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MpMagEst 
Tributário 
Caio Bartine 
Data: 24/06/2013 
Aula 05 
 
MpMagEst – 2013 
Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. Imunidades tributárias. 
 
 
1. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
 
1.1. Imunidades recíprocas (continuação) 
 
REsp 407099 – decidiu sobre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (empresa pública federal) 
– Decreto Lei 200/97 – delimita dos conceitos de empresa pública e de sociedade de economia mista. 
Logo, estas empresas, quando prestadoras de serviços públicos, essenciais ao funcionamento do 
Estado (entidades dotadas de estatalidade) gozam de imunidade recíproca em atendimento a tais 
finalidades. O que se levou em consideração no julgamento em referencia, foi a natureza da 
atividade desenvolvida – se tais entidades explorarem atividade econômica não terão imunidade 
reciproca. 
O STF decidiu que todo e qualquer serviço prestado pelo correio, seja aqueles essenciais a atividade 
estatal ou não (ex.: sedex e banco postal não são essenciais) possuem atividade recíproca. 
Obs.: Banco do Brasil, Petrobrás, Caixa Econômica Federal são exemplos de entidades que não gozam 
de imunidade recíproca. 
 
Diante da atual jurisprudência do STF, os consórcios públicos de direito privado, regidos pela Lei 
11.107/05, gozam de imunidade tributária recíproca em decorrência da atividade desenvolvida. 
 
Obs.: concessionárias de serviços públicos (art. 175 da CF, Lei 8.987/95 e Lei das PPP 11.079/04): uma 
vez que os particulares que prestam serviços públicos se submetem a licitação e em decorrência da 
sua vitória assinarão o respectivo contrato administrativo. Assim como os valores estarão previstos 
neste contrato não se originam por lei, não há que se falar em tributo (que deve ser instituído por 
lei). Assim, conforme o disposto do art. 150, §3º da CF, a remuneração dos concessionários é 
realizada por tarifa e, portanto, não gozaram de imunidade reciproca. 
 
1.2. Imunidade religiosa (art. 150, VI, b, da CF): 
 
Templos de qualquer culto: segundo STF seja pelo vetor axiológico ou teleológico deverá considerar 
atividade religiosa pela laicidade do Estado. A partir do instante de que se reconhece que o Brasil é 
um Estado laico, preserva-se a liberdade de culto e a difusão de crença religiosa. Assim observa 
precedentes do STF: 
 
(i) Locação de imóvel da atividade religiosa (locadora): se os frutos das rendas da locação forem 
revertidos para os fins da entidade religiosa, este imóvel goza da imunidade tributária de 
impostos (art. 150, §4º) 
 
“§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", 
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas.” 
 
2 de 3 
 
(ii) Estacionamentos e cemitérios: no mesmo entendimento do item anterior, ou seja, se o fruto 
for revertido para a entidade, gozará de imunidade. 
(iii) Casa do pastor, bispo, padre, que é integrante do mesmo terreno da igreja: o STF decidiu que 
tais residências figuram como uma extensão da organização religiosa e, portanto, gozam de 
imunidade religiosa. 
 
1.2.1. Questões controversas: 
 
(i) Terreiros que funcionam nas próprias residências: se não dá para desmembrar o local dos 
cultos da residência estenderá a imunidade para a residência. 
 
(ii) Satanismo: a discussão não alcançou a corte suprema para a concessão da imunidade para 
templos satânicos, entretanto, em se tratando da discussão técnica mediante a existência de 
liberdade de culto e difusão de crença, poderia se estender tal imunidade. Contudo, 
constitucionalistas defendem que tal imunidade não restaria possível, uma vez que o 
preambulo constitucional admite os valores da nação segundo a proteção de Deus. 
 
(iii) Maçonaria: RE562351/RS – Ricardo Lewandowisk não gozam de imunidade religiosa. 
 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=562351&classe=RE&ori
gem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M 
 
1.3. Imunidade subjetiva (é condicional): é vedado instituir impostos sobre patrimônio, renda e 
serviços sobre: 
 
(i) Partidos políticos e fundações; 
(ii) Entidades sindicais dos trabalhadores; 
(iii) Instituição de educação e assistência social sem fins lucrativos, desde que atingidas as 
exigências da lei. 
 
É uma norma de eficácia contida. Mas em virtude do art. 146, II da CF, trata-se de lei complementar. 
 
“Art. 146. Cabe à lei complementar: 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;” 
 
O STF estendeu tal imunidade para todos os impostos. 
 
Requisitos: 
(i) Não podem distribuir receitas 
(ii) Aplicar toda receita no país; 
(iii) Manter uma regularidade fiscal – todos os livros devem se revestir das formalidades legais. 
 
1.3.1. Partidos políticos (Lei 9.096/05): para existência do partido é necessário que o estatuto 
seja registrado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do Distrito Federal (art. 114 da Lei 
6.015/73); para regularidade da organização partidária, o estatuto também deverá ser 
registrado perante o TSE. Cumprida essas formalidades terá imunidade. 
 
1.3.2. Entidades sindicais dos trabalhadores: além do registro do estatuto no Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas, deverá ser realizado no Ministério do Trabalho. Obs.: sindicatos 
patronais não podem gozar de imunização. Centrais sindicais, segundo precedentes, se 
forem centrais sindicais de trabalhadores e preencham os requisitos do art. 14 do CTN 
gozaram de imunidades (CUT e Força Sindical). 
 
3 de 3 
1.3.3. Instituições de Educação e Assistência social sem fins lucrativos: quando se fala em 
instituição de educação, não limita sua área de atuação (infantil, superior, música, línguas 
etc). 
Obs.: toda entidade tem conteúdo econômico, que diferencia de fim lucrativo: ex.: se todo 
“lucro”, por maior que seja, a entidade reverter aos seus próprios fins, será uma entidade 
sem fins lucrativos. 
 
Quais são as contribuições sociais que as entidades beneficentes podem gozar: INSS 
patronal, Confins, PIS. Obs.: CSSL não incide porque a entidade não tem finalidade 
lucrativa e assim, não se fala em imunidade, mas em não incidência. 
 
Obs.: A Lei 12.101/09 cria um certificado de entidade de assistência social (CEBAS). O STF 
já mencionou o fato dessas entidades preencherem condições para conseguirem o 
certificado não é inconstitucional, mas não pode exigir maiores restrições para conferir 
imunidade. 
 
Súmula 724 do STF – Ainda quando alugado a terceiros, 
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencentes a qualquer das 
entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que 
o valor dos alugueis seja aplicado nas atividades essenciais de tais 
entidades.” 
 
Súmula 730 do STF – A imunidade tributária conferida as 
instituições sociais sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da 
Constituição, somente alcança as entidades fechadas da 
previdência social privada se não houver contribuição dos 
beneficiários.” 
 
Lei Complementar 109/01 – determina que toda previdência complementar deve se 
revestir do tipo societário S.A. (Lei 6.404/76). 
Fundos de Pensão: são criados por determinadas entidades para um grupo específico. Os 
fundos de pensão podem ser mantidos pelos próprios beneficiários ou pelos empresários 
(mantenedores – ex.: Shell possui um fundo de pensão mantido pela entidade em 
benefícios dos funcionários). O STF equipara uma entidade fechada (ex.: da Shell), a uma 
entidade assistencial. 
 
1.4. Imunidade objetiva (art. 150, VI, d da CF) 
 
Recai sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão. Bancas de jornais, livrarias e 
editoras não gozam de imunidade. 
 
“Súmula 657 do STF – a imunidade prevista no art. 150, VI, d, da 
Constituição Federal, abrange os filmes e papéis fotográficos 
necessários à publicaçãode jornais e periódicos.” 
 
Obs.: o STF não estendeu a imunidade para todos os materiais, tintas etc destinados a publicação dos 
livros, periódicos etc. Mas, em decisão isolada a Min. Carmem Lúcia entende que chapas de offset 
devem ser imunes. 
 
 
Próxima aula: precedentes jurisprudenciais e tributações em espécie.

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