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Aula 04

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ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL
Clara Brum
Aula 4
Ética da Advocacia
Direitos do Advogado:
Princípio da Isonomia: art. 6° e parágrafo único do EOAB.
Rol das Prerrogativas: art. 7° EOAB c/c parágrafo único do art. 2º do CED 
Ética da Advocacia
De quem é a competência para conhecer fato que possa causar violação de direitos e prerrogativas do advogado?
Quais as medidas tomadas após o conhecimento da violação?
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Compete ao Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção.
As providências devem ser judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive, mediante representação administrativa (art. 15 RGOAB).
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Art. 7º, EOAB. São direitos do advogado:
 
I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; ( c/c art. 10, EOAB)
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (c/c parágrafo 6° e 7° do art. 7°, EOAB) 
Ética da Advocacia
Art. 7º EOAB.  
III - Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, ainda que considerados incomunicáveis. 
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para a lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB ( c/c § 3°);
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Art. 7º EOAB. 
V - Não ser recolhido preso, antes da sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar (ADI 1.127-8 - julgada em 17/05/06). - Informativo 596 do STF.
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O art. 7º, VI, alíneas a-d, EOAB estabelece o direito ao ingresso em órgãos judiciários e locais públicos. “Livre acesso” aos locais onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, tais como:
Salas de sessões dos tribunais;
Salas de audiências judiciais;
Cartórios, delegacias e prisões;
Reunião ou assembleia (procuração com poderes especiais).
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O art. 7º, e incisos VII e VIII, EOAB reforçam a independência do advogado e a inexistência de vínculo hierárquico, desde que observadas as regras legais e éticas de convivência profissional reciprocamente respeitosa. Podendo neste caso:
Permanecer sentado ou em pé;
Dirigir-se diretamente a magistrados.
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ATENÇÃO: O inciso IX foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento das ADI 1.127-8 e 1.105-7 (26-05-2006), sob o argumento de que iniciado o julgamento pela manifestação do voto do relator, não poderá ser interrompido;
O art. 7º, inciso X, EOAB observa o direito ao uso da palavra oral para esclarecimentos e reclamações, ou seja, a intervenção extraordinária que denota o dever de diligência por parte do causídico. Usar a palavra pela ordem; Replicar.
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O art. 7º, incisos XI e XII, EOAB reforçam o direito à reclamação e a ausência de forma específica para seu exercício profissional, podendo fazê-lo sentado ou em pé, em juízo, tribunal, órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou Poder Judiciário.
O art. 7º, incisos XIII ao XV, EOAB estabelecem a prerrogativa para o acesso aos autos de processos judiciais ou administrativos findos ou em andamento. 
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Acesso aos autos:
Direito de vista (pressupõe procuração)
Direito de exame (prerrogativa de todos os advogados)
Direito de retirada de autos findos
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O art. 7º, XIV, EOAB, com nova redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016, assinala que o advogado poderá examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem o instrumento de procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. Este inciso XIV deve ser cumulado com os parágrafos 10, 11 e 12, todos inseridos pela Lei 13.245/2016. 
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O art. 7° § 1º, EOAB observa o que não se aplica ao disposto nos incisos XV e XVI. Assim, o direito de exame não alcança os processos sob regime de segredo de justiça. Também não poderá ser invocado na hipótese de existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada. 
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Na hipótese de violação das prerrogativas, o advogado poderá requerer o desagravo público conforme previsto no art. 7º, XVII e § 5º, EOAB. Ver art. 18 e 19 do RGOAB.
O art. 7º, inciso XIX, EOAB apresenta como prerrogativa da advocacia a possibilidade de o advogado recusar-se a depor como testemunha em razão do sigilo profissional conforme o art. 38 do CED.
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O art. 7º, inciso XX, EOAB traz como prerrogativa a possibilidade de retirada do recinto, ou seja, “Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão após 30 minutos de espera, desde que a autoridade não tenha comparecido” (ausência efetiva do juiz). 
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A Lei nº 13.245, de 2016 inclui novo inciso ao art. 7º do EOAB, o inciso XXI. Qual a novidade? A novidade foi assegurar como prerrogativa a possibilidade de “assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos”. 
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O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria e difamação qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer, conforme o art. 7º, § 2º, EOAB. 
Neste parágrafo temos que retirar do rol das imunidades o crime de desacato porque foi decidido em ADI que não se aplica a excludente da ilicitude àquele que ofende o magistrado.
Ética da Advocacia
Da responsabilidade civil do advogado:
No Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, art. 32, encontramos a responsabilidade do profissional de advocacia “pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa”. O caput deste artigo deve estar relacionado com o art. 31 e seus parágrafos, art. 33 e todo o Código de Ética e Disciplina da OAB. A atividade não é regulada pelo Código do Consumidor.
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Súmula 02/2011 – CFOAB - ADVOCACIA. CONCORRÊNCIA. CONSUMIDOR. 1) A Lei da advocacia é especial e exauriente, afastando a aplicação, às relações entre clientes e advogados, do sistema normativo da defesa da concorrência. 2) O cliente de serviços de advocacia não se identifica com o consumidor do Código de Defesa do Consumidor - CDC. Os pressupostos filosóficos do CDC e do EAOAB são antípodas e a Lei 8.906/94 esgota toda a matéria, descabendo a aplicação subsidiária do CDC. (Fonte: site do Conselho Federal da OAB).
Referências:
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 2015.
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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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Referências:
COÊLHO, Marcus Vinicius Furtado. Comentários ao novo código de ética dos advogados. São Paulo: Saraiva, 2016.
GONZAGA, Álvaro de Azevedo; NEVES, Karina Penna; BEIJATO JUNIOR, Roberto. Estatuto da advocacia e novo Código de Ética e Disciplina da OAB comentados. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.
 
LÔBO, Paulo L. N. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. São Paulo: Saraiva, 2015.
Clara Maria Cavalcante Brum de Oliveira
Possui graduação em Comunicação Social - Faculdades Integradas Hélio Alonso (1990), graduação em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2000), graduação em Direito pela Universidade Estácio de Sá (2005) e mestrado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1998). Atualmente é professora assistente da Universidade Estácio de Sá. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ética, atuando principalmente nos seguintes temas: metodologia, filosofia da ciência, filosofia, filosofia política e filosofia do direito. Lattes:  http://lattes.cnpq.br/2000062113086870
Como é ser um Filósofo?

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