Buscar

resposta á acusação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1- Resposta à acusação e defesa prévia: é preciso ter atenção ao tema deste tópico, pois a confusão entre defesa prévia e resposta à acusação pode custar a aprovação. Para a compreensão do assunto, é preciso entender dois momentos processuais distintos: o oferecimento e o recebimento da petição inicial. No oferecimento, como a expressão já diz, a petição inicial (queixa ou denúncia) é oferecida ao juiz por quem detém legitimidade para fazê-lo – MP ou querelante. Se ausentes as hipóteses do art. 395 do CPP, o juiz deve receber a petição inicial oferecida, dando início à ação penal. Antes do recebimento da petição inicial, como ainda não há ação penal, não é possível falar em absolvição.
Em alguns casos especiais, a lei prevê que o juiz, antes de receber a petição inicial, deve dar oportunidade para que o acusado se defenda. Dois exemplos:
1º Na Lei de Drogas (Lei 11.343/06): “Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.”. Ou seja, o MP oferece denúncia por tráfico de drogas contra alguém, e o juiz, antes de receber a denúncia, notifica o denunciado para que se manifeste a respeito, por meio de defesa prévia (nomenclatura dada pela própria lei). Como ainda não há ação penal – o juiz ainda não recebeu a petição inicial -, o denunciado não pode pedir absolvição. O seu objetivo na peça é convencer o magistrado a não receber a inicial, e, para isso, deve demonstrar a presença de pelo menos alguma das hipóteses do art. 395 do CPP.
2º No CPP: “Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.”. Na hipótese de crime funcional (CP, arts. 312/326), o juiz, após o oferecimento da denúncia, mas antes do seu recebimento, deve notificar o acusado para se manifestar a respeito da acusação. A peça do art. 514 é denominada “resposta preliminar” pelo STJ (veja a Súmula 330). Assim como ocorre na defesa prévia da lei de drogas, o objetivo da peça é dar oportunidade ao acusado para convencer o juiz a não receber a petição inicial. Não se pode pedir absolvição, pois ainda não há ação penal.
Na resposta à acusação, a história é outra. Prevista no art. 396 do CPP (art. 406, no rito do júri), é a peça cabível após o recebimento da petição inicial. O réu é citado para, no prazo de 10 dias, alegar tudo o que interesse à defesa – pode, até mesmo, pedir absolvição, pois já há ação penal em trâmite.
Sobre o tema: “Após a reforma legislativa operada pela Lei 11.719/2008, o momento do recebimento da denúncia se dá, nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, após o oferecimento da acusação e antes da apresentação de resposta à acusação, seguindo-se o juízo de absolvição sumária do acusado, tal como disposto no artigo 397do aludido diploma legal.” (STJ, RHC 54363/PE).
É importante estar atento à nomenclatura das peças. Quando estiver advogando, adote o nome que quiser. Chame resposta à acusação de defesa prévia, de defesa escrita ou de qualquer outro nome que desejar. Mas, para a OAB, a inversão do nome das peças pode custar a sua prova. Utilize a expressão “resposta à acusação” para a peça dos arts. 396 e 406 do CPP, “defesa prévia”, para aquela do art. 55 da Lei 11.343/06, e “resposta preliminar” ou “resposta escrita” (expressão da lei) para a peça do art. 514 do CPP.
2. Resposta à acusação: a resposta à acusação é uma das peças mais cobradas na segunda fase. Assim como as demais, é fácil elaborá-la – endereçamento, qualificação, fatos, tese e pedido. Contudo, pode ser extremamente trabalhosa, caso o enunciado traga muitas teses de defesa. Veja o seguinte problema:
João, buscando saciar sua fome, subtrai uma coxinha da padaria “Pão da Manhã”. O fato foi presenciado por Maria e José. O MP o denunciou pela prática do crime de furto. Citado, João procura um advogado para defendê-lo.
No exemplo, duas teses estão bem claras: o estado de necessidade e o princípio da insignificância, causas de absolvição sumária, nos termos do art. 397, I e III. Ademais, como o problema menciona duas testemunhas, o examinando deve arrolá-las. Fácil, né? Contudo, é possível torná-lo mais difícil:
João, buscando saciar sua fome, dirige-se a casa de sua mãe e subtrai um saco de arroz e um de feijão. O fato foi presenciado por Maria e José. Em inquérito policial, ao ser ouvido, João confessou a prática da conduta, mas afirmou que, no dia anterior, havia deixado um saco de arroz na casa de sua mãe, e imaginou que estava, em verdade, apropriando-se do saco de arroz que o pertence. Ademais, disse ter subtraído o feijão porque sua mãe lhe deve a quantia de R$ 10,00. O MP o denunciou pela prática do crime de furto. Citado, João procura um advogado para defendê-lo.
O exemplo é absurdo, mas demonstra o quanto a peça pode se tornar complexa: 1ª tese: escusa absolutória, do art. 181, I, do CP; 2ª tese: estado de necessidade (CP, art. 24); 3ª tese: incidência do princípio da insignificância; 4ª tese: erro de tipo (CP, art. 21); 5ª tese: nulidade no recebimento da inicial, com fundamento no art. 395, III, do CPP; 6ª tese: desclassificação do crime de furto (CP, art. 155) para o de exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345). Além disso, também devem ser arroladas as testemunhas Maria e José.
Considerando que o tempo de prova é curto, não me surpreenderia se alguém dissesse ter gasto duas ou três horas para a elaboração da peça acima. Ainda bem, a FGV não costuma pedir tantas teses de defesa ao mesmo tempo. No entanto, caso caia resposta à acusação, esteja preparado para enfrentar várias teses de defesa.
2.1. Fundamentação: em minha opinião, a resposta à acusação está prevista no art. 396 do CPP, e não no 396-A – no rito do júri, ela está no art. 406. No art. 396-A, o CPP descreve o que é possível pedir na peça, mas não a fundamenta. No entanto, para evitar dor de cabeça, fundamente a sua resposta nos dois artigos: 396 e 396-A. Caso caia resposta, acredito que o gabarito aceitará qualquer dos dispositivos isoladamente. Mas, por segurança, é melhor mencionar ambos.
2.2. Teses: as principais teses estão no art. 397 do CPP, que prevê a absolvição sumária do acusado. Caso caia resposta na segunda fase, asseguro: o gabarito pedirá mais de um dos incisos. Exemplo: o enunciado descreve um caso em que há legítima defesa e prescrição. Nesta hipótese, você deverá pedir a absolvição do réu com fundamento no art. 397, I e IV. Caso os dois incisos não sejam mencionados pelo examinando, a pontuação será parcial.
O art. 397, II: as causas de exclusão da culpabilidade, ou dirimentes, são as seguintes: a) inimputabilidade; b) ausência de consciência da ilicitude; c) inexigibilidade de conduta diversa. São exemplos de exclusão da culpabilidade o erro de proibição (CP, art. 21) e a coação moral irresistível (CP, art. 22). O art. 397 faz ressalva em relação ao inimputável, e a razão é a seguinte: caso o réu seja, por exemplo, esquizofrênico, a ponto de não ter discernimento do que fez, o juiz o absolverá (absolvição imprópria). No entanto, ele será submetido a medida de segurança. Para que se conclua pela inimputabilidade, é necessário o prosseguimento da ação para o julgamento do respectivo incidente (veja o art. 149 do CPP). Por esse motivo, não é possível absolvê-lo sumariamente, com imposição de medida de segurança, com fundamento em inimputabilidade.
O art. 397, III: o art. 397, III, do CPP demonstra claramente como o legislador não entende de Direito Penal. Contudo, para explicar o porquê desta afirmação, preciso fazer uma rápida revisão de teoria do crime: na época do colégio, aprendemos que o corpo humano é composto por a) cabeça; b) corpo e; c) membros. O crime, para a teoria tripartida (ou tripartite), é composto por a) fato típico; b) ilicitude e; c) culpabilidade. Embora seja possível a existência do ser humano sem membros, não há crime se ausente qualquer doselementos que o compõem. Logo, não há crime quando presente excludente da ilicitude ou da culpabilidade ou quando atípico o fato. Entretanto, perceba que, nos incisos I e II, o CPP fala em absolvição sumária quando existentes causas de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade, e, no inciso III, em absolvição quando o fato narrado não constitui crime. Ora, nos incisos I e II, o fato também não constitui crime, pois ausentes elementos de sua composição – a ilicitude e a culpabilidade. Então, quando será utilizado o inciso III? Como há um inciso para a ilicitude (I) e outro para a culpabilidade (II), o inciso III é a fundamentação para a absolver o réu quando atípico o fato. Dois exemplos rápidos de incidência do inciso III: quando o fato narrado é formalmente atípico (ex.: adultério) ou na hipótese de incidência do princípio da insignificância (atipicidade material).
O art. 397, IV: o inciso IV é outra mancada do legislador. NUNCA, em peça alguma, deve ser pedida a absolvição do réu por causa de extinção da punibilidade (veja o art. 107 do CP). Se, por exemplo, prescrito o crime, o pedido deve ser o de declaração da extinção da punibilidade pela prescrição, e não a absolvição. A única exceção: em resposta à acusação, deve ser pedida a absolvição sumária do acusado, com fundamento no art. 397, IV.
Pedido de rejeição da inicial:como vimos lá no começo, a resposta à acusação é a peça cabível após o recebimento da petição inicial. Portanto, em tese, não seria possível pedir a rejeição da petição inicial, como ocorre com a defesa prévia da Lei de Drogas. No entanto, veja o seguinte julgado do STJ, publicado no informativo de n. 522: “O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o juízo de primeiro grau de, logo após o oferecimento da resposta do acusado, prevista nos arts. 396 e 396-A do CPP, reconsiderar a anterior decisão e rejeitar a peça acusatória, ao constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art. 395do CPP, suscitada pela defesa.”. Portanto, caso o enunciado traga hipótese de não recebimento da petição inicial, nos termos do art. 395 do CPP, não deixe de alegá-la em sua resposta à acusação.
Exceções: as exceções estão no art. 95 do CPP: a) suspeição; b) incompetência; c) litispendência; d) ilegitimidade da parte; e) coisa julgada. Segundo o art. 396-A, § 1º, as exceções devem ser processadas em apartado. Portanto, deve o advogado oferecer a resposta e, separadamente, a petição da exceção. Por esse motivo, não há razão para alegar, no corpo da resposta à acusação, tese de litispendência, por exemplo. Na OAB, jamais será pedido para que o examinando elabore as duas peças em uma mesma prova. Então, como proceder caso o problema deixe bem claro que se trata de uma resposta, mas também traga teses de exceção? Elabore a resposta à acusação e, em seu corpo, alegue as teses que deveriam ser abordadas na petição da exceção. É errado, mas é a melhor solução. Caso isso ocorra, penso que, em recurso, seja possível reverter a situação. Mas, como não queremos confusão, faremos dessa forma, tá?
Nulidades: as nulidades estão no art. 564 do CPP, e podem ser alegadas em resposta. Ressalto, contudo, que, neste caso, o leitor não pedirá a absolvição, mas a anulação do ato viciado.
Desclassificação: o STJ tem aceito que o magistrado altere a classificação do crime no momento do recebimento da denúncia. Portanto, é possível, em resposta, pedir a desclassificação de um crime para outro – por exemplo, de homicídio para lesão corporal.
2.3. Competência: a peça deve ser endereçada ao juiz da causa. Fique atento à competência do júri, pois a fundamentação da peça é diferente – art. 406 do CPP–, e aos crimes que devem ser julgados pela Justiça Federal – veja o art. 109 da CF.
2.4. Prazo: o prazo é de 10 dias, contado da citação do réu, e não da juntada do mandado aos autos. Como se trata de prazo processual, se o último dia cair em um feriado ou final de semana, deve ser prorrogado para o primeiro dia útil seguinte. Ademais, deve ser ignorado o primeiro dia, como em qualquer prazo processual. Exemplo: se citado no dia 20, o prazo deve ser contado a partir do dia 21, tendo por fim o dia 30. A OAB costuma pedir para que o examinando informe, ao final da peça, o último dia de prazo.
2.5. Obrigatoriedade: a ausência de resposta à acusação é causa de nulidade do processo. Prova disso é o art. 396-A, § 2º, que assim determina: “Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.”. Esta hipótese acontece bastante na prática. O réu é citado, não oferece a resposta e o defensor público a oferece em seu lugar. Evidentemente, a atuação do defensor é bastante limitada, pois, em regra, ele não tem contato com o réu para a elaboração de uma boa defesa – a não ser que o réu o procure. Em alguns estados, os mandados de citação têm exigido que o oficial de justiça questione o réu a respeito de testemunhas, para que o defensor possa arrolá-las. Ainda sobre o tema, um interessante julgado do STJ: “Diante da ausência de previsão legal que ampara pedido de defensor público de requisição do acusado preso para entrevista com finalidade de formular a resposta à acusação (Art. 396, Código de Processo Penal - CPP), é correto o indeferimento do pleito pelo magistrado.” (RHC 48873/RJ).
2.6. Citação por edital: caso o réu seja citado por edital, o processo permanecerá suspenso até que ele compareça em juízo ou constitua advogado, não devendo o juiz abrir prazo para o oferecimento de resposta à acusação – veja o art. 366 do CPP.
3. Julgados selecionados:
Resposta preliminar: “1. A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça consolidou-se no sentido de que, sendo o funcionário público acusado não só da prática de crimes funcionais próprios, mas também de infrações penais comuns, não tem aplicabilidade o procedimento previsto nos artigos 513 a 518 do Código de Processo Penal.
2. Consoante se extrai da decisão que recebeu a denúncia, a ação penal em apreço foi precedida de inquérito policial, circunstância que também afasta a necessidade de apresentação da defesa prevista no artigo 514 do Código de Processo Penal, nos termos do enunciado 330 da Súmula deste Sodalício.” (STJ, HC 255736/PR).
Rejeição da inicial em resposta à acusação: “O recebimento da denúncia não impede que, após o oferecimento da resposta do acusado (arts. 396 e 396-A do Código de Processo Penal), o Juízo reconsidere a decisão prolatada e, se for o caso, impeça o prosseguimento da ação penal.” (STJ, HC 294518/TO).
Recebimento da inicial: “De acordo com o entendimento jurisprudencial sedimentado nesta Corte de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, o ato judicial que recebe a denúncia, ou seja, aquele a que se faz referência no art. 396 do Código de Processo Penal, por não possuir conteúdo decisório, prescinde da motivação elencada no art. 93, IX, da Constituição da República.” (STJ, RHC 53208/SP).
Manifestação do MP: “Conferir ao Ministério Público a oportunidade de manifestar-se acerca da reposta à acusação (art. 396 do Código de Processo Penal, com redação conferida pela Lei n.º 11.719/08) não constitui nulidade processual, por cuidar-se de mera irregularidade.” (STJ, RHC 34842/SP).
4. Modelo de resposta à acusação:
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca...
Observações: fique atento à competência. Se o processo for de competência do júri, enderece a peça ao “Juiz de Direito da... Vara do Júri”. Se competente a JF (CF, art. 109), enderece a peça ao “Juiz Federal da... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária...”. Se o problema não disser qual é a comarca, não a invente. Ademais, o uso de “Excelentíssimo”, de “Doutor” e de outras formas de tratamento não são exigidas pela banca. Fica a critério do examinando o estilo de redação a ser adotado.
RÉU, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamentono artigo 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas:
Observações: não invente informações a respeito do réu. Se o problema disser que ele se chama “João”, não acrescente um sobrenome ou coisa do tipo. Como ele já foi qualificado na denúncia, não há razão para qualificá-lo novamente. Em relação à nomenclatura, alguns manuais falam em “defesa preliminar”. No entanto, não é o termo adotado pela doutrina em geral e pelo STJ – não se espante caso a FGV anule a peça de quem utilizar termo diverso de “resposta à acusação”. Ademais, fique à vontade para incluir expressões de praxe em peças jurídicas (“muito respeitosamente”, por exemplo). Por fim, o nome da peça está em letra maiúscula, o que também não é obrigatório.
I. Dos Fatos
De acordo com a denúncia, no dia 20 de julho de 2015, o denunciado subtraiu 03 (três) linguiças do “Supermercado Araújo”, conduta presenciada pelo gerente, Manoel, e por dois caixas, Francisco e José.
Logo após consumi-las, o Sr. Réu foi preso em flagrante por policiais militares que passavam em frente ao estabelecimento no momento da conduta.
Na delegacia, ao ser interrogado, afirmou que a subtração ocorreu porque estava com “muita fome” (fl...), e que “teria morrido” (fl...) caso não comesse imediatamente.
O Ministério Público, então, ofereceu denúncia em seu desfavor, com fundamento no artigo 155 do Código Penal.
Observação: não perca tempo com o tópico “dos fatos”, pois não vale ponto. Limite-se a um resumo do enunciado, com menção ao que realmente importar para a peça.
II. Do Direito
No entanto, a acusação não merece prosperar, pois falta justa causa, conforme exposição a seguir:
a) Preliminar
Da nulidade do recebimento da petição inicial: como se vê, o acusado praticou o fato amparado por causa de exclusão da ilicitude – estado de necessidade, prevista no artigo 24 do Código Penal -, visto que a subtração se deu como última medida para evitar a morte por inanição. Destarte, a denúncia não poderia ter sido recebida, com fundamento no artigo 395, III, do Código de Processo Penal.
b) Mérito
Além disso, ainda que recebida a petição inicial, deve ser absolvido sumariamente o denunciado. Como já exposto, a conduta foi praticada com amparo em causa de exclusão da ilicitude, sendo imperiosa a absolvição sumária, com fundamento no artigo 397, I, do Código de Processo Penal.
Ademais, é inegável que a conduta se deu nos moldes do instituto da insignificância, causa de atipicidade material da conduta, devendo o denunciado ser absolvido nos termos do art. 397, III, do Código de Processo Penal.
Observações: a FGV não exige a divisão em tópicos (preliminar, mérito etc.). No entanto, acho que a estética da peça fica melhor. Além disso, fica mais fácil para identificar as teses alegadas, tornando mais fácil a vida do examinador – e reduzindo a chance de erro na correção. Ao discorrer sobre as teses, não é preciso transcrever o que diz o dispositivo, bastando mencioná-lo. Por fim, um alerta já feito em outro “post”: alegue tudo o que for de interesse da defesa, ainda que pareça absurdo. Omissões em relação ao gabarito causam perda de pontos, enquanto o excesso não gera qualquer prejuízo.
III. Do Pedido
Diante do exposto, o réu requer a rejeição da petição inicial, com fundamento no art. 395, III, do Código de Processo Penal. Caso, no entanto, Vossa Excelência mantenha o recebimento, requer a absolvição sumária do réu, com fundamento no art. 397, incisos I e III, do Código de Processo Penal, em virtude do estado de necessidade e do princípio da insignificância. Por derradeiro, caso os pedidos não sejam acolhidos, pede a intimação das testemunhas ao final arroladas.
Observação: o tópico “do pedido” é consequência lógica do tópico anterior, “do direito”. Antes de elaborar a peça, faça um rascunho do que deve ser pedido, para que nada seja esquecido. Os pedidos são pontuados individualmente. Caso um seja esquecido, a respectiva pontuação será descontada.
Pede deferimento.
Comarca..., data...
Advogado,
OAB/..., n...
Observações: o “pede deferimento” é opcional. Ademais, só mencione a comarca se o problema disser onde o processo está tramitando, senão, diga “Comarca...”. Não coloque a sua cidade de prova. Em relação à data, em resposta à acusação, a FGV costuma pedir que a peça seja datada no último dia de prazo. Fique atento! Por fim, não invente número de OAB ou nome para o advogado (ex.: “advogado Fulano”), sob pena de anulação da prova.
Rol de Testemunhas:
1. Manoel, endereço...
2. Francisco, endereço...
3. José, endereço...
Observação: em resposta, a FGV sempre cobra o rol de testemunhas ao final da peça. Não se esqueça!
�PAGE �
�PAGE �1�

Outros materiais