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Bioeletrogênese e excitabilidade, propriedades gerais das células excitáveis, potencial de ação e transmissão sináptica Prof. Dr. Raphael do Nascimento Pereira Universidade da Amazônia – UNAMA Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS Do que é feito o nosso pensamento? Atividade eletroquímica neuronal Bioeletrogênese • Bio – vida • Eletro – eletricidade • Gênese – origem • Estudo da origem da eletricidade biológica • Estudo da eletricidade gerada pelo corpo humano O neurônio Outros tecidos excitáveis Bioeletrogênese • Potencial de repouso da membrana: potencial elétrico de determinada célula durante o seu repouso • Potencial de membrana (neurônio): aproximadamente -70 mV Bioeletrogênese • Maior concentração de potássio (K+) dentro da célula • Maior concentração de sódio (Na+) fora da célula • Essa diferença de concentração iônica irá gerar o potencial de repouso da membrana celular Bioeletrogênese Bioeletrogênese • O potássio não é o único íon responsável pela diferença de potencial elétrico entre o interior e o exterior de uma célula • O transporte de sódio (Na+) e cálcio (Ca+) também participam desse processo • A exacerbação de um estímulo elétrico pode levar à abertura de canais iônicos de Na+, fazendo com que se tenha um influxo de Na+ para o ambiente intracelular • Despolarização da membrana: alteração da polarização da membrana celular devido a entrada de cargas positivas na célula Bioeletrogênese • Após a abertura dos canais de sódio (Na+), essas moléculas passam a entrar na célula com auxílio de um gradiente de força química e elétrica • Ao se alcançar um determinado potencial de membrana limiar (limiar de excitação), tem-se a abertura dos canais iônicos de Na+ dependentes de voltagem Despolarização da membrana Abertura dos canais de Na+ dependentes de voltagem Entrada de Na+ Bioeletrogênese • Assim, passa-se a observar um aumento abrupto no influxo de Na+ para dentro da célula, o que irá gerar uma positivação do potencial de membrana, podendo chegar a uma carga de 30 mV • À esse processo, dá-se o nome de potencial de ação IMPULSO NERVOSO Bioeletrogênese • Após alcançar o pico de potencial de ação (aproximadamente 30 mV) os canais iônicos de Na+ dependentes de voltagem fecham-se devido a cinética do seu funcionamento • No mesmo momento, abrem-se os canais iônicos de K+ dependentes de voltagem • Nesse momento, todas as forças corroboram para a saída de K+ da célula • Há um excesso de carga positiva no meio intracelular • Há uma maior concentração de K+ no meio intracelular • Grande fluxo de K+, para fora da célula (guiado pelos gradientes elétrico e químico) • O efluxo de K+ leva a repolarização da membrana celular, reduzindo o potencial de membrana até se alcançar novamente o potencial de repouso da membrana Bioeletrogênese • Ativação da bomba de sódio e potássio • Esse mecanismo permite ser realizada a troca de sódio (Na+), oriundos do meio intracelular, por íons de potássio (K+), oriundos do meio extracelular, através de um transporte ativo com o auxílio de uma proteína transmembrana Bioeletrogênese • O potencial de ação (impulso elétrico) inicia-se na região inicial do axônio (cone de implantação) e se propaga por toda a sua extensão • Uma vez que há a entrada de sódio (Na+) em uma determinada região do axônio, ocorrerá a elevação do potencial de membrana para valores acima do limiar de excitação tanto dessa região, como da região adjacente (“vizinha”), fazendo com que o potencial de ação seja propagado por todo o axônio • Trata-se de um impulso que segue a lei do “tudo ou nada” – uma vez que o potencial de membrana atinge o limiar de excitação para abertura dos canais iônicos de Na+ dependentes de voltagem, ocorrerá a despolarização da membrana Bioeletrogênese • A velocidade de condução do potencial de ação leva em consideração alguns aspectos, como: • Temperatura • Calibre da fibra nervosa • Grau de isolamento do axônio (presença da bainha de mielina) • O potencial de ação se propagará até chegar na região dos terminais axonais, onde encontra-se a região de sinapse nervosa Sinapses e transmissão sináptica • Sinapse: área de comunicação entre duas células excitáveis • Sinapse nervosa = junção entre dois neurônios • Existem cerca de 80 a 100 bilhões de neurônios no corpo humano • Estima-se que cada neurônio faça, aproximadamente, 10 mil sinapses • Formação: • Terminal axonal de um neurônio pré-sináptico • Fenda sináptica – espaço de comunicação entre dois neurônios • Dendrito de um neurônio pós-sináptico Sinapses e transmissão sináptica Sinapses e transmissão sináptica Sinapses e transmissão sináptica • Tipos de sinapses: • Sinapses Elétricas: • Duas células são conectadas por um canal juncional (gap junction). Esses canais permitem a comunicação direta entre as células através da passagem direta de correntes iônicas de uma célula para a outra por intermédio da proteína transmembrana conexina • O agregamento de seis polipeptídeos (proteínas) de conexina ao redor de um canal central forma um conéxon • Maior velocidade na transmissão do potencial de ação / Úteis em vias nervosas reflexas / comum no músculo cardíaco e nos músculos lisos • Condução bilateral do potencial de ação • A despolarização do neurônio pré-sináptico é transmitida através de um fluxo iônico para o neurônio pós-sináptico Sinapses e transmissão sináptica Sinapses e transmissão sináptica • Tipos de sinapses: • Sinapses Químicas: • Utilizam mediadores químicos, os neurotransmissores, que passam o sinal químico de uma célula pré-sináptica, passando pela fenda sináptica, em direção à uma célula pós- sináptica • A liberação de neurotransmissores é feita através da exocitose (transporte por vesículas) • A propagação do potencial de ação leva à abertura de canais de cálcio (Ca+), que gera um influxo de Ca+ para dentro da célula pré-sináptica – ativação de proteínas que levam à fusão de vesículas no citoplasma do neurônio pré-sináptico • A vesícula contendo moléculas de neurotransmissores irão se fundir à membrana plasmática, e por sua vez, liberarão a o neurotransmissor na fenda sináptica Sinapses e transmissão sináptica • Tipos de sinapses: • Sinapses Químicas: • Na fenda sináptica os neurotransmissores se ligarão aos seus receptores de membranas (proteínas de membrana) localizados na membrana plasmática da célula pós-sináptica • Principais neurotransmissores: • Acido gama-amino-butírico (GABA) • Glutamato (Glu) • Glicina (Gli) • Acetilcolina (ACo) • Dopamina (DA) • Epinefrina • Histamina • Noradrenalina (NA) • Serotonina... Sinapses e transmissão sináptica Sinapses e transmissão sináptica • Tipos de sinapses: • Sinapses Químicas: • Transdução do sinal: processo no qual uma célula converte um tipo de sinal ou estímulo em outro – geralmente é feita sob o auxílio de moléculas sinalizadoras nas células, conhecidas como segundo mensageiro • Após a transdução do sinal recebido via o transporte do neurotransmissor para dentro da célula pós-sináptica, tem-se os efeitos e alterações fisiológicas esperadas • Os neurotransmissores não podem ficar livres na fenda sináptica. Portanto, existem mecanismos que fazem com que eles retornem para o neurônio pré-sináptico (transporte ativo ou por difusão) ou que sejam destruídos por enzimas específicas • As sinapses e os mecanismos de metabolização, destruição ou recaptação dos neurotransmissores são alvos de ação de diversas drogas (fármacos) Sinapses e transmissão sináptica • Tipos de estímulos: • Sublimiares: estímulos incapazes de gerar potencial de ação. Geram apenas respostas locais não-propagáveis • Limiares:menor estímulo capaz de gerar um potencial de ação • Supralimiares: produzem potencial de ação na mesma amplitude dos potenciais gerados pelos estímulos limiares Sinapses e transmissão sináptica • Efeitos da transdução dos neurotransmissores: • Hiperpolarização: redução em maior magnitude do potencial elétrico da membrana do neurônio pós-sináptico – acontece a partir da abertura dos canais iônicos de potássio (K+) ou cloro (Cl-), gerando assim um potencial pós-sináptico inibitório • Despolarização (hipopolarização): eleva (positiva) o potencial elétrico da membrana celular do neurônio pós-sináptico através da abertura de canais de sódio (Na+), gerando assim um potencial pós-sináptico excitatório • Potencial pós-sináptico excitatório: pode gerar a despolarização direta da membrana celular ou apenas deixar o neurônio pós-sináptico com uma carga positiva mais próxima do limiar excitatório do potencial de ação Sinapses e transmissão sináptica • Relações de entrada e saída: • Nem sempre as sinapses serão feitas entre um único neurônio pré-sináptico e uma célula pós sinápticas... • Existem três tipos de relação sinápticas: • Um-para-um: o potencial de ação único na célula pré-sináptica provoca um potencial de ação único na célula pós-sináptica • Um-para-muitos: um potencial de ação único na célula pré-sináptica provoca vários potenciais de ação na célula pós-sináptica • Muitos-para-um: um potencial de ação em uma célula pré-sináptica não é suficiente para estimular a célula pós-sináptica a disparar um potencial de ação. Assim, vários neurônios pré- sinápticos fazem sinapses com uma única célula pós-sináptica, para que assim se tenha a despolarização da mesma Sinapses e transmissão sináptica Sinapses e transmissão sináptica • Somação das entradas sinápticas: • Acontece quando há mais de um estímulo sublimiar na célula pós-sináptica • Somação temporal: quando dois ou mais estímulos sublimiares forem aplicados num intervalo menor que 1 ms, esses estímulos podem se somar e desencadear um potencial de ação • Somação espacial: quando dois ou mais estímulos sublimiares forem aplicados simultaneamente e bem próximos, eles podem se somar e desencadear um potencial de ação Sinapses e transmissão sináptica • Somação das entradas sinápticas: • Próxima aula: Fisiologia da contração muscular; Neurofisiologia; Sistema nervoso autônomo; Fisiologia sensorial e motora. Bioeletrogênese e excitabilidade, propriedades gerais das células excitáveis, potencial de ação e transmissão sináptica Prof. Dr. Raphael Pereira Contato: raphaelnpfisio@yahoo.com.br
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