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Aula VII pratica simulada de penal corrigida com jurisprudencia

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RIO DE JANEIRO 
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE NÚMERO
MATIAS, brasileiro, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade número, CPF número, residente à rua, vem por seu advogado devidamente constituído conforme procuração em anexo, encarcerado por foça do auto de prisão em flagrante em referência, perante vossa Excelência requerer:
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Com base nos artigos 5º, LXV, da constituição da república, 310,I, do código de processo penal, alegando o seguinte: 
I – DOS FATOS
O requerente foi preso em flagrante no dia  15/12/2014, por suposta prática de infração ao art. 121, § 2°, inciso II,  do Código Penal, e encontrando-se, atualmente, preso na Delegacia de Polícia.
Narrar os fatos em ordem cronológica …Exemplo :  No dia 15/12/2014, por volta das 22 horas, Brad Matias encontrava-se no interior de sua residência, quando ouviu um barulho no quintal. Munido de um revólver, abriu a janela de sua casa e percebeu que uma pessoa, que não pôde identificar devido à escuridão, caminhava dentro dos limites de sua propriedade. Considerando tratar-se de um ladrão, desferiu três tiros que acabaram atingindo a vítima em região letal, causando sua morte. Ao sair do interior de sua residência, Brad constatou que havia matado sua sogra que lá havia entrado para fazer uma surpresa de aniversário. Imediatamente, Brad dirigiu-se à Delegacia de Polícia mais próxima, onde comunicou o ocorrido. O Delegado plantonista, após ouvir os fatos, prendeu-o em flagrante pelo crime de homicídio qualificado motivo fútil
2- DO DIREITO
 O ora requerente está preso ilegalmente, porque, logo que constatou que havia matado a sogra por engano, dirigiu-se espontaneamente a delegacia mais próxima para relatar o ocorrido.
             Como o requerente apresentou-se espontaneamente à autoridade policial, sem que tenha havido qualquer das hipóteses artigo 302 do Código de Processo Penal, que trata do flagrante delito.
É evidente, destarte, o seu interesse em esclarecer o ocorrido.
Como sabemos, a prisão em flagrante é a medida necessária para evitar a continuidade do ato delituoso, ou, caso já consumado, para que o suspeito não fuja, o que poderia causar imenso prejuízo à investigação do delito e posterior ação criminal.
             O entendimento jurisprudencial segue no mesmo sentido, conforme ementa a seguir :
Ementa
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, § 2º, I E IV E ART. 121C/C O ART. 14, II E ART. 18, I, 2 ª PARTE, NA FORMA DO ART. 70, AMBOS DO CÓDIGO PENAL C/C O ART. 1º DA LEI N.º 8072/90. PRISÃO EM FLAGRANTE. APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO PACIENTE. RELAXAMENTO. "Prisão em flagrante. Não tem cabimento prender em flagrante o agente que, horas depois do delito, entrega-se à polícia, que o não perseguia, e confessa o crime. Ressalvada a hipótese de decretação da custódia preventiva, se presentes os seus pressupostos, concede-se a ordem de habeas corpus, para invalidar o flagrante. Unânime." (STF - RHC n.º 61.442/MT, 2ª Turma, Rel. Min. Francisco Rezek, DJU de 10.02.84). Writ concedido, a fim de que seja relaxada a prisão em flagrante a que se submete o paciente, com a conseqüente expedição do alvará de soltura, se por outro motivo não estiver preso, sem prejuízo de eventual decretação de prisão preventiva devidamente fundamentada.
HC 30527 RJ 2003/0167195-3
Orgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Publicação
DJ 22.03.2004 p. 335
Julgamento
19 de Fevereiro de 2004
Relator
Ministro FELIX FISCHER
Desta forma fica evidente que não houve prisão em flagrante, e portanto a prisão foi ilegal. Sendo assim , e em conformidade com art. 5º, LXV da CRFB, a prisão ilegal deverá ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
          Além disto, o confinamento do réu, antes da sentença penal condenatória, afronta o princípio constitucional da presunção de inocência.
             Pelo exposto, requer-se a Vossa Excelência que seja concedida ao requerente o relaxamento da prisão, expedindo-se o competente alvará de soltura, a fim de ver-se BRAD MATIAS processado em liberdade.
2.1 DA AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO DE FLAGRANTE DELITO PELO CRIME, EM TESE, PRATICADO, NOS TERMOS DO ARTIGO 302, DO CÓDIGO DE PROCESSO PÉNAL.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
TJ-SE - HABEAS CORPUS HC 2006303433 SE (TJ-SE)
Data de publicação: 20/06/2006
Ementa: HABEAS CORPUS - ROUBO - Prisão em flagrante. Não configuração dos requisitos do art. 302 , do Código de Processo Penal . Deferimento do Writ. Unanimidade
3- DO PEDIDO
Assim o requerente pleiteia o reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante , e a consequente expedição do alvará de soltura.
JURISPRUDENCIA
Nestes termos,
Espera deferimento.
Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2017
ADVOGADO
OAB número

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