Alimentação Complementar para Crianças

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ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR 
Nut. Thaynara Helena 
Conceitos 
 Alimentação Complementar: alimento 
oferecido à criança em adição ao leite 
materno. 
 
 Alimentação Complementar Oportuna: 
introduzida a partir do sexto mês de 
vida. 
 
 
Alimentos de transição, antigamente chamados de 
alimentos de desmame, se referem aos alimentos 
complementares especialmente preparados para 
crianças pequenas. 
CONCEITO 
Alimento de transição: 
preparado especialmente 
para a criança 
Alimento consumido pela 
família e modificado para 
atender as habilidades da 
criança. 
Quando iniciar? 
 Segundo a OMS: a partir dos 6 meses de 
idade. 
 Consenso: deve ser evitada antes dos 4 
meses. 
 Dilema do Desmame: 
 
Por um lado: interessante para 
criança exclusivamente 
amamentada ao seio; 
Por outro lado: 
frequentemente representa 
riscos de infecções e em 
situações de pobreza extrema, 
o risco de morte (Rowland et 
al, 1978) 
Riscos… 
 Fase caracterizada pela maior prevalencia de 
doenças diarréicas que em qualquer outro período 
da vida. 
 
 Passa a receber uma alimentação que pode ser: 
- Insuficiente 
- Contaminada 
- Alergizante. 
Maturidade aos seis meses… 
 Erupção da dentição decídua 
 Aumento da destreza manual 
 Maior secreção da Amilase Intestinal 
 Redução do Reflexo de expulsão 
 
Autorização para início da 
Alimentaçao complementar 
Hábitos Alimentares 
Materiais Disponíveis 
PRATICAS DE 
ACONSELHAMENTO 
 Estimule a mãe/cuidador 
a falar sobre como estão 
alimentando a criança 
 
 Elogie 
 
 Informe 
 
PRATICAS DE 
ACONSELHAMENTO 
 Sugira 
 
 Confirme o 
entendimento 
 
 Marque consulta de 
acompanhamento 
 
OS DEZ PASSOS PARA A ALIMENTAÇÃO 
SAUDAVEL DA CRIANÇA MENOR DE 2 
ANOS 
1- Dar somente LM até 6 meses. 
2- A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e 
gradual outros alimentos, mantendo LM até 2 anos ou 
mais. 
3- A partir dos seis meses, dar alimentos complementares 
três vezes ao dia, se a criança receber LM, e cinco vezes 
ao dia, se estiver desmamada. 
4- Oferecer a alimentação complementar sem rigidez de 
horários, respeitando a vontade da criança. 
 
5- A alimentação complementar deve ser espessa (grossa) desde 
o início e oferecida de colher; começar com consistência 
pastosa (papas/purês), e gradativamente aumentar sua 
consistência até chegar à alimentação da família. 
 
6- Oferecer diferentes alimentos ao dia (variada e colorida) 
 
7- Estimular o consumo de frutas, verduras e legumes nas 
refeições 
 
8- Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, 
balas, salgadinhos e outras guloseimas nos 
primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. 
9- Cuidar da higiene (preparo, manuseio, 
armazenamento e conservação). 
10- Estimular a criança doente e convalescente a se 
alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e 
seus alimentos preferidos, respeitando a aceitação. 
 
Desvantagens da 
introdução precoce 
 Substituir o leite 
materno 
 Déficit de nutrientes 
 Aumenta risco de 
doença 
 Aumenta risco de 
gravidez 
Desvantagens da 
introdução tardia 
 Déficit de nutrientes 
 Retardo do 
crescimento e 
desenvolvimento 
 Aumenta risco de 
desnutrição 
 Aumenta risco de 
anemia 
 
 
Recomendação: 
 Iniciar alimentação complementar aos 6 meses, em 
crianças que mamam exclusivamente no peito. Casos 
especiais poderão requerer a introdução de 
alimentos complementares antes do sexto mês 
devendo cada caso ser analisado avaliado 
individualmente pelo profissional de saúde. 
 
Ministério da Saúde, 2005. 
Características dos alimentos 
adequados 
 Ricos em energia e 
micronutrientes (Fe, 
Zn, Ca, Vit A, Vit C e 
folatos) 
 
 Isento de germes 
patogênicos, toxinas 
ou produtos 
químicos prejudiciais 
 
 
 
Características dos alimentos 
adequados 
 Sem muito sal ou 
condimentos 
 De fácil consumo e 
boa aceitação pela 
criança 
 Quantidades 
apropriadas 
Características dos alimentos 
adequados 
 Fáceis de preparar 
a partir de 
alimentos da família 
 
 Custo aceitável 
para a maioria das 
famílias 
Lembrar que: 
 O óleo vegetal deverá ser utilizado (AGE) 
 
 Evitar o leite de vaca no primeiro ano de vida, assim 
como a utilização de chá 
 
 Frutas junto às refeições (biodisponibilidade) 
 
 Evitar alimentos industrializados 
 
 Evitar calorias vazias e açúcar refinado (excessão na 
desnutrição) 
Necessidade de complementação 
 Após o quinto mês 
- Proteína 
- Ferro 
- Vitaminas do complexo B 
 
 
 
Fontes de energia: 
Arroz, macaxeira, inhame, cará, 
angu, milho, macarrão, batata 
(doce, inglesa), farinha de 
mandioca. 
Fonte de Proteína e Ferro: 
Bovina, de peixe, de galinha, 
Miúdos, gema de ovo. 
Fontes de Vitaminas e 
Minerais: 
Frutas e hortaliças 
Fontes de Proteínas: 
Feijão, lentilha, ervilha, soja e 
grão de bico 
Lacerda e Accioly, 2006 
Ingestão de energia recomendada para 
os 2 primeiros anos de vida. 
Idade 
(em meses) 
FAO/WHO 
Kcal/kg/dia 
FAO/WHO 
Kcal/dia 
0 – 2 116 520 
3 – 5 99 662 
6 – 8 95 784 
9 – 11 101 949 
12 – 23 106 1170 
Energia 
 Para que as supram suas necessidades 
energéticas, os alimentos complementares 
devem ter uma densidade energética 
mínima de 0,7kcal/g (Brown et al,1995) 
 
 Por isso são desaconselhados 
alimentos hipocalóricos. 
Proteínas 
 Acredita-se que, se o conteúdo energético da dieta for 
adequado, provavelmente o aporte protéico também o será. 
 
 Além da quantidade das proteínas da dieta, são 
importantes a sua qualidade e digestibilidade. As 
proteínas de alto valor biológico e de melhor 
digestibilidade são encontradas principalmente nos 
produtos de origem animal (carnes, leite, ovos). 
FERRO 
 Os alimentos ricos em ferro são consumidos em 
quantidades insuficientes por crianças abaixo de 
2 anos. Recomenda-se como estratégia 
aumentar a ingestão de ferro através de 
alimentos enriquecidos ou suplementação 
medicamentosa. 
Ministério da Saúde, 2005 
 
Indicação da suplementação: 
 Crianças com BPN e prematuros a partir de 30°DV na 
dose de 2mg/Kg dia por 2m 
 Dos 6 aos 24m: 1mg/Kg dia ou dose semanal de 45 mg 
VITAMINA A 
 Em áreas endêmicas, onde a concentração de vitamina A no 
leite materno pode estar diminuída, recomenda-se a 
suplementação da mãe com vitamina A e/ou ingestão 
aumentada de alimentos ricos dessa vitamina por parte das 
crianças 
World Health Organization, 1998 
 
 Região Nordeste e Vale do Jequitinhonha 
 6 a 11m: 100.000 UI 
 12 a 59m: 200.000UI 
 Intervalo de 4 a 6 meses 
VITAMINA D 
 Crianças com 
exposição à luz solar 
inadequada 
 
 Dose: 200 a 400 UI 
Quantidade e frequência da oferta dos 
alimentos na presença de aleitamento 
materno 
Idade Frequência Quantidade oferecida por 
refeição 
 7 a 8 
meses
três vezes ao dia, além de
amamentações frequentes
aumentar gradativamente até 2/3 de
uma xícara de 250 ml a cada
refeição
9 a 11 
meses
três refeições com um 
lanche entre refeições, 
além da amamentação
3/4 de uma xícara/tigela de 250 ml
12 a 24 
meses
três refeições com dois 
lanches entre refeições, 
além da amamentação
uma xícara/tigela de 250 ml cheia
Frequência 
 Em crianças que não recebem leite materno,as 
necessidades energéticas podem ser preenchidas 
com três a quatro refeições por dia. 
 WHO, 1998 
 
 A OMS e o Ministério da Saúde recomendam três 
refeições ao dia para os amamentados e cinco 
refeições ao dia para aqueles que não recebem leite 
materno. 
 WHO, 2000; Brasil,1999 
Variedade e Monotonia 
 Estudo multicêntrico de consumo alimentar em crianças 
de 6 a 12 meses, mostrou que 70% das calorias ingeridas 
eram provenientes de: 
• Açúcar 
• Leite 
• Fubá 
• Biscoitos 
• Arroz 
• Feijão 
 O consumo de frutas, verduras e legumes não foi demonstrado 
como hábito em crianças no 1º ano de vida. 
 
Percepções e tabus 
 Reimosos; 
 Pesados; 
 Indigestos; 
 Proibidos pela religião; 
 
Escolha dos alimentos 
 Atenção para frutas e legumes; 
 Óleo de soja; 
 Leite de vaca; 
 Chocolate; 
 Calorias vazias; 
 Mel e clara de ovo; 
 Risco de engasgo: amendoim, pitomba, uva 
inteira, etc. 
 
Ordem de introdução: 
 Frutas (sucos) nos intervalos das mamadas; 
 Papas de frutas; 
 Introduzir 1 alimento novo/dia; 
 Quantidade de acordo com o apetite; 
 Consistência pastosa (amassada); 
 Usar talheres; 
 Permitir a participação da criança; 
 Utilizar condimentos naturais (sem excesso); 
 Higiene oral após as refeições; 
 
Esquema proposto 
 Primeiro, segundo e terceiro dia: alimentos ricos 
em energia 
 
 Quarto ao sexto dia: fontes de vitaminas e minerais 
 
 Sétimo ao décimo dia: alimentos fonte de proteína 
 
 Após esta fase e de acordo com a aceitação, poderá 
ser iniciado o jantar (segunda refeição) 
Lacerda e Accioly, 2006 
Orientar 
 Preservaçao dos nutrientes 
 Condimentaçao suave 
 Oferecer independente do volume de aceitação 
 Usar colher, copo e prato 
 Permitir que a criança manuseie 
 Se houver recusa, nao forçar e oferecer em outra 
oportunidade 
 Consistencia inicial pastosa (amassada) 
 Higiene oral 
Lacerda e Accioly, 2006 
Pirâmide Alimentar infantil crianças de 
 6 a 23 meses 
Esquema alimentar 
8 a 11 meses >12meses 
Leite Leite 
Papa de fruta amassada Fruta ou suco + biscoito 
Papa salgada amassada 
(arroz+carne+cenoura) 
Almoço da família 
(arroz+feijão+carne+vege
tais) 
Papa de fruta Leite + pão ou cereal ou 
biscoito 
Papa salgada amassada 
(batata+peixe+folha 
verde) 
Jantar da 
família:Macarrão+ frango 
+legume 
Leite Leite 
Leite