, apresento minha defesa baseada em três bases independentes, ambas as quais são, sozinhas, suficientes para justificar a absolvição de tais réus.
A primeira repousa no estado de necessidade. Quando falamos no estado de necessidade, estamos colocando o fato de que naquele momento, eles seencontravam numa situação que não poderiam sobreviver sem alimentos por determinado tempo, e que não havia nenhuma fonte de vida e de alimento na caverna, senão a deles próprio, ou seja, se não agissem em defesa própria , se não fizessem algo, morreriam. Quero dizer que, o estado de necessidade os levou a praticar tal ato. Logo que o bem mais valioso e protegido pelo Direito e a vida, mas diferentemente da legitima defesa, em que o agente atua defendendo-se de uma agressão injusta, no estado de necessidade a regra é de que ambos os bens em conflito estejam amparados pelo ordenamento jurídico.
Como de nossa tradição, entendeu o legislador em definir o estado de necessidade dizendo, no art.24 do Código Penal:
Art.24 considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade,nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheiro,cujo sacrifício, nas circunstancias, não era razoável exigir-se.(CODIGO PENAL, 2009. P.346)
A segunda está baseada no fato de que na verdade Roger Whetmore é o principal culpado, pois se o mesmo não fosse sorteado, seria o principal culpado do julgamento, devido ao fato de que ele induziu, em um momento de fraqueza psicológica, os demais a pensar e agir de certa forma. Como a idéia do jogo surgiu de Roger, ele teve a oportunidade de reformular, quando provavelmente viu a hipótese de ele ser o sorteado. Deve-se lembrar que quando foram jogados os dados, Roger Whetmore, não fez nenhuma objeção, nãoquestionou o resultado, fazendo- o voltar ao próprio acordo proposto, como diz o famoso ditado “Quem cala, consente”.
Tendo por estado de necessidade no art.25 do código penal, ao cuidar da legitima defesa o legislador fez menção expressa á atualidade e á iminência da agressão que justificaria a ação legitima do agente. Já no art.24 do Código Penal, ao definir o estado de necessidade, como já frisado acima, refere se tão somente a um perigo atual. A teoria unitária não adota a distinção entre estado de necessidade justificante e estado de necessidade exculpante. Para ela, todo estado de necessidade e justificante. Assim, se para salvar a sua vida o agente vier a causar a morte de outrem, ou mesmo na situação na qual, para garantir a sua integridade física valha mais do que o patrimônio alheiro, ambas as hipóteses serão cuidadas sobo enfoque da exclusão da ilicitude da conduta, e não sobre a ausência de culpabilidade.
Em síntese, o Codigo Penal optou pelo estado de necessidade justificante, ou seja, aquele que tem por finalidade eliminar a ilicitude, elencando na redação do art.24 os elementos objetivos necessários á sua caracterização, vale dizer, a pratica de fato, para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheiro, cujo sacrifício nas circustancias não era razoável exigir-se.
Diante do exposto senhores nobres julgadores não pode considerar esses homens assassinos diante de tal fato foi necessário tal morte diante danecessidade e temos que considerar que não devemos aplicar o direito ao presente caso devido aqueles exploradores estarem isolados do mundo e de todos, não sendo justo cominar lhe penas no caso concreto devido a forma que se já se encontravam não tendo mais contato com este mundo terreno, onde se houvesse oportunidade de subsistência tal ato jamais teria ocorrido.
A defesa vai mais longe. Gostaríamos de que os sábios juízes vislumbrassem o futuro, caso esta nefasta idéia de punir os denominados assassinos por estarem em estado legitimo de necessidade não tendo porem outro meio senão o que ora praticado para salvarem suas vidas,e percebam o imbróglio a que estariam levando o Estado. Criariam um vácuo de insegurança jurídica, pois quem nos garantira que a sanha vingativa cessará? Onde deixaríamos o pais com que em suspensão à espera da vingança, trazendo a incerteza jurídica, abrindo brechas para, quiça, conclamos que não permitas que o homen use outra vez o poder estatal para novamente ser o lobo do homen. Considerando mais uma vez tal necessidade imaginem se os senhores o que fariam morerriam de fome ou morreriam todos o que e melhor sacrificar um em prol de todos ou todos morrerem e perecerem suas vidas. Não se quer aqui permitir a banalização do mal nada disso termo magistralmente cunhado por (HANNAH ARENDT,s.d), aquela magnífica judia alemã, a que este fato tanto vezes se referiu e parece que Del nos esquecemos.
E a terceira e não menos importante, indaga se esses homens deveriam ser colocados a julgo comoassassinos? Fariam estes homens, tal coisa se não estivessem presos, no escuro durante 23 dias, sem comida, com frio, com a concreta e constante ameaça de morte? Seriam esses homens diante da sociedade assassinos que colocariam em risco a vida de outras pessoas? Já não seria suficiente a lembrança do feito em suas mentes, pelo resto da vida como pena?! Seria justo, após a perda da vida de dez homens da equipe de resgate, (do ponto de vista humano), jogar-se fora como objeto mais quatro vidas?
4. DO PEDIDO DE ABSOLVIÇAO Conclusão DO PRESENTE CASO
 Após a reflexão, fica muito claro que os quatro exploradores só assassinaram Whetmore porque estavam sob condições adversas à aquilo que foram acostumados em sua vida em sociedade, pois se estivessem fora daquela caverna, provavelmente nunca cometeriam um ato de tal selvageria.
Cometeram o ato por força de uma irracionalidade guardada no inconsciente humano, algo que só poderia ser acordado em uma situação de extrema loucura, exatamente como ocorreu no caso.
Sendo assim, não seria justo condená-los à morte, pois matar em estado de necessidade tira a ilicitude do ato criminoso.
Os seres humanos são todos passíveis de erros, muitas vezes de erros grotescos; mas os homens de quem se fala, nesse momento, estavam em uma situação em que certo e errado, por mais que cada um tivesse o conceito formado em sua cabeça, simplesmente não existia. O que existia era uma luta descomunal entre vida e morte, e como em uma disputa acirrada entre duas partes,logicamente, uma ganha e a outra perde. Whetmore perdeu e serviu de subsistência para seus companheiros.
Se a manutenção da vida destes homens não fosse importante, então, por que uma equipe de salvamento foi até as ultimas conseqüências, inclusive perdendo dez de seus homens, para salvar apenas cinco?
Em uma guerra, muitos homens se perdem para defender um território e as pessoas que nele vivem. Na guerra contra o tempo, bravos operários lutaram durante trinta e dois dias para salvar a vida de cinco exploradores famintos e desesperados. E se todos os seus esforços tivessem sido em vão? Se todos os homens tivessem morrido por inanição? Seria justo? O que é justiça diante de uma situação em que vida e morte estão no mesmo patamar? Por tudo isso diante do exposto nobres julgadores basta de absurdos, de perseguições nossa terra e nosso direito precisam ser inteligentes . conjuro lhes, portanto, eminentes juízes a encerrar este caso em definitivo, e , como corolário lógico, absolver os exploradores sobreviventes.
Pede se deferimento
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL, Constituição(1988).Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal,2006
CAPEZ,Fernando.Curso de direito penal.parte geral. Volume1.ed. saraiva,2006.
GRECO. Rogério. Curso de direito penal:volume1: Parte geral.(arts.1ª a 120 do CP). 9.ed. Rio de janeiro. Impetus.2007.816.p.
FULLER, L. Lon L. O caso dos exploradores de cavernas. Tradução Plauto Faraco de Azevedo. Porto Alegre: Fabris

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