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Pedro Milanez Patrocínio de: Estrela / RS- Fone: (51) 3712-2033 Lorena/ SP – Fone: (12) 3152 5355 Ministrante: Pedro Milanez – (51) 9955 7560 Dinacon no Brasil Objetivos do curso • Formação de blaster de 1a, 2a e 3a categorias. • 1a categoria:Detonações Urbanas • 2a categoria: Minerações • 3a categoria: Pedreiras, Locais sem Habitações • Treinamento, reciclagem e conhecimento em geral. Conteúdo do Curso Histórico dos explosivos Explosivos Sistema de iniciação Teoria do desmonte de rocha Desmonte de rocha em céu aberto Controle de Vibrações Desmonte de rocha em subsolo Plano de fogo em céu aberto Orientações gerais Apresentação Este Manual Básico proporcionará um mínimo de informações teóricas ao pro- fissional ou ao iniciante em trabalhos de desmonte de rocha, participando direta ou indiretamente, de situações onde a utilização de explosivos se torne indis- pensável. Os conceitos aqui contidos são suficientes para transmitir conhecimentos técni- cos e de execução com segurança, e também, auxiliar aos envolvidos a otimi- zar o desmonte e minimizar seus custos. A Dinacon ao oferecer este Manual, espera que ele sirva de base para realiza- ção de trabalhos em escavação com segurança e eficiência, visando maximi- zação de resultados e aproveitamento integral dos explosivos. Histórico dos explosivos Técnica primitiva de desmonte Martelos e marretas com aquecimento e resfriamento da rocha através de fogo e da água. Evolução dos explosivos industriais: Pólvora Negra A pólvora foi o primeiro passo para o desenvolvimento de quase uma centena de produtos hoje em dia conhecidos. Sua origem provável é de uma mistura de nitrato de potássio com materiais combustíveis. A pólvora Negra é uma mistura de Nitrato de Potássio, KNO3 (75%), Carvão (15%) e Enxofre (10%). 1354: Berthold Schwarz (Monge) Utilizou uma mistura semelhante à pólvora para fins bélicos, morteiros e bombardas. A primeira notícia que se tem do uso da pólvora, como explosivo industrial, da- ta de 1627, e foi feita por Kasper Weidel em uma mina na Hungria. A pólvora negra fornece na combustão cerca de 44% de gases e 56% de subs- tâncias sólidas, as quais formam a fumaça depois da explosão. Modernamente usa–se a pólvora sem fumaça, que é constituída de Nitrocelulose pura ou mis- turada com Nitroglicerina. Nitrocelulose A Nitrocelulose é uma mistura de vários ésteres nítricos da celulose. Descober- ta em 1838 por Pelouse. De acordo com sua composição é usada em explosi- vos de alta importância (gelatina explosiva, pólvora sem fumaça). Nitroglicerina Em 1847, em Turim, Ascânio Sobero, descobriu que a Nitroglicerina tem um poder de explosão muitas vezes superior as pólvoras. Tinha, porém, o incon- veniente de apresentar perigo de explosão quando submetida a movimentos bruscos ou atrito, o que limitava as condições de segurança em seu manuseio. Em 1867, Alfred Nobel adicionou farinha fóssil dando origem a primeira dina- mite, a qual oferecia boas condições de segurança. Em 1873 surgiu a dinamite (75% de Nitroglicerina e 25% de farinha fóssil). Pura, a nitroglicerina se cair de uma altura de 0,50 m , pode detonar. Gelatina ou Blasting Em 1875 Alfred Nobel produz o “Blasting” uma mistura de Nitroglicerina e Ni- trocelulose, sendo considerada a base das Gelatinas Nitroglicerinadas usadas atualmente. Trinitrotolueno 1895 – Nobel já havia construído 90 fábricas em 26 paises. Prêmio Nobel – Instituído em 1901 pela Academia de Ciência da Sué- cia. (Física, Química, Biologia, Me- dicina, Literatura, Pacifistas). O empenho em novas pesquisas fez surgir em 1912 o TNT: explosivo muito importante usado no meio militar em escala sempre crescente, especialmente por causa de sua insensibilidade aos choques, detonando apenas por ação de iniciadores muito fortes. Anfo (Ammonium Nitrate and Fuel Oil) É um agente explosivo composto a base de nitrato de amônia, descoberto em 1947. A denominação ANFO vem do inglês Ammonium Nitrate + Fuel Oil – mis- tura de Nitrato de Amônio (94,5%) com Óleo Diesel (5,5%). Lamas Explosivas (Aquagel ou Slurry ) Surgem em 1958, uma mistura em proporções adequadas de nitrato de amô- nia, óleo diesel, água e outros produtos. Este explosivo preenche os furos to- talmente durante o carregamento. Devido a sua alta densidade e a consistência pastosa, é possível a utilização de malhas alongadas com um alto desempe- nho, possuem grande capacidade de trabalho nas rochas e materiais, boa sen- sibilidade à água, podendo ser usados em furos úmidos. Emulsões Explosivas Representam a 4a e última geração de explosivos industriais. A emulsão é resultante da mistura de uma solução oxidante, a base de água e NA, e uma solução combustível a base de óleos e emulsificantes. Depois de gaseificado são considerados explosivos de última geração; os que atualmente são mais utilizados, para as mais variadas aplicações. As emulsões explosivas são fornecidas encartuchadas em filmes de polietileno, ou, também, bombea- das diretamente nos furos através de caminhões adaptados para tal fim. Tem como característica básica diferencial em relação às lamas explosivas, o fato de apresentar em sua cadeia molecular, uma fase continua em óleo e não em água, o que confere em ganho elevado de energia total final. Algumas vantagens de emulsões explosivas; Os ANFOS necessitam de uma es- corva para detonar, devido a sua baixa sensibilidade, isto é, de um explosivo tipo emulsão ou de um reforçador para iniciar o processo. É um agente explosivo que não a- presenta nenhuma resistência à água, devendo somente ser usado em tempo e local bem seco, possui baixa densidade, fator que permite a sua utilização para o preenchi- mento de cargas de coluna a um baixo custo. - Acoplamento nos furos igual a 100%; - Agilidade operacional (150 a 250 Kg/min. Carregamento Bombeável); - Segurança no transporte, manuseio e aplicação (trata – se de um “agente ex- plosivo”); - Flexibilidade de formulações até em um mesmo furo; - Alto nível de energia; - Baixo custo de mão – de – obra; - Flexibilidade de densidade desde 0,8 g/cm3 até 1,3 g/cm3. Definição de Explosivos Explosivos são substâncias, ou misturas de substâncias químicas que, tem a propriedade de, ao ser iniciado convenientemente, sofrer transformações quí- micas violentas e rápidas, transformando–se em gases, que resultam na libera- ção de grandes quantidades de energia em reduzido espaço de tempo. O ex- plosivo utiliza esta energia para arrancar o maciço rochoso que está adiante dele, no sentido da face livre ou da linha de menor resistência. Devido à alta temperatura de detonação, o volume atingido pelo explosivo pode chegar a aproximadamente 20.000 vezes o seu volume inicial. Após a detonação, uma onda de choque percorre a rocha com uma velocidade de 3.000 a 5.000 m/s. Tipo de reações dos explosivos Combustão: É uma reação química de oxidação, ou queima que ocorre, a uma velocidade baixíssima. Esta reação ocorre por conta do oxigênio do ar. Ex. queima de pedaço de carvão. Deflagração: É uma reação de combustão de baixa velocidade (600 a 1.500 m/s), não gera onda de choque, apenas expansão de gás. Nesta reação há a participação não só do oxigênio do ar, mas também daquele intrínseco à subs- tância. Ex. Decomposição da pólvora. Detonação: É uma reação química de alta velocidade (2.000 a 8.000 m/s) queproduz rápida expansão de gás e onda de choque com grande poder de ruptu- ra. O trabalho do desmonte se dá por; 10% a 15% pela onda de choque, e 85% a 90% pela expansão dos gases. Nesta reação química de decomposição, tem a participação exclusiva do oxi- gênio intrínseco da substancia explosiva. Ao chegar a frente livre da bancada, a onda de choque tende a arremessar o material da superfície por um efeito semelhante ao que acontece com uma sé- rie de bolas de bilhar: ao golpear – se a primeira das bolas, o choque é transmi- tido por todas, sem que se movam do lugar, sendo somente a última da outra extremidade projetada para frente. Energia de ativação: É a energia mínima que um explosivo necessita para detonar. Estabilidade do explosivo: Estabilidade de um explosivo é a segurança con- tra uma detonação acidental. Propriedades dos Explosivos Velocidade de detonação; Força; Densidade do explosivo; Resistência à água; Sensibilidade de iniciação e propagação; Segurança no manuseio; Expansão gasosa; Gases tóxicos. Velocidade de Detonação: A medida com que a onda de detonação se propa- ga por uma coluna de explosivos é a sua velocidade de denotação, variando de 1.500 a 8.000 m/s. O cordel detonante, por exemplo, possui uma velocidade de detonação de 7.000 m/s; isto quer dizer que se estendêssemos uma linha de cordel detonante numa extensão de (7) sete quilômetros e a iniciássemos, esta detonaria com apenas um segundo. FORÇA: É a medida da quantidade de energia liberada por um explosivo na detonação e, portanto, da sua capacidade de realizar o trabalho. É o poder de ruptura que o mesmo gera. Bloco de Traulz – Comparativo de Força. Densidade: É a relação entre o peso do explosivo e o seu volume. A densida- de de um explosivo é importante para determinar a sua adequação para uma operação de desmonte e dependendo dos ingredientes que o compõe, os quais são devidamente dosados para obter–se o peso do explosivo e o seu volume. A densidade de um explosivo é importante para determinar a sua adequação para uma operação de desmonte e dependendo dos ingredientes que o com- põe, os quais são devidamente dosados para obter–se as densidades deseja- das. Com um explosivo de alta densidade a energia da detonação apresenta maior concentração, o que é desejável no caso de desmonte de material duro, por outro lado, se desejamos excessiva fragmentação ou a rocha é branda, explosivos de baixa densidade deverão ser usados. Ex. de densidades: = Anfo – 0,7 a 1,2 g/cm³ = Emulsão – 1,1 a1,3 g/cm³ = Dinamite – 0,8 a 1,7 g/cm³ Resistência à Água: É a capacidade que um explosivo tem de suportar a pe- netração de água dentro da sua massa sem alterar o seu desempenho na de- tonação. Podem ser classificados: a) Nenhuma resistência à água, quando não resistem a exposição; b) Boa exposição à água, quando não perdem suas características após submersos por um período de 24 horas a pressão de até 3 atm. c) Ótima resistência à água quando não perdem suas características após submersos por um período de 72 horas a pressão de 3 atm. Sensibilidade: Propriedade dos explosivos de cartuchos mais densos detona- rem porsimpatia quando próximos de uma carga escorvada detonada proposi- tadamente (Sensibilidade a Propagação Cálculo da Força: Para os explosivos mais modernos, classificados como da 4ª geração, aplicamos o modelo do cálculo da energia, onde a mesma é calculada através de técnicas esta- belecidas sobre regras da termodi- nâmica, seguindo estritamente os princípios químicos e matemáticos. A importante obtenção no modo que estas representam a teoria disponível para o mundo, onde o explosivo as- sume 100% de eficiência. Explosivos eficientes variam de 30% a 90%. Segurança ao Manuseio: É importante que os explosivos possam ser manu- seados sem o menor risco, sob condições adversas na sua aplicação. Expansão gasosa: Os explosivos industriais em função de suas característi- cas químicas desenvolvem maior ou menor quantidade de gases na detona- ção. Podemos considerar de: a) Baixa expansão gasosa: todo aquele que desenvolver até 800 litros de gases por kg de explosivo detonado; b) Alta expansão gasosa: todo aquele que desenvolver mais de 800 litros de gases por kg de explosivo detonado Os principais gases que resultam da detonação de um explosivo não são tóxi- cos: o dióxido de carbono (C02); o nitrogênio (N2); e o vapor d’água (H2O). Além destes podem aparecer goses tóxicos tais como o monóxido de Carbono (CO); e o Óxido de Nitrogenio (NO e NO2). Gases Tóxicos: Quanto aos gases tóxicos desenvolvidos durante sua detona- ção os explosivos industriais podem ser classificados em três categorias: Cat. A - Desenvolvem até 30 litros de gases tóxicos por kg de explosivo. Cat. B - Desenvolvem entre 30 e 60 litros de gases tóxicos por kg de explosivo. Cat. C - Desenvolvem acima de 60 litros de gases tóxicos por kg de explosivo. Resistência ao Armazenamento: Intervalo de tempo que os explosivos po- dem ficar estocados sem perder as qualidades e sem ocorrer a sua deteriora- ção. Varia normalmente de seis meses a um ano, dependendo do produto e do fabricante. Resistência ao Choque: Propriedade do explosivo de não detonar quando submetido a certos choques acidentais. A espoleta tem pouca resistência ao choque; o cordel detonante tem uma maior resistência ao choque; os explosi- vos nitroglicerinados têm uma regular resistência ao choque. Exudação: Quando armazenados por longos períodos ou sob condições cli- máticas desfavoráveis, os explosivos podem vir a exsudar (“suar”, desprender material líquido de sua massa). O líquido exsudado pode ser água com sais diluídos, ou nitroglicerina, ou óleos. Para sabermos se é nitroglicerina ou não, podemos fazer alguns testes: 1 – Com o auxilio de um alfinete, retira-se uma gota deste líquido exsudado e a colocamos num copo d’ água. Se for nitroglicerina, ficará depositado no fundo do copo; Se forem óleos ou parafinas, sobrenadará na água do copo; Se forem nitratos, a água do copo fica turva. 2 – Ao invés do copo d’ água, pode-se fazer uso de um pedaço de papel ab- sorvente, do tipo mata–borrão, deixando a gota de o líquido umedecer este pa- pel; então atea-se fogo ao papel observando-o se este queimar com uma cha- ma forte e viva, como a da pólvora ao queimar, indica que é nitroglicerina. Caso o fogo não se propague no papel, trata–se de água com sais dissolvidos. Uma vez que seja constatada que o líquido exsudado proveniente das caixas é nitroglicerina, o fabricante deve ser imediatamente comunicado para que pro- ceda à retirada e destruição do material. O paiol cujo piso apresentar manchas de nitroglicerina deve ser inteiramente lavado com a seguinte solução: 1,5 litros de água; 3,5 litros de álcool; 1,0 litros de acetona; 500 gramas de sulfeto de sódio (60% COMERCIAL). É preferível dissolver o sulfeto de sódio em água antes de acrescentar o álcool e a acetona. Deve–se espalhar bastante quantidade desta solução no piso para garantir a completa dissolução da nitroglicerina. Podemos classificar os explosivos da seguinte forma: a) Explosivos primários ou iniciadores: são substâncias que necessitam de pequena quantidade de energia, excitados por agentes externos para iniciar o processo de decomposição, que é sua detonação. Utilizados como iniciadores de cargas maiores de explosivos secundários. Ex: Espoletas, estopim, cordel detonante, etc. b) Explosivos secundários ou de ruptura: São os explosivos propria- mente ditos. são substâncias mais estáveis que os primários o que signi- fica que necessitamde maior quantidade de energia para iniciar o pro- cesso de detonação. Essa energia normalmente é fornecida pela ação direta da detonação do explosivo primário. Ex: dinamite, gelatinas, AN- FO, lamas, etc. Alguns materiais podem atuar tanto como explosivos primários, como explosi- vos secundários em um processo de detonação. É o caso da nitropenta que no cordel detonante atua como explosivo primário ou iniciador e em cargas espe- ciais atua como secundário em trabalho de detonação. Granulados Possuem formato de grãos, geralmente de carbonitratos como explosivo bási- co. Necessitam de um alto explosivo para iniciar a detonação de explosivo pulveru- lento. Características: • Baixa densidade; • Nenhuma resistência à água; • Facilmente manuseáveis a granel; • Adequados a carregamentos pneumáticos (ANFO LOADER, devido aterra- mento do equipamento ao solo e é obrigatório o uso de mangueira de carrega- mento antieletrostático dos furos); • Aplicados como carga de coluna, desmonte a céu aberto, desmontes subter- râneos. Ex.: Dinapron EPP, EPS e EPM. Emulsões Explosivas São agentes explosivos que depois de gaseificados possuem uma consistência que facilita o carregamento de furos inclinados em vários tipos de desmontes. Não possuem nitroglicerina em sua composição, sendo então muito estáveis e seguros. Os gases resultantes da denotação não causam efeitos fisiológicos (dores de cabeça, náusea, etc.). Explosivos Bombeáveis São emulsões, lamas, pastas explosivas e granulados que podem ser bombe- ados diretamente nas perfurações através de equipamentos montados sobre caminhões. São extremamente seguros, pois somente após terem sido injeta- dos nos furos, é completada a reação química que propicia a explosão. Permitem grande rapidez no carregamento, sendo apropriado para desmontes em larga escala e em furos de grandes diâmetros. A detonação destes explosi- vos é auxiliada por um reforçador (booster). Sistema de iniciação Acessórios Para Detonação São dispositivos empregados para iniciar cargas de explosivos, transmitir cha- ma para iniciar uma explosão ou propagar onda explosiva de um ponto para outro ou de uma carga para outra. Origem dos iniciadores 1831: Willian Bickford Inglaterra inventa o estopim, colocando um núcleo contí- nuo de pólvora em um cabo de juta e cordões. 1863: Nobel inventou a espoleta, que consistia em um pequeno tubo de vidro preenchido com pólvora negra. Possuem elevada resistência à água e são utilizados para desmonte em qualquer tipo de rocha. Ex.: Dinapex. Substituição da pólvora por fulminato de mercúrio em um tubo de cobre. No século 20 foi trocado o fulminato de mercúrio por azida de chumbo. Novos iniciadores surgiram no século 20 como espoleta elétrica e cordel detonante, e mais tarde, o sistema não elétrico e iniciadores eletrônicos. • Não-Elétrico • Elétrico • Eletrônico Estopim: essencialmente é um filamento de pólvora enrolado e protegido por fio ou fita que pode ser ou não alcatroado (com algodão), encerando ou com revestimento plástico. A propriedade principal dos estopins, é conduzir na ex- tremidade oposta a em que foi aceso, um sopro ou chama capaz de provocar a detonação de uma espoleta. Contém 7g/m de pólvora e queima de 130 a 150 segundos por metro. Espoleta comum nº 8: Contém 0,8 gramas de explosivos, na proporção de 40% de carga primária(azida de Chumbo) e 60% de carga secundá- ria(nitropenta). Conjunto Espoleta/Estopim (Espoletados) É um estopim de comprimento definido, tendo numa extremidade uma espoleta nº 8, e na outra uma massa de acendimento rápido, acionado por chama. O amolgamento do espoletado se dá através de equipamento de precisão, ofere- ce garantia de iniciação. Vantagens no uso de espoletados: Economia de tempo de operação; Redução do número de falhas devido ao amolgamento perfeito; Rapidez no acendimento, proporcionando maior segurança; Redução nas perdas do estopim por falha de corte ou sobras não utilizá- veis; Eliminação do risco de acidentes, na operação de amolgamento da es- poleta. Espoleta Elétrica: A espoleta elétrica é praticamente igual a espoleta simples. A única diferença é o fato de possuir uma resistência elétrica (squibb) em con- tato com o explosivo primário, sendo ativado por uma corrente elétrica de 0,5 ampere. Existem dois tipos de espoletas: Instantânea e de Retardo. Na de retardo, existe um elemento de espera que atrasa a detonação; a utiliza- ção deste tipo de espoleta permite a detonação de cargas explosivas segundo uma seqüência previamente determinada. Recomendações de uso: a) Utilizar fonte e energia adequadas; b) Manter a espoleta em curto–circuito até sua aplicação; Sistema Não Elétrico É um tubo oco de plástico com uma pequena película de material explosivo nas paredes internas. O tubo tem diâmetro de 3 mm externo e 1,5 mm interno, con- tendo de 8 a 12 mg/m de ciclo-tetra-metileno-tetranitrato (HMX) e alumínio. A detonação desta mistura gera um gás de alta velocidade (onda de choque). Numa ponta se encontra uma espoleta de retardo variando de 0 a 2750 MS e na outra ponta um conector plástico com 1/3 da carga da espoleta nº 8. Características: Dimensões: diâmetro interno – 1,5 mm; Diâmetro externo – 3,0 mm; Misto pirotécnico gerador de plasma: 8 a 12 mg/m; Velocidade de transferência de plasma: 1.000 m/s a 2000 m/s; Elemento de iniciação: espoleta simples, cordel detonante e acionador específico; Absoluta segurança – insensíveis ao atrito, choque e impacto sob condi- ções normais de trabalho em minas ou obras; Não é iniciado por transmissões de rádio – freqüência, correntes parasi- tas ou energia estática; Ausência de ruído e circuitos elétricos. Espoleta Eletrônica O detonador eletrônico apresenta o mesmo layout e diâmetro de uma espoleta elétrica de retardo convencional. Contém, em média, 790 mg de PETN (Tetra Nitrato de Penta Eritritol), como carga de base, e 90 mg de azida de chumbo, como carga primária, ponte de fio de alta resistência (inflamador) e um circuito eletrônico que contém um micro- chip inteligente e dois capacitores eletrônicos - um para assegurar a autonomia do detonador e o segundo para iniciar o inflamador. Cada detonador contém um microchip, possibilitando estabelecer o tempo de retardo através da unidade de programação individualmente, segundo a con- veniência e a necessidade da seqüência de saída dos furos. Benefícios: Alta precisão no tempo de retardo ( 3 ms); Todos detonadores são idênticos, podendo os tempos de retardo serem programados livremente e a qualquer instante; O sistema permite a detecção de possíveis falhas nas ligações, sugerin- do medidas de correção. As ligações dos furos são facilmente efetuadas, não necessitando de mão-de- obra especializada; Por não ser necessária a utilização de retardos de superfície, ocorre uma redução considerável nos custos com acessórios de iniciação; Redução do nível de vibração e ultralançamento dos fragmentos rocho- sos, em função da grande precisão que evita a sobreposição dos tem- pos de retardo; Redução do nível de ruído e pulso de ar, pela iniciação ser elétrica; Melhor fragmentação da rocha em função da precisão e da grande fai- xa de tempo de retardo (de 1 até 6000 ms) e da possibilidade de escolha do tempo de retardo pelo usuário; Seguro, por ser insensível a cargas estáticas e eletromagnéticas; Aumento da eficiência do explosivo, pela iniciação ser pontual; Reduçãoda necessidade de estoque de espoletas, visto que todas são idênticas. Cordel Detonante Segurança: O detonador eletrônico é imune à eletricidade estática, a sinais de rádio e à detonação pré- matura pelos detonadores apresen- tarem as seguintes características eletrostáticas e eletromagnéticas, respectivamente: 2000 pF – 10 KV – 0 , 150 KHz a 1 GHz/40 V/m. Tem por finalidade iniciar cargas explosivas em função da detonação de seu núcleo; portanto não transmite chama como o estopim de segurança, mas ga- rante a detonação de toda uma coluna de carga explosiva. Consiste num núcleo cilíndrico de explosivo (Nitropenta) envolvido por uma camada protetora de fibras têxteis e PVC que lhe assegura resistência à tra- ção, impermeabilização à água, óleo e outros líquidos. A explosão do núcleo do cordel detonante precisa ser iniciada por uma espole- ta. Sua velocidade de detonação é da ordem de 7.000 m/s. Generaliza-se hoje a utilização do cordel detonante, principalmente pelas van- tagens que apresente, tais como: Segurança no manuseio; Eficácia na iniciação; Garantia de uma iniciação praticamente instantânea e ao longo de toda carga de coluna. Retardos Para Cordel Detonante As detonações realizadas com cordel detonante podem ser retardadas conve- nientemente pela aplicação do elemento de retardo para cordel detonante. Este consiste de um tubo plástico, no qual em suas extremidades é preso o cordel. Dentro do tubo são colocadas duas cargas explosivas e dois elementos de re- tardo. A detonação de uma das pontas do cordel se propaga à carga explosiva contínua, a qual inicia o elemento de retardo do outro lado. Quando o elemento de retardo acaba de queimar, provoca a detonação imedia- ta da carga a seu lado, a qual se transmite ao resto da linha – tronco. O tempo de queima deste é necessário para o retardamento na detonação. Existem retardos de 5, 10, 20, 30, 50 e 100 mili–segundos (ms), dentre outros. O tipo de retardo escolhido dependerá do plano de fogo. A ligação do retardo é muito simples. Basta que nos pontos adequados cortemos a linha - tronco e a prendamos no retardo por meio de cunhas plásticas nele existentes. Desta forma não será necessário fazer–se qualquer nó, tornando–se o encaixe mais econômico. Os elementos de retardo devem ser ligados o mais próximo possível da linha de furos que irá ser detonada com atraso. Por precaução, devem ser introduzidos na linha - tronco apenas pouco antes de efetuar–se a detonação. Além disso, como as suas cargas explosivas podem ser detonadas por um for- te impacto, deverão ser protegidos durante o trabalho, em local seguro, para evitar que caiam sobre os mesmos, pedras ou objetos pesados. A função dos retardos e suas vantagens O retardo é um dispositivo criado para fornecer uma diferença de tempo entre dois segmentos de uma ligação detonada simultaneamente; originando uma seqüência de detonação dos furos em um plano de fogo. A utilização de retardos numa detonação proporciona os seguintes efeitos: Retardos entre linhas: • O uso de retardos entre linhas facilita o lançamento do material, propiciando uma pilha de material mais baixa e espalhada; • O alívio criado entre a linha da frente e a linha de trás, melhora o arranque do fundo do furo, diminuindo o surgimento de repé e problemas de ultraquebra; • A diferença de tempos entre os furos provoca uma diminuição na onda de choque, dispersada no maciço rochoso, diminuindo a vibração do terreno. Retardos entre furos de uma mesma linha: • Melhora da fragmentação; • Diminuição da vibração do terreno; • Diminuição do lançamento horizontal. A escolha dos tempos de retardos Saber escolher os tempos de retardos a serem utilizados numa detonação é uma tarefa que requer sobre tudo experiência e conhecimento do comporta- mento do maciço a ser desmontado. Por isto, o resultado de cada detonação deve ser analisado com cuidado e as observações anotadas nos planos de fo- go, juntamente com o croqui da ligação, pois servirão de dados para as próxi- mas detonações. Normalmente, pode-se dizer, que para os retardos entre linhas, quanto maior o tempo de retardo, maior o alívio e conseqüentemente maior à distância de lan- çamento. No caso de retardos entre furos da mesma linha, quanto maior o tempo de retardo menor à distância de lançamento perpendicular á linha deto- nada. Retardos de maior tempo podem ser utilizados nos furos do canto para gerar um maior alívio da frente destes furos, melhorando o arranque desta porção mais engastada e diminuindo a ultraquebra lateral. Outro caso especial onde o uso de retardos é bastante útil é nas detonações onde o comprimento da face livre é muito pequeno em relação a maior dimen- são da área a ser detonada; como nos casos do fogo de trincheira. Geralmente, as seguintes observações são válidas: Menores tempos de retardo causam pilhas mais altas e mais próximas a face; Menores tempos de retardo causam mais a quebra lateral do banco (end break); Menores tempos de retardo causam onda aérea; Menores tempos de retardo apresentam maior potencial de ultralança- mento (fly rock); Maiores tempos de retardo diminuem a vibração do terreno; Maiores tempos de retardo diminuem a incidência da quebra para trás (back break). Reforçadores ou Boosters A espoleta antes descrita não tem capacidade de iniciar agentes detonantes ou explosivos pouco sensíveis ao choque. Há, por isso, necessidade de ser usado outro iniciador de maior potência. Para explosivos pouco sensíveis, como ANFO e nitrocarbonitratos em geral, a brisância das espoletas não é suficiente, e há necessidade do uso de reforça- dores ou boosters. O reforçador normalmente é utilizado em conjunto com o cordel detonante e ou S.N.E consta de dois elementos explosivos: o primário, ou cerne, que é iniciado pelo cordel e o secundário, ou amplificador, que dá a brisância necessária ao conjunto. Os reforça- dores são fabricados em diversos diâmetros de acordo com o diâmetro do furo no qual será utilizado e em Este possui um furo, através do qual se faz passar o Cordel ou S.N.E. O núme- ro de reforçadores em cada furo, e a distância entre os mesmos, é determinado no plano de fogo. Escorvas Com a finalidade de ativar a massa explosiva, coloca–se em contato com a carga um conjunto contendo um dispositivo qualquer de detonação, o qual constitui a escorva. Normalmente corresponde a um cartucho de dinamite no qual vai inserida uma espoleta simples ou elétrica, ou mesmo cordel detonante. Preparo das Escorvas Na preparação das escorvas, o seguinte cuidado deve ser tomado: 1) A espoleta ou cordel não pode sair do cartucho – escorva; 2) A espoleta deve ficar na posição mais eficaz e segura no cartucho – escor- va; 3) Os fios dos dispositivos elétricos, ou não, de detonação e o estopim não de- vem estar sujeitos a esforços ou dobras acentuadas que possam danificá–los; 4) A escorva deve ser resistente à água, quando necessário; 5) O conjunto cartucho – escorva deve ser carregado facilmente, de modo con- veniente, seguro e na posição perfeita junto à carga; 6) Os cartuchos – escorva não devem ser cortados ou socados. O furo para a introdução do dispositivo iniciador deve ser executado com fura- dor adequado (haste pontuda, de madeira, bronze, alumínio ou outro metal não faiscante, com cabo de madeira) e suficiente grande para que não haja neces- sidade de forçar o dispositivo iniciador do cartucho ou deixá–lo com alguma parte fora. Escorva de Cartuchos de explosivos a) Espoleta Comum com Estopim de Segurança: variadasgramaturas. A espoleta deve ser inserida no centro do cartucho de explosivo e orientada segundo seu eixo longitudinal, sendo colocada de modo a não ser prejudicada pelo tamponamento. Devemos evitar dobras e nós no estopim. Acendimento de Estopins • Não tente acender um número de estopins exageradamente grande; • Velocidade de queima: 140 seg/m; • Planeje a divisão de trabalho; • Não utilize instrumentos que podem ter sua chama apagada facilmente; • Acender estopins de menos de 0,5m, pode ser uma operação suicida; • No caso de acender 3 ou mais estopins, usar um sistema de alarme que indique quando deverá abandonar a área. b) Sistema não Elétrico no Explosivo: A espoleta deve ser inserida no centro do cartucho de dinamite e orientada se- gundo seu eixo longitudinal, sendo colocada de modo a não ser prejudicada pelo tamponamento. Devemos evitar dobras e nós nos tubos. c) Cordel Detonante com Explosivo: Não há necessidade de escorvas especiais com o cordel detonante, o qual ini- cia qualquer cartucho em seu contato no furo. Como normalmente se utiliza o cordel para iniciar toda a coluna de explosivos, é necessário que o mesmo atinja o fundo do furo, para tanto é conveniente amarrá–lo ao primeiro cartucho ali colocado. Recomenda–se iniciar a preparação das escorvas antes da operação de carre- gamento dos furos. Teoria do desmonte de rocha Existem diversas correntes científicas que tentam explicar as reações que ocor- rem em um desmonte. Alguns fenômenos começaram a ser medidos e concei- tuados há pouco tempo, como esforços dinâmicos e mecanismos de fratura. Resistência mecânica das rochas: • É a propriedade da rocha opor-se à ruptura quando submetida à ação de uma carga estática ou dinâmica. A resistência determina a eficiência da rocha em manter o seu arranjo original, ou seja, em manter coesos os seus componentes. • A tensão de ruptura de uma rocha é o valor de tensão na qual a rocha ou o maciço rochoso inicia o processo de falência segundo mecanismos de cisalhamento, tração e compressão. Dureza da rocha em função da resistência à compressão Rocha Escala Mohs (p/ minerais) Resistência à Compres- são da rocha (MPa) Muito Dura 7,0 > 200 Dura 6,0 – 7,0 120 – 200 Medianamente Dura 4,5 – 6,0 60 – 120 Razoavelmente Macia 3,0 – 4,5 30 – 60 Macia 2,0 – 3,0 10 – 30 Extremamente Macia 1,0 – 2,0 < 10 Mecanismo de Fragmentação das Rochas: O objetivo principal da utilização de explosivos em mineração e ou em constru- ção civil, é fragmentar rochas, e isto se dá basicamente através da velocidade de detonação do explosivo e expansão de gases. O processo de detonação da rocha ocorre em vários estágios, sendo: Fase Dinâmica É o impacto da energia de choque seguindo por rápida expansão de gás. (Há perda de uma boa parte da energia do explosivo na forma de calor e ruído). Quando uma carga de explosivo confinada detona ocorre: a) Iniciação ou Ignição; b) Alta pressão durante a decomposição do explosivo que provocam micro- fraturamento (5 ms); c) Ondas compressivas do centro do furo em todas as direções (20 ms). d) Quando as ondas compressivas atingem a face livre, são refletidas na forma de ondas de tração. Se as ondas forem maior que a tensão de ruptura da rocha essa será fragmentada, que é o objetivo do desmonte. e) Depois de fraturada, a rocha sofre ação da pressão dos gases liberados na detonação, provocando o seu deslocamento, ou seja, o lançamento( 50 ms). Pressões geradas pelos explosivos A detonação de uma carga explosiva contida em um furo gera pressões instan- tâneas que podem atingir níveis que variam de 2 a 8 GPa, dependendo das características e quantidades do explosivo utilizado. Desmonte a Céu Aberto Conceito O conceito a céu aberto corresponde ao conjunto de operações que se verifi- cam na superfície, com a finalidade de lavrar uma pedreira (rochas) ou mina (minerais metálicos ou não metálicos). O trabalho de desmonte de um maciço rochoso pode ser visto como um pro- cesso no qual, com a aplicação de cargas explosivas em condições previamen- te estudadas, conseguimos reduzi-lo de maneira a uma pilha de fragmentos com forma e dimensões desejadas. Desmonte em Bancadas O método mais comum em desmonte a céu aberto é o da detonação em ban- cadas. O tipo de equipamento e os planos de fogo para perfurações em banca- das são, em vários aspectos, mais simples que nas perfurações de túneis (subsolo) – Há uma série de fatores que devem ser levados em conta, para a obtenção dos melhores resultados possíveis. Em um desmonte em bancadas podemos visualizar os seguintes elementos: Terminologia Bancada: forma dada ao terreno rochoso pelos fogos sucessivos e constantes, composta de topo, praça e face; Altura da bancada (H): é a altura vertical medida do topo a praça da bancada; Afastamento (A): Distância entre a face da bancada e uma fileira de furos ou distância entre duas fileiras de furos; Espaçamento(E): Distancia entre furos da mesma linha; Profundidade do furo (h): é o comprimento total perfurado que, devido á incli- nação e da sub–furação, será maior que a altura bancada; Ângulo de furação (α): é o ângulo de inclinação dos furos; Subfuração (SF): é o comprimento perfurado abaixo da praça da bancada ou do “Graide” a ser atingido. Carga de Fundo (CF): é uma carga reforçada, necessária no fundo do furo onde a rocha é mais presa; Carga de Coluna (CC): é a carga acima a de fundo: não precisa ser tão con- centrada quanto a de fundo já que a rocha desta região não é tão presa; Tampão (T): parte superior do furo que não é carregado com explosivos, mas sim com terra, pedrisco (mais aconselhável) ou outro material socado cuidado- samente que tem a finalidade de evitar que os gases provenientes da detona- ção escapem pela boca do furo, diminuindo a ação do explosivo; Razão de Carregamento (RC): é a quantidade de explosivo usada para deto- nar um certo volume de rocha; Perfuração Específica (PF): é a relação de metros perfurados por metros cú- bicos de rocha detonada. a) Bancada b) Altura da bancada (H) c) Afastamento (A) d) Espaçamento (E) e) Profundidade do furo (h) f) Ângulo de Furação () g) Subfuração (SF) h) Carga de fundo (CF) i) Carga da Coluna (CC) j) Tampão(T) Furação: A seleção dos equipamentos de furação é feitas em função dos níveis de pro- dução desejada e do plano de lavra estabelecida. As furações são feitas meca- nicamente com diferentes tipos de perfuratrizes, desde os marteletes manuais até as perfuratrizes pneumáticas e hidráulicas, montadas sobre esteiras com lança de avanço. Transportadas manualmente em pequenas distâncias e em caminhões. PERFURATRIZ SOBRE TRATOR: trator de esteiras acionado por ar comprimi- do, brocas de 27 a 45 mm e bits de 52 mm até 90 mm, perfuratrizes de cerca de 30 kg, avanço de corrente, consumo de ar cerca de 17 m³/min e 7 kg/cm2. Aceitam bits DTH com martelo de fundo. Muitas alternativas quanto à tamanhos. Existem com duas perfuratrizes traba- lhando com o mesmo sistema de ar. Angulação frontal ou lateral muito versátil. Ângulo de furação Inclinação dos furos Perfuratrizes MANUAIS são u- sadas em: pequenas pedreiras, pequenos cortes rodoviários, serviços que exijam pequena produção mensal, desmonte de matacões e aprofundamento de escavação para fundações, fo- gachos em pedreiras, perfura- ções esporádicas em jazidas para pavimentação e acaba- mento de cortes e valas de dre- nagem. Paredes de bancadas cominclinação diferente da perfuração, cuidados devem ser tomados contra ultralançamentos das rochas da área do pé da bancada ou com as vibrações gerados por grandes afastamentos. Área 1► Região de baixa razão de carga > Possibilidade de geração de repé. Área 2► Região de alta razão de carga > Possibilidade de ultralançamentos. Diâmetro dos furos Caso a razão de carga do plano de fogo esteja no limite, a situação provável é que o desmonte não seja bem sucedido. A não observância da redução do diâmetro torna o carregamento com explosi- vos bombeáveis difícil com muita sujeira de explosivo espalhado pela bancada e uma imagem de descontrole. Profundidade do furo Todos os furos devem ser medidos suas profundidades principalmente para carregamento com explosivos bombeavam. Cuidado com a média da profundidade, furos com excesso de perfuração e outros menos perfurados, podem manter a média da profundidade ideal, mas levar a um desmonte de má qualidade. Detonação Secundária A detonação secundária corresponde à operação de desmonte realizada, nor- malmente, logo após a detonação principal, visando a fragmentação dos gran- des blocos ou “matacos” que apareceram devido à formação irregular das ro- chas. Tem por objetivo facilitar a remoção do material detonado e sua introdu- ção no britador. O Desmonte do repé recebe também a denominação de deto- nação secundária, quer seja feito separadamente, quer seja detonado junta- mente com o fogo principal. Bloco Perfurado Neste método perfura–se o bloco geralmente com um martelete pneumático manual, e carrega-se o furo com carga suficiente para produzir a fragmentação desejada. João de Barro Neste método, o explosivo em quantidade suficiente para romper o “mataco”, deve ser posicionado na superfície do bloco. Quando detonado o explosivo é emitida uma onda de choque, que resulta na ruptura do “mataco”. “Buraco de Cobra” Utilizado quando o macacão se encontra principalmente enterrado. A utilização de espoleta comum e estopim é, provavelmente mais barata, mas envolve certos riscos, entre os quais, a tendên- cia dos homens demorarem na área do fogo, antes de procurar abrigo.. O método João de Barro é utilizado: a) Quando não se dispõe de material de perfuração; b) Quando a rocha for muito dura e difícil de perfurar; c) Para economizar tempo. É neces- sário que o “mataco” se encontre na superfície ou ligeiramente enterrado. É feito um furo junto ao “mataco”, com tamanho suficiente para a inserção do explosivo, de tal for- ma que o mesmo fique em conta- to com o bloco. O cartucho escor- va deve ser o último a ser introdu- zido, completando o preenchi- mento do furo com um tampão de terra muito bem socado. A carga é de ordem de um a dois cartu- chos de 1 “x 8”, para cada 30cm Fogo de Repé Algumas vezes em função de deficiências da detonação primária, o arranque da rocha no nível da praça não se dá por completo originando assim algumas saliências também chamadas “peitos” que necessitam ser removidos por deto- nação posterior, denominado Fogos de Repé. Para a detonação de repé utili- zam–se marteletes de 1”, com furos que ultrapassem 0,30 m o nível da praça e malha quadrada de perfuração, com afastamento de no máximo 80% do com- primento do furo. Pré Corte É um tipo de detonação especial que se caracteriza pela abertura de uma fen- da em um maciço rochoso para, desta forma, separar a parte que vai ser deto- nada e removida daquela remanescente da escavação. de espessura do “mataco”, medi- do entre a carga e o ponto oposto a ela. O pré corte, nada mais é do que a detonação instan- tânea de uma linha de fu- ros paralelos e coplanares ao longa da superfície de corte que se quer criar, com carga explosiva con- trolada, para causar o mí- nimo possível de abalos ou trincamentos no maciço rochoso. Escavações de Valas É muito freqüente nas obras rodoviárias, a necessidade de escavar valas em rocha para a implantação de drenagem profunda nos cortes. Outros serviços de engenharia civil poderão exigir a escavação de valas em rocha, como, por exemplo, a construção de adutoras de água potável, coletoras de esgoto, etc. Em se tratando de valas estreitas, isto é, com até 1 m de largura no fundo, du- as linhas de furos paralelas distantes de 0,15 a 0,30 m das bordas das paredes laterais da vala, são suficientes. Essas perfurações poderão estar dispostas uma em frente à outra ou alternadas, ou ainda, inclinadas em direção à face livre da vala. As perfurações deverão prolongar–se de 0,30 a 0,50 m abaixo do nível do fun- do da vala. Em casos de rochas muito duras pode–se utilizar sub-furação mai- or, de até 0,90 m. São geralmente obtidos bons resultados com dinamites de força 40% e gelatinas com força de 40% a 60%, ambos os casos possuindo parte de nitrato de amônia na composição. A razão de carregamento é alta e situa – se entre 0,500 Kg/m³ e ou, 2,00 Kg/m³, dependendo das condições da rocha. O diâmetro das perfurações é de 7/8”(22mm) para as perfuratrizes manuais, nas montadas sobre carreta ou trator devem ser de 1.1/2” a 2. 1/2”. Existe no mercado um equipamento dotado de duas perfuratrizes e dois mastros de a- vanço montados sobre um trator de esteiras, que permite a perfuração simultâ- nea de dois furos, sendo de grande utilidade no desmonte de valas. As articu- lações dos braços aos mastros de avanço possibilitam executar os furos ne- cessários ao desmonte concluído. Desmonte de rocha em sub solo O aproveitamento do sub-solo, tanto em obras públicas quanto na mineração, exige a realização de abertura de travessas, chaminés, poços, galerias, etc... Há duas razões para a escavação subterrânea: 1) Utilização do espaço escavado. Ex: armazenamento e transporte; 2) Uso do material escavado. Ex: operações mineiras Os fundamentos da detonação subterrânea são praticamente os mesmos da executada a céu aberto, reflexão das ondas de choque na face livre, seguida pela expansão dos gases da detonação. A diferença maior é o engastamento da rocha considerando que normalmente se tem apenas uma frente livre e a razão de carga necessária é muito maior para que se tenha um arranque satisfatório. Abertura dos Túneis A escavação em subsolo: túneis, galerias, poços, cavernas, etc., tem conduzi- do os técnicos e especialistas a vários conceitos em vista da literatura teórica existente, que provocam algumas contradições em função da experiência rela- tada de cada autor. A diferenciação de qualquer equipamento irá mudar todo o plano de fogo para que os resultados do desmonte se adaptem as possibilidades de limpeza e es- tabilidade das paredes. Basicamente na detonação para abertura de túneis temos que gerar uma cavi- dade, ou seja, uma segunda frente livre, geralmente localizada na região cen- tral, conhecida como pilão, por onde começa o desmonte. É de fundamental importância o correto dimensionamento do pilão, pois o a- vançamento de toda a secção dependerá quase que exclusivamente do de- sempenho do pilão. Os Fatores que mais poderão alterar um Plano de Fogo são: - Tamanho da Seção - Forma da Seção - Equipamento de Perfuração - Equipamento de Limpeza - Tempo para Execução - Tipo e Consistência da Rocha - Tipo de Revestimento - Finalidade Terminologia Galeria – espaço obtido pela escavação de um túnel. Galeria – Piloto – primeiro espaço criado em uma detonação em subsolo para posterior alargamento. Abóbada – forma dada à área superior do túnel para oferecer maior estabilida- de. Possui a forma de um semicírculo. Seção – é a área transversal do túnel Seção– Plena – é aplicar o Plano de Fogo de forma que após o desmonte o túnel ofereça seção e o contorno final desejado. Pilão – é a primeira área a ser afetada pela detonação. Nele estarão dispostos planejadamente furos vazios e carregados com a finalidade de criar a frente livre inicial do desmonte. Os pilões podem estar localizados em posições diferentes, conforme veremos: • Pilão Próximo ao Contorno Este pilão se adapta a túneis pequenos e tem a vantagem de economia de per- furação. • Pilão no Centro Inferior Este pilão forma uma pilha no centro e bastante compacta. A fragmentação é maior que a normal e o consumo de explosivos é baixo. • Pilão no Centro Superior Este pilão apresenta uma boa fragmentação, a pilha fica menos compacta e o consumo de explosivos é maior que os outros. Ainda podemos citar: - Pilão com Furos Paralelos; - Pilão com Furos Desviados (em cunha). Furos de Alargamento – são os furos que aumentam a face livre criada pelo Pilão, estes furos são os mais importantes, pois deles resultarão todo o traba- lho desejado na escavação. Um dimensionamento errado destes, resultará em um péssimo avançamento. Furos de Contorno – também cha- mado de Smooth Blasting ou fogo cuidadoso. A perfeita aplicação destes furos e da carga dos mes- mos irá oferecer maior segurança economia em materiais de revesti- mento. Avanço – é a área útil obtida com o plano de fogo, ou seja, a relação entre os metros lineares avançados e a profundidade perfurada. O tipo de pilão mais utilizado é o de furos paralelos com furos alarga- dos. Todos os furos são paralelos uns aos outros. CONTROLE AMBIENTAIS Vibração Parte da energia da detonação propaga-se através do maciço pela vizinhança, sob forma ondulatória, gerando vibrações que podem dependendo de sua in- tensidade causar danos as pessoas e as estruturas próximas. Recomenda-se que sempre, que realizamos desmonte com explosivos, obser- ve-se o nível de vibrações resultante procurando reduzi-lo ao mínimo, pois, desta forma estaremos não só contribuindo para a maior proteção ambiental, mas, também melhorando a eficiência do trabalho realizado. EQUIPAMENTOS DE REGISTROS O equipamento mais comum para medição das vibrações e da acústica é o sismógra- fos portáteis, que se encon- tra no mercado, de várias marcas e com os softes já adaptados aos níveis permi- tidos de vibração e ruídos daquele país. Sismógrafo sismotec 3.000 As ondas oriundas das detonações são as longitudinais ou primárias (ondas P) e as transversais ou secundárias (ondas S). As velocidades com que estas ondas P e S propagam-se pelo maciço são ca- racterísticas de cada rocha, sendo maiores para as compactas e menores para as menos compactas ou alteradas. As ondas P são mais velozes que as ondas S. A tabela a seguir apresenta alguns valores das velocidades para os tipos mais freqüentes de rochas. Pressões geradas pelos explosivos A detonação de uma carga explosiva contida em um furo gera pressões instan- tâneas que podem atingir níveis que variam de 2 a 8 gpa, dependendo das ca- racterísticas e quantidades do explosivo utilizado. Perturbações originadas durantes os desmontes de rochas por explosivos RUÍDO CAUSAS DA ONDA AÉREA Controle de Vibrações PLUGUES PARA RETER POR MAIS TEMPO OS GASES DA DETONAÇÃO LINHA SILENCIOSA DETONADOR ELETRÔNICO GERAÇÃO DE POEIRAS CALIBRAGEM ANUAL LEI DE PROPAGAÇÃO AJUSTADA PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA A OBTENÇÃO DA LEI DE ATE- NUAÇÃO DO TERRENO V 1 = 45 mm/s D 1 = 35 m Q 1 = 60 kg V 2 = 23 mm/s D 2 = 70 m Q 2 = 60 kg V 3 = 12 mm/s D 3 = 105 m Q 3 = 60 kg Controle de Vibrações PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA A OBTENÇÃO DA LEI DE ATENUAÇÃO DO TERRENO Caso fosse utilizado um retardo entre as linhas, a carga máxima por espera passaria a ser de 1140kg (10 furos x 114 kg). Dessa forma a nova velocidade de vibração seria de: smm Q D V /5,9 1140 305 320320 6,16,1 Velocidade de vibração em função da distância (D) e da carga máxima por espera (Q) Distância do local do desmonte à estrutura de preocupação: 200 m. Carga máxima por espera para um critério adotado. DISTÂNCIA REDUZIDA (DR) A distância reduzida é um desenvolvimento da lei de propagação da United States Bureau of Mines (USBM), e constitui um meio prático e efetivo no controle da vibração. A distância reduzida é definida pela relação: DR D Q Controle de Vibrações Situações excepcionais na norma ABNT NBR 9653 Quando por motivo excepcionai, houver o impedimento da realização do moni- toramento sismográfico , pode ser considerada atendida essa Norma com re- lação à velocidade de vibração de partícula de pico, se for obedecida uma dis- tância escalonada que cumpra com as seguintes exigências: DE 40 m/kg0,5 para D 300 m Vibração:Para os locais onde não se conhece o comportamento sísmico, a norma brasileira, NBR 9653 recomenda que se utilize, para cálculo de carga máxima por espera, o critério de Distância Escalonada(DE), ou seja, o valor algébrico calculado pela fórmula abaixo. DE = d/Q 0,5 Onde: - d é a distância em metros entre o ponto de medição e o ponto mais próximo de detonação; - Q é a carga máx. por espera de explosivo em kg. Vibração:DE deve ser maior ou igual a 40 para minimizar o risco de dano por vibração nas estruturas vizinhas. Q = (d/DE)2 Vibração: A velocidade das partículas é medida para determinar a magnitude da vibração da detonação. Podemos estimar esta vibração usando a seguinte fórmula: Onde: V = Velocidade máxima da partícula (mm/s); K = Coeficiente numérico relativo à rocha; D = Distância da carga ao local a ser medido(m); Q = Carga máxima por espera(kg); B = Constante relativo à rocha e o Local( -1,6). Velocidade de partícula X Danos ABNT – A veloc. max. da partícula não pode ultrapassar a 15 mm/s. Exemplo: Assuma que um valor seguro (imposto por lei) seja de DR = 60. Uma pedreira normalmente usa uma carga máxima de 350 kg por espera. Uma nova casa está sendo construída a uma distância de 300 m do local do desmonte. As condições de desmonte são seguras? DR D Q 300 350 16 Sendo 16 < 60, o desmonte não será seguro, pois, existe a probabilidade de danos. Controle de Vibrações A que distância ou qual a carga máxima por espera que deve ser utiliza para satisfazer o padrão legal de segurança? Cálculo da distância, assumindo uma carga máxima de 350 Kg: 60 350 1122 D m Cálculo da carga máxima por espera, assumindo uma distância de 300 m: 60 300 25 Q kg Para um bom controle das vibrações, as seguintes recomendações devem ser observadas, segundo a USBM: DR > 50 Condições de vibrações seguras (não há possibilidade de danos às estruturas das residências . 25 < DR < 50 Cautelas devemser tomadas (rever o plano de fogo). DR < 25 grande possibilidade de danos às estruturas. Controle de Vibrações CONTROLE DA FREQÜÊNCIA DE VIBRAÇÃO DO TERRENO As freqüências naturais das estruturas residenciais variam de 4 a 28 Hz. Des- montes de rochas que gerem freqüências de vibração do terreno nessa faixa, podem gerar o fenômeno da ressonância, isto é, o valor da velocidade de vi- bração das estruturas pode ser amplificada de 2,5 a 8 vezes. EFEITO DA RESSONÂNCIA NA RESIDÊNCIA v1 = 10 mm/s v2 = 30 mm/s 3 X 20 m Controle de Vibrações EFEITO DA RESSONÂNCIA NA RESIDÊNCIA Ultralançamento: É o fenômeno do lançamento excessivo de alguns fragmentos da detonação. Razões: RC exagerada; Alta concentração de carga explosiva; Pouco afastamento; Fendas; Desvio de furos; Altura do tampão. Ultralançamento: Afastamento Ultralançamento: Fendas Controle de Vibrações ULTRALANÇAMENTO CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO Melhor matacões do que o ultralançamento Tempo de retardo insuficiente • Muito confinamento na • segunda linha • A direção mais fácil de movimento é para cima Tempo de retardo insuficiente 1 2 • Muito confinamento na • segunda linha • A direção mais fácil de movimento é para cima Controle de Vibrações CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO Linhas iniciadas fora de ordem 2 1 Controle de Vibrações CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO VAZIOS (excesso de explosivo) Controle de Vibrações CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO Desvio do furo • Insuficiente afastamento no pé da bancada, resultando em excessiva razão de carregamento CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO Controle de Vibrações Afastamento irregular CAUSAS DO ULTRALANÇAMENTO Controle de Vibrações PARA REDUZIR A POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DO ULTRALANÇA- MENTO DOS FRAGMENTOS ROCHOSOS RECOMENDA-SE • evitar a sobrescavação no desmonte anterior; • usar plugues para o melhor confinamento dos gases; • não utilizar tampão muito curto; • registrar e informar todas as anomalias ocorridas durante a perfuração da rocha (material muito macio, presença de cavernas); • não usar tempo de retardo muito curto entre as linhas (verificar a se- qüência de saída dos furos através das filmagens dos desmontes); Controle de Vibrações CÂMARA ULTRA-RÁPIDA E DETALHE DO SOFT PARA REDUZIR A POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DO ULTRALANÇA- MENTO DOS FRAGMENTOS ROCHOSOS RECOMENDA-SE • em material extremamente fraturado substituir, quando possível, o ex- plosivo bombeado pelos encartuchados; • para evitar a formação de boca de lobo na face da bancada, supervisio- nar e orientar o operador da escavadeira; • verificar, através do Laser Profile, as irregularidades da face da bancada para corrigir as quantidades de explosivos antes dos desmontes; Controle de Vibrações LASER PROFILE PARA O PERFILAMENTO DA FACE DA BANCADA PARA REDUZIR A POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DO ULTRALANÇA- MENTO DOS FRAGMENTOS ROCHOSOS RECOMENDA-SE • reduzir a carga de explosivo na região que apresenta um pequeno afas- tamento ou colocar espaçadores (tampão intermediário); • limpar a bancada antes da perfuração; • não amarrar os acessórios de iniciação à rocha, e sim à estacas de ma- deira. • Para evitar os desvios do furo utilizar haste e bit guia HASTE OU TUBO GUIA EXEMPLO DE PERFURAÇÃO COM HASTE GUIA Remover as rochas soltas antes de perfurar a bancada SISTEMA INTEGRADO PARA INSPECIONAR OS FU- ROS ATRAVÉS DE VÍDEO BORE TRAK PARA A VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE DA PERFURAÇÃO DETONADOR - TEMPO NOMINAL VERSUS TEMPO REAL PROBLEMAS NO DESMONTE DE ROCHA DETECTADO PELO MONI- TORAMENTO Recomendações para uma boa relação com a comunidade • Não realizar detonações a partir das 17:00 h. • Realizar programas assistenciais e de colaboração com a comunidade. • Informar a comunidade (através de reunião com a associação de bairro) as ações realizadas pela empresa para reduzir os problemas ambientais gerados durante os desmontes de rochas. • não realizar desmontes secundários com o uso de explosivos Recomendações para uma boa relação com a comunidade não utilizar cordel detonante na amarração das minas; manter as vibrações do terreno abaixo dos 4 mm/s; reduzir o número de detonações por semana; procurar não dirigir a frente de detonação para o receptor passível de dano. CONCLUSÕES Atualmente, os profissionais que atuam na atividade de desmonte de rocha por explosivos possuem diversos recursos para reduzirem os problemas ambientes gerados durante os desmontes de rochas. Para mitigar esses problemas é preciso uma maior qualificação dos responsá- veis pelos desmontes para reduzir os níveis de perturbações a um custo razoá- vel. É recomendável um trabalho de informação e de relações públicas por parte dos responsáveis pelos desmontes, que em alguns casos, pode ser mais eficaz do que a realização de estudos por parte de especialistas na matéria. Orientações gerais Segurança A busca constante de novos produtos, o desenvolvimento tecnológico nesse setor, visa trazer maior tranqüilidade a todos os usuários que exercem as ope- rações com uso de explosivos , sejam elas nos desmontes de rochas, no ma- nuseio, armazenamento, fabricação ou transporte. A seguir passamos a discorrer sobre algumas recomendações sobre seguran- ça, que envolvem os operações com uso de explosivos e seus acessórios de detonação. Plano de Fogo Um plano de fogo deve ser simples, mas completo, devido ao risco de erro. Um profundo conhecimento e entendimento dos requisitos de um fogo são essen- ciais para a segurança e o sucesso deste plano. Se o Blaster não for experien- te, um assistente técnico deve ser consultado. Quando se projetam detonações com alta Razão de Carregamento, deve ser conhecido o risco de ultralançamento e tomadas às ações de controle. Os explosivos só devem ser utilizados sob as condições para as quais foram destinados (temperatura, sensibilidade à iniciação, resistência à água e pressão hidrostáti- ca, etc.). A equipe de carregamento deve constantemente inspecionar os produtos para localizar danos, vazamentos ou anormalidades antes do carregamento. Nunca utilize um produto suspeito. Planejamento Nele prevemos o tempo disponível para as atividades de detonação, número e experiência dos cabos de fogo e ajudantes, e imprevistos com um tempo extra. Quando possível, deve–se ter uma boa coordenação entre o encarregado da detonação e a equipe de perfuração. Deve–se consultar a previsão do tempo antes do início das atividades de car- regamento. A área de detonação deve ser evacuada se uma tempestade elétrica se apro- ximar durante o tempo que o explosivo estiver no local do carregamento. Carregamento Quanto ao carregamento a equipe deve estar com os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) corretos, tais como: • Capacete, • Protetor Auricular, • Óculos de segurança, • Cintode segurança, • Luvas, • Capa, • Corda. A equipe de detonação deve ter à sua disposição todas as ferramentas neces- sárias para manusear explosivos com segurança. A seguir uma lista de suges- tões: • Trena, balança, canivete, furador de cartucho, lanterna, • Tinta fluorescente, sinais de tráfego. • Kit de primeiros socorros, água potável. O encarregado deve reunir a equipe para discutir sobre segurança antes do início do carregamento, abordando sobre os seguintes tópicos: • Identificar o encarregado; • Revisão da previsão do tempo; • Breve descrição dos parâmetros do carregamento; • Delegar responsabilidades; • Revisar os potenciais de risco; • Rever os equipamentos necessários; • Rever a seqüência de carregamento; • Ouvir alguma sugestão da equipe; • Rever o plano de emergência e evacuação; • Enfatizar Segurança e qualidade; • Enfatizar que cada um é uma pessoa de segurança. O local a ser carregado deve ser revisto pelo encarregado e o pessoal do car- regamento, enfatizando os seguintes itens: A. Condições da face e dos afastamentos na crista; B. Profundidade e condições dos furos; C. Medição da altura da bancada; D. Diferença entre projeto e a execução; E. Diâmetro dos furos; F. Presença de blocos soltos. Antes do início do carregamento, todos os sinais e avisos devem ser instala- dos. Relâmpagos e raios são causas potenciais de ignição prematura para qualquer sistema de iniciação e produtos explosivos. Todo funcionário novo, ou sem experiência deve trabalhar sob a supervisão direta do encarregado. Todos os funcionários não envolvidos na ligação do sistema devem ficar de fora da área durante a operação e nunca assistindo a mesma. Isolamento da Área O encarregado deve sugerir que toda a equipe e o pessoal da mina façam revi- são do isolamento da área e do plano de emergência. Neste plano devemos: Identificar o cabo de fogo licenciado e qualificado que vai detonar o fogo; Identificar o refúgio (direção e distância da detonação); Especificar a área limite a ser isolada Designar pessoal qualificado para isolar a área; Especificar o sinal de isolamento da área; Especificar os métodos de isolamento para evitar penetração durante o isolamento (deve-se delimitar a área de risco, assim entendido como qualquer obstáculo que impeça o ingresso de pessoas não autorizadas); Designar os pontos de guarda e assegurar que todos os guardas saibam onde é seu posto, descrevendo suas autoridades; Especificar o tipo de proteção para os guardas; Assegurar que todos os guardas tenham identificação visual, bandeiro- las, equipamentos de proteção individual e um método de comunicação com o cabo de fogo. Descrever o tipo, duração e intervalo do sinal de detonação: 1. Aviso de pré – detonação; 2. Detonação; 3. Liberação da área. Assegurar freqüência livre e silêncio no rádio durante os sinais de deto- nação, a menos que haja uma razão para tal (quando utilizando espoleta elétrica); Descrever o plano de emergência no caso de ferimentos decorrentes da detonação ou outro evento; Descrever os procedimentos em caso de falha de explosivo ou acessó- rio. O refúgio para o cabo de fogo deve estar localizado fora do alcance de um ul- tralançamento. O cabo de fogo é a única pessoa autorizada a permanecer na área de isolamento. As posições mais favoráveis são: Direção oposta ao movimento da rocha (para trás da detonação); Nunca em frente a faces livres; Nunca próximo de crista ou pé de uma bancada. A proteção para o cabo de fogo deve ser bem feita. Carros, caminhonetes, ca- minhões ou outro veículo não são apropriados para proteção. O refúgio deve ter pelo menos: telhado e três lados fechados, com entrada ao fogo; deve su- portar o impacto de uma rocha pesada vinda do fogo (deve ser feito em locais onde se permita a construção – pedreiras ou mineradoras). O cabo de fogo deve se comunicar com o encarregado, com o responsável pe- lo isolamento e com os guardas para conferir a situação do isolamento antes de iniciar a detonação, a qual deve ser efetuada preferencialmente no final do expediente. Todas as pessoas responsáveis pela guarda da área isolada devem ser treina- das para suas funções. É recomendada que os guardas usem roupas fluores- centes, bandeirolas, avisos e rádio. O cabo de fogo deve observar de sua posição, toda a área isolada antes de iniciar a detonação. Para aumentar a segurança da área de isolamento, criar postos de observação com contato via rádio com o cabo de fogo. Medidas de Segurança Após o Fogo a) nenhuma pessoa deverá ser autorizada a retornar à área de fogo antes que todos os gases tóxicos tenham sido dissipados b) nas minerações subterrâneas, o retorno à área de fogo poderá ser abreviado por: - ventilação adequada; - molhando–se com água a pilha de material desmontado; c) o tempo de espera para a área de fogo depende se a detonação foi feita a céu aberto, ou em subsolo. Na verificação do resultado do desmonte, deve – se aguardar entre 10 e 20 minutos e é feita primeiramente pelo responsável (blaster). Este, após a inspe- ção, liberará a área para continuidade dos serviços. Verificação de Falhas (Negras) a) a constatação de uma falha na detonação poderá se dar através: - do resultado do desmonte; - da presença de explosivos não detonados; - de espoletas não detonadas; b) uma falha pode ser causada por: - escorvamento mal feito; - estopim, cordel detonante ou explosivo deteriorado; - ligações mal feitas; - avarias no circuito, na utilização de espoletas elétrica; - explosão gerando pouca corrente, na utilização de espoletas elétrica; - furos roubados; - falha na fabricação dos materiais; - etc. c) procedimentos de segurança na presença de falhas: - não tente investigar uma nega imediatamente; - não permita que os trabalhos de carga, transporte e furação sejam iniciados sem antes resolver o problema; - não tentem retirar os explosivos do furo por meio mecânico. Sugere–se um jato de água (ar comprimido + água) para retirar ou dessensibilizá–lo (se for possível); - cuidados adicionais deverão ser tomados se o explosivo ainda estiver escor- vado; - não se deve fazer furação em locais que possam atingir furos falhados; - pode–se resolver o problema da falha; introduzindo–se uma nova carga es- corvada e detona–lá; - não aproveite furos remanescentes para continuar a furação. Em resumo Esperar pelo menos 30 minutos, o isolamento deve ser mantido durante o tem- po de espera. Cabo de fogo: a) Avaliar a extensão da falha; b) Desenvolver plano para completa correção da falha; c) Registrar em relatório a posição da falha, e tentar solucionar possíveis futuras falhas, evitando que a mesma se repita. Na redetonação de fogo falhado, aumente a área de isolamento, para evitar ultra lançamento. Plano de Emergência: É recomendável que pelo menos um membro da equipe seja treinado em pro- cedimento de primeiros socorros. Uma lista de emergência deve estar disponí- vel para a equipe no caso de emergência médica. Prever os procedimentos de notificação para os supervisores e familiares em caso de emergência. Transporte de Explosivos Existem regras para todas as etapas dos produtos controlados. Todo Blaster deve conhecer. No caso do transporte de explosivos e seus acessórios, quer da fábrica para o revendedor quer deste para o usuário, só pode ser feito depois de autorizada à guia de tráfego. Normas Gerais O motorista de qualquer veículo de carregamento de explosivo deve sinalizar qualquer movimento do veículo. Alarme de marcharé deve ser instalado em veículo de transporte de explosivos (para prestadora de serviços. Verificar antes de sair para transportar explosivos: motor, chassis, freios, dire- ção, sistema elétrico, carrocerias, triângulo e extintor (verificando pneus a cada 100 Km ou a cada 2 (duas) horas). Com relação à documentação: verificar a validade da carteira de habilitação, documentação da carga e do veículo para evitar futuros transtornos, visto que você está transportando produtos perigosos. O itinerário deve ser considerado importante. O trajeto deverá ser de menor movimento, evitando locais de possível congestionamento. Sina- lizar o veículo com bandeirolas, etiquetas e adesivos. Quando acontecer “pane” no veículo, estacionar em local adequado, co- locar o triângulo, manter o público curioso longe do veículo, explicando com educação a situação. Não estacionar a menos de 100 (cem) metros de pontes, viadutos, habi- tações ou locais de trabalho. Velocidade máxima do veículo deve ser de 80 (oitenta) Km/hora em ro- dovia. Nunca fumar quando estiver trabalhando ou transportando explosivos e nem permitir que outros fumem, através de placas com dizeres “É proi- bido fumar” que possam ser observados por todos. Em caso de dúvida sempre perguntar, não tomar decisões precipitadas. Procurar se possível não parar durante o trajeto. Não transportar explosivos com acessórios no mesmo veículo, apenas fazer este transporte se tiver uma caixa apropriada. Quando em obras ou mineração, o veículo de explosivos e acessórios possui trânsito preferencial. Regulamentação para Transporte Por serem os Explosivos produtos controlados pelo Ministério do Exército e considerados perigosos para transporte, os explosivos além das normas co- muns de transporte estão também sujeitos à legislação própria. Os transportes rodoviários de explosivos e acessórios estão, em nosso país, sujeito a seguinte legislação: - Decreto Nº 55.649, de 28 de janeiro de 1965 (R – 105 do Ministério do Exérci- to). - Decreto Nº 2.063, de 06 de outubro de 1983. - Decreto Nº 96.044, de 18 de maio de 1988. - Portaria Nº 291, de 31 de maio de 1988, do Ministério dos Transportes. Recomendações importantes do R – 105 O transporte de explosivos obedecerá às regras de segurança, a fim de limitar, tanto quanto possível, os riscos de acidentes, que são: - Da quantidade do material transportado; - Do tipo da embalagem; - Da arrumação da carga; - Das condições de marcha e estacionamento; - Deverão ser rigorosamente verificados, quanto às condições adequadas de segurança, todos os equipamentos empregados nos serviços de carga, trans- porte e descarga. - Salvo casos especiais, os serviços de carga e descarga de explosivos serão feitos durante o dia e com tempo bom. - Será proibida a presença de estranhos nos caminhões que transportem ex- plosivos. - Para viagens longas, os caminhões terão dois motoristas que se revezarão. - Tabuletas visíveis serão afixadas nos lados e atrás dos caminhões, com o dizer “Cuidado Explosivo” e serão colocadas bandeirolas vermelhas. Recomendações do Decreto Nº 96.044 Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, limpeza e descontaminação, os veículos e equipamentos utilizados no transporte de ex- plosivos deverão portar rótulos de risco e painéis de segurança específicos, de acordo com as Normas Brasileiras NBR – 7500 e NBR – 8286. O condutor de veículo utilizado no transporte de explosivos, além das qualifi- cações de trânsito, deverá receber treinamento específico em órgão credencia- do pelo Ministério dos Transportes. O Veículo que Transportar Explosivos deverá Trafegar Acompanhado da Se- guinte Documentação: - Nota Fiscal - Guia de Tráfego - Ficha de Emergência - Envelope para o Transporte Para fins de transporte, os explosivos são considerados como carga perigosa e de acordo com a classificação da ONU para produtos perigosos para transpor- te, estão classificados na classe 1. Classe 1, somente para explosivos, esta subdividida em 5 subclasses, em or- dem crescente de risco: 1.1 – risco de explosão em massa. 1.2 - risco de projeção, sem risco de explosão em massa. 1.3 - risco de fogo, pequeno risco de projeção, sem risco de explosão em mas- sa. 1.4 – sem risco significativo. 1.5 – substâncias muito pouco sensíveis, só detonam com iniciação muito forte. Os veículos de transporte deverão conter placas em todos os ângulos indican- do o grupo de risco, o número de identificação é uma letra que designa o grupo de compatibilidade. Normas Para Administração de Paiol Armazene somente explosivo neste local. Não armazene espoletas sim- ples e elétricas, materiais inflamáveis, ferramentas ou outros tipos de u- tensílios metálicos nos paióis de explosivo. Manuseie com cuidado as caixas de explosivos. Não as deixe cair, nem os impulsione. Não use cintas de embalar metal para manobrar caixas de explosivos. Armazene as caixas de dinamite com a tampa para cima. Os explosivos do tipo e marca correspondente devem ser guardados juntos e com marcações bem visíveis para facilitar sua identificação, de forma que o material de mais tempo em estoque seja utilizado em primeiro lugar. Sempre embarque, despache e use com prioridade o estoque mais anti- go. Não utilize ferramentas de metal para abrir ou fechar caixas de explosi- vos, se estes entrarem em contato com o explosivo, o mesmo poderá ser iniciado. No caso de caixas de papelão poderão ser empregadas pa- ra cortar a fita – lacre. Não deixe explosivo soltos pelo paiol nem abra ali as caixas de explosi- vos. Quando necessário o uso de luz artificial, utilize unicamente lanterna de segurança. Não fume nem porte fósforo, isqueiro ou outro material inflamável, nem permita que os outros o façam dentro do paiol de explosivos. Proíba disparos de tiros ou porte de armas de fogo e munições dentro ou nas mediações do paiol. Mantenha o interior do paiol sempre limpo e o terreno ao redor livre de folhas, capim, vegetação de qualquer espécie, lixo e detritos a fim de e- vitar incêndios. As goteiras no telhado e paredes do paiol, assim como quaisquer outros na estrutura do mesmo, devem ser imediatamente concertados. Mantenha constante vigilância para averiguar as embalagens que apre- sentem avarias, exudação ou defeitos. Coloque–as a um lado do paiol e notifique o fabricante, comunicando a causa provável. Não utilize caixa de dinamite vazia dentro ou nas proximidades do paiol. Mantenha a porta do paiol sempre trancada, salvo quando houver carga e descarga. Ante a aproximação de tempestade os depósitos devem ser fechados e o pessoal afastado até o termino do fenômeno atmosférico. As caixas de dinamite devem ser dispostas em pilhas do seguinte forma: o alojadas em estrados de madeira; o afastadas das paredes e do teto para assegurar boas condições de circulação de ar; o separadas entre si para permitir a passagem, entrada e saída de caixas com segurança; o ter altura máxima de dois metros ou 7 caixas, prevalecendo o menor valor; o ter o rótulo indicando o nome do produto, as especificações e da- ta de chegada no depósito; o as pilhas devem ser dispostas em filas da seguinte forma: afasta- das das paredes no mínimo 10 cm, do teto 70 cm e de outras filas 60 cm; 18 – Para qualquer depósito serão exigidas a manutenção de vigia per- manente e a proteção contra incêndios. 19 – Para os paióis de primeira qualidade (permanente) será exigida a instalação de pára – raios. Recomendações Importantes Essas recomendações, quando observadas, contribuem em muito para um de- senvolvimento eficiente
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