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MpMagEst Direito Civil Marcus Vinicius Rios Gonçalves Data: 28/03/2013 Aula 04 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Posse 1. POSSE Classificação da Posse (continuação) 1.1. Posse de boa ou má-fé: 1.1.1. Posse de boa-fé – quando o possuidor adquiriu a posse sem o conhecimento dos seus vícios 1.1.2. Posse de má-fé – quando o possuidor adquire a posse com o conhecimento de seus vícios. Situação: “A” é possuidor de um terreno, foi esbulhado por “B”. Antes da proposição da ação possessória de “A”, “B” vende, cede, transfere a posse para “C”. É possível ação possessória diretamente conta “C” (terceiro)? “Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.” Por esse artigo, cabe ação possessória contra o terceiro se este terceiro tinha conhecimento da coisa esbulhada. Portanto, só cabe a ação possessória contra o terceiro se ele recebeu a posse de má-fé. Naquela situação, se “A”, além de possuidor detinha a propriedade do bem, ela poderá se valer da ação reivindicatória para recuperar o bem. Se “A” não tem propriedade do bem, não conseguirá reaver o bem. O máximo que poderá intentar é uma ação de reparação de dano contra “B”. Justo título: é o documento hábil de transferência de propriedade. Justo título é um estado de aparência que permite concluir estar gozando da posse de determinado bem, até que outras circunstâncias provem o contrário (se não contiver um determinado defeito). Presumi que o possuidor de justo título esteja de boa-fé. A III Jornada de Direito Civil, aprovou o enunciado 302 e 303 que estabelecem respectivamente: “Pode ser considerado justo título para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse “ad usucapionem”, observando o disposto no art. 113 do CC”. “Considera-se justo título para a presunção relativa da boa-fé do possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento público ou 2 de 2 particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse.” Dessa forma, conforme enunciados da III Jornada de Direito Civil, O exemplo de título pode ser o compromisso de compra e venda registrado ou não na matrícula do imóvel, devendo ser observada a boa-fé objetiva (art. 113 do CC). Bem como, a função social da posse pode ser interpretada como fator fundamental para a determinação de posse de boa-fé e da caracterização de justo título. Assim, a existência de instrumento público ou particular não é mais fator essencial. 1.2. Posse civil e posse natural: Obs.: é possível a transferência da posse só por documentos. 1.2.1. Posse civil: é aquela que provém de contrato (documento) 1.2.2. Posse natural: é a que se origina pela própria tradição. Obs.: ação possessória é para reaver a posse, mas para quem nunca deteve a posse e pretende a posse decorrente de um contrato de compra e venda, por exemplo, é a ação reivindicatória (denominada pela doutrina de ação de imissão de posse). Nos contratos de compra e venda, é possível constar a clausula denominada “constituti” que determina a transferência da posse do bem. Que abre a possibilidade de ajuizamento de ação possessória (com rito especial mais rápido). Constituto possessório é um mecanismo pelo qual havendo transferência de propriedade, o alienante permanece na coisa na condição de possuidor direto.
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