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MpMagEst Tributário Caio Bartine Data: 10/05/2013 Aula 01 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Princípios constitucionais tributários 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 1.1. Limitação constitucional do poder de tributar Configuram como garantias do cidadão contribuinte em face dos excessos do Estado (art. 150 a 152 da CF de forma explícita, por se tratar de rol exemplificativo). O STF entendeu que tais limitações se configuram como direitos e garantias individuais do contribuinte. Qual o tipo de eficácia dessas normas? Como possuem aplicabilidade imediata, podem gozar tanto de eficácia plena quanto de eficácia contida (mas não de norma de eficácia limitada). Pelo texto legal, há limitações que possuem eficácia contida (Art. 146, II): “Art. 146. Cabe à lei complementar: II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;” Exemplo de normas constitucionais contida sobre a limitação do poder de limitar: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;” Obs.: De acordo com precedentes do STF, as limitações constitucionais do poder de tributar, estabelecidas fora dos artigos 150 a 152 da Constituição Federal, podem ser dotadas de eficácia limitada, uma vez que não se configuram direitos e garantias individuais. São consideradas cláusulas pétreas. Portanto podem ser alteradas mas não pode haver supressão. Quando se fala em exigir ou aumentar tributos (art. 150, I), a expressão “exigir” refere-se a instituição de tributo e da tipologia tributária. O princípio da legalidade engloba o princípio da tipicidade fechada (ou cerrada) que determina que todos os aspectos de incidência 2 de 5 tributária deverão estar descritos em lei, seja, de forma determinada seja de forma determinável. Esses aspectos de incidência tributária são divididos em cinco aspectos: (i) Material – simples descrição do fato típico a ser tributável. (ii) Espacial (iii) Temporal (iv) Pessoal (v) Quantitativo Ricardo Lobo Torres (RJ) defende um posicionamento de tipicidade aberta, pois trata-se de normas tributárias em branco. Uma vez que o aspecto material é a simples descrição do fato típico a ser tributável. Exemplo o fato gerador do imposto de importação é a simples entrada do produto estrangeiro no território nacional. Assim o que envolveria território nacional? Uma vez que território ficto (mar territorial, aeronaves e embarcações). Portanto, essa tipificação necessita de norma regulamentar. Logo, entrada é o ingresso definitivo do produto no país para fins de integração à economia nacional. Conforme determinação do STF, o Brasil adota como critério de exigência tributária, o princípio da tipicidade cerrada, determinando que, independentemente de carecer a norma tributária de uma interpretação os aspectos devem estar previstos em lei com a finalidade de aumentar a segurança jurídica na tributação (art. 108 do CTN): “§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.” Lei deve ser entendida como: Lei ordinária, Lei complementar e Lei delegada. Obs.: via de regra, é a lei ordinária que cria tributos, contudo a lei complementar institui tributos quando assim é exigido. (i) Impostos sobre grandes fortunas (art. 153, II da CF); (ii) Empréstimos compulsórios (art. 148 da CF); (iii) Tributos residuais (art. 154, I e 195, §4º da CF). PIS e COFINS, ambas são contribuições sociais das pessoas jurídicas, incidentes sobre sua receita e faturamento (art. 195, I, “b” da CF) As duas fora instituídas por lei complementar LC 70/91 – alterada pela lei ordinária 9.718/98 e lei 10.833/03 LC 7/70 – alterada pela lei ordinária A exigência de lei complementar como veículo normativo para a instituição de tributos, depende de expressa previsão constitucional, entretanto, caso o conteúdo normativo da temática é considerado ordinário, mesmo que a lei complementar institua o tributo, esta poderá ser modificada mediante lei ordinária. Lei delegado artigo 68 da CF, é uma função atípica do poder executivo mediante avocação de determinados temas. “Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.” 3 de 5 Contudo, lei delegada não poderá tratar de matéria reservada à lei complementar. Obs.: A emenda constitucional 32/01, permitiu que a medida provisória pode instituir ou majorar impostos. Como a media provisória é instrumento federal, em tese só poderia instituir impostos “federais”. A mesma limitação das leis delegadas, são aplicadas a medida provisória, portanto não cabe medida provisória para criação de impostos de competência de Lei complementar (art. 62, §1º, III da CF): “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: III - reservada a lei complementar;” O único imposto que pode ser criado por medida provisória é o Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II da CF). Obs.: a primeira turma do STF, em 2004, determinou que medida provisória poderá ser utilizada para a instituição de tributos, desde que dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal. Não foi decisão do pleno, portanto trata-se orientação jurisprudencial. Não aprovação da medida provisória e possibilidade de direito de repetição Art. 62. “§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.” Se o decreto não for emanado não caberá direito de repetição: “§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.” 1.1.1. Exceção ao princípio da legalidade. A possibilidade se da ao aumento ou redução de tributo por ato infralegal. Deve estar prevista na constituição e assim nenhuma exceção caberá à constituição estadual. Tal possibilidade tem ligação direta com as funções da tributação: a) Função fiscal da tributação: a tributação tem finalidade arrecadatória. b) Função regulatória da tributação: utilizar a tributação como mecanismo de controle da economia. 4 de 5 São atos normativos do poder executivo, que derivam do poder regulamentar ou normativo que é conferido à administração pública. Ex.: cabe ao presidente da república editar atos normativos para a fiel execução de uma lei (art. 84, IV da CF): “Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; Quando existe uma desconcentração, há também um poder hierárquico, no qual o poder executivo tem a possibilidade de escalonar funções (inclusive regulamentares) para órgão criados por lei, atuando na imputação volitivado ente federado. A união pode criar por meio de lei específica órgão públicos que são entes despersonalizados. Estes órgãos são as atuações do próprio Estado. Ex.: portaria da CAMEX (câmara de comércio exterior) aumentando a alíquota do imposto de exportação. É possível art. 153, §1º da CF: “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. 1.1.2. Atos do poder executivo podem ser utilizados para reduzir, restabelecer as alíquotas da CIDE combustível (art. 177, §4º, I, “b” da CF). “Art. 177. Constituem monopólio da União: § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b” Os limites desses decretos são estabelecidos pela própria lei. Eventual irregularidade compete exclusivamente ao congresso nacional sustar os atos normativos do poder executivo (art. 49, V da CF): “Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;” 5 de 5 1.1.3. Exceção a legalidade Estadual – Convênios (art. 155, §4º, IV e art.155, §2º, XV, “g”da CF e) quando da determinação da alíquota na incidência monofásica de ICMS sobre combustíveis quando autorizada por lei complementar. Assim, se a lei complementar autorizar, o imposto pode incidir uma única vez (é o caso dos combustíveis e derivados de petróleos). Quem estabelecerá a alíquota serão os convênios e tal unificação servirá para evitar guerra fiscal entre os estados. Obs.: Toda a base de cálculo de tributo só pode ser criada ou majorada por lei especifica. Art. 97, §2º do CTN, determina que a atualização da base de cálculo não se equipara a majoração de tributo; “§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. “Súmula 160 do STJ – é defeso ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.”
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