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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO ___. PROCESSO Nº: TÍCIO, já qualificado nos autos do Processo em epígrafe, vem, respeitosamente na presença de V. Exa., através de seu advogado abaixo assinado, na forma dos artigos 403, §3, c/c 411, todos do Código de Processo Penal, oferecer os presentes MEMORIAIS Com base nos fatos e argumentos ora expostos: I – DOS FATOS O Réu, agindo de forma solidária com a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma. Ocorre que no caminho de volta, o réu imprimiu velocidade excessiva, pois queria chegar a tempo para assistir ao jogo de futebol; assim quando fez a curva a fez de forma fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. A autora foi encaminhada ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a vítima não sofrera lesão alguma, mas foi verificado que perdera o bebe que gerava, em razão do impacto do acidente que sofrera. II – DAS QUESTÕES DE MÉRITO II – A) DA ATICIDADE DA CONDUTA O crime de aborto, só se configura se for na forma dolosa, o agente precisa ter a intenção; houve imprudência por parte do Réu, por não ter observado o dever de cuidado, imprimindo uma velocidade excessiva, como não há dolo na conduta, pois o agente não teve a intenção de provocar o aborto da vítima, há uma atipicidade. O Réu foi denunciado pelo Art 125 do CP que dispõe: Provocar aborto, sem o consentimento da gestante. Trata se absolvição sumária, por atipicidade, conforme o Art. 415, CPP : O Juiz fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: III) O fato não constituir infração penal ; Nesse contexto, trago o entendimento jurisprudencial do nosso Egregio Tribunal Regional do Trabalho, cuja a transcrição segue abaixo: TJ-PE - Apelação APL 3041367 PE (TJ-PE) Data de publicação: 22/11/2013 Ementa: PROCESSO PENAL. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO VISANDO A PRONÚNCIA. INVIABILIDADE. INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI Nº 11.689 . CERTEZA QUANTO A NÃO PARTICIPAÇÃO DOS ACUSADOS NO EVENTO CRIMINOSO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA COM FULCRONO ART. 415 , II , CPP . POSSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO. 1. A Lei nº 11.689 /2008 trouxe significativas modificações ao Código de Processo Penal , dentre as quais se destaca a ampliação do rol de situações que permite a absolviçãosumária, tornando cabível a aplicação do instituto quando for provada a inexistência do fato, a negativa de autoria do delito, a atipicidade da conduta, bem como quando se demonstre causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 2. Conquanto o art. 413 , caput, do CPP , permita seja proferida decisão de pronúncia, quando, provada a materialidade delitiva, houver indícios suficientes de autoria, o art. 415, II, do mesmo diploma legal autoriza o Juiz monocrático a absolver sumariamente quando as provas colhidas na primeira fase do procedimento do Júri levarem a um juízo de certeza quanto a não ser o acusado autor ou partícipe do fato. 3. Enquanto a pronúncia exige uma base probatória minimamente segura quanto à autoria, ou participação, de crime doloso contra a vida, a absolvição sumária demanda um juízo de certeza. Por isso, ainda que neste momento processual prevaleça o princípio do in dubio pro societate, este somente se aplica quando houver fundada dúvida, aliada aos requisitos da prova da materialidade e indícios mínimos de autoria. 4. Se a prova amealhada aos autos durante a instrução realizada na primeira fase do procedimento do Júri permite um juízo de certeza quanto à negativa de participação sustentada pelos acusados, a manutenção da absolvição sumária é medida de rigor 5. Recurso improvido. Decisão unânime. Encontrado em: .689 . CERTEZA QUANTO A NÃO PARTICIPAÇÃO DOS ACUSADOS NO EVENTO CRIMINOSO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA COM FULCRO... da absolvição sumária no processo de competência do Tribunal do Júri. Como é sabido, a Lei nº 11... de uma das hipóteses do art. 415 do CPP implica, necessariamente, a absolvição sumária. II – B) DA AUSÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO Caso, V. Exa., entenda pela absolvição sumária, deverá impronunciar o réu, considerando o fato atípico, pela falta da possibilidade jurídica do pedido. Nesse sentido necessário se faz mencionar o entendimento do ilustre Rogério Greco, que preconiza, in verbis: “Tipicidade é a perfeita subsunção da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei penal, a um tipo penal incriminador. É a adequação de um fato cometido à descrição que dele se faz na lei penal”. II – C) DA CONDUTA SOCIAL Caso entenda pela pronúncia do Réu, deverá continuar em liberdade, pois o réu não apresenta riscos para o andamento do processo. Logo Exa. o réu deverá permanecer em liberdade. III DOS PEDIDOS Isto posto requer a V. Exa., que o réu seja absolvido sumariamente com base no Art. 415, III, CPP; Caso V. Exa. rejeite o pedido anterior, deverá impronunciar o réu com base no Art. 414, CPP; 3) Em caso de pronúncia o réu deverá ser mantido em liberdade na forma do Art. 413, §3º do CPP. Nestes termos Pede deferimento Local, 14 de fevereiro de 2017. ADVOGADO: OAB/UF:
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