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contbasica2- Modulo II

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Módulo II 
 
 
 
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Sumário 
Unidade 3 - Escrituração Contábil................................................................................ 4 
3.1 – Patrimônio sob o aspecto contábil..................................................................... 5 
3.2 – Princípios fundamentais da contabilidade ....................................................... 11 
3.3 – Método das Partidas Dobradas........................................................................ 15 
3.4 – Contas Contábeis............................................................................................ 17 
3.4.1.Contas Patrimoniais.................................................................................... 18 
3.4.2. Contas de Resultados................................................................................. 19 
3.4.3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS....................................... 21 
3.4.4. PLANO DE CONTAS............................................................................... 21 
3.5 – Lançamentos Contábeis.................................................................................. 34 
3.5.1. Como realizar um Lançamento .................................................................. 39 
3.6 – Livros Contábeis ............................................................................................ 40 
3.6.1. Livro Diário............................................................................................... 41 
3.6.2. Livro Razão............................................................................................... 45 
3.6.3. Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).............................................. 47 
3.7 – Balancete de Verificação ................................................................................ 49 
3.7.1. Erros não detectáveis pelo Balancete de Verificação.................................. 51 
3.7.2. Apresentação do Balancete ........................................................................ 52 
3.8 – Erros de escrituração ...................................................................................... 53 
3.9 – Encerramento do Exercício............................................................................. 55 
3.10 – Tributação .................................................................................................... 56 
3.10.1. Classificação dos tributos ........................................................................ 56 
3.10.2. Tipos de tributos ...................................................................................... 57 
3.10.3. Tributos cobrados de empresas ................................................................ 58 
3.10.4. Imposto de Renda .................................................................................... 59 
Unidade 4 – Relatórios Contábeis ............................................................................... 72 
4.1 – O que são Relatórios Contábeis?..................................................................... 73 
4.2 – Balanço Patrimonial ....................................................................................... 74 
4.2.1. Classificação de contas do Grupo Ativo..................................................... 75 
4.3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)............................................ 80 
 
 
 
4.4 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) .......................... 87 
4.5 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ........................ 90 
4.6 – Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR)..................... 92 
Chegamos ao fim da Unidade 4! Nesta Unidade você aprendeu que:.......................... 95 
Conclusão do Curso .................................................................................................... 96 
Bibliografia................................................................................................................. 97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
 
Unidade 3 - Escrituração Contábil 
Olá, 
 
Seja bem vindo à Unidade 3! 
 
 Existem várias técnicas usadas pela contabilidade para que ela possa atingir os 
seus objetivos, sendo as escriturações os principais meios. 
 
 Nesta unidade, você terá contato com a parte prática da contabilidade, com 
destaque para a definição de patrimônio, sem o qual não existe contabilidade, os 
princípios que regem a atividade e devem ser obedecidos e o método de partidas 
dobradas. 
 
 Você verá também, o que são contas contábeis, os livros, lançamentos contábeis 
e como deve ser feito um balancete de verificação. Por fim, aprenderá sobre a 
importância do encerramento de exercício e informações sobre tributação, com destaque 
para a declaração de Imposto de Renda, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
3.1 – Patrimônio sob o aspecto contábil 
 
 Podemos definir patrimônio como um conjunto de BENS, DIREITOS e 
OBRIGAÇÕES vinculados a uma pessoa, física ou jurídica, num determinado 
momento, susceptível de avaliação econômica, ou seja, podem ser avaliados em moeda. 
 
 Podemos caracterizar como bens, todo item material de posse da entidade como 
dinheiro, estoques, maquinários, entre outros. 
 
 Como direitos, caracterizam-se os itens incorpóreos (imateriais), mas que 
podem ser mensuráveis (medidos), cuja realização poderá se tornar um bem. Neste caso, 
podemos destacar contas a receber, duplicatas a serem descontadas, seguros a realizar, 
entre outros. 
 
 Já as obrigações, são as dívidas que deverão ser pagas em curto ou longo prazo, 
sendo caracterizadas por contas a pagar, empréstimos, financiamentos, entre outros. 
 
 Vale reforçar que, do ponto de vista contábil, bens, direitos e obrigações como a 
vida, o caráter, a amizade e a liberdade, não são de competência do contabilista, uma 
vez que não podem ser avaliados economicamente. 
 
 Neste sentido, podemos considerar ainda que o patrimônio é formado por 
elementos positivos e negativos, nos quais os bens e direitos se constituem como 
elementos positivos, enquanto as obrigações se constituem em elementos negativos. É 
importante saber que, mesmo que as dívidas sejam maiores que os bens e os direitos, o 
patrimônio continua a existir. 
 
 Os itens acima discutidos dão origem a novos conceitos na contabilidade: 
 
 A) Os bens e direitos passam a formar o ATIVO 
 
 B) As obrigações passam a formar o PASSIVO EXIGÍVEL 
 
6
 
 
 C) A relação entre estes dois elementos geram o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
 
Ou seja: ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 De forma conceitual, podemos definir o patrimônio líquido como o registro de 
valor que os proprietários de uma empresa têm aplicado no negócio. Ou seja, podemos 
considerar que o valor inicial investido (capital) para abrir um negócio, representa o 
patrimônio líquido da empresa. 
 
 Porém, isto pode causar uma dúvida muito comum para quem está recebendo 
esta informação pela primeira vez e que acabou de aprender que os bens de uma 
empresa representam seu patrimônio: Por que o valor que os sócios aplicaram no 
negócio é chamado de patrimônio líquido e não patrimônio? 
 
 A resposta é simples e pode ser dadaatravés de um exemplo muito prático. 
Acompanhe então o exemplo dado pelo professor Nelson Gouveia: 
 
 Vamos supor que você decida comprar um 
veículo. Porém, uma parte da compra deverá ser 
financiada. Assim, teremos: 
 
Valor do veículo - R$ 20.000,00 
Valor pago á vista - R$ 8.000,00 
Valor a pagar - R$ 12.000,00 
 
 A posse do veículo representa para você um patrimônio, chamado de ativo. Ao 
mesmo tempo, o valor que você ficou devendo, representa uma obrigação e, 
consequentemente, um passivo exigível. Dessa forma, se você tem um patrimônio no 
valor de R$ 20.000,00 mas ainda está devendo R$ 12.000,00 referente à sua compra, o 
valor líquido de seu ativo é R$ 8.000,00. O que equivale a dizer que seu patrimônio 
líquido monta em R$ 8.000,00, como representado abaixo: 
 
 
7
 
 
Valor total do patrimônio (ativo) - R$ 20.000,00 
 
Valor da obrigação assumida na compra 
do patrimônio (passivo exigível) - R$ 12.000,00 
 
Valor líquido do patrimônio, ou patrimônio líquido - R$ 8.000,00 
 
 Depois de transmitidos os conceitos de ativo, passivo exigível e patrimônio 
líquido, que formam o que os especialistas chamam de Componentes Básicos da 
Contabilidade, cabe-nos fechar esse tópico, apresentando a equação básica da 
contabilidade: 
 
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 Embora aparentemente simples, esta equação é fundamental no aprendizado da 
contabilidade, uma vez que provoca reflexos na situação econômico-financeira das 
empresas. 
 
 Para fixação dessa equação veremos, através de exemplos, possíveis variações 
que algumas negociações podem provocar no ativo (A), passivo exigível (PE) e 
patrimônio líquido (PL): 
 
1ª. Negociação: Duas pessoas decidem abrir uma empresa com capital inicial no valor 
de R$ 20.000,00, disponibilizando cada uma, o valor de R$ 10.000,00. O dinheiro é 
depositado no banco. 
 
Variações: 
 
 
 
 
 
 
8
 
 
 
No ativo (A) O dinheiro no banco representa um bem da empresa. Logo, o 
dinheiro é um ativo. 
No Passivo 
Exigível (PE) 
Desde que a criação da empresa não tenha contraído dívidas, não 
houve variação no passivo exigível. 
No Patrimônio 
Líquido (PL) 
A empresa criada teve um aumento em seu ativo através da 
aplicação de capital inicial pelos sócios, provocando um 
aumento no patrimônio líquido. 
 
 
A equação: 
 
A PE PL 
Dinheiro – R$ 20.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00 
 
2ª. Negociação: Para funcionar, a empresa compra móveis no valor de R$ 2.000,00 para 
pagamento à prazo. 
 
Variações: 
 
No ativo (A) Os móveis tornam-se bens da empresa. Portanto, são ativos. 
Como a empresa já possuía um ativo (dinheiro) de R$ 20.000,00, 
a compra dos móveis provocou um aumento no ativo total que 
passou a ser de R$ 22.000,00. 
No Passivo 
Exigível (PE) 
Por outro lado, como a compra dos móveis foi a prazo, a 
empresa contraiu uma dívida de R$ 2.000,00, alterando seu 
passivo exigível de zero para R$ 2.000,00. 
No Patrimônio 
Líquido (PL) 
Como não houve nenhuma compra a vista ou outro 
investimento, o patrimônio líquido não sofreu alterações. 
 
 
 
9
 
 
A equação: 
 
A PE PL 
Dinheiro – R$ 20.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00 
Móveis – R$ 2.000,00 
 
Contas a pagar – R$ 2.000,00 
 
Sem alteração – R$ 0,00 
 
 
 
 
 
Totais – R$ 22.000,00 
 
 R$ 2.000,00 
 
 R$ 20.000,00 
 
3ª. Negociação: Para montar seu estoque, a empresa adquiriu à vista, mercadorias no 
valor de R$ 6.000,00. 
 
Variações: 
 
No ativo (A) Assim como os móveis, mercadorias são bens da empresa, ou 
seja, ativos. Assim, houve um aumento do ativo no valor de R$ 
6.000,00. Porém, surgiu uma nova circunstância com o 
pagamento á vista da mercadoria, realizada com dinheiro. Desta 
forma, o ato de pagar a compra, representa uma diminuição no 
ativo “dinheiro”. Portanto, uma mesma transação, provocou duas 
variações no ativo: um aumento em “mercadorias” e uma 
diminuição em “dinheiro”. 
No Passivo 
Exigível (PE) 
Não houve variação. 
No Patrimônio 
Líquido (PL) 
Não houve variação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
 
 
A equação: 
 
A PE PL 
Dinheiro – R$ 14.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00 
Móveis – R$ 2.000,00 
 
Contas a pagar – R$ 2.000,00 
 
Sem alteração – R$ 0,00 
Mercadorias – R$ 6.000,00 
 
Sem alteração 
 
Sem alteração 
 
 
 
 
 
Totais – R$ 22.000,00 
 
 R$ 2.000,00 
 
 R$ 20.000,00 
 
4ª. Negociação: O prazo para pagamento dos móveis venceu e a empresa pagou os R$ 
2.000,00 que estava devendo. 
 
Variações: 
 
No ativo (A) Nesta negociação a empresa pagou os R$ 2.000,00 em dinheiro, 
causando uma diminuição no total em dinheiro que a empresa 
possuía. 
No Passivo 
Exigível (PE) 
Com o pagamento da dívida, a empresa diminuiu suas 
obrigações e consequentemente, o seu passivo exigível. 
No Patrimônio 
Líquido (PL) 
Não houve variação. 
 
A equação: 
 
A PE PL 
Dinheiro – R$ 12.000,00 = Sem movimento – R$ 0,00 + Capital – R$ 20.000,00 
Móveis – R$ 2.000,00 
 
Contas a pagar – R$ 0,00 
 
Sem alteração – R$ 0,00 
Mercadorias – R$ 6.000,00 
 
Sem alteração 
 
Sem alteração 
 
 
 
 
 
Totais – R$ 20.000,00 
 
 R$ 0,00 
 
 R$ 20.000,00 
 
 
11
 
Esta equação é conhecida como “equação de balanço”, pois visa balancear o total do 
ativo com o total obtido pela soma do passivo exigível mais o patrimônio líquido. 
 
3.2 – Princípios fundamentais da contabilidade 
 
 O contabilista deve seguir algumas regras para que suas informações sejam 
tratadas de maneira uniforme e sirvam de guia para um exame de seus relatórios 
contábeis. Tais regras orientam os procedimentos e práticas de sua atividade. 
 
 Elas se manifestam através de princípios contábeis que permitem ao usuário dar 
mais credibilidade nas informações em função dos critérios adotados para a elaboração 
das demonstrações financeiras. 
 
 Os estudiosos da contabilidade distinguem três grupos de princípios: os 
postulados, os princípios básicos e as convenções. 
 
Postulados – São axiomas, dogmas, máximas e proposições cuja aceitação como 
verdadeiras é indiscutível. 
 
Princípios – São preceitos básicos, mutáveis e sujeitos a discussão, que devem orientar 
os registros contábeis. 
 
Convenções – São restrições e delimitações à aplicação dos princípios contábeis. Para 
deixar mais claro, podemos usar o exemplo de José Carlos Marion que diz: “Os 
Princípios representam uma estrada que segue rumo a uma cidade. Já as convenções 
seriam sinais ou placas que indicam, com mais especificidades, o caminho a seguir”. 
 
 Para efeito de aprendizado, destacaremos o previsto na Resolução nº. 750/93 do 
Conselho Federal de Contabilidade que estabelece a obrigatoriedade no exercício da 
profissão, da observância dos Princípios Fundamentais da Contabilidade. Tais 
princípios representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da 
 
12
 
Contabilidade e procuram reunir e condensar em sete princípios fundamentais, todos 
os Postulados, Princípios e Convenções já existentes e que continuam a existir. São eles: 
 
1. O da Entidade 
 
2. O da Continuidade 
 
3. O da Oportunidade 
 
4. O do Registro pelo Valor Original 
 
5. O da Atualização Monetária 
 
6. O da Competência 
 
7.O da Prudência 
 
1) PRINCÍPIO DA ENTIDADE 
 
a) O patrimônio da empresa não se confunde com o de seus sócios ou acionistas ou 
proprietário individual. Ou seja, o patrimônio da empresa, não se confunde com o da 
pessoa física. 
 
b) A contabilidade é voltada para a empresa como uma entidade identificada, 
registrando os fatos que afetam o seu patrimônio e não o de seus titulares, sócios ou 
acionistas. 
 
c) Este princípio reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma que este 
não se confunde com aqueles de seu sócios ou proprietários, no caso de sociedades ou 
instituições. 
 
 
 
 
13
 
 
2) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
a) A continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, devem 
ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações (mudanças) 
patrimoniais, quantitativas e qualitativas. 
 
b) Pressupõe a continuidade indefinida das atividades operacionais de uma entidade até 
que surjam evidências ou indícios muito fortes que digam o contrário. As 
demonstrações contábeis são estáticas e, portanto, não podem ser desvinculadas de 
períodos anteriores e subsequentes. Deve-se tomar muito cuidado na observância deste 
princípio, pois, uma informação não fundamentada, pode trazer graves consequências 
para a empresa. 
 
3) PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE 
 
a) Refere-se ao momento em que são registradas as variações patrimoniais, 
determinando que estas sejam registradas de imediato e com a extensão correta, 
independentemente das causas as originaram. 
 
b) Reconhecimento imediato de ativos e passivos nos registros contábeis, considerando-
se, inclusive, para os casos em que não haja uma prova documental concreta, a 
possibilidade de uma estimativa técnica, razoável e objetiva, visando evitar o 
liberalismo por parte das pessoas. 
 
4) PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
 
a) Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das 
transações com o mundo exterior, expressos sobre valor presente na moeda do País, que 
serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando 
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade. 
 
 
 
14
 
 
5) PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA 
 
a) Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis 
através do ajustamento da expressão formal dos valores dos 
componentes patrimoniais. 
 
b) Indica a necessidade de reconhecimento da perda do poder 
aquisitivo da moeda sobre os valores que integram as demonstrações financeiras. 
 
c) O objetivo do princípio da atualização monetária é o de eliminar das demonstrações 
financeiras da entidade as distorções causadas pela desvalorização da moeda. 
 
6) PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA 
 
a) As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em 
que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentemente de 
recebimento ou pagamento. 
 
b) As receitas e as despesas são atribuídas aos períodos de acordo com a real ocorrência 
dos mesmos, isto é, de acordo com a data do fato gerador e não quando são recebidos ou 
pagos. 
 
7) PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA 
 
a) Na preparação dos registros contábeis de uma empresa podem haver variações nos 
valores do Ativo e do Passivo. Tais variações são resultantes de fatos como um cliente 
que atrasa para fazer um pagamento ou uma conta que tem o seu valor aumentado. O 
princípio da prudência tem como objetivo assegurar que, mesmo na ocorrência destas 
variações, a empresa terá um patrimônio líquido mínimo garantido. Para isso, este 
princípio determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior 
valor para os componentes do Passivo. 
 
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Fonte: http://www.algosobre.com.br/contabilidade-geral/principios-fundamentais-de-contabilidade.html 
 
3.3 – Método das Partidas Dobradas 
 
 No ano de 1494, talvez tentando controlar, organizar, orientar e padronizar os 
processos administrativos, um matemático e teólogo chamado Frei Lucca Paccioli, com 
autoridade, escreveu a sua “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et 
Proportionalita” tornando-se o propulsor do “método das partidas dobradas”. Afirma-
se que ele não foi o criador de tal método, uma vez que há indícios de seu uso, 300 anos 
antes. Porém, foi a pessoa que melhor conseguiu desenvolvê-lo. 
 
 Este método transformou-se no sistema universal padrão para as empresas e 
demais organizações registrarem suas transações financeiras. O professor Nelson 
Gouveia entende que o conceito do método de partidas dobradas surpreende por sua 
simplicidade: para cada lançamento de débito efetuado, deve corresponder um 
lançamento de crédito, de forma que o valor total de débitos seja sempre igual ao valor 
total de créditos em cada lançamento. 
 
Esta é a razão pela qual, na contabilidade, a soma de todos os valores debitados 
é sempre igual à soma de todos os valores creditados. Funciona da mesma forma no 
Balanço Patrimonial, onde o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo. 
 
 Para tentar deixar mais claro, vamos utilizar um exemplo do professor Nelson 
Gouveia: 
 
Transação no. 1: Duas pessoas físicas formam uma 
sociedade, cada uma entregando o valor de R$ 
5.000,00 ao responsável pela empresa, que deposita 
o valor em um banco. 
 
 
 
 
 
16
 
 
Variações: 
 
No ativo (A) A empresa passa a ser proprietária de R$ 10.000,00, aumentando 
seu ativo. O ativo, sempre aumenta por débito, logo, a conta 
“Contas de movimento” vai ser debitada em R$ 10.000,00. 
No Passivo 
Exigível (PE) 
Não há alteração, mas ressalte-se que o PE sempre aumenta por 
crédito. 
No Patrimônio 
Líquido (PL) 
O valor investido pelos sócios deve ser registrado pela empresa, 
o que representa um aumento no patrimônio líquido. O PL 
sempre aumenta por crédito, logo, a conta “Capital social” será 
creditada em R$ 10.000,00. 
 
Transação no. 2: A empresa compra os móveis à prazo, no valor de R$ 2.000,00. 
Variações: 
 
No ativo (A) Foi aumentado o ativo da empresa. Da conta “Móveis”, será 
debitado o valor de R$ 2.000,00. 
No Passivo 
Exigível (PE) 
A empresa constituiu uma dívida, aumentando seu passivo 
exigível, que como dissemos, aumenta por crédito, logo, a conta 
“Contas a pagar” será creditada em R$ 2.000,00. 
No Patrimônio 
Líquido (PL) 
Não houve alteração. 
 
Note que tanto na transação nº. 1 quanto na transação nº. 2, o total de débito é 
exatamente igual ao total de crédito, atendendo assim, aos princípios do método das 
partidas dobradas. 
 
 
 
 
 
 
 
17
 
3.4 – Contas Contábeis 
 
 As contas contábeis são consideradas a essência da contabilidade, que um dia, já 
foi conhecida como a “Ciência das Contas”. Tais contas são representações 
escrituradas do patrimônio de uma empresa. 
 
Tem por finalidade registrar as movimentações do 
livro diário, de forma monetária, transportando cada 
fato contábil para sua respectiva conta como datas, 
históricos e valores. 
 
 Como já foi dito, as contas contábeis devem ser expressas com títulos de acordo 
com os fatos e atos administrativos provocados, representando facilmente a operação 
realizada pela empresa. Assim, se a empresa realiza a compra de móveis, tal 
movimentação será lançada na conta “Móveis” ou se adquire um veículo, a 
movimentação é lançada na conta “Veículo” e assim por diante. 
 
 Através dessas contas, a contabilidade consegue registrar e controlar todos os 
acontecimentos econômico-financeiro que ocorrem na empresa. Portanto, concluímos 
que todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela administração 
do patrimônio, são registradosem livros próprios por meio de contas. 
Para elucidar, citamos abaixo alguns exemplos de contas: 
 
Caixa – É a conta responsável pela movimentação de numerário (dinheiro) dentro da 
empresa. 
 
Conta de Movimento – É a conta relacionada com movimentos bancários. Banco X: 
todas as transações bancárias como depósitos, cheques, empréstimos, realizados pela a 
empresa junto ao Banco X. 
 
Duplicatas a Receber – É a conta para valores relativos à contrapartida dos créditos de 
vendas. 
 
 
18
 
Produtos Acabados – Conta responsável pela movimentação dos produtos fabricados. 
 
Capital Social – Conta que cuida do montante aportado pelo titular, sócios ou 
acionistas de uma empresa, para formação do respectivo capital. 
 
Salários Diretos – Conta que registra as remunerações de empregados aplicados na 
fabricação de produtos. 
 
 Existem vários critérios que podem servir para classificar uma conta. Porém, 
para facilitar o entendimento, destacaremos as contas em dois grupos: 
 
1) Contas Patrimoniais 
 
 2) Contas de Resultados 
 
3.4.1.Contas Patrimoniais 
 
 São as contas que representam os bens, direitos e obrigações. Dividem-se em 
Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido. Como veremos mais adiante, estas contas 
representam o patrimônio da empresa no Balanço Patrimonial. 
 
 Assim, as contas se dividem conforme o exemplo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19
 
 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
ATIVO PASSIVO 
 
 Bens 
 
 Caixa 
 Veículos 
 
 Direitos 
 
 Duplicatas a Receber 
 Promissórias a Receber 
 
 
 Obrigações 
 
 Fornecedores 
 Duplicatas a Pagar 
 
 Patrimônio Líquido 
 
 Capital 
 Lucros Acumulados 
 
 
 
 
 3.4.2. Contas de Resultados 
 
 São as contas que não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas são de suma 
importância para a contabilidade, uma vez que decorrem do exercício social. Dividem-
se em Contas de Despesas e Contas de Receitas e é por meio delas que a empresa avalia 
se apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. 
 
Contas de Despesas – As despesas para uma empresa decorrem do consumo de bens e 
serviços, como a energia elétrica, materiais de limpeza, materiais de expediente, até 
mesmo o cafezinho que é servido, entra nas contas de despesas. 
 
Outros exemplos de despesas: 
 
 
 
20
 
- Água e Esgoto 
 
- Fretes e Carretos 
 
- Impostos 
 
- Juros Passivos 
 
- Contribuições de Previdência 
 
- Despesas Bancárias 
 
- Prêmios de Seguro 
 
Contas de Receitas – Por outro lado, as receitas decorrem das vendas de bens e 
serviços oferecidos pela empresa. Geralmente, se apresentam em número menor que as 
despesas, podendo ser representadas pelas seguintes contas: 
 
- Aluguéis Ativos 
 
- Descontos Obtidos 
 
- Juros Ativos 
 
- Receitas de Serviços 
 
- Vendas de Mercadorias 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
3.4.3. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS 
 
A conta é a representação gráfica da relação débito e crédito de um determinado 
fato administrativo. Esta representação é chamada de “Conta em T” ou “Razonete”. 
 
 
Em contabilidade, Conta em T ou Razonete, é uma representação gráfica em 
forma de “T” bastante utilizada pelos contadores. É um instrumento didático para 
desenvolver o raciocínio contábil e realizar os registros contábeis individuais por conta. 
 
A representação gráfica abaixo ilustra melhor os dois instrumentos: 
 
 Razonete 
 Balanço Patrimonial Título da Conta 
Ativo Passivo Débitos Créditos 
 
 
 
O Razonete é muito utilizado junto com o livro razão, apesar de não ser exigido 
pela legislação. Por ser muito eficiente, é indispensável em qualquer tipo de empresa. 
Do ponto de vista contábil, é um livro imprescindível. 
 
Veremos o Livro Razão com mais detalhes em tópico próprio. 
 
3.4.4. PLANO DE CONTAS 
 
 Assim como em qualquer profissão, a contabilidade também exige que se 
estabeleça um plano de ações para que nenhuma informação seja esquecida. Este plano 
prévio chama-se Plano de Contas e é definido como um elenco de todas as contas 
previstas pelo contabilista como necessárias aos seus registros contábeis. Além de 
nortear todo o trabalho de registro de atos e fatos inerentes à empresa, também servirá 
de parâmetro para a elaboração de futuras demonstrações contábeis. 
 
 
22
 
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade: “plano de Contas é a estrutura básica da 
escrituração contábil, pois é com sua utilização que se estabelece o banco de dados com 
informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis, tais como: Diário, 
Razão, Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Análises, além 
de outros. (CFC, 2002:31)”. 
 
 É importante ressaltar que este plano de contas é personalizado, ou seja, cada 
empresa deve criar o seu plano, uma vez que seus usuários poderão necessitar de mais 
detalhes específicos que um plano geral não poderá oferecer. Ao preparar um projeto 
para a elaboração de seu plano de contas, a empresa deve avaliar todas as possibilidades 
e necessidades de relatórios gerencias tanto para usos interno quanto externo. 
 
 Independente do projeto ou modelo escolhido, um plano de contas deve seguir 
algumas orientações e apresentar características em comum, como: 
 
1) É preciso levar em consideração que se trata de uma matriz destinada a orientar a 
execução de serviços contábeis e que busca uma padronização de procedimentos e 
racionalização de tarefas. 
 
2) Deve estar claro que o plano de contas estabelece previamente a conduta a ser 
adotada na escrituração. 
 
3) Relaciona as contas em que são registrados os fatos contábeis pertinentes às 
atividades de cada empresa, contendo, além dos títulos, as respectivas funções e as 
regras de funcionamento. 
 
4) Deve ser estruturado agrupando as contas para que seja viável realizar análises 
setoriais e ser flexível para permitir dilatações e reduções sem prejuízo do conjunto. 
 
5) Deve considerar que é a base para a construção de banco de dados que alimenta 
relatórios gerenciais e para uso externo. 
 
Abaixo, segue um modelo de plano de contas, baseado na Lei 11.638/07: 
 
 
23
 
 
1 ATIVO 
1.1 ATIVO CIRCULANTE 
1.1.1 DISPONÍVEL 
1.1.1.1 CAIXA 
1.1.1.1.01 Caixa Geral 
1.1.1.2 BANCOS CONTA MOVIMENTO 
1.1.1.2.01 Banco A 
1.1.1.3 APLICAÇÕES FINANCEIRAS 
1.1.1.3.01 Banco A 
1.1.2 CONTAS A RECEBER 
1.1.2.1 CLIENTES 
1.1.2.1.01 Cliente A 
1.1.2.2 (-) DUPLICATAS DESCONTADAS 
1.1.2.2.01 Banco A 
1.1.2.9 OUTRAS CONTAS A RECEBER 
1.1.2.9.01 Conta A 
1.1.3 ESTOQUES 
1.1.3.1 MERCADORIAS PARA REVENDA 
1.1.3.1.01 Estoque Inicial 
1.1.3.1.02 Compras 
1.1.3.1.03 Fretes e Carretos 
1.1.3.1.04 ICMS – Substituição Tributária 
1.1.3.1.05 ICMS – Antecipado 
1.1.3.1.10 (-) Devoluções de Compras 
1.1.3.1.11 (-) ICMS sobre Compras 
1.1.3.1.12 (-) COFINS sobre Compras 
1.1.3.1.13 (-) PIS sobre Compras 
1.1.3.1.19 (-) Custo das Mercadorias Vendidas 
1.1.3.2 PRODUTOS ACABADOS 
1.1.3.2.01 Estoque Inicial1.1.3.2.02 Produção 
 
24
 
1.1.3.2.09 (-) Custo dos Produtos Vendidos 
1.1.3.3 MATÉRIAS-PRIMAS 
1.1.3.3.01 Estoque Inicial 
1.1.3.3.02 Compras 
1.1.3.3.03 Fretes e Carretos 
1.1.3.3.04 ICMS – Substituição Tributária 
1.1.3.3.05 ICMS – Antecipado 
1.1.3.3.10 (-) Devoluções de Compras 
1.1.3.3.11 (-) ICMS sobre Compras 
1.1.3.3.12 (-) COFINS sobre Compras 
1.1.3.3.13 (-) PIS sobre Compras 
1.1.3.3.19 (-) Transferência para Consumo 
1.1.3.4 MATERIAIS DE EMBALAGEM 
1.1.3.4.01 Estoque Inicial 
1.1.3.4.02 Compras 
1.1.3.4.03 Fretes e Carretos 
1.1.3.4.04 ICMS – Substituição Tributária 
1.1.3.4.05 ICMS – Antecipado 
1.1.3.4.10 (-) Devoluções de Compras 
1.1.3.4.11 (-) ICMS sobre Compras 
1.1.3.4.12 (-) COFINS sobre Compras 
1.1.3.4.13 (-) PIS sobre Compras 
1.1.3.4.19 (-) Transferência para Consumo 
1.1.3.9 MATERIAIS DE CONSUMO 
1.1.3.9.01 Estoque Inicial 
1.1.3.9.02 Compras 
1.1.3.9.03 Fretes e Carretos 
1.1.3.9.04 ICMS – Antecipado 
1.1.3.9.10 (-) Devoluções de Compras 
1.1.3.9.19 (-) Transferência para Consumo 
1.1.4 OUTROS CRÉDITOS 
1.1.4.1 IMPOSTOS A RECUPERAR 
 
25
 
1.1.4.1.01 IPI 
1.1.4.1.02 ICMS 
1.1.4.1.03 ICMS Antecipado 
1.1.4.1.04 COFINS 
1.1.4.1.05 PIS 
1.1.4.1.06 IRPJ 
1.1.4.1.07 CSLL 
1.1.4.1.08 IRF 
1.1.4.1.09 ISSF 
1.1.9 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 
1.1.9.1 DESPESAS ANTECIPADAS 
1.1.9.1.01 Seguros a Apropriar 
1.1.9.1.02 Encargos a Apropriar 
1.1.9.1.03 IPTU a Apropriar 
1.2 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
1.2.1 APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE LONGO PRAZO 
1.2.1.1 APLICAÇÕES FINANCEIRAS 
1.2.1.1.01 Banco A 
1.2.2 CONTAS A RECEBER 
1.2.2.1 CLIENTES 
1.2.2.1.01 Cliente A 
1.3 ATIVO PERMANENTE 
1.3.1 INVESTIMENTOS 
1.3.1.1 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 
1.3.1.1.01 Consórcio Simples A 
1.3.1.1.02 Cooperativa de Crédito A 
1.3.2 IMOBILIZADO 
1.3.2.1 BENS EM OPERAÇÃO 
1.3.2.1.01 Terrenos 
1.3.2.1.02 Construções e Benfeitorias 
1.3.2.1.03 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos 
1.3.2.1.04 Ferramentas 
 
26
 
1.3.2.1.05 Matrizes 
1.3.2.1.06 Móveis & Utensílios 
1.3.2.1.07 Equipamentos de Informática 
1.3.2.1.08 Instalações Comerciais 
1.3.2.1.09 Veículos e Acessórios 
1.3.2.9 (-) DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS 
1.3.2.9.01 Construções e Benfeitorias 
1.3.2.9.02 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos 
1.3.2.9.03 Ferramentas 
1.3.2.9.04 Matrizes 
1.3.2.9.05 Móveis & Utensílios 
1.3.2.9.06 Equipamentos de Informática 
1.3.2.9.07 Instalações Comerciais 
1.3.2.9.08 Veículos e Acessórios 
1.3.3 INTANGÍVEL 
1.3.3.1 BENS INCORPÓREOS 
1.3.3.1.01 Marcas e Patentes 
1.3.3.1.02 Sistemas Aplicativos (softwares) 
1.3.3.9 (-) AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS 
1.3.3.9.01 Marcas e Patentes 
1.3.3.9.02 Sistemas Aplicativos (softwares) 
1.3.4 DIFERIDO 
1.3.4.1 GASTOS PRÉ-OPERACIONAIS 
1.3.4.1.01 Gastos de Organização e Administração 
1.3.4.1.02 Projetos e Desenvolvimento de Novos Produtos 
1.3.4.9 (-) AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS 
1.3.4.9.01 Gastos de Organização e Administração 
1.3.4.9.02 Projetos e Desenvolvimento de Novos Produtos 
 
2 PASSIVO 
2.1 CIRCULANTE 
2.1.1 CONTAS A PAGAR 
 
27
 
2.1.1.1 SALÁRIOS A PAGAR 
2.1.1.1.01 Salários 
2.1.1.1.02 Férias a Pagar 
2.1.1.1.03 13º Salário a Pagar 
2.1.1.2 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 
2.1.1.2.01 INSS a Recolher 
2.1.1.2.02 FGTS a Recolher 
2.1.1.2.03 Contribuição Sindical a Recolher 
2.1.1.3 OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 
2.1.1.3.01 Simples Nacional a Recolher 
2.1.1.3.02 IPI a Recolher 
2.1.1.3.03 ICMS a Recolher 
2.1.1.3.04 COFINS a Recolher 
2.1.1.3.05 PIS a Recolher 
2.1.1.3.06 IRPJ a Recolher 
2.1.1.3.07 CSLL a Recolher 
2.1.1.3.08 ISS a Recolher 
2.1.1.3.09 IRF a Recolher 
2.1.1.3.10 ISSF a Recolher 
2.1.1.3.11 ICMS Substituição Tributária a Recolher 
2.1.1.4 FORNECEDORES 
2.1.1.4.01 Fornecedor A 
2.1.1.5 EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS 
2.1.1.5.01 Banco A 
2.1.1.6 (-) ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER 
2.1.1.6.01 Juros Passivos 
2.1.1.9 OUTRAS CONTAS A PAGAR 
2.1.1.9.01 Aluguéis a Pagar 
2.1.1.9.02 Energia Elétrica a Pagar 
2.1.1.9.03 Telefone a Pagar 
2.1.1.9.04 Água e Esgotos a Pagar 
2.1.1.9.05 Pró-labore a Pagar 
 
28
 
2.2 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
2.2.1 CONTAS A PAGAR 
2.2.1.1 FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS 
2.2.1.1.01 Banco A 
 
2.3 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS 
2.3.1 RESULTADOS DIFERIDOS 
2.3.1.1 RECEITAS DIFERIDAS 
2.3.1.1.01 Receitas de Obras em Andamento 
2.3.1.2 (-) CUSTOS DIFERIDOS 
2.3.1.2.01 Custos de Obras em Andamento 
2.3.1.3 (-) DESPESAS DIFERIDAS 
2.3.1.3.01 Despesas de Obras em Andamento 
2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
2.4.1 CAPITAL SOCIAL REALIZADO 
2.4.1.1 CAPITAL SOCIAL SUBSCRITO 
2.4.1.1.01 Capital Nacional 
2.4.1.2 (-) CAPITAL SOCIAL A REALIZAR 
2.4.1.2.01 Sócio A 
2.4.2 RESERVAS 
2.4.2.1 RESERVAS DE CAPITAL 
2.4.2.1.01 Reserva de Incentivos Fiscais 
2.4.2.2 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
2.4.2.2.01 Variações de Elementos Ativos 
2.4.2.2.02 Variações de Elementos Passivos 
2.4.2.3 RESERVAS DE LUCROS 
2.4.2.3.01 Retenções de Lucros 
2.4.2.3.02 Lucros a Realizar 
2.4.3 QUOTAS EM TESOURARIA 
2.4.3.1 QUOTAS EM TESOURARIA 
2.4.3.1.01 Quotas de Capital Realizado 
2.4.4 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS 
 
29
 
2.4.4.1 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS 
2.4.4.1.01 Lucros Acumulados 
2.4.4.1.02 Prejuízos Acumulados 
 
3 CUSTOS 
3.1 CUSTOS DE PRODUÇÃO 
3.1.1 CUSTOS INDUSTRIAIS 
3.1.1.1 INSUMOS 
3.1.1.1.01 Matérias-primas 
3.1.1.1.02 Materiais de embalagem 
3.1.1.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA 
3.1.1.2.01 Salários 
3.1.1.2.02 Encargos Sociais 
3.1.1.2.03 Vale Transporte 
3.1.1.2.04 Refeições 
3.1.1.2.05 Uniformes 
3.1.1.2.06 Assistência Médica 
3.1.1.3 OUTROS CUSTOS DIRETOS 
3.1.1.3.01 Materiais de consumo 
3.1.1.9 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 
3.1.1.9.01 Salários 
3.1.1.9.02 Encargos Sociais 
3.1.1.9.03 Vale Transporte 
3.1.1.9.04 Refeições 
3.1.1.9.05 Uniformes 
3.1.1.9.06 Assistência Médica 
3.1.1.9.10 Energia elétrica 
3.1.1.9.11 Manutenção 
3.1.1.9.12 Aluguel de bens imóveis 
3.1.1.9.13 Locação de bens móveis 
3.1.1.9.14 Água e Esgoto 
3.1.1.9.15 Materiais de consumo 
 
30
 
3.1.1.9.90 Prêmios de Seguro 
3.1.1.9.91 Depreciação e Amortização 
3.1.2 CUSTOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
3.1.2.1 CONSUMO DE MATERIAIS 
3.1.2.1.01 Materiais Aplicados 
3.1.2.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA 
3.1.2.2.01 Salários 
3.1.2.2.02 Encargos Sociais 
3.1.2.2.03 Vale Transporte 
3.1.2.2.04 Refeições 
3.1.2.2.05 Uniformes 
3.1.2.2.06 Assistência Médica 
3.1.2.3 OUTROS CUSTOS DIRETOS 
3.1.2.3.01 Materiais de consumo 
3.1.2.9 CUSTOS INDIRETOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
3.1.2.9.01 Salários 
3.1.2.9.02 Encargos Sociais 
3.1.2.9.03 Vale Transporte 
3.1.2.9.04 Refeições 
3.1.2.9.05 Uniformes 
3.1.2.9.06 Assistência Médica 
3.1.2.9.10 Energia elétrica 
3.1.2.9.11 Manutenção 
3.1.2.9.12 Aluguel de bens imóveis 
3.1.2.9.13 Locação de bens móveis 
3.1.2.9.14 Água e Esgoto 
3.1.2.9.15 Materiais de consumo 
3.1.2.9.16 Ferramentas 
3.1.2.9.90 Prêmios de Seguro 
3.1.2.9.91 Depreciação e Amortização 
 
4 PRODUÇÃO 
 
31
 
4.1 PRODUÇÂO 
4.1.1 PRODUÇÂO 
4.1.1.1 PRODUÇÂO 
4.1.1.1.01 De Bens 
4.1.1.1.02 De Serviços 
 
5 DESPESAS 
5.1 DESPESAS DIVERSAS 
5.1.1 DESPESAS OPERACIONAIS 
5.1.1.1 CUSTO DAS VENDAS 
5.1.1.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 
5.1.1.1.02 Custo dos Produtos Vendidos 
5.1.1.1.03 Custo dos Serviços Prestados 
5.1.1.2 DESPESAS COM PESSOAL 
5.1.1.2.01 Salários 
5.1.1.2.02 Encargos Sociais 
5.1.1.2.03 Vale Transporte5.1.1.2.04 Refeições 
5.1.1.2.05 Uniformes 
5.1.1.2.06 Assistência Médica 
5.1.1.3 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
5.1.1.3.01 Pró-labore 
5.1.1.3.02 Aluguel de Imóveis 
5.1.1.3.03 Locação de Bens 
5.1.1.3.04 Energia Elétrica 
5.1.1.3.05 Telefone e Internet 
5.1.1.3.06 Água e Esgoto 
5.1.1.3.07 Tarifas Bancárias 
5.1.1.3.08 Material de Consumo 
5.1.1.3.09 Material de Expediente 
5.1.1.3.10 Correios 
5.1.1.4 DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO 
 
32
 
5.1.1.4.01 Fretes e Carretos 
5.1.1.4.02 Comissões e Corretagens 
5.1.1.4.03 Despesas de Viagens e Estadas 
5.1.1.5 DESPESAS TRIBUTÁRIAS 
5.1.1.5.01 IPTU 
5.1.1.5.02 IPVA 
5.1.1.5.03 IOF 
5.1.1.5.04 Multas Fiscais 
5.1.1.5.05 COFINS s/Outras Receitas 
5.1.1.5.06 PIS s/Outras Receitas 
5.1.1.5.07 IRPJ s/Aplicações Financeiras 
5.1.1.5.08 Impostos e Taxas Diversas 
5.1.1.6 DESPESAS FINANCEIRAS 
5.1.1.6.01 Juros Passivos 
5.1.1.6.02 Juros de Mora 
5.1.1.6.03 Descontos Concedidos 
5.1.1.6.04 Variações Monetárias Passivas 
5.1.1.6.05 Variações Cambiais Passivas 
5.1.1.7 DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO 
5.1.1.7.01 Depreciação 
5.1.1.7.02 Amortização 
5.1.1.8 PERDAS DIVERSAS 
5.1.1.8.01 Perdas por Insolvência 
5.1.2 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 
5.1.2.1 DESPESAS DIVERSAS 
5.1.2.1.01 Multas de Trânsito 
5.1.2.1.02 Multas Fiscais 
5.1.2.1.03 Gastos com Festividades 
 
6 RECEITAS 
6.1 RECEITAS DIVERSAS 
6.1.1 RECEITAS OPERACIONAIS 
 
33
 
6.1.1.1 RECEITA BRUTA DE VENDAS 
6.1.1.1.01 Vendas de Mercadorias 
6.1.1.1.02 Vendas de Mercadorias com Substituição Tributária 
6.1.1.1.03 Vendas de Mercadorias para o Exterior 
6.1.1.1.10 Vendas de Produtos de Fabricação Própria 
6.1.1.1.11 Vendas de Produtos de Fabricação Própria com Substituição 
Tributária 
6.1.1.1.12 Vendas de Produtos de Fabricação Própria para o Exterior 
6.1.1.1.20 Vendas de Serviços Prestados 
6.1.1.1.21 Vendas de Serviços Prestados com Substituição Tributária 
6.1.1.1.22 Vendas de Serviços Prestados para o Exterior 
6.1.1.2 (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
6.1.1.2.01 Simples Nacional 
6.1.1.2.02 ISS Substituição Tributária 
6.1.1.2.03 ICMS 
6.1.1.2.04 ISS 
6.1.1.2.05 COFINS 
6.1.1.2.06 PIS 
6.1.1.2.09 Devoluções de Vendas 
6.1.1.3 RECEITAS FINANCEIRAS 
6.1.1.3.01 Juros Ativos 
6.1.1.3.02 Rendimentos de Aplicações Financeiras 
6.1.1.4 RECEITAS DIVERSAS 
6.1.1.4.01 Recuperação de Despesas 
6.1.2 RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 
6.1.2.1 RECEITAS DIVERSAS 
6.1.2.1.01 Ganhos de Capital 
6.1.2.1.02 Outras Receitas 
 
7 CONTAS DE APURAÇÃO 
7.1 CONTAS DIVERSAS 
7.1.1 BALANÇO 
 
34
 
7.1.1.1 BALANÇO DE ABERTURA 
7.1.1.1.01 Ativo 
7.1.1.1.02 (-) Passivo 
7.1.1.2 BALANÇO DE ENCERRAMENTO 
7.1.1.2.01 Ativo 
7.1.1.2.01 (-) Passivo 
7.1.2 RESULTADO 
7.1.2.1 RESULTADO DO EXERCÍCIO 
7.1.2.1.01 Resultado Final de Exercício 
 Fonte: http://www.crcsp.org.br 
 
3.5 – Lançamentos Contábeis 
 
 Toda vez que uma empresa realiza uma transação comercial, como comprar 
equipamentos, vender produtos ou serviços, pagar seus empregados ou qualquer outra 
transação, ela está realizando operações que deverão ser analisadas contabilmente sob 
dois aspectos: o primeiro é entender onde se originaram os recursos e o segundo, 
entender onde esses recursos foram aplicados. Para exemplificar, vamos utilizar a 
compra de um computador com pagamento à vista, no valor de R$ 2.000,00. Desta 
forma, são gerados os dois aspectos: 
 
A) Onde foi aplicado o recurso de R$ 2.000,00? Na compra do computador. 
 
B) Qual a origem desse recurso? Conta bancária ou dinheiro no bolso. 
 
Com esse exemplo, chegamos ao foco de nosso tópico, ou seja, ao lançamento 
contábil. Lançamento, nada mais é do que o registro dos fatos contábeis, neste caso, a 
compra de um computador, realizado de acordo com o método das partidas dobradas, 
que já conhecemos anteriormente. 
 
Deve ser realizado em ordem cronológica e obedecendo a determinadas técnicas 
que veremos a seguir. 
 
 
35
 
 Todo lançamento deve ser feito nas Contas Patrimoniais (Ativo, Passivo 
Exigível e Patrimônio Líquido) e nas Contas de Resultados (Receitas e Despesas). Neste 
ponto é preciso ter muita atenção, pois muitos profissionais saem dos cursos, tanto 
superiores quanto técnicos, sem conseguir identificar o que é crédito e o que é débito. 
 
Componentes Aumenta por Diminui por 
 
ATIVO (bens e direitos) Débitos Créditos 
PASSIVO EXIGÍVEL (obrigações) Créditos Débitos 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Créditos Débitos 
 
 
RECEITAS Créditos Débitos 
DESPESAS Débitos Créditos 
 
Ativo – Por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por DÉBITO e diminuídas 
por CRÉDITO. 
 
Passivo Exigível – Por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por 
CRÉDITO e diminuídas por DÉBITO. 
 
Patrimônio Líquido – Por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por 
CRÉDITO e diminuídas por DÉBITO. 
 
Receitas – Um aumento nas receitas representa um aumento no Patrimônio Líquido, 
portanto, as contas de Receitas aumentam por CRÉDITO. 
 
Despesas – Um aumento nas contas de Despesas representa uma diminuição no 
Patrimônio Líquido, portanto, aumentam por DÉBITO. 
 
Neste ponto é importante abrirmos um parênteses para tentar deixar o mais claro 
possível, os conceitos de DÉBITO e CRÉDITO. 
 
 
36
 
Como dissemos, muitos alunos deixam o curso de contabilidade sem entender 
este conceito, uma vez que não conseguem compreender porque o dinheiro ou bens que 
entram para a empresa, na forma de ativos é considerado débito. 
 
A pergunta que sempre fazem é: “Se o patrimônio da empresa está aumentando, 
então não deveria ser crédito?”. 
 
 A questão é que o raciocínio que adotam, baseia-se pela ótica da movimentação 
financeira e não por uma movimentação contábil. Sem dúvidas, se pensarmos em uma 
conta bancária, todo dinheiro que entra é crédito e todo dinheiro que sai é débito. 
 
 Voltando ao conceito de débito e crédito dos lançamentos contábeis, torna-se 
muito difícil tentar conceituar de forma didática seus significados. Tanto isso é verdade 
que o professor José Carlos Marion, um dos maiores especialistas em contabilidade 
empresarial, define este tema em sua obra “Contabilidade Empresarial” (12º Edição), 
como sendo o “fantasma” do débito e do crédito (pág. 201). 
 
 Ele entende que as demonstrações (débito e crédito) são meras convenções 
contábeis. Como vimos no tópico anterior quando aprendemos sobre os razonetes, seu 
lado esquerdo denomina-se débito e seu lado direito denomina-se crédito. 
 
 
Débito Crédito 
 
 
Neste sentido podemos compreender seus significados, uma vez que no 
lançamento contábil, os ativos ficam do lado esquerdo e o passivo exigível e patrimônio 
líquido do lado direito. 
 
Assim, utilizando-se do método das partidas dobradas de Frei Luca Pacioli, os 
aumentos de uma conta são registrados de um lado e as diminuições registradas no 
outro lado. Se for uma conta de ATIVO, os aumentos são lançados no lado esquerdo 
(débito) e as diminuições no lado direito (crédito). Se for uma conta de PASSIVO 
 
37
 
EXIGÍVEL ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO, os aumentos são lançados no lado direito 
(crédito) e as diminuições no lado esquerdo (débito). 
 
Sugerimos o exemplo do próprio professor José Carlos Marion para demonstrar 
como funciona a relação débito e crédito: 
 
Vamos admitir que a Cia. Ângelo tenha em seu Patrimônio Líquido um capital 
de $ 1.5000.000 totalmente aplicados no caixa. 
 
ATIVO PASSIVO e PL 
Circulante 
Caixa 1.500.000 
PL 
Capital 1.5000.000 
 
 
 
 D CaixaC D Capital C 
1.500.000 1.500.000 
 
 
Compra de Máquinas e Equipamentos, a vista, por $ 900.000 
 
Nessa operação, teremos uma nova conta Máquina e Equipamento (aumenta 
uma conta de Ativo) e uma redução do caixa pelo pagamento a vista (diminui uma conta 
de Ativo). 
 
Pela regra, quando aumenta uma conta de Ativo, debitamos a conta aumentada 
(Máquina e Equipamento), e quando diminui uma conta de Ativo, creditamos a conta 
diminuída (Caixa). 
 
 D Caixa C D Máquinas e equipamentos C 
1.500.000 900.000 900.000 
 
 
 
38
 
Portanto, debitamos a conta “Máquinas e Equipamentos” por $ 900.000 e 
creditamos a conta Caixa por idêntico valor (Partidas dobradas: haver um débito e um 
crédito de igual valor). 
Observação: O saldo do Caixa é de $ 600.000, a maior no lado de débito, portanto 
“saldo devedor”. 
 
O professor Marion ressalta ainda que não teria problema algum, esses lados 
receberam outras nomenclaturas como o lado esquerdo ser chamado de “sol” e o lado 
direito ser chamado de “lua”, por tratar-se apenas de convenção entre os profissionais de 
contabilidade. 
 
Neste sentido, alguns países como a China se preocuparam em desenvolver um 
novo sistema contábil onde os termos débito e crédito foram substituídos por termos 
como adição e subtração. 
 
No Brasil, alguns profissionais preferem pensar que o valor recebido por uma 
empresa caracteriza-se como um DÉBITO com a sociedade (população) enquanto que 
um valor desembolsado para pagamentos de dívidas ou contas, representa um 
CRÉDITO com a mesma sociedade (população). 
 
A verdade é que cada profissional de contabilidade deverá buscar um melhor 
entendimento sobre o assunto ou a maneira que melhor lhe convém compreender tal 
convenção. 
 
Para que um lançamento seja realizado com sucesso, deve apresentar cinco elementos: 
 
1) Local e data – É preciso informar corretamente qual o 
local da empresa e o dia, mês e ano da ocorrência do 
registro. 
 
2) Conta devedora – É a conta debitada. Vem sempre 
em primeiro lugar. 
 
 
39
 
3) Conta credora – É a conta creditada, que vem acompanhada da preposição acidental 
“a”. 
 
4) Histórico – É a narração do fato ocorrido, a qual deve ser resumida, mas 
identificando bem a operação. Geralmente, se inicia com as seguintes expressões: 
 
a) Pago – quando a conta credora for “Caixa” 
 
b) Recebido – quando a conta devedora for “Caixa” 
 
c) Valor ou Importe – quando o lançamento não envolver a conta Caixa. É o 
 denominado LANÇAMENTO EXTRA-CAIXA. 
 
5) Importância ou quantia – É o valor das operações expresso em unidades monetárias. 
 
3.5.1. Como realizar um Lançamento 
 
Como dissemos, para realizar um lançamento de um fato contábil, é preciso 
seguir algumas regras e procedimentos, como veremos a seguir: 
 
Exemplo: Compra de um computador à vista em dinheiro no valor total de R$ 
2.000,00. 
 
1º passo – O contador deve identificar as contas envolvidas no fato. 
 
Conta “Caixa” – A compra foi realizada em dinheiro 
Conta “Equipamento” – Aquisição de um bem 
 
2º passo – Deve identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem. 
 
Ativo (A) 
Passivo(PE) 
Patrimônio Líquido (PL) 
 
40
 
Receitas (R) ou Despesas (D). 
 
Em nosso exemplo: 
 
Conta “Caixa” – Pertence ao Ativo (A) 
Conta “Equipamento” – Pertence ao Ativo (A) 
 
3º passo – Deve identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o 
saldo aumentará ou diminuirá. 
 
Conta “Caixa” (A) – O saldo diminuirá (-) 
Conta “Equipamento” (A) – O saldo aumentará (+) 
 
4º passo – O contador deve efetuar o lançamento contábil segundo o método das 
partidas dobradas, com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e 
crédito, da seguinte forma: 
 
DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO 
 
CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO 
 
3.6 – Livros Contábeis 
 
 Depois que você aprendeu sobre lançamentos contábeis, é preciso conhecer as 
formas de escriturá-los nos livros contábeis que se dividem basicamente em dois: o 
Livro Diário, o Livro Razão e o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). 
 
 
 
 
 
 
 
 
41
 
 
3.6.1. Livro Diário 
 Livro Diário, como o próprio nome já 
identifica, é o livro que registra todos os fatos 
contábeis, incluídos os de natureza aleatória e 
quaisquer outros que provoquem variações 
patrimoniais, em partidas dobradas na ordem 
rigorosamente cronológica do dia, mês e ano. É 
um livro exigido por lei, que obrigatoriamente 
deve estar presente em todas as empresas. 
 
Cumprindo estes requisitos, admite-se: 
 
1) A escrituração do livro por meio de partidas mensais. 
 
2) A escrituração resumida ou sintética, com valores totais que não excedam a 
operações de um mês, desde que haja escrituração analítica lançada em registros 
auxiliares. 
 
3) No caso de a entidade adotar para sua escrituração contábil o processo eletrônico, os 
formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão destacados e 
encadernados em forma de livro. 
 
 Um inconveniente deste livro é o fato de, devido à ordem cronológica que deve 
seguir, as contas costumam ficar todas misturadas, dificultando com isso, o exame 
individualizado das mesmas. 
 
 Como já dissemos, os lançamentos no Livro Diário devem ser realizados de 
forma clara e concisa, compondo-se em cinco partes importantes: 
 
 1) A conta debitada 
 
 2) A conta creditada 
 
42
 
3) A data em que se realizou a operação 
 
4) O histórico da movimentação 
 
5) O valor referente à movimentação. 
 
Veja o modelo: 
 
DIÁRIO GERAL 
Empresa: Comercial Jc.Leite Ltda. Mês: Janeiro/2001 Pág. 002 
Conta debitada Conta creditada Dia Histórico Valor 
2.1.1.001.003 1.1.1.001.001 03 Pgto da Guia INSS 12/2000 272,00 
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 05 Venda à vista conf NF 65 380,00 
2.1.1.002.001 1.1.1.001.001 07 Pgto Assist Contábil 12/00 130,00 
2.1.1.002.002 1.1.1.001.001 07 Pgto Pro-Labore mês 12/00 1.230,00 
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 08 Venda à vista conf NF 66 1.700,00 
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 09 Venda à vista conf NF 67 735,00 
2.1.1.001.002 1.1.1.001.001 14 Pgto da Guia Cofins mês 12/00 283,03 
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 14 Venda à vista conf NF 68 357,00 
2.1.1.001.001 1.1.1.001.001 14 Pgto da Guia PIS mês 12/00 61,32 
1.1.1.001.001 3.1.1.001.001 21 Venda à vista conf NF 69 7.889,00 
111.001.001 3.1.1.001.001 24 Venda à vista conf NF 70 279,00 
3.1.2.001.001 2.1.1.001.001 31 Vr PIS-Faturamento 01/01 73,71 
3.1.2.001.002 2.1.1.001.002 31 Vr Cofins mês 01/01 340,20 
3.1.2.001.003 2.1.1.001.003 31 Vr INSS mês 01/2001 272,00 
3.3.1.001.003 1.1.1.001.001 31 Pgto Guia Contr. Sindical 29,60 
2.1.1.001.005 1.1.1.001.001 31 Pgto Guia Contr. Social 12/00 108,29 
2.1.1.001.005 1.1.1.001.001 31 Pgto Guia IRPJ 12/00 871,33 
3.3.1.001.001 2.1.1.002.002 31 Pro-Labore mês 01/01 1.230,00 
3.3.1.001.002 2.1.1.002.001 31 Vr Assist. Contábil mês 01/01 130,00 
Fonte: http://www.contabilizando.com/os.livros.cont.html 
 
 O livro diário deve seguir algumas formalidades: 
 
 
 
 
43
 
Formalidades Extrínsecas: 
 
- Encadernação: os livros devem ser encadernados mantendo aparência de limpeza e 
higiene. 
 
- Autenticação: deverão ser autenticados pelo órgão competente do registro do 
comércio. Quando for Sociedade Simples ou sem fins lucrativos, deverá ser autenticado 
no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. 
 
- Termo de Abertura e Encerramento: de acordo com a lei, o Livro Diário deverá conter 
respectivamente, na primeira e na última página os termos deabertura e encerramento 
tipograficamente numerados. Importante ressaltar que tanto o termo de abertura quanto 
o termo de encerramento, deverão ser datados e assinados pelo comerciante ou seu 
procurador e por um contabilista habilitado para tal. 
 
No termo de abertura deverá constar: 
 
- A finalidade do livro 
 
- O número de ordem 
 
- O número de folhas 
 
- O nome da sociedade a que pertença 
 
- O local da sede ou estabelecimento 
 
- O número e data do arquivamento dos atos constitutivos no órgão de registro 
 
- O número de registro no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas). 
 
 Já nos termos de encerramento, deverá constar: 
 
 
44
 
- O fim a que se destinou o livro 
 
- O número de ordem 
 
- O número de folhas 
 
- E respectiva firma individual ou sociedade mercantil. 
 
Formalidades Intrínsecas: 
 
- Lançamentos: Os lançamentos devem ser feitos sem rasuras, raspaduras ou borrões, 
em moeda e idioma nacionais. 
 
 Neste ponto, há um fato curioso que vale a pena destacarmos. Por muitos anos, 
os livros Diários foram escriturados a mão, com canetas tinteiros, com uma caligrafia 
que, na maioria das vezes era impecável. 
 
 Depois de 1970, aproximadamente, o 
Livro Diário passou a ser escriturado em uma 
máquina de datilografar, com um adaptador que 
permitia as escriturações do Diário e do Razão, 
simultaneamente. Na verdade, não era o livro que 
ia para a máquina de datilografar, mas formulários 
que eram vendidos em papelarias e vinham com 
um carbono especial que permitia copiar a 
segunda via para os livros, através de placas ou rolos de gelatinas. Este processo era 
muito parecido com as figurinhas de chiclete ou tatuagens que, para tirar o desenho, era 
preciso molhar o braço e segurar a imagem por algum tempo. 
 
 Por volta de 1980, surgiram as máquinas eletrônicas que facilitaram em muito a 
vida dos contabilistas. Tal máquina, à medida que se realizavam os lançamentos, já 
executava as operações de adição e subtração. Porém, estes equipamentos não tiveram 
vida longa, pois logo chegaram ao mercado os microcomputadores. Assim, nos dias 
 
45
 
atuais, existe uma série de softwares de contabilidade que facilitam demais a vida e o 
trabalho dos contabilistas que, além de fornecer todas as informações para a área 
contábil, podem ser interligados com outras áreas da empresa para que o lançamento 
contábil seja automático. 
 
3.6.2. Livro Razão 
 
 O Livro Razão é indispensável no processamento das informações contábeis. 
Trata-se de um agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de forma 
racional. Ou seja, o registro neste livro acompanha as posições de cada uma das contas 
que formam o sistema escritural de um patrimônio, o que proporciona um controle 
maior por conta. E apesar de seu uso ter sido considerado facultativo pela Lei, a nova 
legislação tributária exige a manutenção deste livro pelo período de cinco anos, 
caracterizando-o como um livro obrigatório perante as leis fiscais. 
 
 Por estar organizado por contas, é muito mais fácil analisar os impactos gerados 
para cada transação. 
 
 Neste livro, cada conta terá uma página individualizada e os lançamentos, assim 
como no Livro Diário, deverão ser realizados em ordem cronológica dentro de cada 
conta. O razão pode ser escriturado em fichas, utilizando a mesma forma do livro, ou 
seja, cada conta em sua própria ficha. 
 
 Ainda que seu registro não seja obrigatório, caso venha a ser utilizado, é preciso 
conter o termo de abertura e encerramento com as respectivas assinaturas do contabilista 
e do responsável pela empresa. 
 
A princípio, o razão só existia em forma de livros. Com o passar do tempo, para 
facilitar e agilizar o trabalho, o livro foi sendo substituído por folhas avulsas que 
receberam o nome de fichas. Hoje, dado o aspecto prático da contabilidade 
informatizada, é muito comum o uso de tais fichas. Ressaltamos ainda que é a partir 
desse livro ou fichas que se levantam os balancetes de verificação da posição das 
contas, para posterior encerramento do Balanço. 
 
46
 
 
 
Veja o modelo: 
 
Empresa: Comercial Jc.Leite Ltda. Jan a Dez/2001 
RAZÃO ANALÍTICO Página. 01 
Conta: 3.1.1.001.001 - Vendas à vista 
Data Histórico Débito Crédito Saldo 
05/01 Venda à vista conf NF 65 380,00 380,00 C 
08/01 Venda à vista conf NF 66 1.700,00 2.080,00 C 
09/01 Venda à vista conf NF 67 735,00 2.815,00 C 
14/01 Venda à vista conf NF 68 357,00 3.172,00 C 
21/01 Venda à vista conf NF 69 7.889,00 11.061,00 C 
24/01 Venda à vista conf NF 70 279,00 11.340,00 C 
Fonte: http://www.contabilizando.com/os.livros.cont.html 
 
 Quando o livro abrange a conta em sua totalidade, denomina-se Razão 
Sintético. Quando há o desdobramento dessas contas para realizar um controle mais 
efetivo, denomina-se Razão Analítico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47
 
 
 
 Assim: 
 
Razão Sintético Razão Analítico 
 
 
Estoques 
- Estoque de mercadorias 
- Estoque de produtos acabados 
- Estoque de matéria prima 
 
Duplicatas a Receber 
- Cia. nacional de siderurgia 
- Lojas Felicidades 
- Depósito Santa-fé 
 
Bancos Conta Movimento 
- Banco do Brasil 
- Banco Bradesco 
- Banco Real 
 
Fornecedores 
- Comércio de ferragens Santa Luzia 
- Pedreira São Mateus 
- Castor & Andrade Ltda 
 
Empréstimos a Pagar 
- Banco do Brasil 
- Financeira Credial 
- Banco Unioeste 
 
3.6.3. Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) 
 
 O Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido por sua sigla 
“LALUR” é um livro fiscal obrigatório para empresas que declaram seu Imposto de 
Renda pela modalidade de LUCRO REAL. 
 
 O Lucro Real é o lucro líquido, referente ao período que está sendo apurado, 
com os ajustes referentes a adições, exclusões ou compensações. 
 
 A função desse livro é realizar um ajuste dos demonstrativos contábeis com a 
declaração do imposto de renda, com adições e exclusões ao lucro líquido do período 
 
48
 
base. Esse ajuste deverá apurar a base de cálculo do imposto de renda do período base e 
controlar valores que possam influenciar a determinação do lucro real de períodos base 
futuros e que não constem da escrituração comercial. 
 
 O LALUR é um livro dividido em duas partes, com folhas numeradas 
tipograficamente e reunidas em um só volume encadernado. 
 
 A primeira parte, chamada de “Parte A”, é destinada aos lançamentos de ajustes 
do lucro líquido do período. Tais informações, como despesas indedutíveis e valores 
excluídos, deverão estar organizadas por data, tendo como fecho a demonstração do 
lucro real. 
 
 A segunda parte, chamada de “Parte B” é destinada exclusivamente ao controle 
dos valores que não constam da escrituração comercial, mas que afetam a determinação 
do lucro real em períodos base futuros. Como exemplo, podemos citar prejuízos a 
compensar, depreciação acelerada, lucro inflacionário acumulado, entre outros. 
 
Parte A 
 
 A escrituração deverá ser realizada em ordem cronológica, folha após folha, sem 
intervalos e nem entrelinhas. Deve ser encerrada período após período com a transcrição 
da demonstração do lucro real. Cada período deve ser assinado pelo responsável da 
empresa e pelo contabilista legalmente habilitado. 
 
Parte B 
 
Na sua parte B, utilizando uma folha para cada conta ou fato que requeira 
controle individualizado, serão mantidos os registros de controle de valores que, pela 
sua característica, integram a tributação de períodos subsequentes, quer como adição, 
exclusão ou compensação. 
 
Veja o modelo: 
 
 
49
 
 
Parte A 
 
 
Parte B 
 
 
Fonte: http://www.g-10.net/12_27.htm3.7 – Balancete de Verificação 
 
 Trabalhar com números requer muita concentração e foco no que se está fazendo 
para que as informações não sejam trocadas ou lançadas com valores errados. 
 
50
 
Infelizmente, é muito difícil um profissional ser eficiente cem por cento do tempo e 
falhas acabam acontecendo. 
 
 O balancete de verificação é uma técnica muito eficiente para verificar se os 
lançamentos contábeis de determinado período foram realizados com sucesso. É 
importante ressaltar que esta técnica também não apresenta cem por cento de eficiência 
e pode deixar de detectar alguns erros de maior amplitude. 
 
 Esta técnica tem por base o método 
das partidas dobradas que, como vimos 
anteriormente, conceitua que não há débito 
sem crédito correspondente. Assim, ao somar 
todos os valores de débitos e todos os valores 
de créditos, estes deverão ser iguais. 
 
 Se houver qualquer diferença de valores entre débito e crédito e este resultado 
não tiver como causa um erro de soma das colunas do balancete, certamente os registros 
contábeis não estão corretos. Neste caso é preciso parar todo o processo contábil e 
averiguar onde está o erro. O contabilista deverá realizar um trabalho de pesquisa dos 
lançamentos contábeis já realizados para localizar a falha. 
 
Por este motivo, a periodicidade do balancete de averiguação deve ser curta, 
uma vez que, quanto menor o período de abrangência do balancete, mais eficiente será a 
contabilidade. Para elucidar essa periodicidade, os bancos costumam realizar esse 
balancete diariamente em razão da grande quantidade de lançamentos que costumam 
realizar. Isso evita que um erro passe de um dia para o outro, dificultando ainda mais 
essa verificação. 
 
O balancete de verificação será montado conforme a necessidade da empresa e 
poderá conter uma série de colunas. Quanto mais colunas existirem, maior será a 
quantidade de informações oferecidas ao usuário. 
Modelos de balancetes de verificação: 
 
 
51
 
 
Balancete Mensal de Verificação. ABR/09 
Contas Natureza Débito Crédito 
Caixa 
Bancos 
Duplicatas a Receber 
Mercadorias 
Imobilizado 
Fornecedores 
Empréstimos e Financiamentos 
Capital Social 
Lucros ou Prejuízos 
Acumulados 
AC 
AC 
AC 
AC 
ANC 
PC 
PC 
PL 
PL 
4800 
10200 
6000 
9400 
32000 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
17800 
10100 
28000 
6500 
Total 62400 62400 
Legenda: 
AC = Ativo Circulante / ANC = Ativo não Circulante 
PC = Passivo Circulante / PL = Patrimônio Liquido 
Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/balancete-de-verificacao.htm 
 
3.7.1. Erros não detectáveis pelo Balancete de Verificação 
 
1) Quando o contador se distrai e debita uma determinada compra em uma conta 
diferente da conta de origem. Neste caso, os lançamentos, para efeito de verificação, 
estariam corretos. No entanto, o débito foi realizado em conta errada. 
 
2) Outro erro não detectável pelo balancete, é a inversão de lançamentos. Ou seja, o 
contador lança um crédito como débito e um débito como crédito, simultaneamente. Por 
exemplo: o contador deveria debitar caixa e creditar receita, mas inverte, creditando 
caixa e debitando receita. Os totais, para efeito de balancete, serão os mesmos, mas os 
lançamentos estarão invertidos. 
 
 
 
52
 
 
3.7.2. Apresentação do Balancete 
 
 O balancete, por ser uma ferramenta que pode servir de instrumento para tomada 
de decisão, uma vez que analisa os débitos e créditos das movimentações financeiras de 
uma empresa, deve ser apresentado de forma clara para que o usuário consiga 
interpretar adequadamente as informações nele constantes. 
 
 Como já vimos também, o balancete comporta as contas de patrimoniais que 
representam o ativo, passivo exigível e patrimônio líquido e as contas de resultados que 
representam as receitas e despesas. Se o contador lançar todas as informações em 
sequência como na figura abaixo, poderá gerar um material de difícil análise. 
 
Figura 1 
 
 
 
 Entretanto, se adotar o cuidado de separar as duas contas (patrimoniais e de 
resultados) em dois grupos, poderá trazer mais clareza para interpretação das 
informações. 
 
 Note a diferença entre a figura 1 e a figura 2. Trata-se de um balancete 
semelhante, com a diferença de que na figura 1 está montado em uma sequência e na 
figura 2, está organizado em grupos. 
 
53
 
 
Figura 2 
 
 
 Organizado como a figura 2, poderá inclusive servir de base para a preparação 
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) como veremos em tópico próprio. 
 
3.8 – Erros de escrituração 
 
 O contador é um ser humano e, como tal, é passível de erro. Neste sentido, 
destacaremos os erros mais comuns cometidos durante a escrituração e quais os meios 
utilizados para sua correção. 
 
Erros de redação: Costuma acontecer quando o contabilista inverte os lançamentos, ou 
seja, em uma conta de crédito, quando deveria lançar em uma conta de débito. Neste 
caso, deve usar o Estorno para corrigir o erro. 
 
Borrões, rasuras, registros nas entrelinhas: Neste tipo de acidente, o contabilista 
deverá ressalvar, datar e assinar a ressalva na própria escrituração. Exemplo: 
Ressalva: O valor correto do cheque número 982.433 é de R$ 10.000,00. Por engano 
lançamos R$ 100.000,00. Portanto, ficou rasurado o lançamento. 
 
 
 
 
54
 
 
Salto de linhas ou de páginas: Quando o contabilista se distrai e causa um salto de 
linha, deverá corrigir o erro, preenchendo o espaço com traços horizontais e ressalvando 
com data e assinatura do profissional. Se o salto for de página inteira, o procedimento é 
o mesmo, apenas os traços que deixam de ser na horizontal e passam a ser na diagonal. 
 
Valores lançados a maior: Neste caso, o contabilista pode agir de duas formas. Realiza 
a correção da diferença com um lançamento de retificação, ou anula e lança os valores 
novamente. Exemplo: Histórico: Estorno de parte do lançamento efetuado a maior, em 
.../..../..., referente ao pagamento de imposto predial do primeiro trimestre. 
 
Valores lançados a menor: Neste caso, a correção pode ser feita com o estorno do 
lançamento e um novo lançamento, agora com o valor correto ou apenas efetuar um 
lançamento complementar. Exemplo: Histórico: Complemento do lançamento efetuado 
a menor em../../.., referente ao pagamento do imposto predial deste trimestre. 
 
Troca de uma conta por outra: Este é um erro muito comum entre os profissionais de 
contabilidade. Quando ocorre a troca de conta, o contabilista deve fazer a correção por 
estorno do lançamento e lançar corretamente ou estornar somente a conta errada e 
debitar a conta correta. Exemplo: 
 
Histórico: Transferência que se processa da 1ª para a 2ª conta, tendo em vista 
lançamento indevido em.../.../..., referente à compra de um automóvel, conforme Nota 
Fiscal nº 000. 
 
Inversão de contas: Na inversão de contas, o profissional deve realizar a correção por 
estorno do lançamento e lançando corretamente, ou, invertendo as contas e lançar a 
importância duas vezes. Exemplo: Histórico: Estorno do lançamento de../../.., referente à 
compra de um automóvel. Compra de um automóvel. 
 
Omissão de lançamentos: Geralmente, esta omissão ocorre pelo esquecimento do 
contabilista em efetuar o registro de um fato na data oportuna. Neste caso, basta 
proceder ao registro do fato no dia em que verificou a omissão, mencionando, no 
 
55
 
histórico, o motivo e a data correta do evento. Se a omissão implicar em falta de 
recolhimento de impostos, a empresa deverá providenciar os respectivos recolhimentos, 
espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes. 
 
Lançamento em duplicata: Quando notada talocorrência, basta que se proceda ao 
estorno do lançamento que estiver a mais. 
 
3.9 – Encerramento do Exercício 
 
A gestão administrativa das empresas é contínua, porém, é necessário 
estabelecer determinados períodos para obter informações sobre a situação patrimonial, 
econômica e financeira, como por exemplo, se a empresa obteve lucro ou prejuízo. 
Geralmente, esse período tem duração de um ano, coincidindo com o ano civil. 
 
 Como exemplo, podemos avaliar a legislação para declaração de imposto de 
renda que determina que os balanços apresentados com base no pagamento do imposto, 
devem compreender um período de doze meses, encerrando-se no dia 31 de dezembro 
do ano corrente. Já o Banco Central determina que os bancos apresentem balanços a 
cada seis meses, embora os exercícios sociais permaneçam por doze meses. 
 
 Ao final desse período, chamamos de encerramento do exercício. A 
contabilidade deverá encerrar as Contas de Resultados, que compreende as Contas de 
Despesas e Receitas, transferindo seus saldos para uma nova Conta chamada de 
“Resultado do Exercício”. 
 
 Depois de conhecido o resultado do exercício e montado de forma ordenada, 
para um fácil entendimento, serão elaborados os relatórios contábeis, dentro os quais, 
destacamos: 
 
 - Balanço Patrimonial 
 
- Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
 
 
56
 
- Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 
- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 
Tais demonstrações, veremos com mais detalhes na próxima Unidade. 
 
3.10 – Tributação 
 
 Segundo o Código Tributário Nacional Brasileiro, em seu art. 3º, Tributo é 
"toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada". 
 
 A palavra tributo parte do radical latino “tribuire” que significa “distribuir”, no 
sentido de repartir entre os entes da comunidade os ônus da satisfação das necessidades 
coletivas. Em outras palavras, são valores pagos à União, Estados e Municípios, em 
moeda corrente (dinheiro), de forma compulsória, ou seja, sem disposição de vontade 
do contribuinte, por pessoas físicas e jurídicas, para atender os custos de manutenção do 
Estado. 
 
3.10.1. Classificação dos tributos 
 
 Os tributos podem ser classificados da seguinte forma: 
 
Tributo Direto – São aqueles em que o contribuinte é o único responsável pelo 
pagamento do tributo, ou seja, uma única pessoa é responsável pelo cumprimento de 
todas as obrigações tributárias previstas em lei. Exemplo: Imposto de Renda por 
declaração. 
 
Tributo Indireto – Trata-se da relação jurídico-tributária que se estabelece entre o 
Estado e o contribuinte, no qual este paga o tributo correspondente e pode se ressarcir 
cobrando de terceiros, através da inclusão do valor pago de imposto, no preço final de 
seu produto ou serviço. Exemplo: IPI e ICMS. 
 
 
57
 
 
Tributo Real – É o tributo que incide sobre bens e serviços. Exemplo: IPVA e ISS. 
 
Tributos Proporcionais – São caracterizados pela incidência de uma única 
percentagem sobre o valor da matéria. Exemplo: ITBI 
 
Tributos Progressivos – São caracterizados pelos impostos de alíquotas fixadas em 
percentagens variáveis e crescentes. Exemplo: IRPF 
 
3.10.2. Tipos de tributos 
 
 Muitas pessoas generalizam e denominam os tributos de “impostos”. Contudo, o 
tributo é gênero do qual o imposto é espécie. De forma simplificada, o imposto é apenas 
um tipo de tributo, como veremos a seguir: 
 
Impostos – Trata-se de um tributo não vinculado, ou seja, é devido pelo contribuinte e 
deve ser pago de forma compulsória independente de qualquer contraprestação por parte 
do Estado. Exemplo: O pagamento do IPVA que é um imposto sobre a posse de 
automóvel, não garante que este valor seja revertido para melhorias das ruas ou 
rodovias. 
 
Taxas – São tributos pagos em contrapartida a execução de serviços públicos prestados 
ou colocados à disposição do contribuinte. As taxas também estão relacionadas ao poder 
de polícia exercido pela administração pública. Exemplo: taxa de bombeiro ou taxa de 
iluminação pública cobradas em alguns municípios. 
 
Contribuições Sociais – Trata-se de contribuições que tem por finalidade garantir a 
seguridade social. Exemplo: PIS, COFINS, CSLL. 
 
Contribuições de Melhoria – São tributos cobrados de contribuintes que, em razão de 
obras e serviços públicos, acarretem uma valorização de seus imóveis. Em outras 
palavras, trata-se de uma contribuição para custear obras públicas que venham a 
valorizar os imóveis daquela região. 
 
58
 
Empréstimo Compulsório – São valores cobrados de contribuintes, mediante lei 
complementar para a realização de obras de caráter emergencial decorrentes de 
calamidade pública ou guerra externa, que demande relevante interesse nacional. 
 
3.10.3. Tributos cobrados de empresas 
 
 Destacamos aqui, os tributos mais comuns cobrados das 
empresas no Brasil: 
1) Contribuição para o PIS – É uma contribuição social que 
deve ser paga pelas empresas com o objetivo de financiar o 
pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial para os 
trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. 
 
2) Contribuição para o financiamento da seguridade social – COFINS – É uma 
contribuição federal, de natureza tributária, incidente sobre a receita bruta das empresas 
em geral, destinada a financiar a seguridade social. 
 
3) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) é um imposto federal cobrado sobre mercadorias industrializadas, 
estrangeiras e nacionais. 
 
4) Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – O Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, é um imposto de competência 
estadual que incide sobre a circulação de mercadorias, prestações de serviços de 
transporte interestadual, ou intermunicipal, de comunicações, de energia elétrica. 
Também sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados no exterior. 
 
5) Imposto de Renda Pessoa jurídica – IRPJ – É um tributo federal pago por todas as 
pessoas jurídicas estabelecidas no Brasil, desde que estas não sejam isentas de 
pagamento. 
 
6) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL – É uma contribuição que 
incide sobre as pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de 
 
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Renda e se destina ao financiamento da Seguridade Social, estando disciplinado pela lei 
n.º 7.689/88. 
 
7) Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das 
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – é o nome fantasia dado ao sistema de 
tributação simplificada criado em 1996, chamado de Simples Federal. Porém, foi 
extinto em 30/06/2007 e substituído na data seguinte 01/07/2007 pelo Simples 
Nacional criado pela Lei Complementar 123/06, com o objetivo de facilitar o 
recolhimento de contribuições das micro e médias empresas, tanto no âmbito federal 
(como era o Simples Federal) quanto no estadual, através do (ICMS) e municipal 
(através do ISS). 
 
 Vale ressaltar aqui, que a carga tributária cobrada das empresas é muito maior 
que estes simples sete impostos. Além de impostos como IOF, ISS, IE e outros que não 
foram mencionados, há também uma série de contribuições que devem ser analisadas 
em um curso próprio, uma vez que sua complexidade é muito grande para ser definida 
em poucas linhas. 
 
3.10.4. Imposto de Renda 
 
 Quem nunca ouviu falar do famoso leão do 
imposto de renda? Ou ainda, quem nunca pegou seu 
holerite no final do mês e viu que faltava uma parte do 
salário? Justamente ela foi “mordida” por tal leão!

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