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MpMagEst Administrativo Celso Spitzcovisky Data: 26/02/2013 Aula 03 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Ações para combater atos de improbidade administrativa 2. Princípio da publicidade. 1. AÇÕES PARA COMBATER ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1.1. Ação Civil Pública (Lei 8429/92) b) sujeito passivo – agente público (qualquer pessoa localizada dentro da administração pode ser processada por prática de improbidade administrativa). Art. 37, § 6º CF “§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.” Agentes públicos envolvem: agentes políticos, servidores (funcionários, empregados públicos, temporários, particulares em colaboração com o Estado). Agentes políticos – são os agentes públicos que titularizam um mandato (não entram por concurso e não mantém com o Estado nenhum vínculo de natureza profissional – são os parlamentares, presidente, governadores, prefeitos, ministros de Estado e secretários de Estados). Servidores – são os agentes públicos que mantém com o Estado um vínculo de natureza profissional. Funcionários públicos – são os servidores que ingressam como regra geral de concurso para a titularização de um cargo em caráter permanente ou efetivo, submetendo-se a um regime profissional estatutário. Empregados públicos – são os servidores que ingressam através de concurso para a titularização de um emprego público em caráter permanente ou efeito, submetendo-se a um regime profissional celetista. Não se trata exatamente do mesmo regime que se aplica para a iniciativa privada. Porque o empregador é a administração pública. (Diferenças: ingresso por concurso; sujeito a teto de remuneração; estabilidade, Súmula 390 TST: a estabilidade só vai atingir o funcionário público nos órgãos da administração direta, autarquia e fundações; OJ 247 TST permite a demissão sem motivação dentro da administração pública, desde que os empregados sejam 2 de 4 funcionários de empresas públicas ou sociedade de economia mista. – Art. 173 da CF estas empresas estão submetidas aos mesmos regimes da iniciativa privada.) Temporário – são os servidores que ingressam sem concurso para a titularização de uma função por prazo determinado, submetendo-se a um regime profissional hibrido. Para contratação (art. 37, IX CF). Para situações emergenciais de excepcional interesse público. São as situações anormais e imprevisíveis em que o poder público precisa contratar, mas não tem tempo hábil para fazê-lo por concurso público. Temporariamente titularizam uma função. (Art. 37, I). Para titularizar uma função não precisa de concurso público. Obs.: não é possível titularizar cargo sem função, mas é possível titularizar função sem cargo. Particulares em colaboração – são os agentes públicos que se encontram localizados fora da estrutura da administração pública que temporariamente colaboram com ela. Jurados; serviço militar obrigatório; mesário em eleição; titulares de cartórios – um particular que exerce uma função pública por delegação. Obs.: Juízes e promotores para Eli Lopes Meireles se enquadram na categoria de agentes políticos como representantes dos interesses da sociedade. Mas há grande divergência na doutrina. Para a corrente majoritária (José dos Santos Carvalho Filho), juízes e promotores são servidores públicos de regime especial. Possuem vitaliciedade que assegura a permanência no cargo. Obs.: Reclamação 2138 STF, julgada em 2007 – por 6 votos a 5 decidiu que há dois regimes diferentes: regime de responsabilidade politico administrativa que é regido pela lei 8.429/92 e o regime que envolve a configuração de crime de responsabilidade disciplinado pela lei 1.079/50. Agentes públicos em geral respondem pela 8429/92, já agentes políticos respondem pela lei 1079/50 – quando pratica um ato de improbidade ele pratica um crime de responsabilidade. A base da decisão do STF foi o Art. 85 da CF. Foro privilegiado Art. 102, inciso I, ”c” CF. Art. 52, I e II CF http://www.jusbrasil.com.br/filedown/dev0/files/JUS2/STF/IT/RCL_2138_DF%20_13.06.2007.pdf Obs.: Pelo artigo 3º da lei 8429/92, também responderá o particular que tenha contribuído para o ato de improbidade ou tenha dele se beneficiado. 1.2. Sanções que incidem pela prática de atos de improbidade administrativa (Art. 37, 4º CF) Perda da função; Suspensão dos direitos políticos, Declaração de indisponibilidade dos bens Ressarcimento dos danos causados aos cofres públicos. Para aplicação destas sanções, é necessário o transito em julgado de sentença, exceto a declaração de indisponibilidade dos bens, quando se verifica a dilapidação do patrimônio pelo réu (art. 7º da lei 8.429/92). “Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.” 3 de 4 O periculum in mora é suficiente para justificativa de declaração de indisponibilidade dos bens. Estas sanções podem ser transmitidas aos herdeiros no limite da herança (art. 8º da Lei 8.429/92). “Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.” Estas sanções podem ser aplicadas isoladamente ou não (Art. 12 da Lei 8429/92). “Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:” Critérios estabelecidos pela lei 8.429/92 considerando a gravidade do Ato: Artigos Suspensão Multa Nova contratação 9 8 a 10 anos Até 3 vezes o enriquecimento 10 anos 10 5 a 8 anos Até 2 vezes o enriquecimento 5 anos 11 3 a 5 anos Até 100 vezes a remuneração 3 anos O juiz levará em conta a extensão do dano e o proveito patrimonial obtido pelo agente. 2. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE A administração é obrigada a dar transparência em relação a todos os seus atos e a todas as informações armazenadas em seu banco de dados. Negada a informação de forma indevida, configura ato de improbidade Art. 11 da Lei 8.429/92. A publicidade foi alocada como princípio fundamental Art. 5º, XXXIII – “todos tem o direito de obter dos órgãos públicos informações de natureza particular, coletivo ou geral...” Em alguns casos essas informações poderão permanecer em sigilo, quando puderem comprometer a soberania do estado ou da sociedade. Lei 12.527/11 – Lei de acesso a informações públicas. Regulamentou o art. 5º XXXIII CF. Art. 10. Determina que qualquer interessado tem legitimidade para solicitar essas informações. Art. 11. Determina o prazo das informações são prestadas de imediato. Se as informações solicitadas for de difícil acesso será no máximo de 20 dias. Se a informação for solicitada e indevidamente negada, a medida a ser adotada, depende da natureza da informação: Informação de interesse particular não cabe habeas data, mas sim mandado de segurança. 4 de 4 Art. 5º, LXXII – informação de caráter personalíssimo cabe Habeas data – não cabe para obtenção de outras informações inclusive de interesse particular, que não se trata de personalíssima. Art. 5º LXIX – a constituição elenca3 garantias constitucionais para garantir direito liquido e certo: Habeas Corpus, Habeas Data e Mandado de segurança Art. 37 § 1º - obriga o poder publico a dar publicidade aos atos oficiais. 3. Princípio da Eficiência – próxima aula.
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