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MpMagEst Empresarial Marcelo Cometti Data: 26/03/2013 Aula 03 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Estabelecimento Empresarial 2. Sociedades 1. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL (continuação) 1.1. Ponto empresarial – é o local utilizado pelo empresário para exploração de sua atividade. Trata-se, portanto de um bem incorpóreo que irá integrar o estabelecimento. O empresário pode explorar sua atividade tanto em um imóvel de sua propriedade como também poderá explorar sua atividade em imóvel por ele locado, nas duas situações o ponto empresarial será protegido pelo ordenamento jurídico. Quando o empresário explorar sua atividade em imóvel próprio será tutelado pelo direito de propriedade, mas as questões mais controvertidas estão ligadas a exploração de atividade empresarial em imóvel locado. Nesse sentido, a Lei 8.245/91 tutela o ponto empresarial por intermédio de ação renovatória de aluguel. 1.1.1. Requisitos da ação renovatória: Contrato celebrado por escrito e por prazo determinado; Contrato a renovar deve ter pelo período mínimo de 05 anos, ou a somatória dos prazos ininterruptos dos contratos celebrados por escrito alcance aquele período; O STJ (quarta e quinta turma) mencionou que pequenos lapsos temporais, não são suficientes para interromper os prazos dos contratos celebrados por escrito. A proteção do ponto é para tutelar a clientela do empresário, portanto para se valer da ação renovatória o último requisito é o exercício da mesma atividade de forma ininterrupta pelo período mínimo de 03 anos. 1.1.2. Momento para ajuizamento da ação renovatória: Deve ser proposta no interregno de 01 ano no máximo até 06 meses no mínimo do término de vigência do contrato. Em outras palavras, deve ser proposta no penúltimo semestre de vigência do contrato. Quem não promover a ação dentro do prazo legal, implica na perda do direito a renovação do contrato (Art. 51, §5º). “Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.” 1.1.3. O que o locador pode fazer? Se o locador não quiser renovar o contrato, não pode o juiz impor a renovação – uma vez que o direito de propriedade se sobrepõe à locação. Todavia, em determinadas circunstancias, o locador indenizará o locatário. 2 de 4 Exceções para retomada do imóvel: Ao ser citado o locador poderá apresentar exceções para a retomada do imóvel exemplificativamente prevista nos artigos 52 e 72 da Lei 8.245/91. Dentre as quais destacam-se: (i) Realização de obras no imóvel. O locador poderá se opor à renovação do contrato quando por determinação do poder público tiver que realizar no imóvel obras que acarretem na sua radical transformação, ou quando desejar realizar no imóvel obras que aumentem o valor de sua propriedade; (ii) Uso próprio. O locador poderá se opor a renovação da locação se desejar a retomada do imóvel para ser por ele utilizado ou para a transferência de fundo de comércio existente a mais de um ano e titularizado por sociedade da qual o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente seja detentor da maioria do capital. (iii) Melhor proposta de terceiro. (iv) Insuficiência do aluguel. O locador poderá se opor a renovação do contrato se a proposta de aluguel ofertada pelo locatário, for inferior ao valor de mercado pago na locação de imóvel similar. “Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.” “Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 3 de 4 III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52). 1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e atual do imóvel. 2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. 3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado. 4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. 5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel. 1.1.4. Indenização – o locatário fará jus à indenização para o ressarcimento de seus prejuízos e lucros cessantes decorrentes de sua mudança, perda do ponto e desvalorização do seu fundo de comércio quando o locador não der ao imóvel a destinação alegada em sua exceção no prazo de até 3 meses a contar de sua entrega. Ou quando a exceção para retomada do imóvel consistir na melhor proposta de terceiro. 2. SOCIEDADES 2.1. Classificação das sociedades de acordo com o código civil: a) Sociedades personificadas – possuem personalidade jurídica. (i) possui titularidade obrigacional (é sujeito de direitos e obrigações); (ii) titularidade processual (poderá demandar e ser demandada em juízo); (iii) titularidade patrimonial (os bens que compõe o patrimônio nãos e confundem com os bens particulares de seus sócios). Há duas espécies de sociedades personificadas: (i) Sociedade empresária (exerce atividades próprias de empresário)(ii) Sociedade simples (não exerce atividades próprias de empresário: intelectual e rural). Formas societárias: (i) Nome coletivo (pode ser tanto empresária como simples) (ii) Comandita simples (pode ser tanto empresária como simples) 4 de 4 (iii) Limitada (pode ser tanto empresária como simples) (iv) Sociedade por ações (serão sempre sociedades empresárias) (v) Cooperativas (serão sempre sociedades simples) b) Sociedades não personificadas. As únicas sociedades desprovidas de personalidade jurídica são: (i) Em comum (ii) Em conta de participação. 2.2. Sociedades não personificadas: São aquelas desprovidas de personalidade jurídica, podendo ser classificadas como “em comum”, ou “em conta de participação”. a) Sociedade em comum (art. 986 a 990 cc.) Enquanto não escrito, os atos constitutivos da sociedade simples ou empresária (exceto as sociedades por ações em organização) no órgão de registro competente, ela estará sujeito às regras da sociedade em comum. Na sociedade em comum, os sócios respondem de forma ilimitada e solidariamente entre si, excluído do benefício de ordem (responsabilidade direta) aquele sócio que houver contratado pela sociedade (sócio administrador). “Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.” b) Sociedade em conta de participação (art. 991 a 996 cc.) É aquela em que seu objeto social será explorado diretamente por seu sócio ostensivo que responderá de forma direta e ilimitada pelas obrigações contraídas, cabendo aos demais sócios (sócios participantes) tão somente participar dos resultados obtidos. Obs.: a sociedade em contata de participação poderá ter os seus atos constitutivos arquivados na junta comercial ou no registro civil de pessoas jurídicas, mas jamais adquirirá personalidade jurídica.
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