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UNIP Prof. LCR PIJ Aulas compiladas até 02.05.2017 FINAL

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Universidade Paulista / Direito – Campus LGO
Português Instrumental Jurídico 
(1º semestre)
Aulas compiladas
Comunicação Jurídica: Pontos 1 a 3 do Plano de Ensino.
.
Prof. Ms. Leonardo C. Rangel
1
PIJ – 02/03/2017
Conceitos básicos
Linguaguem: 
Tradicional: “sistema de sinais empregados pelo homem para exprimir e transmitir suas ideais e pensamentos” (MJCP, p. 1). Adquire função de representação do mundo e do pensamento, de ferramenta para transmissão de informações.
Moderna (como atividade): “como lugar de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos inexistentes”(Koch, p. 9).
Natural: desenvolvida pelo homem no curso de um processo cultural próprio.
Artificial: desenvolvida pelo homem para sistematizar outros processos de comunicação (alfabeto dos surdo-mudos, o código Morse e o Esperanto, por exemplo).
Tipos de linguagem: gestual, musical, pictória, verbal* etc.
Prof. Ms. Leonardo C. Rangel
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PIJ – 02/03/2017
Conceitos básicos
Língua*: “sistema especial de sinais articulados, signos linguísticos (significado + significante), formando um código e um conjunto de regras de combinações desses sinais, dos quais uma comunidade linguística compartilha, para comunicar-se”(MJCP, p.2).
Elemento de interação entre indivíduo e sociedade (PRETI, p. 8): transformação da realidade em signos, pela associação de significantes onoros a significados (processo de comunicação linguística).
Idioma: língua concreta, modo de falar própria de uma comunidade, segundo a tradição histórica de cada comunidade.
Fatores extralinguísticos com impacto: geográficos (variações regionais); sociológicos (idade, sexo, profissão, grau de instrução, classe social etc); contextuais (assunto, tipo de ouvinte, lugar e relação entre interlocutores).
Prof. Ms. Leonardo C. Rangel
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PIJ – 02/03/2017
Tensão constante entre diversidade e unidade da língua: sacrifício da criatividade pela necessidade de comunicação x incorporação de hábitos linguísticos que atualizam os processos de fala coletiva
Norma de comunicação: “é o ponto de chegada no processo de uniformização e nivelamento da língua de uma comunidade. É o momento em que o uso é fixado em lei linguística. A própria sociedade se encarrega de preservar a norma, que ela própria estabeleceu”(PRETI, p. 30).
Fatores de impacto na formação das normas de comunicação: escola (língua escrita, acompanha o grau de instrução com padrões mais elevados), literatura (padrões estéticos de cada época, língua escrita e licença poética – aproximação com a língua falada) e os meios de comunicação em massa (linguagem comum – prós e contras).
Norma culta: linguagem responsável pela coesão linguística e representante do uso ideal da comunidade. Não é veículo apenas da comunicação falada, mas representa um complexo cultural, científico e artístico, realizado pela forma escrita.
Dialetação: processo de variação lingústica
Horizontal: ocorre entre regiões de mesma língua
Vertical: coexistem no mesmo espaço geográfico mas variam de acordo com classe social, grau de escolaridade etc.
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PIJ – 02/03/2017
Níveis de linguagem
Língua culta padrão: usada em documentos oficiais, na imprensa, procura seguir todas as regras da gramática normativa e é empregada primordialmente na forma escrita.
Língua coloquial ou comum: usada no cotidiano, com a finalidade de permitir comunicação/interação, sobretudo em escala oral.
Popular: marcada pelo desconhecimento gramatical e pelo emprego de gírias.
Familiar: de caráter afetivo, uso de diminutivos, de apelidos.
Língua grupal: uso em pequenos grupos.
Regionalismos: fruto de dialetação horizontal.
Gírias: variam de acordo com as características de cada grupo (punks, surfistas, jovens etc).
Técnicas: variam de acordo com as profissões, como linguagem médica, jurídica etc.
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PIJ – 02/03/2017
Funções da linguagem
Elementos da comunicação: emissor; receptor; mensagem (conteúdo); código (conjunto de signos e regras de combinação); contexto (referente - situação); canal (meio).
Função referencial ou denonativa: centrada no referente (contexto) para dar conhecimento de alguma coisa (própria das ciências).
Linguagem conotativa: figurada
Linguagem denotativa: relação direta entre termo e objeto.
Função emotiva: centrada no emissor (de ordem subjetiva).
Função poética: centrada na mensagem (seu objeto); finalidade estética.
Função apelativa ou conotativa: centrada no receptor para convencer ou persuadir alguém de alguma coisa.
Função fática: centrada no suporte físico (canal). Tem por objetivo testar o canal, de forma a interromper, reafirmar ou prolongar a comunicação, como “né”, “certo”, “entende”.
Função metalinguística: centrada no código, relaciona a linguagem com ela própria (típica das definições).
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PIJ – 02/03/2017
Linguagem oral (características)
Mais abrangente: universo maior de pessoas não alfabetizadas.
Uso da linguagem não verbal: gestos, olhares etc.
Entonação e ritmo: mudança de significado.
Maior interação: possibilita pausas, interrupções e percepcões mútuas entre os agentes da comunicação (receptor e emissor).
Repetição de palavras é abundante.
Não há a possibilidade de apagamento.
Anacolutos (inversões) ou rupturas de construção: grande ocorrência.
Marcadores conversionais (atenção do ouvinte): grande ocorrência.
Palavras sofrem processo de redução. Ocorrem onomatopeias e gírias.
Tempos verbais negligenciados (como pretério mais-que-perfeito do indicativo)
Prof. Ms. Leonardo C. Rangel
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PIJ – 02/03/2017
Linguagem escrita (características) – vide opostos da linguagem oral. 
Mais permanente.
Mais formal.
Uso de pontuação para representar, de alguma forma, a entonação e o ritmo da modalidade oral (pausas, melodia da frade, funções expressivas).
Mais prestigiada socialmente.
Mais precisa (maior tempo para realização de atividades)
Menos alusiva
Prof. Ms. Leonardo C. Rangel
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PIJ – 02/03/2017
Bibliografia
KOCH, I. G. V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1992, p. 9.
PETRI, M. J. C. Manual de Linguagem Jurídica. 2 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009.
PRETI, Dino. Sociolinguística: os níveis de fala, um estudo sociolinguístico do diálogo na literatura brasileira. São Paulo: Nacional, 1974.
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LINGUÍSTICA JURIDICA
Linguística Jurídica: estudo da linguagem do direito. Examina os signos linguísticos que o direito emprega (as palavras, sob a relação de seu sentido e forma) e os enunciados que o direito produz (frases e textos, haja vista sua função, estrutura, estilo, apresentação etc). Sempre o objeto é uma regra de direito.
 
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VOCABULÁRIO JURÍDICO
Vocabulário Jurídico, composto pelos seguintes tipos de termos:
Que possuem o mesmo significado na língua corrente e na língua jurídica;
Polissemia externa (possui um significado na língua corrente e outro na linguagem jurídica). v.g. ação e sentença 
Polissemia interna (mais de um significado no direito). v.g. Prescrição (da lei, do direito)
Que só possuem significado no direito (usucapião, acórdão etc).
Termos latinos de uso jurídicos (caput, ad judicia, in verbis)
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TERMOS UNÍVOCOS
Termos unívocos: possuem um único sentido no direito, como os nomes jurídicos (nomen juris) furto, roubo, homicídio e usucapião.
Furto: subtração de coisa alheia móvel, para si ou para outrem. 
Roubo: ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa.
Homicídio: Matar
alguém, mediante paga ou promessa de recompensa, motivo torpe, fútil, com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum. Matar alguém à traição, emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Matar alguém para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Matar alguém mediante a conduta culposa do agente.
Usucapião: significa adquirir pelo uso e posse, uma propriedade tendo em vista um período que no Código Civil é determinado em quinze anos. Quando a posse recair em domicílio o direito é assegurado após dez anos de contínuo exercício. Finalmente, se o referido ocupante não possuir qualquer outro imóvel, o prazo estabelecido para o respectivo direito será de cinco anos.
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TERMOS EQUÍVOCOS
Termos equívocos: possuem muitos significados, portanto são plurisignificantes. Exemplos:
Sequestro: (i) refere-se à pessoa, quando o agente a priva ilicitamente de exercer a sua liberdade, prendendo-a num local do qual não possa sair; (ii) refere-se a um bem, quando o ato processual permite que se apreenda ou deposite um ou muitos bens, porque são objeto de litígio e, como forma de garantir direitos, ficam sub judice (sob apreciação judicial).
Resolução (i) inadimplemento de contrato bilateral relativo às prestações não cumpridas; (ii) um ato administrativo de deliberação emanado de entre político colegiado.
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TERMOS ANÁLOGOS
Termos análogos: não possuem étimo comum. Étimo: vocábulo que constitui a origem de outro. Assim, os termos podem pertencer a uma mesma família de ideologias ou podem ser apenas sinônimos.
Os exemplos no Direito são múltiplos, mas trazem diversas definições doutrinárias, motivo de acirradas discussões. Eis os exemplos:
Rescisão – desfaz-se o negócio jurídico por defeito anterior à sua formação. No vício redibitório, opera-se “ex tunc”. Resolução – inadimplemento do contrato bilateral (em relação às obrigações ou prestações a ser cumpridas) correspondente às causas a posteriori. Resilição – rescindir, desfazer e distratar, por vontade de uma das partes (ambas) quando é atribuído o direito de a pedir. É uma espécie de resolução ex nunc. Assim, resilir é sair.
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NÍVEIS DE LINGUAGEM JURÍDICA
Níveis da Linguagem Jurídica 
Legislativa: linguagem dos códigos, das normas, cuja finalidade é inaugurar originariamente a ordem jurídica (“criar o direito”);
Judiciária, forense ou processual: linguagem dos processos, cuja finalidade é a aplicação do direito;
Convencional ou contratual: linguagem dos contratos ou demais tipos de ajustes, instrumentos responsáveis pela criação de direitos e obrigações entre as partes;
Doutrinária: linguagem dos doutrinadores, cuja finalidade é explicar os institutos jurídicos, ou seja, o ensino jurídico; 
Cartorária ou Notarial: linguagem que tem por finalidade o registro de atos do direito.
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SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
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Signo linguístico é constituído de duas partes: significante (plano da expressão, perceptível, formada de sons, que podem ser representados por legras) e significado (plano do conteúdo inteligível, constituída de um conceito).
Relação existente entre o plano da expressão e o plano do conteúdo é chamada de denotação.
Quando carrega valores sobrepostos ao signo forma-se a conotação.
Sinôminos (identidade de significação dentro de uma frase)
Antônimos (sentidos opostos)
Parônmias: pronúncia e grafia semelhantes, mas como significados distintos (deferimento x diferimento / descrição x discrição / eminente x iminente)
Homônimas (mesma grafia ou pronúncia com significados diferentes)
Perfeitas: mesma grafia e mesmo som (v.g. são, vão, rio)
Imperfeitas 
Homófonas: mesma pronúncia, grafia diferente e significado diferente (v.g. censo x senso)
Homógrafas: mesma grafia, pronúncia diferente e significado também dirferente (tropeço x tropeço – verbo)
RELAÇÕES SINTÁTICAS NA FRASE
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FRASE: a palavra frase, originária do grego, significa ação de exprimir-se pela palavra. Os processos, mediante os quais as orações se conectam ou se amarram no período, denominam-se processos sintáticos: coordenação e subordinação.
Relações sintáticas na frase: OBS. A sintaxe é a área da gramática que se ocupa do estudo da disposição das palavras na frase e das frases quando inseridas em um discurso.
Concordância é o princípio conforme o qual se estabelecem correlações de flexão entre termos subordinantes e subordinados. De acordo com as classes gramaticais, podem-se apresentar as formas seguintes de concordância:
a) concordância nominal: entre substantivo (ou pronome) e adjetivo.
b) concordância verbal: entre sujeito e verbo.
RELAÇÕES SINTÁTICAS NA FRASE
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REGÊNCIA: A sintaxe de regência ocupa-se do estudo dos tipos de ligação existentes entre um verbo (regência verbal) ou nome e seus complementos (regência nominal). Dessa maneira, haverá os termos regentes, aqueles que precisam de um complemento, e os termos regidos, aqueles que complementam o sentido dos termos regentes.
a regência verbal ocupa-se do estudo da relação estabelecida entre os verbos e os termos que os complementam ou caracterizam.
a regência nominal estuda a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos por ele regidos. É a partir da análise da preposição que essa relação será construída. 
Verbos intransitivos, transitivos diretos e transitivos indiretos.
EXEMPLOS EM SALA E EXERCÍCIOS EM CASA.
RELAÇÕES SINTÁTICAS NA FRASE
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COLOCAÇÃO: ordenação dos elementos na frase.
Ordem direta: Sujeito + verbo+ complemento do verbo + circunstâncias
Ordem inversa e suas formas
Exercícios em sala e em casa.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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CONCEITOS E QUALIDADES
Redigir é comunicar idéia sobre determinado assunto, expressando o ponto de vista do emissor. É um sistema semiótico composto por vocábulos que se estruturam por meio de frases enfileiradas umas às outras, em combinações semântico-sintáticas com organização interna coerente, compondo um todo estrutural denominado parágrafo, ou seja, a unidade de compreensão textual dotada de uma idéia central à qual se juntam idéias secundárias, em torno de uma mensagem.
Quanto às espécies redacionais, três são os tipos: descrição, narração e dissertação.
O parágrafo descritivo é uma seqüência de impressões sensoriais, indicando os pormenores caracterizadores do objeto percebido pelos sentidos, ou das significações que este desperta ao observador.
O parágrafo narrativo tem como centro de interesse um fato real ou fictício: conta-se alguma coisa, ocorrida (ou imaginada) em um determinado tempo e espaço.
O parágrafo dissertativo consiste na emissão de um juízo: predomina a abstração do pensamento; o posicionamento do autor diante de um assunto, chamado de postura temática.
Bom é de lembrar que esta tricotomia é didática, porque, na prática, as espécies se mesclam: há descrição narrativa; e uma dissertação pode descrever situações; enfim, os tipos redacionais podem estar presentes em um mesmo parágrafo, salvo no caso da descrição técnica.
Qualquer que seja a forma discursiva, três são as qualidades essenciais ao parágrafo: unidade, coerência e ênfase.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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Unidade: A unidade é seqüência da noção de conjunto que caracteriza o parágrafo. Impende haver uma só linha de raciocínio que enfeixe as idéias em torno de um núcleo ou tópico frasal, com um único objetivo de atingir, um fim para o qual concorram todas as frases, distribuídas nos parágrafos que compõem o texto ou parágrafo redacional.
Coerência: Já se falou da coesão e coerência; sabe-se,
portanto, que todas as frases componentes do parágrafo redacional apresentam-se independentes, quer pela ordem hierárquica, quer pela conexão das idéias ou, então, pelas palavras ou expressões de transição dos parágrafos (elementos de coesão) Ocorre um encadeamento de parágrafos de sorte a coordenar as idéias, assegurando a continuidade de sentido.
Ênfase: É indispensável dar ênfase à idéia-núcleo, quer pela posição dos termos nas orações e das frases no texto, quer pela expressividade dada ao pensamento-chave, ou seja, a proposta temática. Alguns auxiliares da ênfase merecem destaque:
A técnica de intercalar ao parágrafo curto os de média extensão. 
A voz ativa, porque realça a ação do agente.
As repetições internacionais, como se vê na diácope ilustrativa: “Justiça, somente Justiça, é que se pede aos senhores”. 
O aspecto verbal para marcar o momento do processo verbal, v.g.: “A violência do réu acabou por ofender a integridade física da vítima”. 
A pontuação: funciona como condutor do pensamento do autor e marco de expressividade das idéias. 
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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ESTRUTURA DO PARÁGRAFO
Tópico frasal: introdução do tema. Delimita e fixa objetivos.
Desenvolvimento (técnicas)
Explanação da declaração inicial: desenvolvimento do tópico frasal.
Contraste: mostrar diferenças.
Enumeração: indicação de fatores e funções de algum objeto (ideia-núcleo)
Exemplificação: reforçar uma afirmação.
Causa-consequência: encadeamento lógico do raciocínio. Causa é o motivo é a razão dos atos humanos. A consequência é o efeito, o resultado das condutas humanas.
Resposta à interrogação
Tempo e espaço: exemplo de linha histórica
Conclusão: remate de ideias. Necessidade de correlação. Pode ser síntese, apresentação de proposta ou até mesmo conclusão-surpresa.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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ENCADEAMENTO DOS PARÁGRAFOS - PASSOS:
Escolha do assunto.
Associações livres (ideias relacionados).
Delimitação do assunto (o quê pretende transmitir – proposta temática).
Escolha do critério para desenvolvimento do parágrafo.
Fixação das ideais a serem desenvolvidas em poucas frases.
Estabelecimento do tópico frasal, com ideias a serem posteriormente desenvolvidas.
Reflexão sobre conclusão.
Após esse esquema, deve ser iniciado o trabalho redacional, com atenção para:
Na introdução: evidência da ideia-chave;
No desenvolvimento: cuidado com a coesão.
Na conclusão: correlação com a introdução e demonstração de desenvolvimento a contento.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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O PARÁGRAFO DESCRITIVO
Conforme bem define Gélson Clemente dos Santos (1983:183), a “descrição é a reprodução de uma realidade – é a representação verbal de um aspecto, ou sequência de aspectos. Na descrição, o emissor provoca na mente do receptor uma impressão sensível, procura fazer com que o leitor ‘veja’ na sua mente um objeto material ou um processo espiritual”. Do conceito, aprende-se o objetivo da descrição: compor um “retrato” de uma ideia, fazendo a representação simbólica da imagem por meio de palavras: seja a pessoa (vista em seu interior ou perscrutada no campo psicológico), seja o ambiente (físico ou emotivo), seja a natureza (estética ou espiritual) o redator vai dando à linguagem impressões que permitam ao receptor “ver” o que está sendo descrito.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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O parágrafo descritivo na redação jurídica
A descrição é empregada largamente na redação jurídica porque a narrativa dos fatos é tecida por meio da descrição desses atos, buscando os elementos e pormenores que pintem o quadro, segundo a versão da parte processual.
A descrição não é, conclui-se, uma técnica empregada com exclusividade no mundo jurídico mas que assenta os juízos dissertativos, robustecendo a narrativa dos fatos.
Há traços descritivos nas diferentes peças jurídicas: na denúncia, nas alegações finais, em sentenças (cíveis, trabalhistas, ou criminais), enfim, sempre que houver a necessidade de descrever um fato ou um ato. 
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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O PARÁGRAFO NARRATIVO
Toda narrativa e exposição de fatos (reais ou fictícios)que se passam em determinado lugar e com certa duração, em atmosfera carregada de elementos circunstanciais.
Desta sorte, são elementos estruturais da narrativa: a. o que: o fato que se pretende contar; b. quem: as partes envolvidas; c. como; o modo como o fato aconteceu; d. quando: a época, o momento, o tempo do fato; e. onde: o registro especial do fato; f. porquê: a causa ou motivo do fato; g. por isso: resultado ou conseqüência do fato.
A característica básica da narrativa real é o consummatum est, vale ressaltar, o verbo no perfeito do indicativo, que indica ter ocorrido e consumado fato narrado. Nos contos de fada, o imperfeito cria sensação da fantasia do imaginário. Também, é imprescindível na narrativa o clímax, o momento de ápice da exposição do fato, que ira desembocar no desfecho ou solução (benigna ou não). Lembre-se, ainda, que não há uma narrativa eficaz sem um trama (o incidente, a complicação, o interesse temático), que será justificativa do próprio ato narrativo e seu objetivo redacional.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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O parágrafo narrativo na redação jurídica
Nas peças vestibulares – Petição Inicial, Denúncia, Reclamação Trabalhista, os verbos estão no perfeito, por tratar-se de ações reais, com rara (se não totalmente ausente) adjetivação, porque a narrativa deve ser objetiva, apresentando um fato com retrato da verdade fática.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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PARÁGRAFO DISSERTATIVO
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.
Introdução (1o parágrafo): Apresenta a idéia principal da dissertação, podendo conter uma citação, uma ou mais perguntas (contanto que sejam respondidas durante o texto), comparação, pensamento filosófico, afirmação histórica, etc.
Desenvolvimento (2o aos penúltimos parágrafos): Argumentação e desenvolvimento do tema, na qual o autor dá a sua opinião e tenta persuadir o leitor, sem nunca usar a primeira pessoa (invés de “eu sei”, use “nós sabemos” ou “se sabe”).
Conclusão (último parágrafo): Resumo do que foi dito no texto e/ou uma proposta de solução para os problemas nele tratados.
PARÁGRAFO E REDAÇÃO JURÍDICA 
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PARÁGRAFO DISSERTATIVO NA REDAÇÃO JURÍDICA
Próprio da consciência persuasiva do direito., que contribui para o emprego mais preciso dos vocábulos – material ideológico – e de suas relações formais e materiais na enunciação silogística.

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