Camarão da Malásia - Carcinicultura

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Aline Zaramella
Andres Palomino
Diego Sanches
Fernanda
Henrique Zaratini
Mayara dos Reis 
PROJETO CULTIVO DE CARCINICULTURA
Trabalho acadêmico apresentado como critério de avaliação parcial da disciplina de Bases da criação animal ministrado na Universidade Anhembi Morumbi para obtenção da aprovação no curso de Medicina Veterinária.
Orientadora: Professora Thalita Cucki
São Paulo
2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................3
2.MERCADO....................................................................................4
3.OBJETIVO.....................................................................................5
4.JUSTIFICATIVA.............................................................................6
4.1 Comercialização........................................................................6
5.MANEJO........................................................................................7
5.1Manejo Reprodutivo...................................................................8
5.2 Manejo Hídrico...........................................................................8
5.3Manejo de despesca...................................................................9
5.4Tratamento pós despesca..........................................................9
6.REFERÊNCIAS...............................................................................10
1.Introdução
Em uma sociedade que busca, a cada dia, novas fontes de alimentos saudáveis e ambientalmente sustentáveis, a carcinicultura tornou-se um mercado extremamente favorável no Brasil. Tendo consigo atrativos como: curta duração dos cultivos, altos preços e ótimas condições climáticas, essa cultura mostrou-se promissora e lucrativa. O camarão da Malásia, também chamado de "lagostim de água doce" ou "gigante da Malásia", é uma espécie asiática com fácil acesso de cultivo, podendo ser criado em cativeiro em todas as regiões brasileiras, sobretudo as mais quentes, em temperaturas que variam entre 14 a 35º C. Esse crustáceo de águas turvas é a maior espécie de camarão do mundo, onde um macho pode ultrapassar 32cm. Com um baixo custo de produção, pois não exigem fornecimento de ração com alto teor proteico, devido à sua capacidade de se alimentar de organismos bentônicos, o gigante da Malásia possui uma boa viabilidade econômica tanto em cultivos familiares, quanto em grande escala. Além disso, possui um período de cultivo relativamente curto, podendo variar de 4 a 6 meses. Apesar de todos os atrativos do seu processo de produção, essa espécie traz consigo também benefícios consideráveis. Os requisitos técnicos e situações logísticas também devem ser levados em consideração. A reprodução deste tipo de camarão tem início na água doce. No entanto, as larvas desovadas pelas fêmeas precisam ser mantidas em água salobra durante aproximadamente 40 dias, até que sofram a metamorfose, possibilitando a sua liberação nos viveiros de água doce. O processo de larvicultura é tecnicamente complexo, porém com mão de obra adequada torna-se viável e lucrativo.
O intuito deste programa é mostrar ao investidor sua melhor opção dentre seus objetivos.
2.Mercado
Carcinicultura é um mercado muito favorável e lucrativo no Brasil com curta duração dos cultivos, altos preços do produto no mercado e condições climáticas praticamente ideais para o cultivo. Há uma grande oportunidade de expansão do mercado local e maior chance ainda para a criação e exportação para mercados consumidores europeus e norte-americanos. 
Com a melhora na renda da população o consumo nacional também cresceu devido ao fato por ser um produto cultivado no próprio país, sem a competitividade da exportação e por ser uma atividade que se destina ao mercado interno, a preços bastante competitivos em relação às demais fontes de proteínas animal. Os camarões são crustáceos considerados uma iguaria fina de grande importância na gastronomia servido em larga escala principalmente entre as nações mais desenvolvidas, com grande valor nutritivo. 
Além do seu potencial de crescimento a carcinicultuta possui um setor primário gerando empregos aos trabalhadores rurais e por ser um investimento que não depende de chuvas pode ser pode ser efetuado em águas salobras.
O comércio de pos-larvas também é uma ótima opção de comercialização devido a carência de comerciantes que realizam este ciclo de produção em locais de fácil acesso e de boa logística.
3.Objetivo
A carcinicultura é o investimento ideal por estar em alto crescimento no país e não precisar de um grande investimento financeiro inicial comparado ao lucro que será obtido, além de possuir altos preços do produto no mercado e condições climáticas favoráveis para o cultivo, destacando o Brasil como um local totalmente favorável para este cultivo, podendo ser efetuado em aguas salobras sem dependência de chuvas.
O indicado para este investimento seria criar um Sistema Intensivo que caracteriza-se por apresentar um rigoroso controle de produção e qualidade de água, utilização de rações balanceadas, densidade acima de 10 ind./m2, emprego de tecnologia de ponta, com utilização principalmente de aeradores e a produtividade esperada é superior a 3.0 kg/ha/ano.
Indica-se também um sistema de produção completo, que no caso consiste em sistemas específicos de cultivo para cada uma das diversas etapas de vida do camarão, levando em consideração as características biológicas do animal (crescimento, comportamento, etc.) e o controle populacional para a obtenção de maiores produtividades. As diferentes fases são: fortalecimento de pós-larvas, berçário e engorda, podendo existir ainda uma fase intermediária entre o berçário e a engorda.
Ambos irão gerar grande lucro ao investidor, mas principalmente as larvas que são produzidas por poucos criadores e podem ser comercializadas em sua fase larval para outros adeptos da carcinicultura. Mantendo o monocultivo, ou seja, criando apenas uma espécie no caso Microbrachium Rosenbergii (Camarão da Malásia), sendo o indicado para o objetivo de venda.
Indica-se que a localização do terreno escolhido deve estar bem posicionado, visando à facilidade de acesso e manejo. 
4.Justificativa
O momento atual da aquicultura no Brasil é de crescimento e possui uma sociedade exigente que procura alimentos de boa qualidade produzidos de forma sustentável, tanto ambientalmente como socialmente.
Os camarões de agua doce são uma ótima opção para a aquicultura por possuir um baixo impacto ambiental além de possuir as seguintes vantagens:
Apresenta alto valor unitário tornando-se economicamente viável sua produção;
São altamente resistentes às doenças em sua fase de engorda;
São capazes de se alimentar de organismos bentônicos que crescem; naturalmente nos fundos dos viveiros, porem está não será sua principal fonte de alimentação;
Possui viabilidade econômica tanto em cultivos familiares como em grandes escalas;
Adaptam-se bem a uma grande diversidade de sistemas;
Não necessita de mão de obra especializada; podendo ser inclusive de pescadores artesanais.
Adaptam-se bem a sistemas com trocas mínimas ou sem trocas de água; 
4.1Comercialização
 O Comercio dos camarões da Malásia frescos tem como objetivo:
Vendas em feiras livres, mercados, restaurantes e produtores da região 
Vendas das pós-larvas para outros criadores.
Vendas de camarões após a fase de engorda para industrias de abate ou quaisquer que utilizem o mesmo como matéria prima para outros produtos
Vendas do camarão para consumo ou uso imediato
5. Manejo
Abaixo alguns protocolos de manejo :
 Nos viveiros devem ser feitas adubações orgânicas e químicas com:
Esterco de galinha (5g/m2).
Esterco bovino (12g/2m2).
 Ambos espalhados sobre o fundo do viveiro.
Sulfato de amônio ou ureia.
Superfosfato simples ou triplo.
 Para suprir a necessidade de fósforo e nitrogênioantes da estocagem dos viveiros com pós-larvas (10 pós-larvas/m2 após 5 a 7 dias da adubação).
 Após a estocagem as pós-larvas serão arraçoadas, por fim, realizadas despescas parciais e seletivas dos camarões com tamanho comercial de 25g a 30g no período de 5 a 6 meses seguidas de repovoamento.
 No sistema multifásico o povoamento é realizado em 3 fases: berçário 1, berçário 2 e engorda.
 A fase berçário 1: é feita em tanques de alvenaria, num período de cultivo de 4 semanas atingindo até 0,3, sendo alimentados com nauplios de artemia (50 a 60 larvas/dia), 2x ao dia + ração. Viveiro com profundidade média de 1 metro, estocando por m3 de 1000 a 2000 mil pos-larvas. 
 A fase berçário 2 são em viveiros de 300 a 1000 m2 e povoados juvenis (75 a 100/m2) vindos do berçário 1. São cultivados por 4 a 5 semanas até atingirem 0,8g a 1,5g (média 1,2g), são alimentados com nauplios de artemia com ração peletizada com 25% a 40% de proteína. Após vão para o viveiro de engorda.
Engorda: viveiro com tamanhos semelhantes do berçário 2. A alimentação é nauplios com ração e ficam até a fase da terminação. 
5.1Manejo Reprodutivo
Os reprodutores ficam alojados em viveiros escavados e separados dos demais. As fêmeas ovadas são retiradas e levadas para os tanques de manutenção das matrizes onde são alimentadas e examinadas diariamente.
Quando apresentam ovos em estágio avançado de desenvolvimento são transportadas para os tanques de eclosão.
Após a desova as larvas são tiradas, contadas por amostragem e colocadas nos tanques de pré-cultivo ficando dez dias alimentando-se de artemias sp.
Em seguida vão para o tanque de cultivo onde se alimentam dos nauplios de artemis e começam a receber uma dieta específica a base de proteínas (ovos, peixes, ômega 3, leite e entre outros) onde permanecem de 30 a 35 dias atingindo a fase de pós larva.
Lembrando que as rações são fornecidas na proporção de 100% há 3 % da biomassa total dos camarões sendo diminuídas ao longo do tempo de cultivo.
5.2 Manejo Hídrico
Parâmetros:
-Oxigênio dissolvido: Medir durante as primeiras horas do período matutino, contendo uma concentração mínima de 3,0 mg/litro
-Transparência: Medir através do disco de Secchi, os valores recomendados variam entre 30 a 40 centímetros de transparência. Valores acima do recomendado precisam efetuar uma adubação para correção.
-PH: O valor ideal varia de 7,0 a 8,0. Necessita uma medição diária entre o início da manhã e fim da tarde.
-Alcalinidade e dureza: Deve ocorrer aferição semanal, utilizando kit de leitura biométrica ou aparelho de leitura digital. Ambos devem estar em níveis superiores a 20 mg/litro e inferiores a 100 mg/litro, mantendo uma média ideal de 40 mg/litro.
5.3Manejo de despesca
Recomenda-se a despesca em duas modalidades: despesca seletiva e despesca total.
A despesca seletiva deve ser realiza com intervalos médios de 20 dias, drenando 1/3 da agua e utilizando uma rede seletiva de 25 mm de malha no sentido da drenagem para capturar apenas os camarões maiores 
A despesca total é realizada com o viveiro totalmente esvaziado, após 3 ou 4 operações seletivas com uma rede com 10 mm de abertura de malha, deixando assim o viveiro disponível para um futuro povoamento.
5.4Tratamento pós-despesca
Os camarões passam pelos processos de sinfecção e abate, indica-se que o procedimento seja efetuado o mais breve possível para posteriormente serem colocados em caixas vazadas ou cestas de arame para realizar o banho de desinfeção por imersão dos recipientes em agua limpa com 5 mg/litro de cloro, por cerca de 3 minutos.
Em seguida os mesmos passam para imersão em agua gelada com gelo desintegrado em uma temperatura entre 2ºC a 3 ºC.
O abate é realizado por choques térmicos deixando-os semi –resfriados e preparados para a venda na forma de produto fresco.
6.Referências
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae
http://www.pesca.sp.gov.br/destaque.php?id_destaque=974
www.aquicultura.br
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJ70AF/manual-carcinicultura?part=6
www.embrapa.br
http://www.cpt.com.br/…/camaroes-de-agua-doce-fases-do-cult…
http://www.revistarural.com.br/…/…/Artigos/rev98_camarao.htm
UFLA (Universidade Federal de Lavras)
Portal Agropecuário.
CAVALCANTI, L. B.; CORREIA, E. S.; CORDEIRO, E. A. Camarão: manual de cultivo do Macrobrachium rosenbergii  (Pitu havaiano - gigante da Malásia). Recife: AQUACONSULT, 1986.
143p.
LOMBARDI, J. V.; LOBÃO, V. L. Receitas culinárias com o camarão gigante  da Malásia. Boletim Técnico do Instituto de Pesca,  São Paulo, v. 1, n. 5, p. 15,  março, 1992.
NEW, M. B. Freshwater prawn culture: a review. Aquaculture, v.
8, n. 3-4, p. 99-143, março, 1990.
RODRIGUES, J. B. R.; RODRIGUES, C. C. B.; MACCHIAVELLO,
J. G.; GOMES, S. Z.; BEIRÃO, L. H. Manual de cultivo do camarão de água doce  Macrobrachium  rosenbergii na região sul do Brasil. Florianópolis: ACARESC, 1991. 76 p.
VALENTI, W. C. (Ed.). Carcinicultura de água doce: tecnologia para produção de camarões. IBAMA/FAPESP, 1998. 383 p.