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MpMagEst Direito Civil Marcus Vinicius Rios Gonçalves Data: 11/04/2013 Aula 05 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Posse 1. POSSE 1.1. Efeitos da posse: A posse produz diversos efeitos jurídicos dos quais a detenção não produz, dentre os mais importantes são: (i) Proteção possessória (ii) Frutos (iii) Perda ou deterioração da coisa (iv) Benfeitorias (v) Usucapião 1.1.1. Proteção possessória: a) Autotutela: o Estado assumiu o poder e o dever de solucionar os conflitos de interesse, aplicando a lei e impondo a solução. Há casos, porém, que o Estado reconhece que não tem condições de proteger a pessoa em tempo suficiente, permitindo a vitima que se defenda sem ser responsabilizada. Art. 1.210 cc. “Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. § 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade” Tal dispositivo, permite que a vitima se defenda da agressão da posse que é atual e iminente. Trata-se de legitima defesa da posse. Há duas situações tratadas pelo artigo, a primeira delas é o caso da legitima defesa da posse, ocasião que se defende para ser mantido na posse. A segunda situação é conhecida como desforço imediato que ocorre na hipótese de do possuidor esbulhado ser restituído na posse do bem. O desforço imediato, na obtenção de 2 de 2 retomada do bem, deve ser realizado num pequeno intervalo de tempo – no calor dos acontecimentos. A maioria da doutrina entende que o período “breve”, necessário ao desforço mediato foi propositadamente incluído pelo legislador de forma bastante abrangente para permitir ao juiz que avalia a situação do caso concreto. Tanto a legitima defesa quanto o desforço imediato, é necessário que o agente faça uso moderado dos meios necessários para proteção possessória. Uma vez que o excesso/exagero transformara uma situação lícita em ilícita. O detentor pode fazer o uso de autotutela? Sim, é a única forma de uma pessoa que não possui posse defende-la em favor de terceiros. b) Heterotutela: por meios das ações possessórias, também chamadas de interditos possessórios. O legislador criou três tipos de ações possessórios: (i) Reintegração de posse – caso tenha havido esbulho, que se caracteriza pela perda da posse. (ii) Manutenção da posse – caso de turbação, que se caracteriza por já haver atos concretos de agressão à posse, mas difere do esbulho porque não implica na perda da posse. (iii) Interdito proibitório – quando houver ameaça. O direito processual civil considera as ações possessórias fungíveis entre si, uma vez que em determinados casos ser difícil constatação diferenciar um esbulho de uma turbação, ou turbação de uma ameaça: “Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.” Outro exemplo se observa quando no momento da propositura de uma ação objetivando uma turbação e com o passar do tempo o agressor consegue esbulhar o possuidor, alterando a realidade dos fatos no curso daquela ação de manutenção de posse. Pelo princípio da fungibilidade poderá o juiz determinar a reintegração. É possível a vítima naquela ação pleitear: indenização, que o esbulhador seja condenado no desfazimento de eventual construção ou plantação que tenha realizado, também pode ser pleiteada multa cominatória (não é astreinte) com obrigação de não praticar novo esbulho e caso venha praticar, será aplicado a multa fixada na sentença.
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