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A Angústia e a Responsabilidade no Existencialismo

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A angústia para o existencialismo - diferente da significação emocionalmente estabelecida -  não é tida como um sentimento imobilista e pietista: aqui ela é determinante do engajamento e da escolha. Sentimo-nos obrigatoriamente angustiados quando, diante das possibilidades postas, temos que operar nossas escolhas, pois, ao nos engajarmos, temos que ter consciência que escolhemos não apenas por nós, mas por toda a humanidade; em função disso, não temos como escapar da condição de responsabilidade que envolve esse ato. Aquele que finge, que esconde sua ansiedade, que “dá com os ombros”, que diz que "tanto faz", estará fugindo de sua responsabilidade e agindo, segundo Sartre, com má-fé.
O desamparo no existencialismo – fundamentado a partir das concepções de Heidegguer - está identificado com a afirmação de que não temos Deus ou uma natureza humana universal que nos determine; isto implica que, ao empreendermos a escolha, não temos nada para nos agarrarmos dentro ou fora de nós, ou seja, “estamos sós, sem desculpas” e condenados a nos inventar, a sempre escolher a partir de nós, é isso que constitui o desamparo do homem. Para o existencialismo mesmo quando escolhemos “não escolher”, ou seja, ser indiferente, estamos também escolhendo. Já a noção de desespero se instaura no existencialismo a partir dos limites e possibilidades que cercam nossas escolhas. O desespero advém do fato que somos limitados pelo nosso ser-no-mundo, por condições universais impostas por nossa humanidade (conviver com os outros, trabalhar, ser mortal, etc). Através do desespero vemos que podemos escolher algo, mas não posso ter a esperança ou ilusão de que posso contar com os outros, pois todos são livres para empreender suas próprias escolhas. Não existem garantias que, por exemplo, numa ação conjunta com outras pessoas, eles mantenham as escolhas feitas. Sartre nos alerta para não confundirmos no homem o que temos como “condição universal” com “essência universal”. Está última, como já foi dito anteriormente, é impossível para o existencialismo.
Desta forma temos, segundo Sartre, que a moral no existencialismo assemelha-se a uma criação artística, pois sempre é um processo de escolha, criação e invenção. Assim como não se pode estabelecer valores estéticos a priori para o artista, em seu processo original de criação, também no aspecto da moral existencialista ocorre o mesmo. Nas duas ações estão presentes a criação e a invenção. O humanismo no existencialismo não é um ideal de excelência e superioridade do homem, centrada unicamente no cogito. Aqui ele se produz dialeticamente através da subjetividade (como reconhecimento do homem no mundo) e da transcendência (no sentido de criação e superação). A característica do humanismo existencialista descrito por Sartre é o da projeção do homem para fora de si: projetando-se e perdendo-se, ou seja, criando e se inventando sem predeterminações, escolhendo a si e a humanidade.
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Comentários
Anônimo disse…
Ótimo texto :D
20 de novembro de 2014 16:42

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