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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RIO DE JANEIRO PROCESSO NÚMERO MATEUS, brasileiro, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade número, CPF número, residente à rua, vem por seu advogado devidamente constituído conforme procuração em anexo perante vossa Excelência oferecer: RESPOSTA DO RÉU Com base no artigo 396 do código de processo penal alegando o seguinte: 1 - DOS FATOS O réu vem a ser um jovem de 26 anos que, no mês de Agosto de 2010, veio a manter relações sexuais com a Vítima. Ocorre que, a Vítima vem a ser sua namorada, o que demonstra uma habitualidade em relação às relações entre as partes, conforme pode-se aferir através do conhecimento da avó materna, Olinda bem como da Mãe, Alda. O Acusado em momento algum soube que a Vítima possuía deficiência mental, sendo incapaz de reger a si mesma. Assim, as relações mantidas entre as partes eram consentidas, não havendo que se falar no crime narrado na exordial. Sabe-se que a subjetividade do consentimento deve ser sempre analisada com o devido cuidado, entretanto, conforme demonstrado na narrativa dos fatos, o Acusado jamais cogitou aproveitar-se da Vítima e mantinha uma relação amorosa de afeto. A denúncia foi oferecida e, posteriormente, recebida por este Ilustre Juízo que determinou a citação e a notificação do acusado para apresentação a presente peça O réu afirma que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. 2 – DO DIREITO Cumpre salientar, que o réu ao se enquadrar no inciso terceiro do artigo 397 do código de processo penal, é de pleno direito que o réu seja absolvido sumariamente pelo simples fato, de que o fato narrado não constitui crime devendo, portanto, o réu ser absolvido. DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA POR ERRO DE TIPO – ARTIGO 20 DO CÓDIGO PENAL E 397, INCISO, III DO CPP. É importante ressaltar, que o fato é evidentemente atípico, pois não constitui crime, portanto, o réu deve ser absolvido sumariamente, pois houve erro de tipo. JURISPRUDENCIA Ementa CRIMINAL. RESP. DESCAMINHO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 397 DO CPP. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. I - Hipótese na qual, recebida a denúncia, o réu foi sumariamente absolvido nos termos do art. 386, inc. III do CPP. II- Não obstante a superveniência do art. 397, do Código de Processo Penal tenha possibilitado ao Juízo a absolvição sumária do réu, após o recebimento da denúncia e a apresentação de resposta, a absolvição nos termos do art. 386, inc. III do Código de Processo Penal, pressupõe todo o trâmite da ação penal iniciada com o recebimento da denúncia. III - É inviável, na espécie, a aplicação analógica do art. 397, do CPP, considerando-se a inexistência de manifestação do réu - o qual foi citado e intimado apenas para o comparecimento à audiência prevista no § 1.º do art. 89 da Lei n.º 9.099/95 -, condição inafastável para a absolvição sumária de que trata o dispositivo em questão. IV - Recurso conhecido e provido, para cassar o acórdão recorrido e a sentença por ele mantida, determinando o prosseguimento da ação penal instaurada pelo recebimento da denúncia. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça. "A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso e lhe deu provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator." Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Jorge Mussi, Marco Aurélio Bellizze e Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ/RJ) votaram com o Sr. Ministro Relator. Referência Legislativa LEG:FED DEL:003689 ANO:1941 ***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00386 INC:00003 ART:00397 LEG:FED LEI:009099 ANO:1995 ***** LJE-95 LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS ART:00089 PAR:00001 3 – DO PEDIDO Consoante exposto, a defesa pleiteia a absolvição sumária do agente, a teor do artigo 397, III do código de processo penal. Em diligência, a defesa requer a realização de exame pericial para que se verifique a higidez mental da suposta vítima. Por fim, a defesa indica as seguintes testemunhas que pretende ouvir em audiência de instrução e julgamento: 1 – Olinda – qualificação completa 2 – Alda – qualificação completa Nestes termos, pede deferimento. Niterói, 28 de novembro de 2016 ADVOGADO OAB número
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