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Aula 07 Psicologia aplicada ao direito

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CCJ0106 – PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
Aula 07: 
A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: 
RELAÇÕES AFETIVAS
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: 
RELAÇÕES AFETIVAS
PROF. DRA. STELLA ARANHA
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
AULA 07: A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS
Vamos iniciar com dois conceitos: 
Conjugalidade - Dois sujeitos, com suas diferentes histórias de vida, se unem e estabelecem uma relação.
Parentalidade - é a relação estabelecida entre pais e filhos
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Mito do amor materno (Badinter) - o amor materno enquanto instinto (universal e natural), é um mito construído sóciohistoricamente. O amor materno, portanto, não é inato nem inscrito desde sempre na natureza feminina.
A mulher era feita para ser mãe, e uma boa mãe. As exceções eram consideradas patológicas.
O amor materno, portanto, não é uma norma, mas é adquirido ao longo dos dias passados ao lado do filho, e por ocasião dos cuidados que lhe são dispensados.
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Não se pode falar de uma essência masculina ou feminina, de caráter abstrato e universal, mas, sim, de pessoas, situadas temporal e relacionalmente.
Masculino e Feminino são categorias inscritas no social que ganham significados diversos em função do contexto.
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Parentalidade - não se estabelece automaticamente a partir da chegada de um filho, mas é um complexo e lento processo.
Tornar-se pai ou mãe é investir afetivamente na criança, reconhecendo-a como filho.
A filiação não está apoiada apenas na realidade genética, mas deve ser fundada no desejo e na disponibilidade de assumir a função parental.
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Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, é natural de algum lugar. Nome e sobrenome indicam pertencimento a um grupo familiar. Quando nomeada, a criança é incluída em uma rede de parentesco a qual se vinculará, e a família será responsável pela produção de sua identidade social.
Filiação socioafetiva - aqueles que se intitulam pais que irão inscrever o sujeito em uma família. É necessário também que tenha sido tratado, educado e mantido por aqueles como filho e, portanto, reconhecido como tal pela sociedade e pela família.
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A filiação afetiva ganha cada vez mais espaço e diferentes adultos podem assumir funções parentais, mesmo não sendo os pais legais nem os genitores.
No caso de uma adoção não existe gestação, mas os pais adotivos vão falar de uma “gestação psicológica”, que indica seu desejo de receber
a criança adotada como filho.
Qualquer processo de construção da parentalidade se inicia com uma criança imaginária, sonhada pela mãe durante a gravidez ou durante o período de espera da adoção.
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Conjugalidade X Parentalidade: separações e recasamentos
O fracasso conjugal dos pais não impede que se continue a assegurar conjuntamente as funções parentais. 
Os laços conjugais se rompem, mas há necessidade de cuidar dos laços parentais.
Mesmo que o laço conjugal se desfaça, espera-se que o laço parental se fortaleça e, idealmente, os ex-cônjuges devem permanecer pais em conjunto
e de comum acordo.
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Um aspecto importante ainda a ser considerado é o justo desejo de ambos ex-cônjuges de terem suas vidas afetivas refeitas.
A criança irá se defrontar com a multiplicação dos papéis parentais e a distribuição da função de pai e mãe para outros homens e mulheres, na medida em que padrastos e madrastas passam a conviver com ela.
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O sucesso dessas construções dependerá do tipo de relação estabelecida entre os pais, entre estes e os novos cônjuges e do lugar que a criança ocupará em cada uma das suas novas famílias.
É fundamental que a figura parental que estiver provisoriamente ausente do cotidiano do filho, em decorrência da separação, deva poder continuar
convivendo com ele sem que se faça um movimento de tentar substituí-lo pelo novo parceiro do pai ou da mãe.
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Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança - o direito da criança à sua identidade, inclui, enquanto elementos básicos da identidade de um indivíduo, a nacionalidade, o nome e as relações familiares.
Princípio do Melhor Interesse da Criança, previsto na Constituição em seu artigo 227, mas também no Estatuto da Criança e do Adolescente em seus artigos 4º e 5º - a convivência familiar foi entendida como um direito fundamental da infância, e a 
filiação sócioafetiva foi valorizada.
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No processo de dissolução do vínculo conjugal por separação judicial ou pelo divórcio consensual, espera-se que os pais possam entrar em acordo sobre a guarda dos filhos. 
Até recentemente, o mais comum era a adoção do modelo de guarda unilateral, geralmente concedida à mãe, por se acreditar que ela teria melhores condições para exercê-la.
Guarda Compartilhada
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As mulheres foram conquistando, em nossa sociedade, igualdade de direitos e oportunidades, mas também os homens têm buscado ocupar um maior espaço no cotidiano familiar e igualdade de direitos na participação da educação dos filhos.
A lei nº 11.698/2008 representou uma nova compreensão do modelo de família e estabeleceu como preferencial o modelo de guarda compartilhada, que permitiu repensar a concepção vigente até então quanto aos papéis de pai e de mãe na formação de um filho.
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Atualmente temos a Lei nº 13.058, de 22 de dezembro de 2014 que surgiu para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre sua aplicação.
Com a guarda compartilhada, pretende-se atenuar o impacto negativo da ruptura conjugal, mantendo ambos os pais envolvidos na criação dos filhos. Sua proposta é corresponsabilizar ambos os genitores em todas as decisões e nas atividades referentes aos filhos, de modo que possam participar em igualdade de condições. O que se compartilha é a guarda jurídica, seus deveres e direitos legais em relação à assistência prestada aos filhos e não, necessariamente, à guarda física.
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A Alienação Parental fere o melhor interesse da criança, pois o interesse dos pais prevalece sobre os interesses dos filhos, provocando danos em seu desenvolvimento.
O termo alienação parental foi utilizado em meados dos anos 1980 por Richard Gardner.
O autor denominou de Síndrome de Alienação Parental (SAP) o que seria um distúrbio infantil provocado em menores de idade expostos às disputas judiciais entre seus pais. 
Alienação Parental
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A criança demonstraria uma intensa rejeição a um dos genitores (o genitor alienado) como resultado de manipulação psicológica realizada pelo outro genitor (o genitor alienador), sem que houvesse uma justificativa para isso.
Questiona-se a classificação de tal comportamento como uma síndrome, pois se entende que existem muitos fatores que podem contribuir para sua ocorrência e não apenas a patologia dos
genitores.
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Na lei nº 12.318/2010, que dispõe sobre a alienação parental, ela é descrita como sendo a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com ele.
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Existem 7 itens elencados, no parágrafo único do Art. 2, da referida lei, em que são exemplificadas formas de alienação parental:
Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;
Dificultar o exercício da autoridade parental;
Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, 
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Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
O fato de deter uma guarda unilateral acaba conferindo ao guardião um poder que pode ser utilizado para dominar a situação e provocar inúmeros constrangimentos ao outro genitor.
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A menos que um dos pais seja física ou psicologicamente nocivo para o filho, nada justifica a privação do exercício da função parental, sendo a convivência com ambos os pais um direito inalienável atribuído à criança. 
A criança tem o direito de continuar ligada às duas famílias e ser impregnada por suas histórias.
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AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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