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CONTABILIDADE SOCIAL

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CONTABILIDADE SOCIAL
AULA 1: ASPECTOS METODOLÓGICOS PRELIMINARES
Entender o conceito e a importância da contabilidade social.
Classificar as transações relevantes e discutir as suas agregações, utilizando-se a moeda.
Definir as contas nacionais a partir de um marco estrutural teórico.
Descrever e comparar as relações entre a contabilidade social e a macroeconomia.
Descrever sobre a mensuração dos agregados econômicos, explicando o que são as variáveis fluxos.
Economia:
 Sabendo-se que os recursos produtivos são escassos e que, devido a isso, os indivíduos, a sociedade e o país devem fazer escolhas de modo a produzir e distribuir, da melhor maneira possível, o resultado da produção para satisfazer as necessidades humanas.
 A economia é a ciência que estuda a escassez.
 Dada a escassez dos recursos existentes de produção, associada às necessidades ilimitadas dos seres humanos, originam-se os chamados problemas econômicos fundamentais:
O QUE;
COMO?
QUANTO;
PARA QUEM?
 O modo (ou a administração da casa) como a sociedade irá tentar resolver tais problemas depende da forma da organização que se faz da economia de um país, ou seja, do sistema econômico de cada nação, de cada sociedade.
 Um sistema econômico é definido, de maneira geral, como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade.
 No caso do sistema capitalista (ou de uma economia de mercado), tem-se, no processo de produção (mais especificamente), a atividade central para se organizar esse sistema econômico, definindo as trocas e os setores institucionais (de produção) relevantes ao país e que participam ativamente desse processo, sabendo-se que os ajustes de preços e das quantidades ocorrem para balancear os fluxos das mercadorias que são transacionadas no mercado.
 Devido à diversidade cada vez maior da produção de mercadorias (ou de bens e serviços e de fatores de produção), tornou-se necessário a criação de um elemento a fim de facilitar esta dinâmica.
 Moeda é o elemento comum de troca funcionando como um instrumento que permite o intercâmbio das mercadorias e que é utilizado como denominador comum de valores de produção.
 Nesse sentido, em função das (várias) necessidades humanas, dos problemas econômicos e do modo de produção que existem em uma sociedade, com o processo de produção (capitalista), ocorre uma série de fluxos na forma de trocas econômicas e que acabam trazendo vantagens aos participantes dessa sociedade.
Trocas econômicas:
 Destaca-se que as trocas econômicas possibilitam a divisão do trabalho e desta deriva-se a especialização e a possibilidade de empregar máquinas, equipamentos, instalações etc., criando novas possibilidades de aumento da produção. Com a utilização da moeda, então, consegue-se aglutinar e quantificar monetariamente os intercâmbios existentes das mercadorias em uma sociedade ou em um país. Nessas condições, tem-se como incumbência quantificar monetariamente a produção por meio de um método específico, relacionado a um trabalho de investigação que permita hierarquizar os fatos econômicos (observados pela própria produção do país, pelas condições das trocas econômicas) de modo a ordená-los, classificá-los, agrupá-los e quantificá-los de forma sistemática, lógica e coerente. E é nesse sentido que se passa a ter ideia da importância da Contabilidade Social (ou Contabilidade Nacional ou Contas Nacionais).
 A Contabilidade Social ou Contabilidade Nacional se enquadra como um instrumento especial de estatística econômica.
 São objetivos da Contabilidade Social:
A mensuração e classificação sistemáticas (e interligadas) que permitem a compreensão.
A estimativa.
A contabilização (em contas) das atividades econômicas de uma sociedade.
 A contabilidade nacional também pode ser interpretada como uma técnica estatística para análise macroeconômica, que possibilita a mensuração empírica dos modelos teóricos estudados no campo da teoria macroeconômica. Melhor dizendo, a contabilidade nacional é um instrumento estatístico de mensuração dos agregados econômicos (ao longo de um determinado período de tempo).
 Por outro lado, a Contabilidade Social preocupa-se, mais especificamente, com a medição desses agregados, sendo uma técnica estática que registra contabilmente, em determinado período de tempo, a atividade produtiva realizada entre os diversos setores (ou agentes) institucionais do sistema econômico (de um país), apresentando sinteticamente informações cifradas em unidades monetárias.
 No sistema de contas nacionais, é comum utilizar o Produto Interno Bruto (PIB) como a melhor medida de desempenho ou da riqueza da atividade econômica de um país.
 Essa medida estatística tenta resumir em uma única conta (ou cifra) o valor corrente de toda essa atividade. Melhor dizendo, com o PIB procura-se medir a renda total (ou as remunerações) de todas as pessoas (ou agentes) da economia, bem como a despesa total na produção de bens e serviços.
 Seja pela ótica da renda, seja pela ótica da despesa, percebe-se que o PIB é uma medida de desempenho econômico e, como tal, contabilmente, observa-se que ambos os valores (renda e despesa) expressam a mesma “coisa”, a mesma medida e, no plano da economia como um todo, a renda deve ser igual à despesa que é igual ao PIB.
 Por essa situação, e dado o que se descreveu anteriormente sobre os fluxos das mercadorias, este fluxo, na verdade, pode ser chamado de fluxo circular da renda. 
 Para facilitar a visualização a respeito do fluxo circular da renda, vamos considerar um modelo (extremamente) simplificado, onde se tem um país com apenas dois setores, isto é, empresas e famílias.
 As famílias compram os bens e serviços (o produto) das empresas; estas utilizam uma parte da renda que advêm das suas vendas para pagar salários de seus trabalhadores; e o restante são os lucros (assim como juros e alugueis) dos donos das empresas que são integrantes das famílias. Nesse sentido, as despesas com as mercadorias acabam fluindo das famílias para as empresas, e a renda na forma de salários e lucros (como os juros e alugueis) circula das empresas para as famílias.
 O PIB, portanto, mede o fluxo de reais (R$) desta economia.
 Melhor dizendo, em função do que foi explicado anteriormente, e por meio da demonstração desse desenho, pode-se calcular o fluxo circular da renda de duas maneiras: o PIB é o total da renda advinda da produção de bens e serviços que é igual à soma de salários e lucros (da mesma maneira como os juros e os alugueis), assim como o PIB é o total gasto com os bens e serviços.
 Desse modo, pode-se descrever que o fluxo de reais (R$) pode ir de:
 EMPRESAS FAMÍLIAS
 
 Sabendo-se que a equivalência entre a renda e a despesa decorre da regra da contabilidade:
 Toda despesa tem a sua contrapartida na produção. Ao mesmo tempo, toda a transação econômica que afeta a despesa deve afetar a renda, e toda a transação que afeta a renda deve afetar a despesa.
AULA 2: DEFINIÇÕES CONCEITUAIS
Definir produção.
Relacionar a produção com a divisão social do trabalho.
Explicar valor adicionado e o processo de formação do produto final.
Definir renda e relaciona-la com a produção.
Explicar os tipos de remunerações.
Relacionar renda, consumo e acumulação.
Discutir o papel da contabilidade social na mensuração da produção, da renda e da acumulação.
Atividades Econômicas:
 As atividades econômicas, nas quais os agentes econômicos estão envolvidos e que são objeto e natureza do estudo da contabilidade social, destacam-se principalmente pelas suas categorias (ou contas) mais significativas que são:
A produção;
O consumo;
A acumulação (renda).
 O conceito de produção (econômica) relaciona-se à criação de todas as “coisas” econômicas (bens e serviços) com utilidades necessárias à sociedade, independentemente dos seus modos de produção.
 A ideiade produção atualmente está também identificada à complexa organização existente das etapas interpostas decorrentes da maior especialização e divisão social do trabalho. 
 Novas dimensões da atividade produtiva são formadas diversificando e processando-se em um número cada vez mais amplo de bens e serviços, fazendo com que a contabilidade social tenha uma metodologia que compreenda e mensure adequadamente o esforço social de produção.
 A produção, na verdade, é um processo transformativo no mundo de hoje, estando incluídas neste processo as atividades realizadas por empresas de distribuição e de comercialização, pois estas atividades são também produtivas, porquanto criam mais valor monetário de produtos, assim como mais utilidades para a sociedade de um determinado país.
 Nesse sentido, o sistema econômico é alimentado e realimentado por uma série de produtos que são transformados pelas unidades produtoras, ou seja, pelas diversas empresas existentes.
 Há, no âmbito da produção das empresas, produtos para alimentar o seu processo produtivo, ditos insumos, e que sofrem sucessivas transformações, pelas quais chegam a converter-se em produtos finais. A produção constitui, então, uma longa cadeia de redes e de fases, nas quais há transformações de produtos em outros produtos, incorporando progressivamente características com que se deverão apresentar no mercado quando os produtos estiverem para serem utilizados.
INSUMOS INDÚSTRIA (processos de produção) PRODUÇÃO FINAL DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
 Pela contabilidade nacional, costuma-se medir, na prática, o que cada ramo de atividade adicionou ao valor do produto final no país, em cada etapa do processo produtivo.
 O adicionamento no valor do produto final (conceituado como valor adicional) é a forma mais operacional para medir o produto, assim como para se mensurar a geração de renda da economia do país. O valor adicionado em cada setor é igual à soma das remunerações do capital (lucros) e do trabalho (salários).
 Paralelamente à produção (de um país), a geração de renda é uma atividade decorrente da especialização e da divisão do trabalho. Estas se desenvolvem no processo produtivo de um sistema econômico e ficam associadas à utilização da moeda como instrumento que efetiva os diferentes tipos de transações econômicas.
 Na diversificação da realização da produção de mercadorias (por meio da especialização e da divisão do trabalho), são empregados (e mobilizados) os chamados fatores (ou recursos) de produção. Os mesmos conduzem a economia de um país a pagar remunerações em função do custo que se tem pela utilização destes fatores. A produção dá, assim, nascimento à geração de renda.
 O somatório dessas remunerações classificadas em: salários, juros, aluguéis e lucros concorrem para a feitura da produção nacional.
Salários - São as remunerações pelo fator trabalho;
Juros - Incidem sobre o uso do capital e da capacidade administrativa e empreendedora do empresário, auferidos pelas empresas.
Lucros – gerados pela utilização dos recursos financeiros de propriedade das famílias.
Aluguéis - (ou mesmo os arrendamentos pelo emprego do fator terra) Gerados pelo uso de imóveis. 
 A contabilidade nacional mensura as várias etapas de que são constituídos os produtos do país e o resultado monetário de geração de renda devido às contribuições de todos os agentes que participaram do esforço social de produção.
Geração de Renda:
 É um processo econômico atribuído ao somatório de remunerações pagas aos proprietários dos fatores de produção. Ao totalizar todas as remunerações que são atribuídas aos agentes econômicos, participantes do esforço social de produção, obtém-se um valor quantitativo igual ao total do consumo e da acumulação nacionais. Sabendo-se que cada proprietário dos recursos de produção é remunerado de acordo com o tipo de renda condizente à sua participação no processo de produção no sistema econômico, as remunerações pagas serão canalizadas então para consumo e para a acumulação resultantes, na verdade, das decisões diretas das unidades familiares. Já a acumulação, de acordo com a contabilidade social, advinda de uma poupança, relaciona-se com o conceito de formação de capital. Segundo à análise macroeconômica, refere-se ao investimento, ou mesmo aos acréscimos líquidos da riqueza de um país acumulados através do esforço social de produção da sociedade. Entretanto, paralelamente, admite-se, dentro deste conceito de acumulação, as chamadas variações de estoques, isto é, produtos que não sejam utilizados no período em que foram produzidos, mas que se tornarão disponíveis para um uso futuro.
 No conjunto, em função das tomadas de decisões dos agentes econômicos, uma parte da geração de renda do país será destinada ao consumo e a outra parte será alocada para a acumulação. Mas a geração da renda, assim como o consumo e a acumulação, dependem do esforço social de produção, de onde advêm os bens e serviços que serão consumidos ou acumulados.
 A partir da atividade econômica, são realizadas as remunerações nas formas de salários, lucros, alugueis e juros a todos os proprietários dos recursos (ou fatores) de produção.
 Uma parte destas remunerações recebidas vai diretamente para as despesas em consumo de bens e serviços finais que irá realimentar a atividade de produção do país.
 Uma outra parte da renda não será gasta, ou seja, formará a poupança da economia. Mas tal poupança irá se transformar em despesas (de formação) de capital e em formação de estoques, demonstrando que tal acumulação irá voltar-se para a produção novamente.
 Logo, todo o processo circulatório das principais categorias das atividades econômicas (realizadas pelos agentes econômicos), concretiza-se e dá continuidade às operações do sistema econômico de um país. Como veremos nas aulas futuras desta nossa disciplina, os agentes - famílias e empresas -, assim como o governo (e até o resto do mundo) exercem funções econômicas que são refletidas nessas categorias e que são destacadas no sistema, criando um conjunto de fluxos que se interligam e que são mensurados pela contabilidade social.
AULA 3: IDENTIDADE ENTRE PRODUTO, RENDA E DESPESA: UMA ANÁLISE MAIS AMPLIADA
Explicar a relação entre o produto e a renda da economia.
Destacar os princípios contábeis que regem a relação produto e renda do país.
Evidenciar que os fluxos das transações partem da análise da produção.
Discutir a equivalência entre produto, renda e dispêndios.
Explicar o que é a oferta agregada.
Relacionar a oferta e a demanda agregada com os dispêndios da economia.
Para se gerar um produto é necessário produzir renda:
 Os fatores de produção são utilizados pelas empresas para produzirem os bens e serviços, o que significa que a produção da economia, ou melhor dizendo, que o PIB do país é igual a renda. Esta se destina aos gastos, à poupança e ao pagamento de tributos, sendo que em função desta renda, o produto é absorvido para consumo, investimento, gastos do governo e em exportações menos importações, havendo uma equivalência ao dispêndio e ao PIB, destacando uma interdependência e igualdade entre o PIB, a renda e o dispêndio do país.
 Vimos que o aparelho produtivo de um determinado país gera um fluxo circulatório que relaciona a produção, a (geração) de renda, o (dispêndio em) consumo e a acumulação, possibilitando visualizar a interação básica feita entre as empresas e as famílias (ou unidades familiares).
 Por essa interação, chega-se ao que chamamos por produto interno bruto (PIB).
 Pela contabilidade nacional, a mensuração do PIB é feita, então, segundo a ótica (ou fluxo) da produção, com o objetivo fundamental de computar, a preços de mercado, o valor em (R$) dos bens e serviços finais produzidos e ofertados no âmbito do sistema econômico em um determinado período de tempo. Como as empresas são formadas pelos setores primário, secundário e terciário, e mediante o que já foi estudado por nós na aula2, discorre-se que o produto, por essa ótica da produção, acaba sendo avaliado em função dos resultados dos valores agregados ou adicionados das atividades geradas pelos setores produtivos da economia.
 No que se refere à ótica da renda, o PIB pode ser também avaliado por esse fluxo. Conforme já estudado por nós, a (geração) da renda acaba sendo o resultado do total das remunerações em reais (R$) pagas pelo uso dos fatores de produção aos seus proprietários. Em função das vendas dos produtos criados pelos setores econômicos, formam-se receitas que acabam sendo distribuídas entre os vários componentes da renda, consistindo, nesse sentido, na remuneração de todos os fatores utilizados pelas empresas.
 Em um sistema econômico mais realista que possua não só as famílias e as empresas, mas também as autoridades governamentais e o resto do mundo como agentes econômicos (que serão explicados na próxima aula), pela sintonia da ótica da formação do produto, as unidades produtivas (ou empresas) convertem os fatores de produção em:
Produtos que vão diretamente ao mercado (bens e serviços) – bens duráveis (uso imediato);
Produtos que voltam ao processo de produção – bens e serviços intermediários (insumos); bens finais de capital (produtos utilizados no processo produtivo, máquinas e equipamentos).
 É por essa razão que a renda equivale ao PIB.
 A renda acaba sendo uma grande totalização (pelo pagamento) dos custos dos recursos econômicos, os quais correspondem às remunerações pagas pelas empresas. Essa renda acaba sendo distribuída para, além do consumo e da poupança, também pagar tributos, de acordo com a fórmula abaixo:
Y = C + S + T
Y – renda;
C – dispêndio em consumo;
S – acumulação de capital;
T – tributos.
 Por outro lado, além da renda, o produto é também estimado pelo fluxo do dispêndio (ou da despesa) nacional que representa o gasto total dos agentes econômicos com o produto do país, ou seja, por esse dispêndio são revelados os setores que compram os produtos ofertados na forma do PIB.
 No âmbito do que trata a macroeconomia e segundo a fórmula abaixo, a oferta agregada ou global inclui, no PIB, a importação de produtos que foram produzidos em outros países e que se tornam disponíveis aos brasileiros.
OA = Y + M
OA – oferta agregada;
Y – PIB;
M – importação.
 Assim, de acordo com a equação apresentada abaixo do dispêndio (ou da despesa) global (DIB), podemos ver que o produto do país é despendido (ou absorvido) interna e externamente.
DIB = C + I + G + X
DIB – dispêndio;
C – consumo das famílias;
I – investimento das empresas;
G – gastos do governo;
X – exportações.
 Como, pela macroeconomia, oferta global é igual à demanda global, demonstra-se a seguinte igualdade:
PIB + M = C + I + G + X
PIB – produto interno bruto;
M – importações;
C – consumo das famílias;
I – investimento das empresas;
G – gastos do governo;
X – exportações.
 Passando-se a variável importações para o outro lado da equação, obtém-se que:
PIB = C + I + G + (X – M)
 A diferença entre as exportações e as importações (X – M) denomina-se, então, dispêndio externo líquido. Essa diferença acaba mostrando a proporção da despesa externa líquida em relação ao PIB.
 Em suma, dada essa última equação, compreende-se que, para se gerar um produto, ocorre a necessidade do país pagar remunerações (na forma de renda) aos proprietários dos fatores de produção, pois tais fatores são utilizados pelas empresas para produzirem os bens e serviços, o que significa que a produção da economia, ou melhor dizendo, que o PIB do país é igual à renda. 
 Esta se destina ao consumo, à poupança e ao pagamento de tributos, sendo que, em função dessa renda, o produto é absorvido para consumo, investimento, gastos do governo e em exportações menos importações, havendo uma equivalência ao PIB. Conclui-se, por essa explicação, que há uma interdependência e igualdade entre o PIB, a renda e o dispêndio do país. Melhor dizendo: Produto = Renda = Dispêndio.
AULA 4: OS SETORES E OS AGENTES ECONÔMICOS
Analisar como é mensurado o esforço de produção de uma economia num dado tempo através do PIB.
Explicar a diferença entre o valor bruto de produção e o valor adicionado.
Apreciar e discutir a composição da renda dos fatores de produção.
Apreciar os gastos efetuados na aquisição de bens e serviços finais.
Discutir a determinação das atividades econômicas pelas óticas do produto, da renda e dos dispêndios.
 Tal agregação, segundo Rossetti, se faz de acordo com as suas semelhanças, suas formas de comportamento, tipos de atividades e fins a que se destinam, obedecendo aos padrões sugeridos pelas Nações Unidas.
 De acordo com a metodologia de classificação adotada pelo (Centro de Contas Nacionais do) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – os setores econômicos podem ser decompostos em:
Agropecuária - o setor agropecuário abrange as atividades que são realizadas próximas às bases dos recursos naturais, isto é, envolve a agricultura, criação de gado e aves, extração vegetal e pesca, por exemplo.
Indústria - o setor indústria (ou secundário) inclui as atividades industriais mediante as quais são transformados os bens, ou seja, envolve a indústria extrativa mineral, a de transformação e a de construção. 
Serviços - o setor de serviços (ou terciário) reúne as atividades direcionadas a satisfazer necessidades de serviços produtivos assim como o comércio, intermediação financeira, transportes, comunicação, dentre outras.
Representação Esquemática do Aparelho de Produção:
 O conjunto desses setores forma o que se chama por aparelho (da formação) da produção da economia do país. Sendo que nenhum deles permanece isolado desse conjunto no decurso de suas atividades de produção. Os mesmos se integram e interligam em uma sucessão de transações econômicas, formando redes de interdependência a níveis inter-setorial e intra-setorial para produzir bens e serviços que irão atender, por exemplo, as necessidades de consumo e de acumulação da sociedade.
 As atividades produtivas dos setores agropecuária, indústria e serviços realizam-se por meio de numerosas unidades de produção (ou empresas).
 Estas, assim como as unidades familiares, as autoridades governamentais (ou governo) e o resto do mundo são os agentes econômicos ativos e responsáveis diretamente pelas ações econômicas que são desenroladas e desenvolvidas em um sistema econômico.
Unidades Familiares:
 São os agentes econômicos que na verdade contemplam duas realidades, quais sejam as das famílias propriamente ditas e a das entidades privadas sem fins lucrativos. 
 Especificamente, as famílias são aquelas entidades que fornecem serviços de fatores (tais como trabalho e capital) de sua propriedade recebendo em troca remunerações na forma de salários, juros, lucros e aluguéis, por exemplo.
 Já as entidades sem fins lucrativos, estas são agentes econômicos e que fazem parte das unidades familiares, sendo unidades produtoras (não públicas). Porém, excluem-se do agente empresas pois não têm como objetivo obter lucros, como no caso das instituições benemerentes, dentre outras.
Autoridades Governamentais (Governo):
 São os órgãos públicos que prestam serviços para a sociedade, sem individualizá-los e mesmo distingui-los pela parcela que cabe a cada habitante.
 Melhor dizendo, o governo é um agente coletivo, o mesmo contrata trabalho das unidades familiares e, ao mesmo tempo, adquire produção das empresas para oferecer serviços de utilidade pública à sociedade de um país.
 O agente governo exclui as empresas públicas, sejam elas totalmente estatais ou de capital misto, porque as mesmas estão incluídas no conceito de agente (econômico) empresas.
Resto do mundo:
 Este agente econômico compreende todos os sujeitos da atividade econômica externos (ou fora da fronteira) de um determinado país considerado.
 Destaca-se que o resto do mundo é parte de um todo e refere-se a todasas entidades não residenciais que se constituem pelos agentes econômicos de outros países.
 Na verdade, o resto do mundo é formado pelas empresas do exterior, pelos governos estrangeiros e pelas unidades familiares residentes no exterior. Ao mesmo tempo, cabe aqui destacar que o registro dos atos econômicos relativo ao agente resto do mundo é feito pelo balanço de pagamentos do país e absorvido pelas contas nacionais.
AULA 5: DETERMINAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS PELAS ÓTICAS DO PRODUTO, RENDA E DA DESPESA
Analisar como é mensurado o esforço de produção de uma economia num dado tempo através do PIB.
Explicar a diferença entre o valor bruto de produção e o valor adicionado.
Apreciar e discutir a composição da renda dos fatores de produção.
Apreciar os gastos efetuados na aquisição de bens e serviços finais.
Discutir a determinação das atividades econômicas pelas óticas do produto, da renda e dos dispêndios.
 A medida do PIB refere-se à produção de todas as unidades produtoras de um país, em determinado período de tempo. Devido a isso, o PIB é mensurado a preços de mercado e que a valoração (em termos monetários) permite que sejam agregadas quantidades heterogêneas de bens e serviços. A questão que fica é a de verificarmos como é mensurado o esforço de produção de uma economia num dado tempo através do PIB. Pois, por meio deste esforço, conhece-se a produção ao longo dos períodos (do lado de outros indicadores) e que, com isso, avalia-se o tipo de desenvolvimento do país. 
 Ao existir informações estatísticas, vamos supor que, durante um ano, seja possível somar, através dos três grandes setores produtivos, toda a produção realizada pelas empresas de um país, a mensuração equivale ao valor do fluxo da produção de todos os bens e serviços produzidos.
 O VBP registra tudo o que é produzido no ano sem que se atente para o fato de que parte da produção acaba desaparecendo devido a sua transformação em insumos. Melhor dizendo, o valor bruto de produção inclui a matéria-prima e produtos semi-acabados necessários à sua elaboração no mesmo período de tempo, implicando, assim, na sua quantificação, em uma dupla contagem.
 A alternativa utilizada nas contas nacionais corresponde à medida do valor agregado (ou adicionado) bruto (VAB). Como exemplo, temos a figura 6 que estima esta categoria, ilustrando que o VAB é o valor bruto de produção dos setores menos o valor do consumo intermediário (ou dos insumos).
 Demonstra-se por esse processo que a formação do produto (VAB) do país está, portanto, associado ao esforço coletivo das adições decorrentes de cada setor da atividade gerando a transformação dos insumos necessários à produção. Assim, para o conjunto da economia do país, o produto, ou, melhor dizendo, o valor agregado bruto, pode ser medido pela seguinte diferença:
VAB = VBP – INS
VAB – formação do produto;
VBP – valor bruto de produção;
INS – insumos.
 Na verdade, e já comentado introdutoriamente nas aulas anteriores, o produto gerado é, portanto, o resultado global dos valores adicionados dos setores (formadores do aparelho produtivo da atividade econômica) com as suas devidas participações.
 Pela composição do valor agregado bruto com a ótica da renda é possível ainda estimar a mesma grandeza econômica, dada por estes fatores no processo produtivo e que se denomina por renda do país.    
 Na medida em que os fatores de produção são utilizados, há necessidade de remunerá-los com: salários; juros e lucros.
 Resumindo, a determinação das atividades econômicas pelas óticas do produto, da renda e da despesa (ou do dispêndio), em termos de contas nacionais, permite-nos concluir que o esforço social de produção pode ser conseguido pelo:
Resultado da diferença entre o valor bruto de produção com o valor dos insumos consumidos (ótica do produto);
Pela soma das remunerações aos proprietários dos fatores de produção (ótica da renda);
Pelo somatório dos gastos efetuados na economia em bens e serviços finais advindos dos setores produtivos (ótica do dispêndio).
 Entretanto, no caso da renda, apesar de já ter sido apreciada por nós, faz-se uma melhor discussão a respeito da conceituação dos principais agregados constituintes desta ótica na próxima aula, além de que haverá também um estudo sobre a distribuição funcional desta renda.
 Na verdade, todos os agregados referem-se ao total da economia, mas diferem, é claro, quanto ao aspecto do processo econômico que enfocam, ou seja, o PIB obtido pela ótica:
Do produto: mede a produção.
Da renda: mede o rendimento.
Da despesa (ou do dispêndio): mede o consumo, investimento, gastos do governo e exportações líquidas.
AULA 6: CONCEITUAÇÃO DOS PRINCIPAIS AGREGADOS DA ÓTICA DA RENDA E A DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DE RENDA
Explicar o que é o agregado poupança. 
Discutir os objetivos e a divisão do investimento de um país.
Verificar o que corresponde o agregado depreciação.
Diferenciar produto interno bruto e produto interno líquido de uma economia.
 Dado o território de um determinado país, o produto deste, ou, melhor dizendo, o produto interno bruto (PIB) é o somatório de “coisas” econômicas (na forma de bens e serviços) finais formado ao longo de um determinado tempo e que representa o resultado do esforço social de produção interna, ou seja, produzido pelos seus residentes, independente da origem do capital das unidades produtivas constituídas pelos setores de produção.
 Pela identidade básica das contas nacionais:
Produto (PIB) = a renda = ao valor adicionado de economia
 Aceitando-se as hipóteses restritivas descritas na confecção da tabela apresentada na figura 8 relativas à produção setorial, podemos ver que ao tomar o sistema econômico em seu conjunto, são idênticos os montantes das receitas de vendas (VBP) com a utilização (ou o gasto) com pagamentos de insumos mais as remunerações dos empregados e de propriedade.
 Na essência, ao retirar os gastos com os insumos, observa-se que o PIB é medido pelo valor adicionado bruto (VAB) produzido pelas unidades produtoras dos setores de produção que estão dentro do território do país. Esse mesmo VAB é gerado por fatores de produção de propriedade de residentes, cujo agregado considerado é a renda nacional bruta.
 Em função da renda formada através da produção do Brasil, admite-se a dedução da parcela desta renda que é enviada para o exterior (REpE), pelo pagamento de propriedade de fator. Ao mesmo tempo, há a adição do montante de renda que é recebido do exterior (RRdE) por residentes no país, pelos mesmos motivos.
 Em virtude disso, pelas contas nacionais, pode-se fazer um procedimento pelo qual se defina um valor que demonstre o saldo das remunerações a fatores de produção envolvendo as transações do Brasil com o resto do mundo, tal valor advém da chamada renda líquida do exterior (RLE).
RLE = RRdE – REpE
 Dada a fórmula, verifica-se que se:
 O país recebe mais recursos do que paga ao resto do mundo: RLE > 0; assim:
RNB = PIB + RLE; isto é: RNB > PIB
 O país envia mais recursos do que recebe do resto do mundo: RLE < 0; logo:
RNB = PIB – RLE; ou seja: RNB < PIB
 Em suma, a RNB compreende toda a renda (líquida) gerada no período que se dirige aos proprietários nacionais de fatores de produção.
 A Renda Nacional Bruta é a soma das rendas pagas aos recursos, se pegarmos essa renda e dividirmos pela população do país, temos o que se conceitua como sendo a renda ou produto per capita.
 O PIB ou a renda per capita é um indicador significativo como uma medida síntese de padrão de vida e desenvolvimento econômico do país. Porém, esta medida estatística refere-se a renda média da população de um país, onde não reflete adequadamente a maneira pela qual a renda está distribuída.
 Entretanto, mesmo com tal limitação, a taxa de crescimento do PIB per capita é uma medida importante, pois ajuda a refletir a respeito da importância da consideração sobre desigualdade sobre o desenvolvimento econômicoe social de médio (e longo) prazo.
AULA 7: POUPANÇA, INVESTIMENTO E DEPRECIAÇÃO
Explicar o que é o agregado poupança. 
Discutir os objetivos e a divisão do investimento de um país.
Verificar o que corresponde o agregado depreciação. 
Estudar a diferença entre produto interno bruto e produto interno líquido de uma economia.
 Os agentes econômicos não gastam toda a sua renda, pois eles poupam para utilização no futuro.
 A poupança é justamente a parte da renda nacional que não é consumida num dado período de tempo. Esta poupança, então, irá se converter no investimento (agregado) por meio do sistema financeiro.
 O sistema financeiro acaba sendo um novo agente dentro do fluxo circulatório em um sistema econômico. Sua função é a de captar os recursos que advém da poupança (por meio dos poupadores) para transferir (aos investidores) na formação do investimento.
 Ao não serem consumidos propriamente dito, e sim fazerem parte da produção, os bens e serviços de investimento têm como finalidade aumentar a riqueza, ou seja, criar aumento da capacidade produtiva do país.
 Este agregado, também chamado de taxa de acumulação (ou formação bruta) de capital refere-se à aquisição de bens e serviços de produção, ou, melhor dizendo, à obtenção de produtos na forma de bens e serviços de capital e/ou intermediários, cujo objetivo é o de aumentar a oferta de produtos (em um ou) no período seguinte em uma economia.
 No Brasil, conforme a Diretoria de Pesquisas e Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, o investimento na sua essência está dividido em:
Bens (e serviços) de capital ou formação bruta de capital fixo (FBCF): construção, máquinas e equipamentos e outros elementos de mesma origem;
Variação de estoques (∆E): produtos acabados e intermediários.
 Equacionando, os componentes do Investimento (I), temos:
	I = FBCF + E
 Segundo Vasconcellos, a distinção entre a formação bruta de capital fixo e variação de estoques acaba sendo importante porque as variações de estoques podem não ser deliberadas, dependendo justamente das condições de oscilações da economia, enquanto no caso dos bens (e serviços) de capital, estes já são planejados e deliberados, conforme a própria teoria macroeconômica.
 Ao considerarmos a existência de investimento, cabe aqui discutir a variável depreciação, pois as máquinas, os equipamentos etc., ou seja, os bens de capital são utilizados ao longo de vários períodos de tempo, chegando a um determinando momento em que as suas vidas úteis acabam (ou se tornam obsoletos) e devem então ser repostos.
 A variável (ou o agregado) depreciação corresponde à parcela dos bens de capital que é consumida (ou desgastada) a cada período (de tempo) produtivo.
 Nesse sentido, podemos observar que, nem toda a nova produção de bens de capital é considerada como um novo investimento, e sim como investimento de reposição.
 Uma parcela do aumento da capacidade de produção irá então repor aquilo que foi depreciado. Deve-se, portanto, fazer a diferença entre o investimento os tipos de investimentos em função da seguinte fórmula abaixo que leva em conta o elemento depreciação:
IL = IB – Dep
 A fórmula mostra que a formação (ou acumulação) líquida de capital, isto é, o investimento líquido (IL) é a diferença entre o investimento bruto (IB), também definido como novos investimentos, com a depreciação (Dep) do estoque de capital existente na economia, em um dado período de tempo.
 Por essa situação com a introdução do conceito de depreciação, também se pode fazer a diferença conceitual entre o produto líquido do produto bruto.
 Melhor dizendo, e em função da fórmula abaixo, quando se considera a mensuração do investimento bruto pelas contas nacionais, estaremos olhando o produto como sendo o produto interno bruto (PIB) a preços de mercado. Caso contrário, ao mensurar apenas o investimento líquido, estaremos olhando o produto pela ótica do produto interno líquido (PIL) a preços de mercado (ou correntes).
PIL = PIB – Dep
AULA 8: OS GASTOS DO GOVERNO E AS CARGAS TRIBUTÁRIAS BRUTA E LÍQUIDA
Analisar a influencia da carga tributária da atividade econômica.
Discutir a composição dos gastos do setor público e a influencia dos mesmos na evolução econômica do país. 
Apresentar a diferença entre carga tributária bruta e carga tributária líquida.
Apresentar a diferença entre o PIB a custo de fatores a preços de mercado.
Avaliar a composição da poupança pública na poupança total do país.
 O setor público, ou a administração pública, diz respeito às três esferas de governo:
UNIÃO, MUNICÍPIOS
ESTADO Possuem como função básica prover bens (e serviços) públicos, o que é feito através da sua arrecadação fiscal. Como não se consegue determinar adequadamente o preço de mercado dos bens (e serviços) públicos, o valor de sua produção é mensurado por meio dos custos de produção.
 Segundo Vasconcellos, a arrecadação fiscal do governo é formada (a) por tributos que são divididos em:
a) impostos indiretos, embutidos sobre os preços das mercadorias que são vendidas; e em impostos diretos, incidentes sobre a renda e a propriedade das pessoas físicas e jurídicas; 
b) pelas contribuições obtidas na forma de encargos trabalhistas recolhidos tanto de empregados como de empregadores à Previdência Social; 
c) e outras receitas do governo apresentadas, por exemplo, através de multas, aluguéis, etc.
 Ainda segundo Vasconcellos, em face das receitas do governo, o mesmo realiza gastos condizentes com as necessidades públicas que, pela contabilidade social, são basicamente os gastos dos ministérios, secretarias e autarquias medidos pelas despesas correntes (ou de custeio) e pelas despesas de capital ou de investimento (aquisição de equipamentos, construção de hospitais, etc.); e os gastos com transferências e subsídios (considerados pelas contas nacionais somente como transferências).
 Em função da arrecadação e dos gastos da administração pública, é conveniente ressaltar, nesta nossa aula, os conceitos de índice de:
CTB = [(TRIBUTOS + OUTRAS RECEITAS CORRENTES)/PIB] * 100
 No caso da carga tributária bruta, esta diz respeito ao resultado percentual da relação do total obtido pelo governo (incluindo aí tudo o que foi arrecadado na forma de tributos e de outras receitas correntes) com o valor do PIB a preços correntes, de acordo com a fórmula acima apresentada.
 Ao chamarmos (tributos + outras receitas correntes) de receitas do governo, a carga tributária líquida exprime o seguinte resultado:
CTL = [(RECEITAS DO GOVERNO – TRANSFERÊNCIAS)/PIB] * 100
 A relação acima apresenta uma diferença entre a CTL e a CTB. Tal diferença refere-se à introdução das transferências (incluindo-se aí as próprias transferências e os subsídios) com sinal negativo na fórmula.
 No que se refere à tributação, mais propriamente dito aos impostos indiretos (II), estes, quando são embutidos nos preços das mercadorias, fazem com que os preços de mercado sejam maiores do que os custos de produção dos produtos criados pelos setores produtivos do sistema econômico.
 A utilização das receitas de vendas das mercadorias iria parte para pagamentos ao consumo de insumos e a outra parte, ou seja, no que se refere ao valor adicionado, está relacionada aos pagamentos das remunerações aos proprietários dos fatores de produção (em renda de empregados e renda de propriedade).
 Pode-se, então, perceber que surge uma terceira parte em que tais receitas serão repassadas para os pagamentos dos impostos indiretos ao governo. Mas, por outro lado, têm-se determinadas empresas que recebem “pagamentos” do governo na forma de subsídios (Sub) que fazem com os preços finais dos produtos vendidos sejam menores do que os custos de produção.
 Nesse contexto, dada a participação do agente de administração pública, as mercadorias produzidas pelas empresas dos setores agropecuária, indústria e serviços estão com os seus preços a custode fatores (devido aos pagamentos das remunerações pela utilização dos fatores de produção) dentro dessas empresas, mas, quando tais mercadorias chegam no mercado, aos seus preços finais devem ser somados os tributos indiretos e diminuídos pelos valores dos subsídios (que funcionam como imposto indireto negativo).
 Assim sendo, chega-se a outras formas de se medir o produto de um país, ou seja, através do Produto Interno Bruto a custo de fatores (PIBcf) e do Produto Interno Bruto a preços de mercado:
PIBpm = PIBcf + (II – Sub)
 Na mensuração dessa diferenciação entre o PIBpm e o PIBcf, são considerados apenas os impostos:
Os impostos diretos (II) não são relacionados com a diferença entre custos de fatores e preços de mercado. Além disso, como o governo faz transferências na forma de pagamentos de aposentadorias, de pensões, de programas sociais, de juros sobre a dívida pública, etc., essas transferências acabam ampliando a renda dos agentes econômicos, funcionando como impostos diretos negativos.
Os impostos diretos (ID) são descontados das remunerações dos proprietários dos fatores de produção.
 A partir das informações já mencionadas, pelas contas nacionais chega-se ao que podemos definir como renda líquida do setor público (RLSP). Esta é calculada através do somatório dos impostos diretos (ID) com os indiretos (II), deduzindo-se pelo somatório das transferências (TR) com os subsídios (Sub). 
 Excetuando-se desse resultado as outras receitas correntes do governo já tendo sido enunciadas em linhas anteriores.
RLSP = (ID + II) – (TR + Sub)
 Entretanto, deve-se observar que, sem computar as transações com o exterior:
 Pela ótica do produto a preços de mercado:
Y = PIB = (remunerações de empregados + remunerações de propriedade) + impostos indiretos – subsídios
 Nesta equação, vemos que para que haja uma compatibilidade da renda com o produto e o dispêndio (ou a despesa) do país, à renda total, já composta pela renda familiar, somam-se os impostos indiretos menos os subsídios.
 Pela ótica da renda familiar:
Yf = C + Sp + IDL
 Esta equação destaca que a renda das famílias é constituída pelas remunerações de empregados e de propriedade sendo destinadas para o consumo pessoal (C), para a poupança pessoal (Sp) e para o pagamento de impostos diretos (ID). Como o governo realiza transferências, estas são incorporadas à renda total das famílias, tendo-se, então, a formação do agregado impostos diretos líquidos (IDL), que é o resultado da diferença entre os impostos diretos com as transferências.
 Pelo que foi dito anteriormente e compatibilizando com a aula 6 referente às relações com o resto do mundo, sabemos que o PIB (a preços de mercado) é o somatório de tudo o que é produzido dentro das fronteiras do país. 
 Se levarmos em consideração se os fatores de produção pertencem ou não aos residentes deste país, chega-se ao produto nacional bruto (PNB) na medida em que se soma a renda líquida do exterior (RLE).
PNB = PIB + RLE
 Pelo lado do dispêndio tem-se que:
Y = C + I + G + (X – m)
 E pela ótica da renda do país, devido às transações com o resto do mundo, adiciona-se, desse modo, a renda líquida do exterior (RLE). Nesse sentido, parte desta renda irá ser acumulada na forma de uma poupança total, dividida, conforme Vasconcellos, em:
a poupança privada (Sp) que cabe às famílias;
a poupança pública relacionada ao governo (Sg);
a poupança externa (Se), que advém do resto do mundo.
 Melhor Dizendo:
Sp = RFL - Consumo Familiar
Sg = RLSP - Consumo do Governo
Se = X - M - Consumo do Governo
 A poupança externa representa uma poupança relacionada ao agente econômico resto do mundo.
 Significa dizer que o resto do mundo gerou uma poupança no país em questão e que o mesmo deve enviar para lá (para o resto do mundo). Assim, ao colocar-se em módulo o valor de Se, temos que o investimento total da economia é financiado por esses tipos de poupança, sendo que, portanto, a poupança do governo tem uma participação significativa na formação desse investimento do país.
AULA 9: ELABORAÇÃO DO MODELO
Explicar os princípios básicos do sistema de contas nacionais. 
Apresentar a relação das contas do sistema de contas nacionais.
 
 Ao longo dessas nossas aulas, estamos discutindo e estudando como são mensuradas as atividades econômicas no contexto dos agregados macroeconômicos. 
 Na verdade, tais mensurações são realizadas através de modelos organizados e ordenados estatisticamente por meio de cálculos que têm como princípios dois (principais) sistemas da contabilidade social (ou nacional). 
 O primeiro desses sistemas é o sistema de contas nacionais, e o segundo, é a matriz insumo-produto (ou matriz de relações intersetoriais ou matriz de Leontief).
 Será importante estudarmos o primeiro tipo de sistema (o das contas nacionais), pois a matriz insumo-produto será objeto de estudo na unidade IV da nossa matéria.
 Nesse sentido, ao estudarmos o sistema de contas nacionais (SCN), o mesmo é visto como sendo um conjunto de contas intercaladas (ou inter-relacionadas) que se interagem por meio do desempenho das suas funções. 
 A matriz de relações intersetoriais foi desenvolvida pelo russo Wassily Leontief e tem como base de cálculo uma matriz de dupla entrada, considerando tanto as transações finais quanto as transações por bens e serviços intermediários.
 Segundo Vasconcellos e Rossetti, o SCN foi desenvolvido por Simon Kuznets e Richard Stone e publicado em 1953. O princípio básico da organização desse sistema refere-se à utilização do método (contábil) das partidas dobradas e que considera somente as transações com bens e serviços finais, ou seja, não estão incluídas nesse método as trocas (ou transações) com bens e serviços intermediários.
 Nos últimos anos, em função das orientações dadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), o sistema de contas nacionais sofreu significativa alteração no formato do conteúdo, sendo que, no Brasil, essa alteração ocorreu a partir de 1998.
 Até este ano, no nosso país, o SCN (que era adotado) tinha como base quatro tipos de contas, isto é, as contas produto interno bruto, renda nacional disponível líquida, de (acumulação de) capital e a conta transações correntes com o resto do mundo.
 Por conseguinte, tais contas estavam relacionadas à produção, à apropriação ou utilização da renda, bem como à acumulação dos agentes econômicos empresas, famílias, administração pública e setor externo (ou resto do mundo). Mas, na verdade, e conforme já foi dito nas aulas anteriores, em termos da sua essência.
 “(...) a nova série mantém a mesma estrutura conceitual adotada anteriormente e segue as recomendações internacionais expressas pela Organização das Nações Unidas, Banco Mundial, Comissão das Comunidades Europeias (Statistical Office of the European Communities – Eurostat), Fundo Monetário Internacional – FMI e Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (Organization for Economic Co-Operation and Development – OECD), reunidas no manual System of national accounts 1993.”
 Porém, para complementarmos o tratamento que estamos dando a esse registro no caso brasileiro, inclui-se aqui também a conta corrente das administrações públicas, pois acaba discriminando um pouco mais as contas (correntes) do governo.
AULA 10: ASPECTOS METODOLÓGICOS E A EVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICOS
Analisar a composição do sistema de contas nacionais. 
Descrever as formas que as contas nacionais se apresentam. 
Estudar a importância da mensuração das contas nacionais para se ter um perfil das condições do país.
 
 Antes de qualquer coisa, cabe fazer uma consideração a respeito de que, conforme metodologia da ONU, os dois sistemas, ou seja, o de contas nacionais e a matriz de Leontief foram integrados no Brasil no final da década de 1990. Mas, para efeitos didáticos, os mesmos serão discutidos de forma separada como antes se tinhano nosso país.
A Conta Produto Interno Bruto (ou conta das unidades produtoras):
 Essa conta é estruturada por um razonete, onde este é composto pelos pagamentos aos proprietários dos fatores de produção, bem como pelos impostos indiretos líquidos (isto é, somando-se os impostos indiretos e retirando-se os valores dos subsídios) do lado do débito. Do lado do crédito, são apresentados os gastos que são realizados pelos agentes econômicos por meio do: 
Consumo – das famílias e do governo.
Investimento – formação bruta de capital fixo + variações de estoques.
Exportações Líquidas – exportações – importações com valor CIF (cost, insurance and freight), ou seja, estão incluídos fretes e seguros.
 As numerações das transações que estão nos razonetes mostram as contrapartidas contábeis existentes de uma conta em relação à outra no sistema. 
 Ao mesmo tempo cabe destacar que, se do produto interno bruto a preços de mercados retirarmos os impostos indiretos líquidos, temos o produto interno bruto a custos de fatores. A partir dessa conta, se formos subtrair dela os pagamentos com salários, tem-se o que se denomina como o excedente operacional bruto.
 DIBpm são os dispêndios correspondentes à aquisição do PIBpm.
A Conta da Renda Nacional Disponível Líquida (ou conta de apropriação/utilização da renda.
 Conforme foi estudado por nós, em linhas anteriores, que:
Y = C + S + T
Y – rendas;
C – consumo;
S – poupança interna;
T – tributos diretos.
 Nesse sentido, como o governo (ou a administração pública) e as famílias são agentes denominados de agentes usuários e não de agentes produtores de bens e serviços, no que diz respeito à economia nacional (e mundial), pelo lado do débito dessa conta, agrega-se, no razonete, o consumo (C) das famílias e do governo, assim como a poupança (S) interna, além da parte da renda que é absorvida na forma de tributos diretos (e/ou de outras receitas do governo) (T).
 No lado do crédito, demonstram-se quais são as rendas (Y) recebidas por tais entidades somando-se o resultado líquido dos recebimentos e das transferências (RLTE) com o exterior. Cabe destacar que, conforme Vasconcellos e Rossetti, do lado do crédito também entram os subsídios e a depreciação, mas esses itens entram com sinal negativo.
Conta de Transações (Correntes) com o Resto do Mundo: De acordo com Vasconcellos, Feijó e Olinto Ramos, nesta versão desta conta, o saldo dela, na verdade, pode ser definido como o saldo em conta corrente, porque retrata o saldo do balanço de transações correntes do balanço de pagamentos. O balanço de transações correntes é formado pela balança comercial(resultado entre as exportações e importações em FOB (free on bord, ou seja, custo das mercadorias retirando-se os valores dos fretes e seguros), a balança de serviços (onde são incluídos os fretes e seguros, assim como a renda líquida de fatores externos) e as transferências unilaterais (isto é, por exemplo, os donativos).
 Nessa conta, retratam-se as condições do resto do mundo em função das transações com o país. Melhor dizendo, os gastos dos não residentes com os produtos internamente produzidos (exportações com valor CIF), os rendimentos assim como as transferências que são recebidos do resto do mundo (ou seja, as rendas e os donativos) e o saldo da poupança externa correspondem ao lado do débito dessa conta. 
 No que diz respeito ao lado do crédito, tem-se as importações (com valor CIF) feitas pelos residentes do país e as transferências pagas aos não residentes na forma de rendas e donativos que são enviados para o exterior.
 É importante destacar que pelas contas nacionais, se a poupança externa: (a) é negativa, isto quer dizer que saíram mais bens e serviços do que entraram; sendo (b) positiva, significa dizer que entraram no país mais bens e serviços do que saíram. Assim, os recebimentos (e os pagamentos) mensurados nesta conta são considerados do ponto de vista do resto do mundo.
Conta Corrente do Governo (ou da Administração Pública)
 Essa conta refere-se, em síntese, às despesas incorridas por esse agente econômico no custeio das atividades destinadas à prestação de serviços de natureza coletiva às comunidades como um todo no país. No desempenho de suas funções, o governo (envolvendo a União, os Estados e os Municípios) situa-se pelas contas nacionais, então, como sendo um usuário final de serviços absorvidos pela utilização do fator trabalho, assim como de outros bens e serviços adquiridos no setor privado.
 Do lado do débito, são lançados o consumo do governo, os subsídios, as transferências ao setor privado e o saldo da poupança em conta corrente do governo. Do lado do crédito, têm-se os impostos indiretos e diretos e as outras receitas correntes do governo.
Conta (Acumulação ou Consolidada) de Capital
 De uma maneira geral, o seu razonete expressa um “fechamento” no sistema, isto é, são mensuradas as contrapartidas do investimento com as suas respectivas poupanças. Pelo lado do débito têm-se as contas de depreciação (com sinal negativo), a formação bruta de capital fixo e a variação de estoques. 
 No lado do crédito, são lançadas as poupanças interna (formada pela poupança privada e (em conta corrente) do governo) e externa que demonstram como é financiada a formação de capital.  
 Em todo esse sistema, observa-se que os lançamentos das transações são realizados conforme o método das partidas dobradas tradicional. Mas, o novo sistema, na verdade, é formado pela Tabela de Recursos e Usos de Bens e Serviços (TRU) e pelas Contas Econômicas Integradas (CEIs).
 Segundo Vasconcellos, Feijó e Olinto Ramos, a TRU é composta pela oferta global da economia envolvendo o somatório da produção com as importações e, respectivamente, como a soma do consumo intermediário com a demanda final da economia. 
 Na tabela de recursos e usos de bens e serviços, é ainda apresentado o valor adicionado decomposto nas categorias de renda e nos impostos e subsídios sobre a produção e sobre os produtos. Esses autores informam que todas as informações contidas na TRU são, por setor, desagregadas e acabam mostrando as compras intermediárias que os setores (e as unidades empresariais) realizam entre si para conseguir os insumos necessários à produção dos bens e serviços. Isso faz com que haja uma semelhança com a matriz insumo-produto.
 No caso das contas econômicas integradas, tais autores informam que essas contas apresentam-se semelhantes ao sistema anterior do método das partidas dobradas, cabendo destacar que esse sistema integrado é retratado por meio de três grandes grupos de contas.
O primeiro grupo é composto pela conta de bens e serviços que, em síntese, resume as informações da TRU.
O segundo, por três contas, ou seja, a conta de produção; a conta da renda que está dividida em quatro subcontas; e a da acumulação.
Subcontas - tal conta equivale à conta que tem o mesmo nome no sistema antigo.
Acumulação - pelo sistema antigo, a conta de produção equivale à conta do produto interno bruto; a conta da renda, diz respeito à conta da renda nacional disponível bruta; e da acumulação é equivalente à conta de capital.
O terceiro, pela conta definida de operações correntes com o resto do mundo.
Resto do mundo – tal conta equivale à conta que tem o mesmo nome no sistema antigo.

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