Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MpMagEst Empresarial Marcelo Cometti Data: 21/05/2013 Aula 07 MpMagEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Falência Lei 11.101/05 2. Recuperação Judicial 1. FALÊNCIA LEI 11.101/05 1.1. Atos ineficazes: Em sentido estrito (ineficácia objetiva) com ou sem a intenção a intenção de fraudar credores Atos revogáveis (ineficácia subjetiva) necessita de prova do conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro 1.2. Elementos específicos da sentença: além dos requisitos previstos no CPC para a validade de qualquer sentença, a decisão que decretar a falência do devedor, conterá certos elementos específicos previstos no artigo 99 da Lei 11.101/05, dentre os quais destacam-se: (i) Fixação do termo legal da falência, que poderá retroagir em até 90 dias a contar do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial convolado em falência ou do primeiro protesto por falta de pagamento não cancelado. Termo legal da falência: significa que dentro desse lapso temporal certos atos praticados pelo devedor (art. 129, I, II e II) poderá o juiz declarar sua ineficácia independente da intenção do devedor (fraudar ou não seus credores). “Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico- financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;” Obs.: são os três únicos atos que se praticados dentro do termo legal, poderão ser declarados ineficazes. 2 de 4 (ii) Determinação para que o falido apresente em até 05 dias relação nominal completa de seus credores. Caso o falido descumpra a determinação judicial, responderá por crime de desobediência, cabendo ao administrador judicial a sua elaboração. (iii) Determinação para que sejam suspensas todas as ações e execuções contra o devedor, exceto, as ações que demandem quantia ilíquida e as reclamações trabalhistas (art. 6º, §1º e 2º); “Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. § 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.” (iv) Nomeação do administrador judicial, que poderá ser pessoa jurídica especializada ou pessoa física, preferencialmente advogado, economista, contador, ou administrador de empresas. 1.3. Etapa falimentar: proferida a sentença da falência (cabível recurso de agravo) terá início a etapa falimentar do processo de falência – uma forma de execução concursal com suas respectivas particularidades. Neste momento haverá um procedimento para mensuração do ativo, que objetiva conhecer os bens do falido e a mensuração do passivo que objetiva conhecer as dívidas do falido. O passo seguinte é proceder a venda desses bens (realização do ativo) com proposito para obter recursos para satisfazer os credores, após, o administrador judicial apresentará suas contas e sendo aprovada pelo juiz, apresentará um relatório final e, por fim, o juiz proferirá a sentença de encerramento. Mensuração do ativo: consiste na prática de certos atos que tem por finalidade propiciar o conhecimento dos bens e direitos do devedor que formará a massa falida objetiva. Arrecadação de bens e documentos que será formado pelo auto de arrecadação, elaborado pelo administrador judicial e será composto por um inventário e o laudo de avaliação. Tão logo o auto de arrecadação seja juntado ao processo, terá início a venda dos bens arrecadados. Julgamento dos pedidos de restituição: na possibilidade dos bens arrecadados não serem de propriedades do falido. Cobrança dos devedores do falido: o administrador judicial promoverá a cobrança de eventuais inadimplentes do falido. Realização do ativo: tão logo seja juntado ao processo, o auto de arrecadação de bens terá início a realização do ativo, ou seja, a alienação dos bens arrecadados, hipótese em que, o juiz deverá observar a seguinte ordem de preferência: 3 de 4 (i) Transferência da empresa com a venda de seus estabelecimentos em bloco; (ii) Transferência da empresa com a venda de seus estabelecimentos ou unidades produtivas de forma isolada; (iii) Alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos; (iv) Alienação dos bens individualmente considerados. Modalidades ordinárias de alienação: (i) Leilão; (ii) Propostas fechadas; (iii) Pregão – sempre que houver propostas variando dentre de um percentual de 10% do valor ofertado. Mensuração do passivo: terá início na sentença que houver decretado a falência e tem por finalidade propiciar o conhecimento das dívidas do falido e consequentemente de seus credores que formarão a chamada massa falida subjetiva. Satisfação do passivo: consiste no pagamento dos credores do falido, com a formação do quadro geral de credores. (i) Créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial – limitados a 05 salários mínimos por empregado; (ii) Pedidos de restituição em dinheiro (art. 86, p. único); (iii) Credores extraconcursal (art. 84) – é todo aquele que se tornou credor após a decretação da falência ex.: administrador judicial, perito, etc. (iv) Credores concursais (art. 83) na seguinte ordem: a. Créditos trabalhistas até 150 salários e decorrentes de acidente do trabalho – o excedente será pago como crédito quirografário. b. Créditos com garantia real; c. Créditos tributários d. Créditos com privilégio Especial e. Créditos com privilégio Geral f. Crédito quirografário g. Multas contratuais. 1.4. Etapa pós-falimentar (reabilitação do falido): consiste na extinção de todas as obrigações decorrentes da sua falência, e será concedida quando verificada uma das hipóteses previstas no art. 158 da lei 11.101/05 2. RECUPERAÇÃO JUDICIAL 2.1. Requisitos (art. 48) (i) Estar exercendo regularmente sua empresa a mais de 02 anos; (ii) Não ser falido e se o foi, estar devidamente reabilitado; (iii) Não ter sido, nem ter administrador que tenha sido condenado por crime falimentar; (iv) Não ter nos últimos 05 anos obtido a concessão da recuperação judicial de sua empresa, ou não ter nos últimos 08 anos obtido a concessão da recuperação judicial com base em plano especial para ME ou EPP 4 de 4 Deferido o pedido de recuperação, o juiz nomeará administrador e determinará a suspensão por até 180 dias de todas as ações e execuções contra o devedor, exceto: (i) Ações que demandem quantia ilíquida; (ii) Reclamações trabalhistas em fase de conhecimento; (iii) Execuçõesfiscais Obs.: o prazo de 180 é improrrogável? Em SP, MG, BA, RJ admitem a prorrogação se o trâmite da recuperação demandar e não for provocada pelo devedor. Plano de recuperação judicial: deverá ser apresentado no prazo improrrogável de 60 dias contados da decisão que deferir o processamento. Obs.: após o deferimento da recuperação, a desistência do devedor só será possível se aprovado pela assembleia de credores. Apresentado o plano de recuperação, inicia-se o prazo de 30 dias para eventuais objeções por parte dos credores. Não havendo objeções o juiz irá conceder a recuperação judicial. Havendo objeções ao plano, o juiz irá convocara assembleia de credores. Aprovado o plano pela assembleia, o juiz concederá a recuperação judicial, mas se a assembleia rejeitar o plano, o juiz poderá convolar a recuperação em falência. Mas é possível, que mesmo diante da rejeição do plano pela assembleia de credores (cram down) o juiz conceda a recuperação judicial. Cram down é a hipótese que o juiz, mesmo diante da rejeição do plano pela assembleia de credores, concede a recuperação judicial (preenchidos os requisitos do art. 58, §1º).
Compartilhar