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DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Locomocao e Propriedade 2016092009151013

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Prof. Daniel Sena www.focusconcursos.com.br 1 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
 
Liberdade de locomoção 
 A Constituição fez questão de garantir essa liberdade no inciso XV do artigo 5º: 
 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
 
Percebe-se claramente que esse direito não pode ser considerado absoluto, pois, além do seu 
exercício está limitado ao território nacional, o seu gozo pleno depende de um estado de paz social. 
 Também seria possível limitar essa liberdade por meio as prisões legalmente previstas no 
direitos brasileiro como: prisão em flagrante, determinada pelo juiz ou mesmo prisão disciplinar militar. 
Tenha cuidado também com a previsão de que qualquer pessoa poderá entrar no território 
nacional, nele permanecer ou dele sair com seus bens. Não vá pensar que você pode sair do país, 
comprar bens e entrar no Brasil sem antes declarar esses bens e pagar o imposto de importação caso 
seja necessário. A liberdade aqui não se confunde em nada com algum tipo de isenção tributária. 
Liberdade de reunião 
 A liberdade de reunião é uma das mais cobradas em prova, exatamente pelos requisitos que o 
texto constitucional exigiu para sua efetivação. É o que diz o inciso XVI do artigo 5º: 
 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
autoridade competente; 
Segundo a Constituição, a reunião tem que: 
1. Ser pacífica 
2. Ser sem armas 
3. Ocorrer em locais abertos ao público 
4. Ocorrer independente de autorização 
5. Ser exigido prévio aviso 
6. Respeitar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local 
De todos os requisitos os mais cobrados são: dispensa de autorização e necessidade de prévio 
aviso. As bancas costumam confundir bastante esses dois. Lembre-se: 
A LIBERDADE DE REUNIÃO 
NÃO PRECISA DE AUTORIZAÇÃO, MAS PRECISA DE PRÉVIO AVISO 
 
Liberdade de associação 
 É impressionante como a liberdade de associação costuma ser cobrada em prova, 
principalmente pelas regras previstas nos incisos XVII ao XXI do artigo 5º da CF: 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 Qualquer pessoa tem liberdade para se associar ou permanecer associado. Esse direito poderá 
ser exercido de forma plena, mas não absoluta. O próprio inciso XVII traz como limitadores duas 
exigências para as atividades das associações: que as sejam lícitas e que não possuam caráter 
paramilitar. 
Caso a associação desenvolva atividades ilícitas, o Poder Judiciário poderá dissolvê-la 
compulsoriamente ou suspender suas atividades. 
 Por se tratar de um direito fundamental, a Constituição proibiu ao poder público que interfira 
em seu funcionamento dispensando inclusive a exigência de autorização para seu funcionamento. 
 As associações poderão defender seus filiados tanto na esfera judicial quanto na esfera 
administrativa desde que expressamente autorizadas. 
 
DIREITO À PROPRIEDADE Conceito 
 
 Falar em propriedade nos remete a ideia de que algo nos pertence. Se pertence, então posso 
fazer o que quiser. Posso usar como quiser, posso dar, posso vender, posso dispor como achar melhor. 
Trata-se de um direito fundamental para os dias de hoje e que está expressamente previsto no texto 
constitucional: 
Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade. 
Limitações 
 Veremos aqui, alguns limitadores impostos pela própria Constituição e que funcionam como 
equilíbrio do interesse privado da propriedade com o interesse da coletividade. 
1. Função social – o primeiro limitador do direito à propriedade é a sua função social exigida no inciso 
XXIII do artigo 5º da Constituição: 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
2. Requisição administrativa – Seu fundamento está no artigo 5º, XXV da CF: 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano; 
3. Desapropriação – é literalmente a perda da propriedade. A Constituição fala de três espécies de 
desapropriação as quais quero apresentar aqui: 
3.1 Desapropriação pelo “mero” interesse público – esta forma de desapropriação está prevista 
no artigo 5º, XXIV da Constituição: 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 A Constituição determina que essa desapropriação deve ser indenizada, de forma prévia e 
justa e o pagamento deve ser em dinheiro. 
 
3.2 Desapropriação sanção – esta desapropriação é uma forma de punição ao proprietário por 
não ter cuidado da sua propriedade. Sua previsão está nos artigos 182 e 184 da CF: 
 
Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica 
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário 
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão 
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, 
em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os 
juros legais. 
 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma 
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia 
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do 
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua 
emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
 
Apesar do caráter punitivo essa forma de desapropriação também gera direito a indenização 
que segundo a Constituição também será de forma prévia e justa, contudo, deverá ser paga 
em títulos da dívida pública, no caso dos imóveis urbanos ou em títulos da dívida agrária, 
no caso dos imóveis rurais. 
 
 
3.3 Desapropriação confiscatória – também chamada de expropriação, esta modalidade de 
desapropriação encontra amparo no artigo 243 da CF? 
 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem 
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho 
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agráriae a 
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto 
no art. 5º. 
Duas são as possibilidades de aplicação deste tipo de desapropriação: 
1. Propriedade com cultura ilegal de plantas psicotrópicas 
2. Propriedade com exploração de trabalho escravo 
Nos dois casos, por se tratarem de condutas criminosas, os proprietários perderão sua 
propriedade, não serão indenizados e ainda serão responsabilizados na esfera penal. 
Bem de família 
 Você já ouviu falar em bem de família? Acompanhe comigo a leitura do texto constitucional no 
artigo 5º, XXVI: 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
Direitos Fundamentais 
Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada 
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes 
de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento; 
 
Sugiro que você memorize esses requisitos, os quais sempre despencam em prova: 
1. Pequena propriedade rural 
2. Definida em lei 
3. Trabalhada pela família 
4. Débitos decorrentes da atividade produtiva 
 
Propriedade imaterial 
O texto constitucional fez questão de proteger não só as propriedades materiais, mas as 
imateriais também. Aqui veremos dois direitos de propriedade imaterial: a propriedade autoral e a 
propriedade industrial. 
Nos incisos XXVII e XXVIII do artigo 5º encontramos o direito de propriedade do autor. Leia-os e 
decore-os pois quando cobradas em prova, as questões abusam dos detalhes do texto constitucional: 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
 a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da 
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
 b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que 
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindicais e associativas; 
No inciso XXIX encontramos a propriedade industrial: 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para 
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, 
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
Direito à herança 
O direito de propriedade encontra seu ponto alto no direito de herança. É a herança que traz o 
verdadeiro sentido do direito de propriedade e por esta razão ela aparece também como direito 
individual no artigo 5º: 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes 
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
 
	Liberdade de locomoção
	Liberdade de reunião
	Liberdade de associação
	Conceito
	Limitações
	Propriedade imaterial
	Direito à herança

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