Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA/SARA) Aloísia Pimentel CONCEITO Forma severa de insuficiência respiratória aguda Desordem generalizada da estrutura endotelial, podendo resultar em insuficiência de múltiplos órgãos Instalação súbita, hipoxemia refratária, edema pulmonar de alta permeabilidade, diminuição da complacência pulmonar, infiltrado difuso no raio x de tórax CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Clínico – início súbito de insuficiência respiratória Radiológico – infiltrado interstício-alveolar difuso CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS Fisiológicos – PaO2 menor que 60 mmHg FiO2 maior que 40 % PaO2/FiO2 menor que 200 ESCORE DE MURRAY (1998) - Aspecto radiológico - Grau de hipoxemia - Requerimento de PEEP - Complacência pulmonar QUADRO CLÍNICO Estertoração difusa Hipoxemia severa Infiltrado interstício-alveolar 80% dos casos se instala dentro das 48 horas seguintes à ocorrência do fator predisponente ETIOPATOGENIA Etiologia na SDRA FONTE: COORTE EM UTI MADRID – 1998 a 2003 EXAMES COMPLEMENTARES na emergência História e exame clínico Monitorização cardíaca PA e SaO2 Raio X Exames gerais Gasometria arterial Na UTI (monitorização hemodinâmica) FISIOPATOGENIA Mecânica Pulmonar Os mediadores geram lesão no endotélio alveolar e aumento da permeabilidade → acúmulo de fluído dentro dos alvéolos Interferência na mecânica pulmonar: - Diminuição da complacência pulmonar - Taquipnéia compensatória - Diminuição da capacidade vital e residual - Diminuição do calibre das vias aéreas FISIOPATOGENIA Hipoxemia Distúrbio V/Q – Fator mais importante relacionado a não ventilação dos alvéolos por atelectasias ou encharcamento – shunt Difusional: - Perda da superfície alveolar - Aumento do DC - Diminuição da pressão alveolar de oxigênio FISIOPATOGENIA Troca de Dióxido de Carbono(CO2) Dificuldade de troca de CO2 Formação de espaço morto pelos microtrombos na vasculatura pulmonar FISIOPATOGENIA Edema Pulmonar Elevação da permeabilidade Hipoproteinemia Diminuição ou inativação do surfactante Colabamento alveolar FISIOPATOGENIA Hipertensão Pulmonar Ocorre independentemente da hipoxemia Após três dias não responde a drogas (microtrombos, hipertrofia da musculatura lisa vascular e deposição de fibrina) Pode levar a queda do DC - Aumento da pós-carga ventricular direita - Desvio do septo interventricular - Diminuição do enchimento do VE FISIOPATOGENIA Defeito periférico A maioria dos pacientes não morrem da hipoxemia, mas das complicações da terapia e insuficiência de múltiplos órgãos Déficit na extração tecidual de oxigênio – graves distúrbios na microcirculação sistêmica TRATAMENTO Procurar o foco: sepse, pneumonia Se o foco não é evidente: procurar no abdome – coleção ou translocação Uso de antibiótico baseado na suspeita do foco – esquemas com maior espectro Se após traumas – descompressão cirúrgica, imobilizações de fraturas, drenagem de hematomas... TRATAMENTO Suporte respiratório - Objetivos: melhor oxigenação (SaO2 em torno de 94%, com menores níveis possíveis de FiO2, pressões de plateau menor que 35 cmH2O, menor comprometimento hemodinâmico pelo uso da PEEP TRATAMENTO VAC – 6 a 7 ml/Kg; PEEP : 7 cmH2O até no máximo ??; FiO2: evitar níveis maiores que 50% PCV até 40 cmH2O; PEEP alta cmH2O, relação I:E 1:1 até inverter para 4:1 TRATAMENTO Suporte Hemodinâmico - Comprovada dependência entre oferta e consumo de O2 na SARA - Maximizar a oferta de oxigênio (consenso internacional) - Não há diferença entre usar colóide ou cristalóides - Inotrópicos: dobutamina inicialmente, outras drogas vasopressoras TRATAMENTO Suporte Hemodinâmico - Recomenda-se manter níveis de Hg em torno de 12 mg/dl - Saturação de O2 em torno 94% - Pelo quadro hipermetabólico, ofertar apoio metabólico - Evitar a hiperalimentação e dar preferência a rota enteral TRATAMENTO ESPECÍFICO Não existe Os corticóides não demonstraram serem eficazes Uso de surfactante, pentoxifilina, inibidores da ciclocigenase , Óxido Nítrico – não há suporte clínico Posição Prona PROGNÓSTICO Mortalidade global – 60 % Em insuficiência de múltiplos órgãos – 85% Fatores relacionados ao mau prognóstico: - SDRA séptica – 90 % - Hipertensão pulmonar persistente - Insuficiência de múltiplos órgãos ( se apenas o fígado – 100% de mortalidade) - Pneumonia nosocomial – complicação em 30%, mortalidade de 90 % - Alveolite fibrosante – deposição de colágeno/fibronectina
Compartilhar