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Tributário II Casos Concretos Marcos Damazio

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CASOS CONCRETOS TRIBUTÁRIO II – 2015 – Gustavo – Marcos Damazio
PLANO DE AULA 1 - Caso Concreto
JOSÉ MANUEL, proprietário de imóvel no Município do Rio de Janeiro, recebeu informações de seu contador dando conta de que é necessário dirigir-se à Secretaria Municipal de Fazenda para ser devidamente intimado do lançamento do IPTU, mesmo após a emissão do carnê pelo órgão municipal. Diante disso pergunta-se:  assiste razão ao contador? A atividade administrativa de lançamento é discricionária ou vinculada?
A orientação do contador é incorreta porque em desacordo com a Súmula 397 do STJ, segundo a qual a simples remessa do carnê do IPTU ao endereço do contribuinte é suficiente para notificá-lo do lançamento. 
De acordo com o Art. 3º c/c o § único do 142 ambos do CTN a atividade de lançamento é plenamente vinculada, ou seja, aquela em que a autoridade não goza de liberdade para apreciar a conveniência e a oportunidade de agir.
Questão objetiva
A alíquota do ITR, em 1995, era de 1,5%; em 1996, de 2%; e em 1997, de 1%. Durante o ano de 1997, o Fisco Federal, verificando que Joaquim de Souza não pagara o ITR de 1995, efetuou o lançamento à alíquota de 2% e promoveu a notificação. Joaquim entende que a alíquota aplicável é de 1%. Na verdade:
( ) a. Joaquim está com o entendimento correto, pois 1% era a alíquota do exercício em que ocorreram o lançamento e a notificação;
( ) b. o entendimento do Fisco é correto, pois, no caso, deve prevalecer a alíquota maior;
( ) c. a alíquota aplicável é a de 1%, por conseqüência do princípio in dubio pro reo;
(x) d. a alíquota correta é a da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, 1,5%; Art. 144 CTN
( ) e. a alíquota correta é a de 1,5%, por representar a média das três alíquotas, em face do princípio da razoabilidade.
PLANO DE AULA 2 - CASO CONCRETO: 
Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado de ilegalidade, CREMILDO BULGAR impetra Mandado de Segurança com pedido de liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário referente ao imposto de renda, que monta em R$ 20.000,00. Deferida a liminar, o Juízo de Primeiro Grau leva 3 anos para julgar o mérito, e, ao fazê-lo, denega a segurança. O contribuinte, então, interpõe Apelação, acreditando que, ao ser recebida no duplo efeito, esta preservará os efeitos da liminar. A Fazenda, por sua vez, ajuíza a competente execução fiscal para a satisfação do seu crédito, que a esta altura já alcança R$ 24.000,00, por estar acrescido de juros de mora e devidamente corrigido monetariamente. Na execução, o contribuinte alega que a mesma deve ser extinta em face da existência de mandado de segurança ainda não transitado em julgado. Pergunta-se:
Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem resolução de mérito?
Não. A execução fiscal não deve ser extinta sem resolução do mérito porque apelação em mandado de segurança não é recebida em duplo efeito, sendo assim, o crédito passa a ser exigível, podendo, portanto, ser executado. De acordo com a súmula 405, STJ a apelação não tem efeito suspensivo.
Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança?
De acordo com a inteligência da Súmula 405 do STF a sentença que revoga a liminar opera efeitos retroativos (ex tunc) como se jamais tivesse existido.
1º - Poderá ocorrer a exigibilidade do crédito;
 2º - O acréscimo dos juros e mora uma vez que a denegação da segurança tem efeitos ex-tunc.
No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária?
Sim, nos termos do Art. 9ª, § 4º da Lei 6830/80, bem como por força do Art. 161, § primeiro do CTN.
Sim. Porque os efeitos da denegatória são ex-tunc, sendo o crédito exigível desde a data do lançamento do crédito. A forma de impedir os juros seria o depósito do montante integral.
Questão objetiva:   
O depósito do montante integral, previsto no art. 151, II do Código Tributário Nacional é: é direito subjetivo que a parte ostenta
a) concedido pelo Julgador desde que o interessado preencha os requisitos legais; ofende súmula vinculante 28 do STF.
b) condição de procedibilidade para o processamento da Ação Anulatória de Lançamento; basta montande de depósito integral – Súmula 112 do STJ.
c) direito subjetivo da parte concedido por lei;
causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário desde que, concomitantemente seja deferida liminar.
PLANO DE AULA 3 - CASO CONCRETO: 
WX SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. recebeu, em 25/07/2008, auto de infração lavrado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Paulo exigindo-lhe diferenças do imposto de renda (IRPJ) em razão de receitas omitidas durante os 4 (quatro) trimestres de 2005. Segundo o contador da empresa, o crédito tributário objeto do recente lançamento de ofício poderá ser objeto de compensação com valores da COFINS, recolhidos indevidamente pela pessoa jurídica ao longo do ano de 2007, reconhecidos através de medida liminar nos autos de mandado de segurança ainda pendente de decisão final. Diante desses fatos, responda:
Não, pois o Art. 170 A do CTN e a Súmula 212 do STJ determinam que não poderá ser eralizada antes do trânsito em julgado da referida ação
O crédito tributário neste caso concreto pode ser extinto pela compensação?
Não. A compensação, objeto de contestação judicial, não poderá ser realizada antes do trânsito em julgado da referida ação, conforme art. 170-A, CTN.
Agiu corretamente o juízo em ter deferido a liminar mencionada no caso concreto?
Independentemente das circunstâncias do caso concreto, fato é que, a Lei 12016/09 em seu Art. 7º, § 2º, à semelhança do Art. 170 – A do CTN veda a concessão de liminar que permita a compensação não existindo, no entanto nenhuma vedação quanto à concessão de liminar em mandado de segurança que veicule pretensão tributária. Pelo contrário, a concessão de liminar em mandado de segurança tributário é, inclusive, prevista como causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário no Art. 151, V do CTN.
Não. Em processo de compensação não se garante a liminar. É vedada a concessão de liminar para garantir crédito tributário em discussão, pois liminar antecipa o resultado. Se essa liminar for caçada, a Fazenda Pública ficará no prejuízo. Súmula 212 do STJ.
Questões objetivas:   
1- João realizou pagamento a maior do IPVA relativo ao fato gerador ocorrido em 2007. Tendo consultado o valor do imposto em relação ao fato gerador ocorrido em 2008, o contribuinte identificou que o valor pago a maior em 2007 é suficiente para quitar o tributo devido em 2008. Diante disso, pretende requerer a seu Estado a utilização do excesso pago em 2007 para liquidar o imposto de 2008. Considerando que inexiste lei específica disciplinando a matéria no Estado, marque a alternativa correta: 
(a)    João deverá proceder ao pagamento do IPVA/2008 e requerer a restituição do IPVA/2007 pago a maior.
(b)   João poderá compensar o IPVA/2007 com o IPVA devido em 2008. Não existe lei regulamentando a compensação.
(c)    O pedido de compensação deverá ficar sobrestado até que sobrevenha lei estadual específica.
(d)   O pedido de compensação será indeferido porque o IPVA/2007 pago a maior só pode ser utilizado na compensação de débitos de exercícios anteriores. 
Plano de aula 4 - CASO CONCRETO:
Em 10/05/2001, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA. para recolher ICMS relativo a fatos geradores ocorridos no período de 20/06/1999 a 31/12/1999.  A notificada impugnou, sem sucesso, a autuação e recorreu tempestivamente ao Conselho de Contribuintes, em 20/06/2001.
Em face da sobrecarga de processos na 2a. instância administrativa, o recurso restou paralisado, sem qualquer despacho nem petição das partes, até 20/09/2001, vindo a ser julgado, também desfavoravelmente ao contribuinte, em 10/10/2001.  Publicada a decisão (e o aresto unânime) em 15/10/2001, foi a sociedade dela notificada, esgotando-se o prazo parapagar o débito em 22/10/2001.  
Não advindo pagamento nem pedido de parcelamento, foi o crédito tributário inscrito em dívida ativa, em 22/11/2007, vindo, contudo, a execução fiscal a ser ajuizada somente em 29/11/2007.  Citada, a executada ofereceu bens suficientes à penhora e, efetuada esta, ajuizou embargos à execução, alegando haver ocorrido a decadência e, ad argumentandum, a prescrição.
Pergunta-se: 
Considerando que:
20/06/1999 à 31/12/1999 – Período do fato gerador.
10/05/2001 – lançamento pelo auto de infração.
22/10/2001 – Data que esgotou o prazo para pagamento do tributo depois de notificada a decisão definitiva. Porque não foi na data da notificação? Porque a mesma concedia prazo para pagamento voluntário.
22/11/2007 – houve a inscrição na dívida ativa.
23/10/2001 - Nos termos do art. 210 do CTN, temos o início da prescrição.
23/10/2006 – temos a consumação da prescrição, logo, nos termos do art. 174, § único, I c/c art. 219, § 1º CPC c/c Súmula 106 STJ, o ajuizamento da ação de execução fiscal deveria ter ocorrido até 22/10/2006. 
Procede a alegação de decadência?  Se positivo, quando ocorreu? 
Não, tendo em vista que o fisco constitui o crédito tributário por meio de auto de infração dentro do quinquídio legal conforme artigo 173 do CTN.
 
Procede a alegação de prescrição?  Se positivo, em que data teria ocorrido?
 Sim. Prescrição ocorrida em 23/10/2006.
 c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da ação de cobrança do crédito tributário?  (Mencione os dispositivos legais)
As causas de suspensão estão elencadas no artigo 151 do CTN, fazendo o prazo voltar a contar dali para frente. As causas de interrupção estão elencadas no artigo 174, parágrafo único do CTN, fazendo a contagem para zero. Começa a contagem tudo de novo.
 d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue: o direito de ação ou o próprio crédito tributário?
Extingue o crédito tributário nos termos do Art. 156, V, o que obsta via de consequência o ajuizamento de ação de execução.
e) A  prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo?
O instituto foi criado como medida de ordem pública para proporcionar segurança às relações jurídicas. Pela força da Súmula 409 do STJ, tendo em vista que a prescrição é anterior ao ajuizamento da ação poderá ser conhecida de ofício sim.
JURISPRUDÊNCIA
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 501.787 - PE (2014/0085200-3)
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. EXTINÇÃO DO CRÉDITO. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL CONSUMADA. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. DOCUMENTOS QUE COMPROVAM SEGUNDO PARCELAMENTO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7. 1. Na hipótese em exame, o Tribunal de origem entendeu que: "tomando por base o documento juntado pela Exequente, às fls. 92, percebe-se ter findado o efeito interruptivo da prescrição em 24/04/2000, data da rescisão do parcelamento, o que ensejou a consumação da prescrição do respectivo crédito no mês de abril de 2005." 2. O acolhimento da pretensão recursal demanda revolvimento do contexto fático-probatório, mormente no que diz respeito à avaliação de documentos que indicariam a existência de segundo parcelamento. Incidência da Súmula 7/STJ. 3. Não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apresentada. 4. Agravo Regimental não provido.
ORIENTAÇÃO DOUTRINÁRIA
A prescrição é a perda do prazo estabelecido em lei para ajuizamento da ação pelo titular da pretensão, a partir da lesão ao direito. 
Já a decadência é a extinção de um direito não exercido no prazo legal ou convencional, por omissão de seu legítimo titular.
A principal distinção apontada pela Doutrina é que a prescrição atinge a pretensão, ao passo que a decadência extingue o próprio direito. A primeira está sujeita a suspensão e interrupção, enquanto na segunda o prazo é peremptório, não se suspende nem se interrompe. Atualmente, tanto uma como outra podem ser decretadas de ofício pelo juiz (art. 219, § 5º CPC).  
No Direito Tributário, prescrição e decadência são modalidades de extinção do crédito fiscal, conforme previsto no CTN:  
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:  
...  
V - a prescrição e a decadência;   
Embora o efeito jurídico seja o mesmo,  - extinção do crédito, subsiste a distinção entre os institutos, observadas as peculiaridades do Direito Tributário.  
Wellington Cláudio Pinho de Castro                                                                           Juiz Federal no Maranhão – Professor de Direito Financeiro e Tributário na Universidade Federal do Maranhão.
Questões objetivas:   
1. A ação para cobrança do crédito tributário está sujeita a prazo: 
(X ) a. Decadencial de 5 (cinco anos), contados do primeiro dia do exercício civil seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado; Art. 173, I CTN
(X )  b. Prescricional de 180 (cento e oitenta) dias, contados da inscrição do crédito tributário na divida ativa; art. 2º, § 3º LEF.
(   ) c. Prescricional de 20 (vinte) anos, contados do vencimento do prazo para pagamento; não existe.
( X ) d. Prescricional de 5 (cinco) anos, contados da data da sua constituição definitiva. Caput 175 CTN.
PLANO DE AULA 5 - CASO CONCRETO:
Em 1999, determinado Município concedeu isenção do ISSQN, por 10 (dez) anos, para as empresas prestadoras de serviços que viessem se instalar naquele território, gerando, em cada uma delas 25 (vinte e cinco) empregos diretos.
Várias dessas empresas, atraídas por esse incentivo fiscal, lá se instalaram. E no ano de 2002, surgiu uma outra norma jurídica revogando  essa isenção do ISSQN.
Responda:
a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção? -> Isenção onerosa, caracterizada pela exigência de requisitos, condições e prazo certo.
R= Isenção Onerosa (por exigir contrapartida do beneficiário) e concedida a prazo certo.
b) Deve esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)? -> Não. Desde que a empresa continue cumprindo os requisitos e condições anteriormente estipulados. Revogação pressupõe ato válido, logo, os atos por essa lei emanados são válidos, mantendo desta forma a segurança jurídica. A norma pode ser revogada, a isenção não. Princípio violado: Princípio da segurança jurídica. 
Não de acordo com a Súmula 544 do STF.
No caos em tela temos a aplicação do valor segurança jurídica, que impede a imposição de surpresa (sub princípio da não surpresa ao contribuinte) ao sujeito passivo do vínculo jurídico tributário. A luz do Art. 5, XXXVI da CF é correto dizer ainda que, o contribuinte no caso em tela tem direito adquirido a se beneficiar da isenção pelo prazo de 10 anos, desde que cumpra a condição prevista em lei, ou seja, a condição de manutenção de 25 empregos. 
c) É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação da isenção mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)? -> Ação de contestação dos efeitos da lei com pedido de liminar de concessão, já que a matéria não diz respeito à expectativa de direitos, mas sim de direito adquirido.Ver súmula 544 STF. 
Pode o sujeito passivo impetrar Mandado de segurança com base no Art. 5º, LXIX, CF c/c Art. 1º da Lei 12016/09 (Lei do Mandado de segurança). Pode o contribuinte valer-se também do ajuizamento de ação declaratória tributária com base no Art. 4º, I do CPC, para que seja certificado por sentença que a cobrança do ISSQN estará inviabilizada pelo período que vigorar a benesse tributária.
Questões objetivas:   
1. O taxista João recebeu do fisco estadual  uma  correspondência  na  qual  lhe  foi informado que, mesmo tendo ocorrido o fato  gerador do IPVA, ele não precisaria pagar o tributo, uma vez que fora aprovada uma lei, pela respectiva assembléia legislativa, que excluía o crédito tributário dos taxistas, relativamenteao  IPVA.
Nessa  situação hipotética,  pode-se dizer  que a citada lei estabeleceu  uma
(A) remissão.
(B) transação.
(C) isenção. (Porque a lei é anterior ao fato)
(D) anistia.
PLANO DE AULA 6 – CASO CONCRETO
Em dificuldade para saldar seus débitos, inclusive tributários, a sociedade comercial Irmãos Tavares & Cia. Ltda., decidiu cerrar suas portas sumariamente, deixando de dar baixa regular em seus registros e obrigações comerciais e fiscais. Tomando conhecimento do fato, fiscais da Receita Federal verificaram não ter sido recolhido o Imposto de Renda dos dois últimos exercícios, tendo em conseqüência procedido ao lançamento. Notificada regularmente a empresa, na pessoa de seu sócio-gerente, deixou de defender-se administrativamente, correndo o processo administrativo-fiscal à revelia e culminando com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e imediato ajuizamento da execução fiscal. Alertado por seu ex-contador, o sócio-gerente aliena vários bens sociais. Pergunta-se:
São válidos esses atos de alienação? Em que circunstâncias?
A alienação dos bens sociais será reputada como sendo válida no caso de bens remanescentes ao pagamento do débito. Do contrário, isto é, na ausência de bens suficientes ao pagamento do débito, configurada estará a fraude à execução, uma vez que, na hipótese em tela os atos de alienação são posteriores à inscrição do débito em dívida ativa. 
OBS. A inscrição em dívida ativa é essencial para a configuração da fraude à execução fiscal, sem a qual, quando muito, poderá o fisco falar em apenas em freude contra credores – Art. 185, caput e § único.
Poderão ser executados bens do sócio-gerente? Em qualquer hipótese?
Sim, posto que no caso em questão incide o enunciado da sumula 435 STJ o que faz com que o o sócio gerente torne-se solidário ao pagamento do débito. 
E bens dos demais sócios não-gerentes? Justifique as respostas com base na Legislação e na jurisprudência.
Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, sócio cotista que não exerça poderes de gerência não será pessoalmente responsável pelo pagamento de débitos tributários, salvo quando se tratar de sociedade de pessoas nos termos do Art. 134, VII do CTN.
QUESTAO OBJETIVA
Marque a opção incorreta:
( ) a. No exercício da fiscalização tributária, devem ser respeitados o sigilo profissional e o bancário.
( ) b. O contribuinte tem o dever de conservar seus livros e documentos comerciais e fiscais pelo prazo da prescrição da ação de cobrança dos créditos tributários.
( ) c. O Fisco é obrigado a guardar sigilo sobre as informações que os contribuintes lhe prestam.
(X) d. O exercício da fiscalização tributária é o mais amplo possível, implicando o atendimento de todas as exigências de apresentação de qualquer documento e informação, sem exceção. Vide Súmula 439 do STF.
PLANO DE AULA 7 – CASO CONCRETO
A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, objetivando incrementar a recuperação de sua dívida ativa, realiza a emissão de duplicatas relativamente aos débitos de IPTU inscritos em nome do contribuinte Imobiliária Irmãos Guimarães S/A, e desconta os títulos na agência local do Banco do Brasil. Este estabelecimento bancário, sub-rogado, vencido o prazo para pagamento amigável e notificado pela Prefeitura à empresa contribuinte, promove o protesto das duplicatas no cartório competente da Comarca, que dá ciência ao devedor, assinando-lhe prazo para quitar os títulos. Pergunta-se:
a) Que medida judicial pode a empresa tomar, nessas circunstâncias emergenciais, para defesa imediata de seus interesses?
Deve a empresa impetrar mandado de Segurança com pedido de liminar e utilizar como fundamentos a existência do direito líquido e certo de ser cobrada por um dos dois meios previstos em lei, quais sejam: 
Ajuizamento de ação de execução fiscal;
Protesto da CDA junto ao cartório de títulos e documentos. Logo qualquer meio diferente desses deverá ser considerado ilegal por traduzir-se em meios de cobranças indireto não previsto em Lei, o que viola a garantis do devido processo legal – Art. 5º, LIV da CF. No mesmo sentido as Súmulas 70 e 323 do STF. 
b) Se tivesse optado pela emissão de certidão de inscrição em Dívida Ativa, poderia a Prefeitura requerer a falência da empresa comercial?
Segundo a Lei 11101/05 e a pacífica jurisprudência do 	STJ o poder público não possui legitimidade para requerer falência.
QUESTÃO OBJETIVA
Determinado contribuinte, devedor de tributo, obtém parcelamento e vem efetuado o pagamento conforme deferido. Apesar disso, sofre processo de execução fiscal para a cobrança do referido tributo. Nos embargos de devedor, o executado poderá alegar:
( ) a. a carência da execução fiscal, em face da novação da dívida, que teria perdido a natureza tributária pelo parcelamento. (parcelamento não desnatura crédito tributário).
( ) b. a improcedência da execução fiscal, por iliquidez do título exeqüendo, em face de parte da dívida já estar paga. (não se trata de improcedência)
( ) c. o reconhecimento do direito apenas parcial à execução fiscal, por parte do Fisco, em face da existência de saldo devedor do parcelamento. 
(X) d. a carência da execução fiscal, em face da suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
PLANO DE AULA 8 – CASO CONCRETO
Irmãos Souza & Cia. Ltda., grande atacadista de gêneros alimentícios, foi autuada em novembro/2008 pela fiscalização do ICMS, por recolhimentos insuficientes do imposto durante os anos de 2005 e 2006, tendo o auto de infração totalizado créditos tributários (principal, multas, juros e atualização monetária) no valor de R$ 5 milhões. Impugnado tempestivamente, o lançamento veio a ser mantido, em fevereiro/2009, pela Junta de Revisão Fiscal. Dessa decisão, recorre voluntariamente a empresa para o Conselho de Contribuintes, deixando contudo de efetuar depósito de 30% da quantia em discussão, bem assim de, alternativamente, oferecer fiança bancária, conforme prevê a legislação de regência, para “garantia de instância”. O processo administrativo fiscal é encaminhado ao Presidente do Conselho de Contribuintes, que detém o juízo preliminar de admissibilidade do recurso; que se vier a ser admitido, será distribuído a uma das Câmaras, a qual poderá rever a decisão vestibular de admissibilidade.
Como deve o Presidente do Conselho de contribuintes prodecer? Deve exigir o mencionado depósito prévio administrativo? Responda de acordo com o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal.
Nos termos da sumula vinculante 21 é inconstitucional qualquer previsão que condicione a admissibilidade de recurso administrativo tributário a qualquer depósito prévio, uma vez que o processo administrativo tributário é manifestação do direito de petição e como tal deve ser gratuito, posto que, constitui obstáculo sério e intransponível para consideráveis parcelas da população ao exercício do direito de petição, além de caracterizar ofensa ao principio do contraditório, ambos previstos na CF. – Art. 5ª, XXXIV, A – CF. Portanto, o presidente do conselho de contribuintes deve admitir o recurso e remeter a uma das câmaras para julgamento. 
QUESTÃO OBJETIVA
Pessoa física, contribuinte do Imposto sobre a Renda, apresenta sua declaração anual de ajuste, entendendo fazer jus à restituição de R$ 10.000,00. Processada a declaração pela Secretaria da Receita Federal durante quase três anos, é finalmente intimado o contribuinte, por via postal, de que suas deduções foram glosadas, ocasionando a expedição de notificação de lançamento do imposto pela autoridade administrativa, com penalidades e acréscimos legais, por entender o Fisco que as despesas eram indedutíveis, sendo, conseqüentemente, indeferida sua restituição. O contribuinte, dois dias depois de haver recebido a intimação pelo Correio, busca assistência profissional de um advogado. Indique a providência INCORRETA e que não seria tomada pelo advogado:
 
( ) a. Aguardar a inscrição do crédito tributário em dívida da União e o ajuizamentoda execução para, garantido o Juízo, opor embargos de devedor 
( ) b. Solicitar à autoridade administrativa que calcule o alegado débito do cliente. Em seqüência, propor ação anulatória do ato declarativo da dívida precedida do depósito do montante integral do alegado crédito da Fazenda Pública, com penalidades, acréscimos legais e demais encargos, tal como calculados pela autoridade administrativa, a fim de elidir sua inscrição em Dívida Ativa da União e o ajuizamento da execução fiscal, ficando a exigibilidade do crédito tributário suspensa pelo depósito 
( X )  c. Impugnar a exigência representada pela notificação de lançamento, 60 (sessenta) 30 dias depois da data em que tiver sido feita a intimação da exigência ao cliente, isto é, da data de recebimento, pelo cliente, da intimação por via postal. 
( ) d. Depois de examinar os fatos e a legislação aplicável, dar parecer escrito ao cliente no sentido de que efetivamente não fazia jus à restituição que pleiteou, sendo, portanto, procedentes a glosa das despesas e o lançamento; informar ao cliente, ainda, que o seu débito poderá ser pago à vista, ou ser parcelado, havendo nessas duas hipóteses possibilidade de redução da multa até o fim do prazo de impugnação
PLANO DE AULA 9 – CASO CONCRETO
Adão Alves e Joana Lima, co-proprietários de certo imóvel, ao receberem carnê para pagamento parcelado do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), foram surpreendidos com a cobrança de taxa de remoção de lixo, tributo regularmente instituído pelo município do Vale Verde, onde se localiza o bem imóvel. 
Ocorre que Adão Alves e Joana Lima consideram a cobrança da mencionada taxa inconstitucional, pois não tem por objeto serviço público divisível e não é destinada a contribuintes determinados. 
Ao se dirigirem à secretaria de fazenda municipal, foram impedidos de efetuar os pagamentos devidos a título de IPTU sob o argumento de que o Estado somente receberia as importâncias relativas ao IPTU se houvesse o pagamento concomitante da referida taxa de remoção de lixo. 
Considerando a situação hipotética acima apresentada e na condição de procurador de Adão Alves e Joana Lima, identifique a peça processual que entende cabível para a defesa dos interesses dos dois contribuintes, abordando todos os aspectos de direito processual pertinentes e examinando, necessariamente, os seguintes itens: possibilidade jurídica do pedido; pedido e causa de pedir; legitimidade ad causam ativa e passiva; pressupostos processuais; competência do juízo. 
Na qualidade de procurador de Adão e Joana deve intentada a Ação de Consignação em pagamento, conforme previsto no Art. 164, I do CTN (Possibilidade Jurídica do Pedido); devendo ser requerido o depósito do valor do IPTU para fins de pagamento desse imposto (pedido); em razão da recusa por parte do Município de receber apenas o IPTU (causa de pedir próxima); posto que Adão e Joana entendem ser inconstitucional a cobrança da taxa de lixo (causa de pedir remota). No polo ativo figurarão como autores Adão e Joana e no polo passivo o Município de Vale Verde. (Legitimidade ativa e passiva), sendo competente o juízo estadual da Comarca de Vale Verde caso não haja comarca de fazenda pública.
Em relação à ação anulatória de dívida fiscal inscrita, pode-se afirmar que:	
( ) a. para a sua propositura, é indispensável o depósito do valor integral da dívida;
(X) b. poderá ser proposta com o depósito do valor integral da dívida, hipótese em que suspenderá a exigibilidade do débito;
( ) c. não poderá ser proposta após ajuizamento da execução fiscal;
( ) d. tem âmbito restrito à discussão sobre a validade formal do ato de inscrição da dívida.
CASO 12
CASO CONCRETO
A empresa Oceania, com sede no Estado do Espírito Santo e beneficiária de sistema tributário mais favorável, realiza importação de mercadorias em favor da empresa Polaroid do Brasil Ltda., com sede no Estado de São Paulo.  A empresa importadora promoveu o desembaraço das mercadorias no Porto de Santos-SP, remetendo a mercadoria para a sede da empresa Polaroid, e recolheu o ICMS em favor do Estado do Espírito Santo. O Fisco paulista lavrou auto de infração contra a empresa Polaroid exigindo o ICMS devido.  Inconformada, a empresa ingressa com ação anulatória ao argumento que o ICMS foi corretamente recolhido pelo importador.  O Estado de São Paulo alega que o ICMS é devido ao estado onde a mercadoria é desembaraçada, pouco importando a sede do importador.  Pergunta-se:  no caso em tela a qual Estado é devido o ICMS? Resposta  fundamentada.
Ao Estado de São Paulo, conforme o art. 155,§2º. IX alínea “a” parte final. CRFB/88, pois o destinatário final da mercadoria nele está domiciliado.
 
QUESTÃO OBJETIVA
No último mês de julho, Sernambetiba Indústria de Lâmpadas Ltda., empresa com sede no município do Rio de Janeiro, auferiu receita de vendas das mercadorias que produziu no total de R$ 500.000,00. No mesmo mês de julho/2007, recebeu em seu estabelecimento matérias-primas e novas máquinas para a produção de lâmpadas, ambas tributadas pelo IPI e pelo ICMS na etapa anterior. A energia elétrica consumida pela empresa no mês de julho de 2007 alcançou o valor de R$ 18.000,00.
Em face da situação hipotética acima e considerando que a concessionária de energia elétrica seja isenta do ICMS, assinale a opção correta.
( X )  a. Não poderá haver compensação do ICMS sobre a energia elétrica consumida, mas poderá haver creditamento do IPI e do ICMS sobre as matérias-primas adquiridas; VIDE Art. 155,§2º, II, alínea “a” da CF.
(  )  b. O IPI e o ICMS decorrentes da aquisição de novas máquinas poderão ser integralmente compensados e de uma só vez na apuração dos mesmos tributos devidos em relação aos fatos geradores ocorridos naquele mês de julho.
(  )  c. Poderá haver compensação do ICMS sobre a energia elétrica consumida e apenas do IPI sobre as matérias-primas adquiridas.
(  )  d. Não poderá haver compensação do IPI nem do ICMS sobre as aquisições de matérias-primas, mas o ICMS decorrente da aquisição das novas máquinas poderá ser compensado à razão de 1/48 por mês.

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