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O Que é Existencialismo resenha kelly

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O Que é Existencialismo ( Resenha)
 João da Penha
Introdução
Será relado aqui uma resenha de tipo descritiva do “O existencialismo é um humanismo” do filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980); no ano de 1946 onde o pensador visa esclarecer uma série de pontos a respeito da sua filosofia, o existencialismo (o existencialismo de Sartre, como veremos, caracteriza-se por ser ateu e por, ao contrário do que pensa o senso comum, uma humanismo e um otimismo). Os esforços de Sartre em esclarecer sua filosofia foram essenciais para que ela não se dissipasse (PENHA, 1987, p. 55). O autor fala sobre o saber, a tese central do existencialismo, de que a existência precede a essência (faremos menção à distinção 'ser em-si' e 'ser para-si', a liberdade, a questão de Deus e a má-fé.
Segundo o autor João da Penha, aborda não só a história do movimento existencialista e a Segunda Guerra. Ao fim do conflito a Europa viu-se subjugada por uma torrencial crise, percebidas na política, no social, na economia, na moral e assim por diante.
Toda esta vivência trágica da guerra engendrou um ambiente de desânimo, desespero e apatia, sentimentos esses que assolaram de forma mais perceptível na juventude, já "descrente dos valores burgueses tradicionais e da capacidade de o homem solucionar racionalmente as contradições da sociedade".
É justamente em meio a este ambiente que surge e se desenvolve o existencialismo, que repercutia cada vez mais que suas ideias espelhavam e elucidavam o momento histórico pós-guerra.
sua repercussão não se deu exclusivamente no meio acadêmico, o existencialismo passou a ser identificado tanto como uma doutrina filosófica como em estilo de vida e de comportamento. Todo tipo de comportamento excêntrico, como cabelos vastos e desgrenhados, mal asseio, amoralidade e aversão às normas estabelecidas passou a ser identificado como uma postura existencialista.
Os existencialistas eram acusados de disseminar ideias mórbidas, amargas e que somente se preocupavam em revelar o lado sórdido e sombrio da existência humana. Uma torrente de ofensas eram lançadas aos existencialistas. Estes, conforme da Penha, rebatiam afirmando que seu comportamento não era passível de julgamento segundo os padrões morais vigentes, uma vez que tinha por projeto, essencialmente, as bases de uma nova moral.
Conforme o autor o "existencialismo" ganhou muito em extensão e pouco em compreensão. O existencialismo tornou-se sinônimo de fatos ou indivíduos que se desviavam do procedimento usual. Qualquer um que violasse as regras comuns, ou a tênue linha entre o certo e o errado, era taxado de existencialista. Tal emprego arbitrário do termo terminou por eclipsa-lo e transforma-lo em um dos mais equívocos do vocabulário filosófico.
Origem do Termo
 Segundo João da Penha existencialismo afirma a prioridade da existência sobre a essência, definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que ele existe sem que seu ser seja predefinido. 
Antecedentes Filosóficos
 
Kierkegaard
O existencialismo, segundo o autor, o homem é espírito, é a síntese do finito e infinito, do temporal , do eterno, de liberdade e necessidade, uma forma de o indivíduo se expor a si mesmo, reconhecendo-se autenticamente neste ato, do que uma doutrina, em seu sentido exato terminológico. O existencialismo seria desta forma uma experiência singular, partindo do particular.
É justamente nesta descrição que se encontra Kierkegaard. O filósofo dinamarquês opõe-se energicamente contra a idéia de Hegel de condensar a realidade num sistema. Para Kierkegaard o indivíduo não pode ser meramente uma manifestação da Idéia, rejeitando desta forma sua existência concreta, esta jamais poderia ser explicada por conceitos ou esquemas abstratos.O indivíduo tem maior conhecimento é de sua própria realidade, e somente pela subjetividade pode-se alcançar a verdade.
Em Kierkegaard a existência do homem compreende três estágios:
No estágio estético, o homem permanece sob o domínio dos sentidos, à medida em que busca um significação à sua existência.
Num segundo estágio, o ético, a personalidade do indivíduo permaneceria na liberdade, mas sob os limites estabelecidos pela sociedade, explorando o mundo das responsabilidades morais.
É somente no nível religioso que o homem pode resolver a questão do mal. Sua única escolha deverá ser o que fazer e o que ser. Nesta escolha do salto da fé o homem acata o absurdo das exigências divinas, pois qualquer escolha fundada na razão é impotente.
Husserl
Edmund Husserl é o criador do método fenomenológico, baseado nas relações entre os fenômenos físicos e psíquicos
Husserl tomou para si a tarefa de fundamentar cientificamente a filosofia, pois acreditava não sê-lo ainda. Pretendia caracterizar a Filosofia como ciência das ciências.
O ponto de partida de Husserl, diz da Penha, é a crítica que dirige às teorias científicas, particularmente as de inspiração positivista. Toda a inclinação sobre os dados objetivos fez com que a ciência fosse tomada como único modo cognitivo possível.
Assim diz da Penha: "A fenomenologia surge no processo de revisão de ideias tidas como cientificamente inabaláveis, no momento em que as ciências, ao nível de investigação, assumem um significado humano".
O conceito fundamental na fenomenologia é a noção de intencionalidade, é por tal conceito que surge a nova relação entre o sujeito e o objeto, destacando-os como intrinsecamente sequazes. É pela intencionalidade que o objeto se constitui na consciência.
Em Husserl a consciência deixa de ser passiva, ela não mais resguarda as imagens ou representações dos objetos que nos afetam por meio dos sentidos, depositando-se como mero conteúdo. Sendo a consciência liberdade, e por conseguinte ativa, cabe-lhe dar sentido às coisas. Desta forma a consciência é sempre consciência de algo, esta sempre voltada para os objetos, visando-os.
A e porquê do criador da fenomenologia pretende superar a oposição clássica entre essência e aparência. Em Husserl não há separação entre ambos, as ideias somente existem porque são ideias de algo. Desta forma, diz da Penha, o mundo objetivo é posto entre parênteses na experiência fenomenológica, permanecendo na consciência apenas aquilo que, por sua evidência, é impossível de ser negado. Como no exemplo, "eu existo". A realidade, desta forma, deve ser entendida tal qual se apresenta à observação.
O método fenomenológico constitui-se como elemento base para a construção do que viria a ser uma ontologia existencialista, que será utilizado primeiramente por Martin Heidegger.
As Correntes Existencialistas
Heidegger
Já para Heidgger o “ser” não pode ser concebido como particular e nem como um conjunto de todos os seres particulares com os quais lidamos em nossa experiência cotidiana, limita-se a afirmar que o ser é aquilo que faz com que o mundo seja – e que assim pareça ao homem. Popularmente o existencialismo foi conhecido pela aversão ao comportamento moral e eticamente correto, havia uma idéia, no censo comum, de que os existencialistas erram excêntricos, depravados promíscuos e mórbidos
Num sentido mais amplo o Ser é identificado como algo indefinível, que se esclarece por si mesmo, todavia Heidegger não toma para si tal definição, opondo-se à ontologia clássica. Heidegger entende que ainda existe uma questão do Ser não resolvida, esta questão foi esquecida, mas deve-se retomá-la, uma vez que o sentido do Ser coincide-se com o destino do Ocidente. Heidegger dedica-se à busca do sentido do Ser, não à sua definição, pois esta o transformaria num ente, descaracterizando-o de universal.
Em sua busca ontológica Heidegger utiliza-se de uma terminologia particular, um destes termos é o conceito Dasein. Dasein identifica o ser-aí, um determinado ser que está localizado no tempo e espaço, o ente, o humano que pergunta-se o sentido do Ser. Este Ser-aí somente adquire sua essência por meio datemporalidade.
Este Dasein, ou homem, está no mundo, todavia não confunde-se com os demais objetos da realidade, pois o homem existe, ao passo que os objetos são. Deus é, o homem existe. A pedra é, o homem existe. É somente ao homem que torna-se claro a expressão existir. Ademais, somente tomando consciência desta dualidade entre humano e não-humano que o Dasein alcança a autenticidade.
Heidegger diz que sem esta concepção dual o homem queda-se na inautenticidade. Desta forma o Ser-aí confunde-se com os outros Ser-aí, perdendo sua singular identidade.
O homem somente se totaliza por meio da morte, segundo Heidegger, o Dasein é um Ser-para-a-morte. A morte não é, desta forma, pensada como fim da existência humana, mas antes, como termo de nossos projetos. Segundo João da Penha, "A experiência mais pessoal, intransferível, é a morte. Não podemos jamais experimentar a morte alheia".
O homem, ante esta inflexível realidade, refugia-se numa existência inautêntica, fugindo desta forma da angústia. Entretanto, é somente nesta angústia que o Dasein encontra sua plenitude. Diante desta angústia frente ao nada o homem deve assumir sua existência, atingindo assim sua Existenz.
Sartre
. O autor enfatiza a participação de Jean Paul Sartre no existencialismo como um dos autores mais conhecido, criticado e polemico ao escrever sobre suas descrenças absolutas. O existencialismo, segundo Sartre, poderia ser extremamente útil ao marxismo, tendo-se em conta que o diálogo entre ambos se justifica pelo fato de ambicionarem atingir o mesmo objetivo..
A obra que melhor representa a maturação das ideias de Sartre é O Ser e o Nada. Obra muito discutida, mais por seu caráter hermético que pelas ideias e, mesmo estas, geralmente não eram bem entendidas. A despeito de tal acontecimento Sartre propôs-se a escrever um opúsculo intitulado O Existencialismo é um Humanismo, onde revela suas ideias filosóficas para um público mais amplo e responde a críticas feitas por católicos e marxistas.
 No início Sartre tem o existencialista de que a existência precede a essência. Com isso o existencialista quer afirmar que não existe uma ideia de homem antes deste existir, mas ao contrário, primeiro o homem sabe-se existente e num segundo momento busca sua essência, o homem é nada além do que projetar ser. Desnecessário é afirmar que, com tal concepção, a ideia de Deus deixa de existir, ao menos um Deus artífice do homem, que concebe uma essência comum a toda natureza humana.
É justamente no existir antes de se ter uma essência que reside a liberdade humana e, esta liberdade somente cabe ao homem. Entre todos os seres o homem é o único que existe, pois os demais seres são. É em sua essência que tais seres encontram a determinação de sua própria essência.
A essência humana, segundo o existencialista, encontra-se na resultante dos atos do homem. Sua essência é constituída por meio de sua liberdade, em suas escolhas. O homem está preso a estas escolhas, pois mesmo que escolha não escolher ainda assim está escolhendo. E são por essas escolhas que ele cria seus valores, é na liberdade que está o fundamento destes valores.
Por defender uma moral da ação, onde o homem se vê obrigado a agir e a desfazer-se de ilusões é que Sartre afirma que O Existencialismo é um Humanismo. É somente o Existencialismo que fornece à vida sua benemerência.
Em O Ser e o Nada, Sartre expõe as duas categorias da existência, quais sejam, em-si e para-si. Onde o em-si seria o mundo das coisas materiais, dos objetos; tudo aquilo que está além do sujeito, que lhe é externo. O para-si é o mundo da consciência, por ser auto-reflexiva é que é ser-para-si.
O homem é forçado a todo instante a optar e fazer escolhas, não podendo desta situação fugir. Sartre afirma que existe um refúgio para a não-escolha, este refúgio é a má-fé. Na má-fé, o sujeito se abstém de escolher, deixando que outros o façam por ele. Esta recusa da escolha, transferindo-a a outro que não seja ele, deve-se à fuga da angústia que advém com a responsabilidade, daí decorre a expressão ser-para-outro. Neste refúgio o homem finge escolher, sem na verdade escolher, crendo desta forma que seu destino está irremediavelmente traçado. Lembra da Penha que Sartre recusa o conceito freudiano de inconsciente, para o autor de O Ser e o Nada o homem, mesmo fugindo de sua liberdade e encerrando-se na má-fé, não deixa de conhecer a verdade que busca ocultar, ainda que acredite em sua mentira ele não desconhece os motivos que o levaram a agir desta forma.
Na Quarta parte de O Ser e o Nada, Sartre analisa o homem em suas condutas básicas, do homem em situação, além do tema da morte. Em Heidegger a morte torna-se o supremo projeto do homem, pois este seria um ser-para-a-morte; ao passo que em Sartre, a morte não coteja o significado da existência, mas antes, seria a ocorrência que lhe retira todo e qualquer sentido; a morte inibi meus atos, transformando-me de para-si num em-si, isto ocorre devido ao fato de a visão do outro prevalecerá sobre mim, passando a se decidir por mim. "Enquanto estou vivo, meu passado me pertence. Morto, o outro se apossa dele, torna-se se guardião"7.
O Ser e o Nada chega ao fim com uma observação de Sartre de que viria a escrever uma nova obra sobre a ética existencialista, todavia o fez. Somente Simone de Beauvoir viria a explorar ao tema com seu Por uma Moral da Ambigüidade, mas confessou ter sido insatisfatório e que muito a desgostara.
Outras Correntes Existencialistas
Existem ainda outros tantos filósofos ligados ao pensamento existencialista reconhecidos como secundários e, sua inclusão ou não nos manuais filosóficos cabem exclusivamente a preferências pessoais de cada autor. Nomes como o de Miguel de Unamuno, Martin Buber, Jaspers e Marcel ilustram bem este quadro. Outras vezes são incluídos erroneamente neste hall autores que pretendem uma outra orientação filosófica, caso de Merleau-Ponty e Camus.
Apesar de, por vezes, optarem por rumos diversos, estes autores aproximam-se no que tange a existência humana, sendo esta o ponto de partida de seu pensamento.
Existencialismo e Marxismo
João da Penha vê no abandono de Sartre às suas posições filosóficas iniciais, como o maior acontecimento quanto à queda do prestígio do existencialismo.
Diz da Penha que o existencialismo de Sartre reconhece marxismo absorveu o homem na idéia, enquanto o existencialismo procura-o onde quer que ele esteja. O existencialismo procura ver o homem de maneira singular, livre e dono do seu destino pois as causas que lhe deram origem não foram ainda superadas objetivos. "Só que o marxismo absorveu o homem na idéia, ao passo que o existencialismo centra se na particularidade do indivíduo e em sua existência singular, "tarefa perfeitamente realizável sob o ponto de vista marxista".

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