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DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Igualdade 2016072510405554

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Prof. Daniel Sena www.focusconcursos.com.br 1 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
DIREITO À IGUALDADE 
Introdução 
 
 Também conhecido como isonomia, a igualdade é um típico direito fundamental de segunda 
geração que tem como objetivo reduzir as desigualdades entre as pessoas. Inicialmente a Constituição 
demonstra clara preocupação com este direito, tanto que além de trazê-lo no caput do artigo 5º duas 
vezes, ainda repete o direito no primeiro inciso: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
 
Tratar com igualdade, portanto, parece ser o direito em que todos são tratados da mesma forma, 
como no texto constitucional acima. Contudo, ampliando o estudo deste instituto percebi que em 
algumas situações a igualdade não é tão igual como parecia ser. Vejamos alguns exemplos 
interessantes: 
1. Licença maternidade – 120 dias. Para o homem, apenas 5 dias de licença paternidade. 
2. Aposentadoria – a mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem segundo as regras vigentes 
no Brasil. 
3. Serviço Militar Obrigatório – Segundo o artigo 143 apenas o homem está obrigado a servir as 
forças armadas durante o serviço militar inicial. 
 
Igualdade formal X igualdade material 
 
 Entende-se como sendo igualdade formal a situação em que todos são tratados da mesma 
forma, sem distinções, no sentido do caput do artigo 5º. 
 Já a igualdade material é a igualdade real, efetiva, em que as pessoas são tratadas segundo a 
realidade da sua situação. Por meio deste tratamento procura-se a justiça real entre as pessoas. Uma 
expressão costuma sintetizar bem o seu significado: 
Igualdade material significa tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade na 
medida das suas desigualdades. 
Ações afirmativas 
 
Chamamos de ações afirmativas as políticas públicas de compensação social desenvolvidas pelos 
governantes com o objetivo de reparar os prejuízos que algumas minorias possuem em razão da sua 
condição social. 
No Brasil temos vários exemplos que poderão ser cobrados em sua prova. A mais conhecida de 
todas as medidas de ação afirmativa é a quota para afrodescendente ter acesso a universidade pública. 
Segundo o Supremo, estas quotas são perfeitamente constitucionais haja vista concretizar a igualdade 
material entre os candidatos. 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
Outra política de ação afirmativa é a reserva de vaga para deficiente nos concursos públicos. 
Temos ainda políticas voltadas para a proteção das mulheres, como é o caso da lei Maria da Penha (Lei 
 
11.340/2006) que protege a mulher contra a violência doméstica. Como se pode perceber, o Brasil é um 
país bem voltado a este tipo de medida de inclusão social a qual concretiza o conceito da igualdade 
material. 
 
Igualdade nos concursos públicos 
 
Segundo o STF pode-se exigir critérios distintivos para acesso a cargos públicos. 
Obviamente que não é qualquer exigência que poderá ser feita, devendo ser observadas duas condições 
para isso: 
1. Ser fixado em lei 
2. Ser necessário ao exercício do cargo 
União estável homoafetiva 
 
Por fim, não poderíamos deixar de falar de um tema mais recente e que tem ganhado espaço nas 
questões de prova que são os direitos dos homossexuais. Esse público a cada dia avança na conquista de 
um tratamento isonômico com base no objetivo estabelecido no artigo 3º da Constituição que prevê: 
 
Art. 3º, IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Nessa linha, o STF já deferiu o tratamento de igualdade em diversas situações jurídicas como em 
questões previdenciárias e trabalhistas. O reconhecimento de igualdade alcançou também à 
equiparação da união estável homoafetiva a união estável heterossexual. Inclusive o Conselho Nacional 
de Justiça inovou determinando aos cartórios de todo o Brasil que não impeçam o casamento de 
pessoas do mesmo sexo. 
 
DIREITO À LIBERDADE 
Introdução 
 
 A Constituição avançou ao garantir diversas prescrições que efetivam a liberdade como direito 
individual. O que veremos a partir daqui são as várias feições que a liberdade tomou dentro do texto 
constitucional e que certamente aparecerão em suas provas. 
Liberdade de ação 
 A primeira liberdade que estudaremos é a prevista no segundo inciso do artigo 5º: 
 
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei; 
 
Temos aqui a chamada liberdade de ação. Qualquer ação humana só poderá ser limitada por 
meio de lei. 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
Liberdade de manifestação do pensamento 
 Fruto direto do pluralismo político, a liberdade de manifestação do pensamento é base dos 
demais direitos individuais que exprimem a personalidade de cada individuo da sociedade. Sua previsão 
expressa está no artigo 5º, II: 
 
Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
 Uma questão que já foi cobrada em prova é em relação à possibilidade de utilização da 
denúncia anônima no Brasil. Apesar da vedação expressa no texto constitucional, o Supremo 
reconheceu a constitucionalidade da denúncia anônima desde que não sirva de base para 
instauração de procedimento formal de investigação, seja investigação criminal, cível ou administrativa. 
Em outra decisão interessante que já foi cobrada em prova, o STF reconheceu a 
constitucionalidade da “marcha da maconha” considerando como legítima este tipo de 
manifestação como fruto direto da liberdade de reunião e da manifestação do pensamento. 
Não menos importante, temos ainda a decisão em que o Supremo declara a 
inconstitucionalidade da exigência de diploma de jornalismo para o exercício da profissão de 
jornalista. Ou seja, o exercício da referida profissão deriva diretamente da liberdade de manifestação 
do pensamento e não pode ser censurada pelo Estado. 
Liberdade de consciência e crença religiosa 
 Veja como a Constituição estabeleceu esta liberdade no inciso VI do artigo 5º: 
 
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos 
locais de culto e a suas liturgias; 
 
Em uma primeira leitura, percebe-se claramente o estado de liberdade religiosa existente no 
Brasil. Por isso somos considerados um Estado Laico. Diz-se laico, leigo ou não confessional quando 
existe uma relação de separação entre o Estado político e o religioso. O Brasil, portanto, não possui uma 
religião oficial, tolerando a convivência de qualquer forma de crença e consciência desde que, 
obviamente, sejam compatíveis com a ordem constitucional. Só tenha cuidado nas provas com um 
detalhe. Esta separação entre o estado e a igreja não é absoluta, podendo ocorrer em situações muito 
especiais, de colaboração de interesse público, como prevê o artigo 19, I da CF: 
 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependênciaou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse 
público; 
A Constituição, além de proteger a liberdade religiosa, garantiu a sua prestação nas entidades 
civis e militares de internação coletiva como hospitais, quarteis e presídios: 
 
Art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
 De todos os incisos que o artigo 5º traz sobre a liberdade religiosa, o mais cobrado em prova é 
certamente o inciso VIII: 
 
Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
 Esta é a famosa escusa de consciência, também conhecida como imperativo ou objeção 
de consciência. Este dispositivo prevê como regra que ninguém será privado de direitos por causa 
daquilo que pensa. Esta regra possui uma exceção, ou seja, será possível privar dos seus direitos em 
razão do que pensa quando o individuo recusar o cumprimento de uma obrigação imposta a todos e 
recusar também a prestação alternativa fixada em lei. Havendo lei que fixe a prestação alternativa, o 
individuo que se recusar a cumprir a obrigação imposta a todos deverá cumprir ao menos a prestação 
alternativa sob pena de ter seus direitos restringidos a luz do artigo 15 da CF: 
 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se 
dará nos casos de: 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5º, VIII; 
 Uma questão interessante sobre esse tema e que, apesar da divergência doutrinária, tem sido 
cobrada em prova diz respeito à consequência para quem não cumprir a obrigação imposta a todos ou a 
prestação alternativa. Neste caso teríamos perda ou suspensão dos direitos políticos? Tem prevalecido 
nas provas o entendimento de perda dos direitos políticos. 
 
	Introdução
	Igualdade formal X igualdade material
	Ações afirmativas
	Igualdade nos concursos públicos
	União estável homoafetiva
	Introdução
	Liberdade de ação
	Liberdade de manifestação do pensamento
	Liberdade de consciência e crença religiosa

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