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Os tipos textuais
POR ISSO
 
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
OBJETIVO
Expor os fatos relevantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário
Defender uma tese compatível com o interesse da parte que o advogado representa para sustentação do pedido que se pretende ter acolhido pelo Judiciário.
IMPORTÂNCIA DO FATO
Cada fato representa uma informação que compõe a situação fatídica a ser conhecida pelo Judiciário.
O fato narrado é interpretado à luz do ordenamento jurídico e transformado em elemento de persuasão que é o raciocínio; para sustentação da defesa da tese pretendida (Descritivo-Valorativo-Normativo)
 
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
PESSOA DO DISCURSO
Utiliza-se 3ª pessoa do singular, por marcar a imparcialidade do advogado, passando, assim, maior veracidade aos fatos narrados.
Utiliza-se da 3ª pessoa do singular em busca de maior persuasão e veracidade para os argumentos formulados.
ORGANIZAÇÃO
Os fatos são narrados e descritosem ordem cronológica e nopassado(perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito), porque todos os fatos narrados já ocorreram. O presente é usado somente na ordem cronológica, isto e, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural (=relógipo/calendário)
Os argumentos são organizados em uma linha de raciocínio lógica, coerente e coesa em busca da persuasão do auditório. É de grande relevância a consistência do raciocínio e a evidência de provas.
ESTRUTURA DA ARGUMENTAÇÃO
 
O fato gerador do conflito (nexocausal);
Apresentaçãoexplícita da tese a serdefendida;Construçãode argumentos fortes ou consistentes, a partir dos fatos relevantes selecionados, para sustentação da tese a serapresentada;
Seleçãodos tipos de argumentos para defesa da tese de forma persuasiva.
NATUREZA DO TEXTO
A narrativa possui função informativa, mas é também entendida como um excelente recurso persuasivo a serviço da argumentação.
A argumentação tem função persuasiva por excelência.
Texto Descritivo:
Objetivo: descrever algo ou alguém, sendo possível ao leitor criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. 
Grau da descrição: vai depender dos objetivos postos em questão.
Quanto mais importante o objeto ou a pessoa para a peça jurídica, mais pormenores e detalhes devem ser utilizados;
Caso a importância seja menor, menos detalhes devem ser fornecidos.
Tempo verbal: pretérito ou presente. 
Características formais: 
Predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária a utilização de verbos de estado, como: ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar.
Pode ser mais objetiva, focando os aspectos físicos, ou mais subjetiva enfatizando aspectos emocionais e psicológicos.
Texto Injuntivo ou Prescritivo:
Objetivo: informar e conduzir o leitor a uma atitude, incitando à ação.
Exemplo:
“O pedido de isenção deverá ser solicitado, das 12 horas do dia 22 de abril de 2015 até as 16 horas do dia 4 de maio de 2015. Esta solicitação deverá ser caracterizada no Requerimento de Inscrição, em campo próprio, devendo o candidato informar o seu Número de Identificação Social – NIS, atribuído pelo Cadastro Único – CadÚnico.” (Edital N.° 101/ 2015 - Universidade Federal Fluminense)
CPC - Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973
Art. 319. A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
Narrativa Jurídica
Na narrativa jurídica é de grande importância:
 a seleção dos fatos e a ordenação do tempo, antes de eles serem narrados; 
 narração concisa e eficaz;
Um fato em cada parágrafo;
 seguir sempre a ordem linear ou cronológica (= calendário, relógio), deter-se apenas no essencial, em um texto lógico, coeso e coerente.
Narrativa Jurídica
Toda narrativa refaz os fatos a partir do ponto de vista do autor. Uma das características da “verdade” jurídica é construir uma narrativa dos fatos, que podem ser descritos, por exemplo, por um tipo penal – da infração penal – que nada mais é do que a descrição do crime. 
Para construir a verdade de que determinado fato é crime, o caso passa por uma transformação progressiva, daquilo que no início era uma "trama de vida" para um "fato jurídico".
Narrativa Jurídica
Na Petição Inicial, por exemplo, a narrativa jurídica não poderia fugir ao que já foi posto, e é produzida no elemento denominado DOS FATOS, iniciando-se sempre pelo AUTOR dessa peça processual, fazendo-se uso do padrão culto da língua portuguesa.
A narrativa jurídica tem como ponto de partida a narração dos fatos que geraram a situação fática, começando sempre pela causa de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/relação com Direito material) e terminando com a causa de pedir próxima (descumprimento da obrigação pelo réu), indicando o porquê de seu pedido.
Narrativa Jurídica
Muitos fatos importantes constantes da narrativa têm pouca importância jurídica, mas lá estão para fornecer um contexto aos fatos jurídicos mais relevantes, pois sem aqueles o restante não faria sentido. É preciso, então, distinguir fato importante de fato jurídico: fato jurídico são os fatos fundamentais dos quais decorre o direito de que pensa ter o autor; importante são os fatos secundários que compõem o fato jurídico ou que auxiliam na comprovação da sua existência, propiciando maior clareza à situação fática
Narrativa Jurídica
A narrativa dos fatos tem o conteúdo informativo: função de esclarecer uma situação sobre a qual ainda se vai tirar o processo argumentativo;
Não é imparcial, é valorada: está contaminado pela constante vontade do representante legal da parte (advogado) de persuadir;
Traz um ponto de vista implícito no ato de narrar que será a baliza de sustentação dos fundamentos jurídicos do pedido; 
A narrativa jurídica é sempre marcada pela parcialidade de ambas as partes nestas peças: Petição Inicial, Contestação, Queixa-Crime, dentre outras similares;
Oscila entre a narração e a descrição;
Narrativa Jurídica
É fundamental a diferenciação entre o ato de argumentar e o ato de narrar: a argumentação feita no momento em que se busca uma compreensão do caso concreto, ou seja, na parte DOS FATOS, é fator que pode vir a confundir e prejudicar a compreensão da narrativa jurídica. 
Deve-se ficar bastante atento a essa postura diante desse tipo de texto porque a narrativa dos fatos (“Dos Fatos”) precede à argumentação jurídica (“Do Direito”) e só deve trazer a situação fática: fatos, provas e as circunstâncias em que o fato ocorreu.
Narrativa Jurídica
A narrativa dos fatos contém as causas de pedir da parte autora da Inicial: são os fatos que expressarão ao juiz, se, de fato, o autor é detentor do direito subjetivo que ele considera possuir. Se caso da narrativa dos fatos não se extraia a razão de pedir, a Inicial será declarada inepta, isto é, não apta para dar prosseguimento ao processo, em virtude de haver ausência de correlação entre fundamentos fáticos e jurídicos expostos e o pedido final formulado, julgando-se extinto o processo sem exame de mérito.
Narrativa Jurídica
A coerência narrativa apresenta os fatos de forma cronológica, linear e progressiva, possibilitando que o receptor, no caso o juiz, acompanhe de forma lógica e sequencial o raciocínio do profissional do Direito. 
A coerência narrativa evita, assim, a retomada de passagens já narradas e orienta de forma cronológica a exposição dos fatos sem registrá-la fora de ordem, proporcionando ao juiz melhor entendimento sobre a situação fática e, consequentemente, maior justeza
em seu julgamento.
Narrativa Jurídica
Por conseguinte, pode-se afirmar que a narrativa se desenvolve da seguinte forma: ações determinadas, em ordem cronológica, havendo um lapso temporal entre um fato e outro, indicando o transcurso do tempo e com precisa marcação de tempo, seja pelo uso do tempo verbal (pretérito), seja por outras marcações, como os advérbios ou as expressões adverbiais.
Narrativa Jurídica: Construção de Fatos e Versões
Analisa-se aqui a noção de fato, segundo a abordagem do pragmatismo filosófico, porque, nessa perspectiva, é visto como uma narração (construção humana), que reflete os interesses das partes (advogado), afastando-se da teoria da concepção da objetividade na interpretação do fato e da teoria da “verdade” como correspondência, e a prova é examinada como descrição, voltada à persuasão.
O fato (suporte fático concreto) será trabalhado, portanto, como versões trazidas pelas partes, incompatível com a tese de que existe uma única versão “verdadeira” passível de ser descoberta. Tenta-se explicar, de modo simples e lógico, como ocorre a passagem do fato, do mundo fático para o mundo jurídico.
Teoria Tridimensional do Direito:
Tripé: fato – valor – norma 
 o fenômeno jurídico acontece simultaneamente nos três âmbitos, sendo incorreto interpretá-lo com a exclusão de qualquer outro.
Tome-se como exemplo a recente Lei 13.290/2016, vulgo "Lei do Farol Baixo". Como se poderia defendê-la mediante a teoria tridimensional de Reale? Segundo a norma, a lei cumpriu com todos os procedimentos requeridos para sua promulgação e foi aprovada por todas as autoridades competentes em todas as suas etapas de análise. Segundo os fatos, argumenta-se que ela é necessária e eficiente para o aumento da segurança do transporte rodoviário, uma questão que muito concerne a sociedade brasileira. Segundo a valor, a medida é justa por considerar o bem-estar dos motoristas e a proteção do coletivo, fins cuja moralidade é autoevidente.
 
Silogismo aristotélico
Dedução: 
 Subsunção do fato à norma;
 Parte do universal para o particular;
 Toda conclusão está contida na premissa.
 A premissa maior é a norma legal.
Silogismo aristotélico
Indução: 
 Parte de dados singulares para o universal;
 É necessário uma quantidade de dados para respaldar o raciocínio;
 Chega a uma conclusão a partir de experiências sensíveis, dos dados particulares;
 A conclusão é uma probabilidade.
Lógica do razoável:
Não basta conhecer os métodos de interpretação, é necessário que estes sejam utilizados de maneira adequada para que o exegeta atinja o objetivo do Direito, que é fazer com que a justiça seja alcançada. 
Sendo os sistemas lógico-formais insuficientes para atender a dinamicidade do direito, deve-se então, buscar outros mecanismos que supram os espaços deixados pela insuficiência do pensamento analítico. Desta forma, resplandece a Lógica do Razoável, como técnica que possibilita ao jurista encontrar condições adequadas para a aplicação de um direito mais justo. 
Lógica do razoável:
“É razoável o que seja conforme a razão, supondo equilíbrio, moderação e harmonia; o que não seja arbitrário ou caprichoso; o que corresponda ao senso comum, aos valores vigentes em dado momento ou lugar” (Luís Roberto Barroso)
Sendo os sistemas lógico-formais insuficientes para atender a dinamicidade do direito, deve-se então, buscar outros mecanismos que supram os espaços deixados pela insuficiência do pensamento analítico. Desta forma, resplandece a Lógica do Razoável, como técnica que possibilita ao jurista encontrar condições adequadas para a aplicação de um direito mais justo. 
Lógica do razoável:
A Lógica do Razoável tem como característica não apoiar-se no silogismo e nem, tampouco, na subsunção formal das decisões judiciais. A bem da verdade ela se fundamenta na prudência, na equidade e no sentimento do justo.
A Lógica do Razoável enseja a aplicação das normas jurídicas segundo princípios de razoabilidade, ou seja, elegendo a solução mais razoável para o problema jurídico concreto, dentro das circunstâncias sociais, econômicas, culturais e políticas que envolvem a questão, sem se apartar, completamente, dos parâmetros legais.

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