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1 Aedes aegypti Considerações iniciais: No filo Arthropoda, tem-se aracnídeos e insetos. Dentre os insetos há várias ordens e o Aedes está dentro da ordem dos dípteros, isto é, mosquitos que tem par de asas desenvolvido. É inseto vetor de doença. São parasitos temporários, já que utilizam sangue do hospedeiro para se alimentar. O gênero Aedes pode transmitir mais de 28 enfermidades. Vírus e bactérias se proliferam em sua glândula salivar. Quando o mosquito se alimenta, penetra pela pele e injeta saliva, de forma que o material patogênico será transmitido. Responsável pela febre amarela urbana, dengue, Chikungunya e Zika. É proveniente da África. Lá, ainda é encontrado no ambiente silvestre, mas, nos outros países, é encontrado em criadouros domésticos artificiais – água preferencialmente limpa e insípida em grande ou pouca quantidade (muito adaptável). Poderia ser erradicado sem causar desequilíbrio, já que é exótico. Só a fêmea pica. Macho e fêmea alimentam-se de carboidrato; fêmeas, no entanto, necessitam de quantidade extra de proteína para fazer maturação de seus ovócitos. As fêmeas são também antropofílicas, isto é, havendo um animal e o homem, prefere alimentar-se do homem. Ficam dentro e fora do domicílio. Tem hábito alimentar mais diurno e evita períodos em que sol é mais quente – prefere começo da manhã e final da tarde. No domicílio, faz criadouros, isto é, local que encontra e que tenha água parada (é mais importante que a água seja parada do que limpa). Chegou na época da colonização transmitindo febre amarela – grande letalidade –, havendo campanha nacional na década de 1940 liderada por O. Cruz, que conseguiu erradicar, em 1955, o Aedes. Na época, o país não era tão grande e a campanha era “estilo policial”. 3 anos depois, o inseto é novamente encontrado no país. Uma nova campanha é feita em 1973 conseguindo novamente o título de erradicação. Na década de 1980, 2 anos depois, o Aedes é encontrado mais uma vez. Alguns anos depois, já pode ser encontrado no país inteiro. Não gosta de locais muito frios, já que vive na água, local onde a sensação térmica já é inferior. Prefere, portanto, áreas de clima tropical. Ciclo biológico: Tem-se macho e fêmea, sendo a cópula fundamental. Depois da cópula, a fêmea precisa fazer repasto sanguíneo (alimentar-se de sangue), e, logo depois, consegue maturar certo número de ovos (ciclo gonadotrópico – alimenta-se de sangue > 3 dias > postura dos ovos > novo repasto > ...). Esse fêmea vive em torno de 30-35 dias e, por isso, pode se alimentar de 10 a 50 pessoas – como é inseto diurno, é muito ativo (sabe que o hospedeiro está acordado pela manhã), de modo que alimenta-se (em cima de vaso sanguíneo, sugando sangue) e solta da pele rapidamente, ou seja, não se alimenta de uma só vez. Com isso, em um único repasto sanguíneo pode infectar cerca de 5 pessoas (maior quantidade 2 é favorecida em locais mais lotados). Para não ficar muito visível ao homem, tende a se alimentar de partes mais baixas do corpo. A alimentação não é perceptível ao homem por que a picada é indolor, já que a primeira coisa que o mosquito faz após picar é injetar saliva contendo anestésico – pode ser perceptível somente em pessoas mais sensíveis. Concluindo-se, em um repasto, pode haver transmissão da enfermidade a até 50 pessoas. O mosquito pode já nascer infectado com vírus. Se não nascer com o vírus, pode adquirí-lo a qualquer momento (em qualquer alimentação). Fazendo repasto sanguíneo em pessoa infectada, essa pessoa tende a ter febre (alta temperatura, mais atrativo ao inseto). O inseto precisa de um tempo a partir da picada em pessoa infectada para que haja multiplicação suficiente do vírus para que possa inocular, sendo esse tempo de 7-10 dias. Quando a mãe infectada produz ovos, cerca de 20% deles já está com o vírus, e esses futuros mosquitos, então, já nascerão infectados. Macho e fêmea fazem cópula e, 3 dias depois, a fêmea está repleta de ovos, quando passará a procurar local adequado para postura. Os ovos não são postos dentro da água, mas na parede do recipiente, normalmente colocados acima do nível de água. Ao longo de uma vida, pode pôr de 800 a 1000 ovos, não sendo esses postos de uma única vez, mas distribuídos em diferentes locais com água – uma casa não tende a ter um único criadouro; se um ovo não servir, os demais podem ser viáveis. A fêmea, ao depositar os ovos, coloca substância “cimentante” que adere bem os ovos à parede. Sendo assim, para eliminar os criadouros, não basta derramar água, mas imprimir força e abrasão para desgrudar aqueles ovos. Os ovos são brancos no início e vão escurecendo com o tempo. São pequenos, sendo imperceptíveis no ambiente. O ovo pode permanecer por pouco mais de 1 ano (aguenta de um inverno para outro). 10 minutos após ser colocado na água, tem-se a eclosão; aqui, tem-se L1 (tão pequena que está contida no ovo); o alimento é proveniente do conteúdo presente na água. As larvas vão, então, crescendo, levando cerca de 7 dias para passar de L1 a L4 (uma muda a cada 1- 2 dias). Costuma-se chamar a larva L4 de martelinho (cabeça com tórax mais largo), que possui certa movimentação e mais fácil identificação. Essa larva L4 precisa respirar e, para isso, em locais com muita água, costuma ficar no fundo (procurando alimentação), vindo à superfície constantemente para respirar; quando sobe, fica mais ou menos em pé, respira e desce novamente. De L4, há pausa no desenvolvimento, iniciando um processo de metamorfose (abdome, tórax e cabeça se alargam) e transformando-se em pupa, que já não se alimenta, mas ainda precisa respirar (logo, quando os ACS de endemia colocam inseticidas na água, a pupa não é atingida, já que ela não se alimenta). A partir daí, de 24- 48h, a pupa vai à superfície, racha e tem-se, então, o inseto adulto. Para matar a larva e a pupa (formas aquáticas), é necessário retirar água e eliminar quaisquer poças, deixando tudo seco (difícil convencer população a aderir a esse derramamento de água, especialmente em locais em que há falta de água). O adulto tem corpo escuro (preto ou marrom) com manchas brancas nas patas. Tem várias peças bucais, sendo 4 cortantes – perfuração e auxílio para sucção. Fêmea tem aparelho bucal rígido para conseguir perfurar a pele. Epidemiologia: Cada região tem suas particularidades quanto ao armazenamento inadequado de ovos – lixo, falta de água, água parada, entre outros. 3 Para saber se a cidade tem Aedes, faz-se Lira – coleta-se mortes de cidade e faz amostras; observa-se quantas casas tem foco e analisa-se índice de infestação (classificado entre satisfatório, alerta ou risco). Há, ainda, outro Aedes, o A. Albopictus, que vem do Sudoeste Asiático; chegou na década de 1980 (mais recente) e já é encontrado em muitos locais (ainda não há em Mossoró). Pode ser encontrado também em áreas mais frias (diferentemente do A. aegypti). É encontrado tanto no ambiente urbano quanto no silvestre. O inseto transitando em 2 ambientes gera risco de vírus comuns do ambiente silvestre atingirem ambiente urbano. Antes, para febre amarela silvestre, tinha-se transmissão por Haemagogus; para febre amarela urbana, Aedes. Logo, para pessoa adoecer de febre amarela silvestre, precisava ir ao ambiente rural; hoje, com o A. Albopictus, isso não é mais necessário. É fácil distinguir esses tipos de Aedes. Doenças: Febre amarela: enfermidade que primeiro chamou atenção, desencadeando primeiras campanhas de combate ao Aedes. Grande avanço, já que há vacina. O vírus é africano e, quando chegou ao Brasil, atingiu humanos e macacos. Por isso, só há controle do vírus febre amarela, mas não há muito o que ser feito quanto aos animais queestão na natureza. O Brasil é a principal área de transmissão de febre amarela silvestre, mas não há mais registros da febre urbana desde a década de 1940. Estão sendo, ultimamente, observadas mais mortes de macacos por febre amarela, sendo necessária a vigilância para que o vírus não saia do ambiente silvestre. É doença de notificação obrigatória. Tem alta letalidade (pode chegar a 50% ou mais). Se pessoa infectada com febre amarela silvestre é atingida pelo Aedes, tem-se febre amarela urbana – logo, com o aumento dos casos da febre silvestre, há mais chance de aparecimento da febre urbana. Dengue: é doença sazonal. Causada por 4 vírus diferentes que geram respostas imunológicas diferentes e eficazes. Não há vírus mais perigoso do que outro; o que ocorre é a imunização da população a determinado vírus com o decorrer do tempo. Intervalos de doenças em curtos períodos de tempo aumenta a chance de agravamento da doença. As campanhas são feitas no período de chuvas, no 1º semestre. É doença aguda. Chikungunya: identificada pela primeira vez na África. Chega no Brasil em 2014, já havendo, nesse ano 53 anos (no ano seguinte, 38 mil casos, e aumentando no ano subsequente). É doença que pode se cronificar. Só há 1 vírus. Zika: é o nome da floresta da África no qual o vírus foi identificado pela primeira vez. Chegou ao Brasil em 2015. Associa-se à microcefalia.
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